Depois do Aliens versus Predator de 1999 produzido pela Rebellion, não confundir com o jogo de 2010 do mesmo nome produzido por eles também, em 2001 acaba por sair uma nova sequela, desta vez a cargo da Monolith, os mesmos por detrás de clássicos como Blood ou No One Lives Forever. E o artigo de hoje vai inserir nesse jogo e sua expansão, que já tinha jogado há bastantes anos atrás (versão pirateada, claro) e apenas há cerca de 2 anos arranjei tanto o jogo principal como a sua expansão por 1€ cada numa loja de usados na zona do Porto mas por algum motivo nunca cheguei a escrever nada sobre os mesmos!

Tal como o seu predecessor podemos jogar tanto como um humano (mais uma vez um Space Marine), um predador ou um alien, mas desta vez as 3 histórias estão todas interligadas, em vez de serem campanhas completamente separadas. E a história leva-nos então ao planeta LV-1201, onde a corporação Weiland-Yutani montou lá uma grande base científica para explorar ruínas e artefactos da civilização misteriosa que viemos a descobrir mais sobre eles nos filmes Prometheus e Covenant. Mas como sempre as coisas não correm bem, não só pelos aliens, mas também pelo aparecimento algo inesperado dos Predators. A expansão é na verdade uma prequela, onde podemos jogar com humanos (os mercenários ao serviço da Weiland-Yutani), um predador 500 anos antes dos acontecimentos do jogo principal e um predalien, um híbrido entre o predador e os xenomorfos.

A campanha dos Space Marines é o típico que podemos esperar deste tipo de jogos. Estamos inicialmente munidos de pistolas e a típica pulse rifle, para além dos sensores de movimento que começam a apitar sempre que algo surge próximo de nós. E os primeiros níveis são mesmo bastante tensos, com os aliens a surgirem do nada e atacar de forma ágil e em grande número, o que nos obriga a estar sempre alerta. Mas uma parte considerável do jogo será também passada a confrontar contra soldados humanos, os tais mercenários da Weiland-Yutani que também possuem planos obscuros e vão ser um obstáculo ao nosso caminho. Já os predadores estão munidos de todas aquelas armas e artefactos que estamos habituados a ver nos filmes, bem como diferentes visores, como visão térmica ou nocturna, ou a possibilidade de se tornarem invisíveis. A invisibilidade, munições de algumas armas ou o uso de visores vão gastando a nossa energia, que é apresentada num indicador no canto superior direito do ecrã, mas temos também a possibilidade de a qualquer momento usar um gerador de energia e restabelecer esse nível. Um dos artefactos dos Predadores permite-nos também recuperar vida, a troco de energia. Mas tendo o tal gerador, acaba por ser muito fácil ir regenerando a nossa barra de vida ao longo do jogo, se bem que há uma altura no jogo onde perdemos grande parte do equipamento e já estamos mais vulneráveis.
Jogando com o alien também tem o seu quê de originalidade, até porque começamos precisamente por ser um facehugger. Nesse estado o jogo tem um foco bastante furtivo, onde teremos de passar despercebidos por vários soldados até encontrar um que esteja sozinho e poder “abraçá-lo” à vontade. Depois passamos para o estágio seguinte, um alien infantil, pequeno e ainda algo indefeso. Uma vez mais teremos de ter uma abordagem mais furtiva até conseguirmos encontrar algum alimento de menor porte, tipo animais de estimação. Em seguida já controlamos um alien adulto e em plena posse de todas as suas capacidades. E com estes aliens podemos não só subir paredes e andar pelos tectos, bem como atacar com as garras, cauda e dentes. Para as zonas mais escuras podemos também activar uma espécie de visão nocturna e para regenerar vida temos de devorar as nossas vítimas. Na expansão, apesar de jogarmos com um híbrido entre alien e predador, as mecânicas de jogo são em todo idênticas às dos aliens, apenas o que representamos tem um aspecto mais próximo dos predadores. De resto o jogo possui também uma vertente multiplayer que confesso que nunca experimentei. Nem sequer na altura em que o joguei pela primeira vez!

A nível audiovisual é um jogo bom para a sua altura, tendo em conta que estamos a falar de um jogo de 2001. O planeta LV-1201 tem uma fauna e flora muito própria, que é explorada principalmente na campanha do predador, onde podemos inclusivamente saltar nos topos das árvores para passar despercebidos aos soldados… mas infelizmente não envelheceram tão bem assim com as árvores a serem super quadradas ainda. Já a base científica, bem como os “ninhos” dos aliens ou as ruínas da tal antiga civilização, têm um aspecto muito próximo dos filmes. Gosto particularmente daqueles visuais retro high-tech dos dois primeiros filmes e aqui temos precisamente o mesmo tipo de estruturas e tecnologia que habitualmente vimos lá. Os aliens em si estão uma vez mais muito bem representados, letais e arripilantes como sempre! No que diz respeito ao som, o voice acting é competente e o som em si é muito bom. A pulse rifle faz o barulho que estamos bem habituados, bem como os xenomorfos e os predadores.
Portanto este Aliens versus Predator 2 é mais um FPS bem sólido sobre este fantástico crossover entre ambas as franchises. Aliás, eu até me arrisco a dizer que estes 3 FPS que já cá analisei, qualquer um é francamente superior aos filmes AVP!