O quinto King’s Quest foi o primeiro jogo da Sierra já com uma nova versão do seu motor gráfico SCI. Para além de suportar sistemas VGA, o que resultou num grafismo com muito mais detalhe, possui também, pela primeira vez na série, um interface verdadeiramente point and click, ou seja, já não precisamos de escrever quais os comandos a executar! O meu exemplar, tal como os outros veio cá parar após ter comprado um bundle com dezenas de clássicos da Sierra a um preço muito reduzido, algures no ano passado.
Neste jogo voltamos a controlar o rei Graham, agora já mais velhote, e que, a certo dia depois de dar um passeio, vê o seu castelo (com toda a sua família) a desaparecer! Tal feito só pode ser obra de um poderoso feiticeiro, sem dúvida! Pelo menos é o que nos diz Cedric, uma coruja falante com uma voz super irritante e que nos irá acompanhar ao longo da aventura, onde viajamos até ao reino de Serenia para tentar recuperar a família de Graham e o seu castelo.
A nível de jogabilidade, tal como referi acima este é finalmente um jogo de aventura gráfica verdadeiramente point and click, ou seja, com cursores que representam diferentes acções, como mover, falar ou interagir e apenas temos de escolher a acção que queremos, apontar e clicar. Já não precisamos de escrever as acções numa linha de comandos! De resto contem com os habituais perigos da série King’s Quest (excepto escadas traiçoeiras) pelo que convém fazer uma boa gestão de saves. Mas se calhar o melhor é mesmo seguirem um guia, pois tal como em muitos outros jogos de aventura da época é perfeitamente possível alcançar cenários onde não conseguimos ganhar, seja por não termos apanhado algum item anteriormente, ou por o ter usado onde não deveríamos, desperdiçando assim várias horas do nosso tempo. E claro, alguns puzzles não são lá muito lógicos (adivinhem lá como é que temos de derrotar o Yeti?).
A nível audiovisual, este é de facto um grande avanço perante os títulos anteriores. O facto de o jogo suportar o sistema VGA permite pela primeira vez à série apresentar cenários muitíssimo bem detalhados e repletos de cor. E iremos visitar ambientes muito distintos entre si, desde desertos, florestas assombradas, montanhas geladas ou mesmo outras cidades, todos eles muito bem representados graficamente. A acompanhar este novo detalhe gráfico está também, pelo menos na versão CD-ROM que felizmente é a que vem na compilação onde o joguei, voice acting! Infelizmente o voice acting não é o melhor de todos, especialmente na voz incrivelmente irritante da coruja Cedric. Mas não deixa de ser um avanço tecnológico muito bom para um jogo de 1990. As músicas são também de muito maior qualidade que qualquer outro jogo da série que tinha sido lançado até então.
Portanto considero este King’s Quest V um óptimo jogo de aventura gráfica, embora ainda tenha alguns elementos mais frustrantes, como uns labirintos confusos e a possibilidade de arruinar o progresso do jogo ao esquecermo-nos de apanhar algum item que venha a ser importante lá mais perto do final do mesmo. Portanto, a menos que queiram jogar isto como se fosse 1990, recomendo vivamente que usem um guia!
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