Sensible World of Soccer 95-96 (Commodore Amiga)

O artigo de hoje será uma super rapidinha, pois ultimamente as minhas horas de jogo têm sido quase exclusivas para um outro videojogo de PS4 que deverei cá trazer em breve. Aproveito então para fazer uma breve alusão a este Sensible World of Soccer 95-96, na sua versão original de Commodore Amiga. O meu exemplar foi comprado numa feira de velharias algures em Julho deste ano por 5€.

Jogo em formato big box, com caixa manual e papelada. É incrível o que conseguiram colocar em duas disquetes de 1.44MB!

Ora o Sensible World of Soccer foi a primeira verdadeira sequela do clássico da Sensible Software, não contando claro com os imensos updates anuais, conversões para consolas e edições especiais do seu título original, claro. O SWoS foi uma verdadeira sequela devido a principalmente dois motivos distintos: o modo treinador, e o facto de possuir uma enorme base de dados de clubes e os seus jogadores reais da época (são mais de 1000 equipas!). Poderão ler uma análise um pouco mais detalhada desse jogo aqui.

Same old Sensible Soccer

Este lançamento visa então a época de 1995-1996, com clubes e jogadores actualizados nos mais variados escalões. A jogabilidade é muito similar à do original (um botão de acção para tudo) e efeito after touch depois de rematar e temos visuais idênticos a todos os outros Sensible Soccer da época, como seria de esperar. No que diz respeito aos modos de jogo está também tudo aqui, várias competições distintas para competir, modo treinador e a possibilidade também participar em partidas amigáveis, assim como editar/criar equipas.

Portanto é uma vez mais um excelente jogo de futebol, mas é apenas um mero update ao lançamento original, pelo que se já possuirem essa versão, não perdem nada de extraordinário aqui.

Flight of the Amazon Queen (PC)

Vamos voltar ao PC e às aventuras gráficas para um jogo que foi tornado freeware em 2004, pelo que o podem jogar sem quaisquer custos, estando inclusivamente livre para download no GOG. Foi aí que inclusivamente o arranjei, após lá ter criado conta há uns anos atrás. Originalmente desenvolvido pela Interactive Binary Illusions em 1995, cujo único outro jogo no seu catálogo é o Alien Carnage, que muito joguei a sua versão shareware em criança, foi um jogo que saiu ainda no velhinho Commodore Amiga, embora nunca tenha jogado essa versão. Curiosamente lembro-me vagamente de o ter jogado em miúdo e não ter conseguido passar dos primeiros puzzles.

O jogo leva-nos a 1949 onde encarnamos no aviador Joe King. A cutscene inicial mostra logo os traços da personalidade de King: gosta de se meter em problemas e de deixar mulheres a suspirar por si. Após essa cutscene, que apesar de interessante não conta para nada para o resto da história, a narrativa começa em pleno. King viaja para o Rio de Janeiro para o seu próximo trabalho: transportar uma actriz de volta para os Estados Unidos. No entanto, quando chega ao hotel, é emboscado pelo seu rival Hans Anderson, também aviador, que planeia lhe roubar a cliente. Trancados no quarto de hotel, esta primeira parte do jogo coloca-nos à procura de uma forma de conseguir fugir do hotel e chegar ao aeroporto antes de Anderson. Em miúdo nunca cheguei a passar esta fase, mas para minha defesa também pouco entendia de inglês quando o joguei! Depois desta fase lá viajamos de volta para os EUA mas uma tempestade faz-nos cair em plena selva amazónica. Para além de tentar arranjar forma de reparar o avião e prosseguir viagem, vamos acabar por tropeçar numa conspiração que decorre em pleno coração do Amazonas e será esse o nosso novo foco.

Foi quando cheguei a esta zona e apanhei um certo item destas prateleiras que me lembrei que já tinha jogado este jogo há muitos anos atrás, quando era ainda uma criança. Felizmente agora consegui ir bem mais longe!

No que diz respeito às mecânicas de jogo, estas são as de uma aventura gráfica point and click clássica, na medida em que teremos de explorar os cenários à exaustão em busca de objectos e outras pistas, dialogar/negociar com diversos NPCs e ocasionalmente resolver também alguns puzzles. A interface, apresentada com um menu repleto de ícones na parte inferior do ecrã apresentam-nos toda uma série de acções que podemos desempenhar: abrir, fechar, observar, falar, apanhar, usar, oferecer… não necessariamente por essa ordem. Naturalmente clicamos num desses ícones para seleccionar a acção que pretendemos e depois o local/objecto/personagem com a qual queremos interagir. É um sistema um pouco cansativo que veio posteriormente a ser substituído por sistemas de acções mais simplificados em jogos de aventura que lhe seguiram. Ao lado destes ícones temos também o sistema de inventário, que mostra 4 itens de cada vez. Visto que iremos coleccionar dezenas de itens ao longo da aventura, navegar por este sistema de inventário também se torna um pouco cansativo.

