Aliens versus Predator 2 (PC)

Depois do Aliens versus Predator de 1999 produzido pela Rebellion, não confundir com o jogo de 2010 do mesmo nome produzido por eles também, em 2001 acaba por sair uma nova sequela, desta vez a cargo da Monolith, os mesmos por detrás de clássicos como Blood ou No One Lives Forever. E o artigo de hoje vai inserir nesse jogo e sua expansão, que já tinha jogado há bastantes anos atrás (versão pirateada, claro) e apenas há cerca de 2 anos arranjei tanto o jogo principal como a sua expansão por 1€ cada numa loja de usados na zona do Porto mas por algum motivo nunca cheguei a escrever nada sobre os mesmos!

Jogo com caixa, 2 discos e manual

Tal como o seu predecessor podemos jogar tanto como um humano (mais uma vez um Space Marine), um predador ou um alien, mas desta vez as 3 histórias estão todas interligadas, em vez de serem campanhas completamente separadas. E a história leva-nos então ao planeta LV-1201, onde a corporação Weiland-Yutani montou lá uma grande base científica para explorar ruínas e artefactos da civilização misteriosa que viemos a descobrir mais sobre eles nos filmes Prometheus e Covenant. Mas como sempre as coisas não correm bem, não só pelos aliens, mas também pelo aparecimento algo inesperado dos Predators. A expansão é na verdade uma prequela, onde podemos jogar com humanos (os mercenários ao serviço da Weiland-Yutani), um predador 500 anos antes dos acontecimentos do jogo principal e um predalien, um híbrido entre o predador e os xenomorfos.

Expansão com caixa e manual

A campanha dos Space Marines é o típico que podemos esperar deste tipo de jogos. Estamos inicialmente munidos de pistolas e a típica pulse rifle, para além dos sensores de movimento que começam a apitar sempre que algo surge próximo de nós. E os primeiros níveis são mesmo bastante tensos, com os aliens a surgirem do nada e atacar de forma ágil e em grande número, o que nos obriga a estar sempre alerta. Mas uma parte considerável do jogo será também passada a confrontar contra soldados humanos, os tais mercenários da Weiland-Yutani que também possuem planos obscuros e vão ser um obstáculo ao nosso caminho. Já os predadores estão munidos de todas aquelas armas e artefactos que estamos habituados a ver nos filmes, bem como diferentes visores, como visão térmica ou nocturna, ou a possibilidade de se tornarem invisíveis. A invisibilidade, munições de algumas armas ou o uso de visores vão gastando a nossa energia, que é apresentada num indicador no canto superior direito do ecrã, mas temos também a possibilidade de a qualquer momento usar um gerador de energia e restabelecer esse nível. Um dos artefactos dos Predadores permite-nos também recuperar vida, a troco de energia. Mas tendo o tal gerador, acaba por ser muito fácil ir regenerando a nossa barra de vida ao longo do jogo, se bem que há uma altura no jogo onde perdemos grande parte do equipamento e já estamos mais vulneráveis.

Temos aqui alguns aliens diferentes para combater, este mais armadurado

Jogando com o alien também tem o seu quê de originalidade, até porque começamos precisamente por ser um facehugger. Nesse estado o jogo tem um foco bastante furtivo, onde teremos de passar despercebidos por vários soldados até encontrar um que esteja sozinho e poder “abraçá-lo” à vontade. Depois passamos para o estágio seguinte, um alien infantil, pequeno e ainda algo indefeso. Uma vez mais teremos de ter uma abordagem mais furtiva até conseguirmos encontrar algum alimento de menor porte, tipo animais de estimação. Em seguida já controlamos um alien adulto e em plena posse de todas as suas capacidades. E com estes aliens podemos não só subir paredes e andar pelos tectos, bem como atacar com as garras, cauda e dentes. Para as zonas mais escuras podemos também activar uma espécie de visão nocturna e para regenerar vida temos de devorar as nossas vítimas. Na expansão, apesar de jogarmos com um híbrido entre alien e predador, as mecânicas de jogo são em todo idênticas às dos aliens, apenas o que representamos tem um aspecto mais próximo dos predadores. De resto o jogo possui também uma vertente multiplayer que confesso que nunca experimentei. Nem sequer na altura em que o joguei pela primeira vez!