Apesar de a maior parte do jogo decorrer em plena selva amazónica, ainda assim conseguiram introduzir cenários variados entre si e várias personagens carismáticas

Graficamente o jogo possui uma direcção artística muito à base do pixel art, enquanto que outras aventuras gráficas lançadas no mesmo ano avançaram para visuais mais refinados, alguns realistas, outros bem cartoon. Eu pessoalmente gosto destes visuais mais pixel art e apesar de a maior parte do jogo se passar em plena selva amazónica, ainda há uma boa variedade de cenários, ou não fossemos nós explorar aldeias nativas, templos em ruínas ou bases secretas de super vilões. A acompanhar os bons visuais está também uma narrativa cheia de momentos de bom humor e personagens com carisma, como o comerciante Bob, os missionários Jimmy e Mari Lou ou mesmo alguns dos soldados menos inteligentes do Dr. Ironstein. O gorila tinha tudo para se tornar uma piada recorrente, pena que não tenha aparecido mais vezes. A acompanhar os diálogos temos um voice acting competente, embora tenham também sido humanos a dar as vozes a certos animais, como um cão de guarda e aí as coisas soam bastante estranhas. Confesso que não prestei muita atenção à banda sonora, mas não fiquei desagradado, pelo que não deve ter sido má de todo.

O jogo usa ainda uma arte muito pixel art, tanto nos cenários como nas cutscenes. Sinceramente este estilo visual sempre me agradou

Portanto este Flight of the Amazon Queen até se revelou uma boa surpresa pela sua narrativa com várias pitadas de bom humor, alguns puzzles interessantes, uns visuais em pixel art que para uns poderiam ser obsoletos, mas para mim sempre os preferi dessa forma. O sistema de inventário e haverem tantos ícones para acções distintas dificultaram um pouco a navegação pelo jogo, mas nada que tirasse muito do divertimento. A Interactive Binary Illusions fechou portas pouco tempo depois deste jogo, tendo sido reformados pelos Gee Whiz! Entertainment que também não estiveram na indústria durante muito tempo, tendo desenvolvido apenas 2 jogos entre 1996 e 1999, incluindo o Zombie Wars, sequela do Alien Carnage. Ainda assim, no início deste ano, foi finalmente anunciada uma sequela: Return of the Amazon Queen, produzida por algumas pessoas que trabalharam no original. Irei seguramente o jogar, caso venha a ser lançado!

Sensible Soccer (Sega Mega CD)

Continuando pelas rapidinhas a jogos desportivos, vou só deixar aqui um artigo muito breve sobre a versão Mega CD do Sensible Soccer. É que é practicamente a mesma versão que já cá trouxe da Mega Drive, com alguns extras que o suporte em formato CD permite. Recomendo então uma leitura pelo artigo da Mega Drive para maior detalhe. O meu exemplar foi comprado numa CeX aqui da zona do Porto algures em Dezembro. Custava 30€ mas trouxe-a bem mais barata pois tinha aqui algum material repetido para troca que abateu no preço. Curioso que esta versão traz também uma demo do Battlecorps, que me faz lembrar que tenho o jogo por cá já há uns anos e ainda não lhe peguei. A tratar disso em breve.

Jogo com caixa, manuais e cd demo do Battlecorps

Então o que traz de novo esta versão para a Mega CD? Algumas cutscenes em CGI primitivo e de baixa resolução, mas também músicas e efeitos sonoros de muito melhor qualidade, como cânticos do público. O gameplay parece-me inalterado, bem como o conteúdo a nível de equipas e modos de jogo, quando comparado com a versão Mega Drive. Agora se isso justifica a compra desta versão em comparação com a da Mega Drive, sinceramente eu diria que não.

Sensible World of Soccer (PC)

Vamos a mais uma rapidinha a um jogo desportivo, desta vez para o clássico Sensible World of Soccer. Apesar de o Sensible Soccer ter vindo a receber diveras novas edições ao longo dos anos, este Sensible World of Soccer é a primeira verdadeira sequela do original. Lançado também originalmente para o Commodore Amiga, não se perdeu muito tempo am ser lançada uma versão também para os PCs. O meu exemplar foi comprado em Novembro do ano passado numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto. Custou-me 2€.

Jogo com caixa em jewel case

Ora o que trazia então este novo Sensible Soccer de tão interessante? A grande novidade foi mesmo podermos jogar pela primeira vez num modo manager, onde poderíamos começar a treinar uma equipa, bem como comprar e vender jogadores. Para isso convém termos uma boa performance nas competições por onde passamos, para ir evoluindo os jogadores que temos disponíveis e aumentar o seu valor de mercado. Se formos bem sucedidos, poderemos inclusivamente receber um convite para treinar um outro clube ou mesmo uma selecção nacional. No que diz respeito aos clubes e jogadores, bom essa foi a outra grande evolução que a série sofreu. Este SWOS possui uma enorme base de dados de clubes e jogadores. São mais de 1000 clubes que podemos optar por escolher, por entre diversos campeonatos e subdivisões por todo o mundo, 148 selecções nacionais e ainda umas boas dezenas de equipas customizadas/paródias criadas especialmente para este jogo. Todos os clubes possuem os jogadores da época, o que é ainda mais impressionante pois o jogo foi lançado originalmente em 1994. Portugal está representado com toda a Primeira Divisão da altura, mas para o modo manager, o melhor desafio seria mesmo escolher um clube inglês ou escocês, pois podemos começar em escalões muito inferiores.

A inclusão de um modo carreira é a grande novidade deste Sensible Soccer.

Para além do modo carreira, este SWOS inclui também a possibilidade de jogar de forma mais casual, sejam em partidas amigáveis, ou participar em algumas competições pré-definidas, como os diversos campeonatos nacionais, algumas provas europeias como a Taça UEFA ou mundiais como o Campeonato do Mundo. Podemos também customizar uma prova/competição ao nosso gosto.  A jogabilidade em si é o que já estão habituados num Sensible Soccer. A perspectiva vista de cima com a câmara bastante distante dos jogadores, o que nos dá uma boa percepção do campo, e controlos bastante intuitivos embora possam exigir alguma prática para o seu domínio completo. O after touch, ou seja a possibilidade de direccionar a bola num arco depois de ser chutada, está novamente aqui presente!

As tácticas das equipas podem ser altamente customizadas

No que diz respeito aos audiovisuais, bom os gráficos em si são bastante simples pois a sprites dos jogadores são muito pequenas. Ainda assim a atenção ao detalhe é de se louvar pois os equipamentos das selecções e clubes estão muito próximos do dos reais, pelo menos das equipas que cheguei a testar. No que diz respeito aos menus, mantêm-se com a interface clássica dos Sensible Soccer, embora fosse interessante se a versão PC tivesse também suporte ao rato. Antes de começar o jogo porém, temos direito a uma hilariante cutscene com uma música bastante viciante – Goal Scoring Superstar Hero. Recomendo que a visualizem, por exemplo aqui. Já nos estádios, vamos ouvindo os cantos do público, o barulho da bola a ser chutada e as eventuais intervenções dos árbitros. Nada do outro mundo mas bastante agradável. Se tivermos a jogar a versão em CD Rom, o que é o meu caso, temos também alguns comentários desportivos, o que é mais um detalhe muito interessante, para um jogo originalmente de 1994.

Como se já não bastassem todas as equipas “reais”, temos dezenas de equipas fictícias também.

Portanto este SWOS é um jogo muito interessante e ainda bastante divertido de se jogar. Acredito perfeitamente que o seu modo carreira tenha servido para catapultar outros jogos que se focaram apenas na parte do management, e lá está, para 1994, a quantidade absurda de equipas e jogadores reais foram de facto um elemento muito forte. Tal como o Sensible Soccer clássico, foram sendo lançados alguns updates nos anos seguintes,  tanto no Amiga como para PC, o último dos quais com dados da temporada de 1996/1997. Esta versão foi remasterizada e lançada de forma exclusivamente digital no serviço Xbox Live Arcade em 2007. Já na comunidade de fãs, bom, essa nunca o deixaram morrer, tendo lançado imensas actualizações ao longo dos anos. A última foi mesmo um SWOS 2020, uma edição luxuosa que usa o código base do jogo como fonte, mas adicionando muitas novas funcionalidades, uns gráficos mais bonitinhos e uma base de dados de jogadores e clubes mais actualizada para a temporada actual.