Com o predador, temos imensos gadgets para usar, inclusivamente diferentes visores. Este vermelho faz com que os aliens sobressaiam

A nível audiovisual é um jogo bom para a sua altura, tendo em conta que estamos a falar de um jogo de 2001. O planeta LV-1201 tem uma fauna e flora muito própria, que é explorada principalmente na campanha do predador, onde podemos inclusivamente saltar nos topos das árvores para passar despercebidos aos soldados… mas infelizmente não envelheceram tão bem assim com as árvores a serem super quadradas ainda. Já a base científica, bem como os “ninhos” dos aliens ou as ruínas da tal antiga civilização, têm um aspecto muito próximo dos filmes. Gosto particularmente daqueles visuais retro high-tech dos dois primeiros filmes e aqui temos precisamente o mesmo tipo de estruturas e tecnologia que habitualmente vimos lá. Os aliens em si estão uma vez mais muito bem representados, letais e arripilantes como sempre! No que diz respeito ao som, o voice acting é competente e o som em si é muito bom. A pulse rifle faz o barulho que estamos bem habituados, bem como os xenomorfos e os predadores.

Portanto este Aliens versus Predator 2 é mais um FPS bem sólido sobre este fantástico crossover entre ambas as franchises. Aliás, eu até me arrisco a dizer que estes 3 FPS que já cá analisei, qualquer um é francamente superior aos filmes AVP!

Leisure Suite Larry: Magna Cum Laude (PC)

Depois do fantástico Leisure Suit Larry 7: Love For Sail, Al Lowe e companhia já tinha uma boa ideia do que quereria fazer com o novo jogo da saga. Entretanto, na indústria, coisas maiores aconteceram: a Sierra foi adquirida por um grupo maior, que acabou por ser acusado num dos maiores escândalos de fraude do seu tempo. Como fallout, a Sierra foi uma das empresas que sofreu, ao ter de despedir muita gente e Al Lowe foi um dos que abandonou a empresa. E com ele a sua sequela, até porque o mercado para os jogos de aventura point and click já era cada vez menor. Anos mais tarde, e mais uma série de compras, fusões, restruturações e afins, o que sobrava da Sierra acabou por ficar a pertencer à Vivendi, que decidiram então fazer uma nova sequela do Leisure Suit Larry. Com o foco nas consolas (embora naturalmente uma versão para o PC também foi lançada), e como o mercado dos jogos de aventura tradicionais era ainda um mercado de nicho, decidiram então fazer um jogo que sai completamente fora do que a série nos tinha habituado até então. O meu exemplar foi comprado há uns bons anos atrás, não sei precisar quando ao certo, nem quanto custou, mas tenho a ideia de ter sido comprado na extinta Game do Maia Shopping, eles iam tendo sempre uma série de jogos de PC interessantes a preços bem convidativos.

Jogo com caixa e 4 CDs. Manual nem vê-lo e sinceramente não sei se é suposto pois não me recordo se o comprei novo ou usado, mas pelo que vi em anúncios de ebay parece ser mesmo assim.

Este Magna Cum Laude começa por se diferenciar do seu legado precisamente ao introduzir uma nova personagem, o jovem Larry Lovage, sobrinho de Larry Laffer, ao focar-se nas suas aventuras em tempos de faculdade. Tal como o seu tio, Lovage é um grande pervertido, mas também algo impopular. E depois de nos termos apercebido que o mais recente dating show universitário está a preparar-se para gravar uma edição naquele campus universitário, Larry decide tentar a sorte e participar. Para progredir no programa, Larry terá de adquirir uma série de objectos de afecto de várias raparigas, pelo que, tal como o seu tio, teremos de correr mundos e fundos para as tentar engatar, o que resulta na maioria das vezes, em situações hilariantes e humilhantes para Larry.

Os diálogos são muito engraçados, mas porque temos de jogar este mini jogo estúpido? Era muito melhor se pudéssemos escolher as respostas que queríamos dar…

A primeira fase do engate é sempre a da conversa com uma miúda nova. E enquanto Larry vai inventando histórias mirabulantes para a manter interessada, nós temos de estar atento a um mini-jogo que decorre no ecrã de baixo. Basicamente controlamos um espermatozóide num segmento de scrolling horizontal onde teremos de tocar nos corações verdes que vão surgindo, para aumentar o interesse da rapariga em nós mas também evitar os objectos de cor vermelha, que fazem precisamente o efeito contrário. Não seria bem mais agradável se tivessemos diálogos dinâmicos onde poderíamos escolher as nossas respostas? Depois a miúda lá nos pede alguma coisa mais, que irá resultar noutro mini jogo diferente, desde misturar bebidas alcoólicas, que é tipicamente uma sequência de quick time events onde teremos de pressionar os botões que vão surgindo no ecrã, ou saltos num trampolim, onde teremos umas mecânicas de jogo semelhantes aos jogos rítmicos, pois teremos de também pressionar uma série de botões no timing certo para ir fazendo uma coreografia enquanto saltamos. Ou jogar um jogo tipicamente universitário de atirar moedas para dentro de um copo, mas infelizmente com os piores controlos de sempre. Ou outros mini jogos onde teremos de fugir de alguém, enquanto vamos coleccionando uma série de tokens pelo caminho. Existem mais exemplos de outros mini jogos, mas nenhum é propriamente interessante.

Para engatar uma miúda teremos de vencer uma série de diferentes desafios, que são tipicamente vários mini jogos distintos

E teremos 15 raparigas para conquistar, onde teremos de meter conversa com elas (enquanto jogamos o tal jogo do espermatozóide), vencer um desafio que elas nos acabam por propor (outro mini jogo), mais outra sessão de conversa e tipicamente mais outro desafio, o que sinceramente acaba por se tornar algo aborrecido, o que é pena. Digo isto porque sinceramente até gostei dos diálogos e sentido de humor. Este Magna Cum Laude é mais obsceno, e com um sentido de humor que faz lembrar bastante os filmes American Pie, até porque os protagonistas são todos jovens universitários. Mas ser obrigado a jogar uma série de mini jogos chatos só para avançar na história acaba por ser uma desilusão. Temos também de estar atentos à nossa economia, pois por vezes teremos de comprar coisas em máquinas de vending e em algumas lojas peculiares, quanto mais não sejam novas roupas e acessórios, o que será um requisito para podermos sequer conseguir falar com algumas raparigas. Para isso poderemos explorar os cenários em busca de dinheiro escondido, mas também jogar alguns mini jogos (outra vez) a troco de alguns trocos. Ou tirar fotografias aleatórias e trocá-las por dinheiro numa certa discoteca, e claro, se as fotografias forem mais quentes ou escandalosas, valem mais. Para além de conquistar as miúdas, teremos também algumas side quests opcionais (que claro, envolvem o mesmo tipo de desafios da história principal). E para além de dinheiro, podemos também encontrar os secret tokens, que são uma unidade monetária em lojas mais shady, onde poderemos comprar, entre outros, imagens das miúdas nuas que vamos conquistando.

O Quarters, com os piores controlos de sempre

Graficamente é um jogo minimamente competente, tendo em conta que, apesar de ser de 2004, ainda foi desenvolvido a pensar principalmente em consolas como a PS2 e Xbox. Os gráficos são algo cartoony, o que sinceramente me agrada, e para além da universidade e seu campus, como dormitórios e fraternidades estudantis, também vamos poder explorar as zonas urbanas à sua volta, onde se incluem um clube de strip (tinha de ser!) ou um bar muito manhoso chamado Leftys Too. Mas o Leftys Too não é a única referência aos Larry clássicos, pois Larry Laffer vai aparecendo ocasionalmente na história como mentor de Larry Lovage e outros detalhes, como o ecrã título de Larry 4: The Missing Floppies, o tal jogo que nunca aconteceu, a surgir no PC de Larry Lovage. Ao menos a High Voltage Software ainda foi prestando este tipo de homenagens aos Larry clássicos! De resto o voice acting é bem competente e bem humorado.

Pelo menos no PC, a versão Europeia não vem com qualquer censura, daí ter Uncut no nome.

Portanto este Magna Cum Laude é uma desilusão por um lado, mas por outro também me fez esboçar uns quantos sorrisos. Apesar de ser bem mais vulgar e obsceno que os Larry clássicos, tem na mesma um excelente sentido de humor. Pena mesmo que a jogabilidade não seja nada de especial, ao forçar-nos constantemente a jogar uma série de mini jogos aborrecidos para poder prosseguir na história. Mas o legado de Larry Lovage não se fica por aqui, embora o seu segundo título, Box Office Bust, possua ainda críticas muito piores. Veremos como se comporta pois será um dos próximos jogos que irei jogar.