Sensible Soccer: European Champions (Sega Mega Drive)

Voltando às rapidinhas a jogos desportivos, hoje deixo-vos cá a primeira adaptação da série Sensible Soccer para a popular consola da Sega. Originalmente lançado no Commodore Amiga e Atari ST em 1992, Sensible Soccer foi um muito popular jogo de futebol, com uma perspectiva vista de cima, mas com os jogadores a serem sprites muito pequenas, o que dava também para ter uma visão bem ampla do campo. A jogabilidade e a grande variedade de equipas e competições foram também muito aclamadas na altura. Esta versão Mega Drive é baseada no primeiro update da série, Sensible Soccer 92/93, também lançado originalmente no mesmo ano para os mesmos computadores. O meu exemplar veio precisamente do Reino Unido, tendo sido comprado a um particular no facebook como um bundle de vários jogos, tendo-me ficado a menos de 10libras.

Jogo com caixa e manual

Aqui podemos optar por jogar com selecções nacionais ou clubes e participar nas mais variadas competições. Infelizmente esta versão não tem qualquer licença de direitos de jogadores ou clubes, pelo que os nomes dos jogadores, clubes e algumas competições (como a EUFA cup)  são todos fictícios. No meio de tanto clube temos os 3 grandes portugueses, aqui representados como Oporto, Lisboa e Lisbon. A jogabilidade é algo particular, especialmente no controlo da bola, seja quando quisermos correr com ela ou fazer algumas fintas. Sinceramente não joguei tempo suficiente para dominar isto, pois é muito comum termos a bola e, ao mudar de direcção o jogador ir para um lado e a bola para o outro. Felizmente nas opções podemos alterar a dificuldade para “Beginner”, o que torna este controlo mais fácil e a bola mais presa ao jogador que tem a sua posse. No que diz respeito aos controlos em si, na posse de bola temos botões de passe, remate e chuto normal, cujos devem ser sempre aplicados em conjunto com o d-pad indicando a direcção para onde queremos direccionar a bola. Outra das características próprias deste jogo é também o after touch, ou seja, depois de um remate, mantendo os botões direccionais pressionados numa direcção específica enquanto a bola sai disparada, permite-nos fazer um efeito de arco com a mesma, o que pode dar jeito para enganar os guarda-redes.

Ah, grandes tempos do meu FCP com Juao Ponto, Eloisio, Jurge Custa e Firanndo Cuuto na defesa. Cortina de ferro!

Já no que diz respeito aos modos de jogo, quer sejam com selecções nacionais ou clubes, teremos uma variedade respeitável de modos de jogo, desde partidas amigáveis, ou diversos tipos de campeonatos (por pontos) e torneios eliminatórios. Alguns já com regras pré-definidas, outros customizáveis no número de equipas disponíveis. Também poderemos criar equipas à nossa imagem e usá-las em várias destas competições.

Os gráficos são do mais simples que existe, porém bastante funcionais.

No que diz respeito aos gráficos, estes são bastante simples, porém muito funcionais. Tal como referi acima as sprites dos jogadores são minúsculas, mas por outro lado também nos permite ter uma visão bastante alargada do campo, o que é bom pois temos sempre uma boa ideia do posicionamento dos jogadores. Para além disso, temos uma grande variedade de equipas nacionais e clubes e, pelo menos das equipas que experimentei, os seus equipamentos parecem-me estar o mais próximo possível dos reais. Já no que toca ao som, os efeitos sonoros são competentes, desde as reacções do público nas jogadas mais perigosas aos apitos do árbitro. As músicas são interessantes e, ao contrário de muitos outros jogos de futebol que lhe seguiram, por defeito ouvimos também uma musiquinha durante as partidas (mas podemos desactivar isto nas opções de jogo se a acharem demasiado distractiva).

Repetições de golos? Check.

Portanto este Sensible Soccer parece-me a meu ver uma conversão bastante interessante do clássico desportivo da Sensible Software, embora eu nunca tenha jogado o original Amiga. O facto de ter sido um jogo tão popular na Europa em geral e Reino Unido em particular, resume-se no simples facto desta versão ter também sido lançada em practicamente todos os sistemas da Sega disponíveis na época: Mega Drive, Mega CD, Master System e Game Gear, para além de versões também para a Gameboy, SNES e Atari Jaguar. A Mega Drive (e não só) viria também mais tarde receber uma nova versão do Sensible Soccer, a International Edition, pelo que esta também poderá ser interessante.