Leisure Suit Larry 7: Love for Sail! (PC)

Para fechar a saga dos Leisure Suit Larry clássicos, trago-vos agora cá o Love for Sail, o último Larry a ter sido finalizado antes da Sierra ter sido comprada e muitas das suas franchises terem ido por água abaixo. E como o último dos lançamentos clássicos, este Love for Sail é também facilmente um dos melhores! O meu exemplar já não consigo precisar ao certo quando o comprei, mas recordo-me que foi numa das minhas idas ou à feira da Ladra, ou à Vandoma e foi certamente uma pechincha.

Jogo em caixa de jewel case, com manual embutido na capa

A aventura começa como muitas outras. Larry acaba por ser uma vez mais escurraçado pela sua última conquista, nomeadamante a Shamara do LSL 6, pelo que começamos a aventura precisamente a tentar escapar da penthouse do hotel La Costa Lotta que acidentalmente começa a arder. Uma vez são e salvos, Larry decide viajar num cruzeiro, onde acaba por se ver envolvido num concurso onde o vencedor terá o direito de passar uma semana inteira na companhia da capitã boazona do navio. Naturalmente que Larry é um desajeitado tremendo, pelo que teremos de arranjar maneiras não convencionais para que Larry vença as várias provas que terá pela frente.

Tal como muitos outros Larries, começamos a aventura com a nossa conquista anterior a fartar-se de nós

Para além dos visuais, que irei abordar mais tarde, a outra grande diferença introduzida neste jogo está mesmo na sua interface. É na mesma um point and click, com o ponteiro do rato a assumir uma forma de um preservativo enrolado, mas que se desenrola quando podemos interagir com algo no cenário. E ao clicar nesse ponto de interesse, surge ao lado do ponteiro do rato um submenu com as diferentes acções que poderemos efectuar, como falar, pegar, interagir, usar um item do inventário, entre outras acções. Convém referir que as acções disponíveis são variáveis consoante o contexto, o que é uma adição inteligente. Quando estamos a falar com algumas pessoas de interesse, teremos também vários tópicos à escolha, bem como uma linha de comandos onde poderemos usar algumas palavras chave e assim desbloquear alguns tópicos adicionais, que geralmente nos podem recompensar com alguns easter eggs, ou outras pistas para resolver os vários puzzles que teremos pela frente. E o navio é enorme, com imensas salas para explorar, repletas de objectos para interagir e pessoas para falar, pelo que felizmente temos uma funcionalidade de fast travel através do ecrã do mapa.

Agora quando falamos com NPCs poderemos escolher livremente os tópicos de conversa, bem como usar uma linha de comandos para tentar falar de outros temas

No que diz respeito aos audiovisuais, este último dos Larry clássicos é sem dúvida o melhor nesse departamento. Todos os cenários e personagens possuem uma vez mais um aspecto cartoony, mas as próprias animações são mesmo puros desenhos animados, o que a meu ver resulta bem. Temos música “a sério” a acompanhar a aventura, muitas delas focadas em temas jazz, com o próprio Al Lowe a interpretar alguns temas no seu saxofone, e muito voice acting, onde o narrador e o próprio Larry mantêm as mesmas vozes do jogo anterior. E sim, continua a ser um jogo extremamente bem humorado e com imensas referências sexuais, com algumas cenas de nudez pelo meio (mas temos de trabalhar bem para as conseguirmos desbloquear). Mas para além disso, é acima de tudo um jogo muito bem humorado. As miúdas que temos de conquistar são paródias de personalidades reais, como o caso de Drew Baringmore, Dewmi Moore ou Jamie Lee Coitus. Até um espectáculo de stand up comedy do Bill Clinton podemos assistir, com ele a contar algumas piadas um bocadinho más, muitas delas a ridicularizar a própria Hillary Clinton. Ou a sidequest onde teremos de encontrar os 32 dildos vestidos de Wally e perdidos no meio da multidão! É um jogo de facto muito bem humorado.

Vamos ter acesso a algumas cenas de nudez, mas algumas temos de nos esforçar bastante para a desbloquear. O que não é o caso desta aqui ilustrada

Portanto, é uma pena que as coisas não tenham corrido pelo melhor com a Sierra, pois acho que o Al Lowe, após alguns altos e baixos na série Larry, conseguiu finalmente chegar a um nível de muita qualidade com este último jogo. Os próximos já foram produzidos pela Vivendi e sinceramente estou um pouco reticente em decidir se os jogo de seguida, ou se aproveito antes para continuar a explorar o restante catálogo da Sierra, visto que tenho aqui também os Quests e os Gabriel Knight para jogar. Mas fiquei muito contente por ter descoberto recentemente o mais recente remake do Land of the Loung Lizards (com a colaboração do próprio Al Loew), e do Wet Dreams Don’t Dry de 2018. Esses irei certamente jogar assim que os apanhar numa boa promoção.

Leisure Suit Larry 6: Shape Up or Slip Out! (PC)

Voltando às rapidinhas no PC, vamos ficar agora com mais um jogo da saga Leisure Suit Larry, nomeadamente o quinto (sim, porque nunca houve um LSL 4) que foi lançado originalmente em 1993. E aqui Al Lowe e companhia voltam aos básicos: o único objectivo de Larry é o de engatar várias mulheres e falhar miseravelmente. Não há super vilões para derrotar, nem sequer teremos de partilhar o protagonismo com Patti, que se encontra missing in action neste jogo. O meu exemplar, tal como todos os outros que escrevi até agora, veio na compilação LSL Great Hits and Misses, que comprei no GOG há uma porrada de anos por menos de 2.5€.

Tal como referi acima, a história é muito mais simples e um regresso às raízes de Larry. Até partilha algumas semelhanças com eventos que decorreram em jogos anteriores! Isto porque começamos o jogo com Larry a entrar acidentalmente num concurso televisivo, daqueles para encontrar o par ideal. Larry desta vez não ganha, mas recebe o prémio de consolação, passar duas semanas num resort à beira mar, repleto de mulheres para conquistar. Como Larry não é um cliente pagante na sua estadia do hotel, acaba por ser algo mal tratado pelo seu staff e, quando tentamos engatar as miúdas, acontece o habitual: primeiro falamos com elas, elas querem algo em troca antes de sequer pensarem em partilharem momentos connosco, pelo que teremos de ir explorar os cenários, interagir com outras pessoas e objectos, resolver alguns puzzles até que temos o item que a mulher em questão precisa. Depois de lho dar, lá nos envolvemos num encontro amoroso que tipicamente não acaba bem.

Como é habitual na série, o jogo está repleto de situações caricatas e bem humoradas

E o progrsso é uma vez mais não linear, poderemos abordar qualquer rapariga a qualquer momento, mas existem certos itens que apenas ficam disponíveis após completar o encontro com outras mulheres. As mecânicas de jogo são as características de um point and click, onde teremos diferentes cursores do rato que exemplificam diferentes acções, como mover, observar, falar, tocar e claro, o já tradicional fecho zipper das calças de Larry que tipicamente traz resultados hilariantes (tentem usá-lo no depósito de chaves da recepção!).

Ao contrário do jogo anterior, aqui Larry corre uma vez mais perigo de vida

No que diz respeito aos audiovisuais, convém referir que este jogo foi lançado em 2 versões distintas. A primeira foi a versão VGA, que possui um motor gráfico similar ao de LSL 5 (ou do remake VGA do LSL 1), pelo que esperem por gráficos coloridos, uma caracterização muito cartoon dos cenários à nossa volta e claro, do próprio Larry. Mas um ano depois a Sierra lançou uma versão actualizada deste jogo já em CD-ROM e com suporte a sistemas SVGA. Esta versão, para além de incluir voice acting em practicamente todas as falas e narrações, também assenta num motor gráfico mais recente, apresentando gráficos com maior resolução, e cenários e personagens bem mais detalhados. Sinceramente por um lado gosto bastante do original VGA pelo melhor pixel art, mas é inegável que a imagem como um todo está melhor na sua versão SVGA. Já o voice acting sinceramente achei-o um bocadinho forçado por vezes, mas também sejamos sinceros, em 1994, salvo algumas excepções, ainda não se investia tanto neste campo como nas grandes produções actuais.

Para além da versão SVGA que saiu mais tarde e com suporte a CD ROM, o lançamento original de 1993 possui ainda o motor gráfico do jogo LSL5

Portanto este LSL 6 é mais uma sólida e bem humorada aventura gráfica da Sierra. O facto de ter um progresso não linear, uma narrativa que retorna Larry às suas raízes e até algumas death scenes engraçadas (não tão frustrantes como nalguns dos LSL mais antigos) foram sem dúvida factores benvindos. Mesmo que se note alguma falta de originalidade aqui e ali, com algumas piadas recorrentes e situações muito semelhantes a outras que já experienciamos em LSL anteriores.

Leisure Suit Larry 5: Passionate Patti Does a Little Undercover Work (PC)

Continuando pela saga do Leisure Suit Larry, vamos agora visitar o seu quarto/quinto capítulo, que acabou por ser o primeiro da série a ser lançado com um novo motor gráfico, que já suporta cores VGA, resultando em visuais bem mais coloridos pela primeira vez. Mas o que se passou com o Leisure Suit Larry 4 (The Lost Floppies)? Na verdade esse jogo nunca existiu e a passagem de LSL 3 para LSL5 acabou por ser uma piada do Al Lowe e restante equipa e neste jogo irão inclusivamente fazer imensas referências ao tal quarto título perdido. Aparentemente até foram os vilões deste jogo que roubaram as disquetes que continham o LSL4! Mas já lá vamos. O meu exemplar, tal como os outros Larries que trouxe até agora, vieram da compilação LSL Greatest Hits and Misses que comprei no GOG por uma bagatela há alguns anos atrás.

No Leisure Suit Larry 3, Larry acabou por encontrar “mais um” amor da sua vida, a pianista Passionate Patti e acabam por ficar juntos no final. Neste jogo tanto Larry como Patti estão separados e, pelo menos no caso de Larry, está amnésico, sem saber o que aconteceu desde que abandonou a ilha de Noontoonyt. E aqui acabaremos por alternar entre Larry e Patti, que possuem missões diferentes, mas relacionadas entre si. Larry é um funcionário de uma estação televisiva e acaba por ficar com a missão de viajar pelos Estados Unidos para documentar, secretamente com uma câmara de bolso, três modelos finalistas do concurso das mulheres mais sexy da América. Por outro lado, Patti, cansada de ser explorada como pianista em bares manhosos, acaba por ser convidada por um agente do FBI para servir de agente infiltrada numa operação onde planeiam desmascarar alguns nomes da indústria musical, que plantam mensagens subliminares nas suas músicas.

Tal como no jogo anterior poderemos jogar também com a Patti, mas desta vez vamos alternando entre ambos ao longo da história

E este é então o primeiro verdadeiro point and click da saga Larry (tal como o remake do primeiro jogo), onde já não precisamos de escrever os comandos que queremos que Larry execute, mas sim poderemos alternar entre diferentes cursores do rato que representam diferentes acções, como observar, falar, mexer ou, exclusivo da saga Larry, temos o ícone do fecho zipper de umas calças, que representam alguma acção sexual. É mais uma aventura bem humorada, com várias referências eróticas e alguma nudez ocasional. Mas também ao contrário dos jogos que vieram antes, este possui puzzles bem mais simples e é um jogo bem mais tranquilo: Tanto Larry como Patti não correm perigo de vida constante, nem corremos o risco de passar pontos sem retorno com algum item importante em falta. Bem pelo contrário, muitos dos puzzles aqui até que são algo opcionais, o que sinceramente já não faz muito sentido e aí já acho que o jogo deu um grande passo atrás.

Tal como no primeiro Larry, teremos várias mulheres para conquistar, o que poderá resultar em situações embaraçosas e hilariantes

Já no que diz respeito aos audiovisuais, como já referi acima este Larry usa o mesmo motor gráfico do primeiro remake do Land of the Loung Lizards, que suporta maiores resoluções e bem mais cores que a tecnologia EGA. Isto resulta portanto num jogo ainda com bastante pixel art, mas bem mais colorido e detalhado. O realismo que tentaram incutir no segundo e terceiro jogo foi aqui descartado em virtude de uns visuais mais cartoon, o que sinceramente até me agrada. Neste Larry ainda não tivemos direito a voice acting, algo que irá acontecer no próximo título, mas o som acaba por ser bem conseguido como um todo, repleto de músicas agradáveis e variadas consoante as localizações que vamos visitando.

Mesmo no modo EGA, com muito menos cores, continua um jogo mais apelativo que os seus predecessores

Portanto este Larry 5 acaba por ser mais um jogo sólido e com bom humor, mas confesso que até agora continuo a preferir o primeiro jogo de todos. A premissa mais simples de jogarmos com um perdedor, cujo único objectivo era o de perder a virgindade, e pelo meio acontecer-lhe tudo e mais alguma coisa, é uma premissa simples, mas que resultou muito bem. Aqui vamos alternando a narrativa entre Larry e Patti, que, como mulher elegante e confiante, é o completo oposto de Larry e acaba por destoar um pouco. Acho que a própria Sierra se apercebeu disso quando produziu o jogo seguinte, que irei pegar nele em breve.