Formula One 2000 (Sony Playstation)

Tempo agora para mais uma rapidinha a um jogo de F1, com mais uma entrada da série Formula 1, outrora publicada pela Psygnosis. Depois do renascimento bem sucedido da série com o Formula One 99 por parte do envolvimento dos também britânicos Studio 33, a mesma equipa preparou também a iteração dos anos seguintes para a Playstation 1, muito possivelmente usando o mesmo motor de jogo de Formula One 99, que sinceramente já era bastante bom. O meu exemplar foi comprado juntamente com o jogo anterior, na feira da Vandoma em Janeiro de 2018, por 4€.

Jogo com caixa e manual

O ponto forte do jogo continua a ser o seu modo Grand Prix, que uma vez mais representa fielmente uma nova temporada de corridas, com os mesmos circuitos, equipas e pilotos que na vida real (e uma vez mais Jacques Villeneuve cedeu os seus direitos de imagem!). Aqui podemos optar por entre conduzir em corridas singulares ou enveredar por uma temporada completa, onde uma vez mais poderemos customizar muitas das mecânicas de jogo, sejam as condições metereológicas, activar ou desactivar funcionalidades como consumo de combustível, desgaste de pneus, implementar regras de bandeiras ou customizar o nível de dano que os carros podem sofrer. No modo temporada, cada corrida é extendida ao longo de três dias, com o primeiro a servir unicamente para practicarmos e ficar a conhecer melhor cada circuito, o segundo fica reservado para a prova de qualificação e por fim temos a corrida em si. Tal como nos anteriores, podemos dispensar estas fases adicionais e avançar logo para a corrida, com a desvantagem de partirmos em último lugar. Mas a grande novidade deste jogo está mesmo no regresso do modo arcade onde teremos muitos desafios para ultrapassar e uma jogabilidade menos exigente.

Agora vamos tendo indicações visuais que nos avisam das curvas que se aproximam

No que diz respeito aos audiovisuais, o jogo parece usar o mesmo motor gráfico do seu antecessor, apresentando os carros e circuitos com um óptimo nível de detalhe gráfico, para uma Playstation. As diferentes condições metereológicas adicionam alguns efeitos gráficos interessantes, não só de partículas com a chuva, mas também de luz e reflexos. De novidade serão mesmo as indicações visuais que vão surgindo no ecrã, avisando-nos das curvas que se seguem. Os menus, que já no jogo anterior tinham sofrido um bom redesign, estão uma vez mais bastante apelativos visualmente e bastante intuitivos. Na parte do som, nada a apontar. As músicas, que existem entre corridas, são bastante agradáveis. No modo arcade podemos ouvir uma música toda mexida e com algumas guitarradas, o que me agrada mais. Já os comentadores, estes agora possuem muitos mais diálogos, pelo que foi mais uma boa melhoria.

Tirando o facto de censurarem os patrocinadores com referências a tabaco ou álcool, é como se víssemos a transmissão televisiva!

Portanto este Formula 1 2000 parece-me uma óptima evolução do seu predecessor, mantendo a excelência nos audiovisuais, e melhorando ainda mais na sua diversidade, ao trazer o modo arcade de volta. Foi seguido pelo F1 2001 cujo teve dois lançamentos distintos: a versão PS1, uma vez mais desenvolvida pelo Studio 33, e a versão PS2 e PC, desenvolvida pela própria Psygnosis, agora renomeada para SCEE Studio Liverpool. Não planeio continuar a coleccionar a série na PS2 em diante, mas a versão PS1 há-de cá parar algum dia.

Shadow of the Beast (Sega Master System)

Voltando às rapidinhas na Master System, vamos ficar agora com um jogo onde já cá trouxe duas das suas conversões, nomeadamente a versão ZX Spectrum e da Mega Drive, que já é mais próxima do original Amiga. Para a Master System, cuja conversão ficou a cargo da TecMagik, estes decidiram mudar algumas coisas nas mecânicas de jogo base. Algumas foram boas ideias, outras nem por isso. O meu exemplar foi comprado no início de Dezembro na Feira da Vandoma no Porto por 15€.

Jogo com caixa e manuais

Ora o que temos então de novo? A principal novidade está num sistema de inventário, que nos permite ir coleccionando os itens e usá-los mais tarde, como chaves para abrir portas, poções mágicas de efeitos diversos, ou mesmo outros itens especiais como uma tocha, uma arma e uma espécie de jetpack que necessitaremos de usar nalguns níveis em específico. A ideia até que é boa, mas poderia estar melhor implementada, pois o inventário é muito limitado e a gestão poderia ser melhor. Isto porque para apanhar um item basta tocar-lhe, e se por um lado algumas poções podem ter efeitos benéficos como regenerar parte da barra de energia ou dar invencibilidade temporária, muitas outras possuem efeitos adversos como trocar os controlos ou perder parte da barra de vida. Portanto não só podemos apanhar itens que não queremos, como depois não temos forma de os tirar do inventário a não ser usá-los. Também temos de ter cuidado para não gastar itens chave antes do tempo!

Graficamente é uma versão bem competente para a Master System, com sprites grandes, detalhadas e alguns efeitos de parallax scrolling

Os controlos também poderiam ser melhores. Tal como nas outras versões, este é um jogo difícil, pois os inimigos surgem rapidamente das margens do ecrã, com pouca margem para reagir e na maior parte do jogo a única arma que temos são os punhos, pelo que teremos de ter um timing muito perfeito para conseguir atacar os inimigos correctamente. Por vezes é mesmo impossível não sofrer dano. Ora este é um daqueles jogos em que o D-Pad para cima serve de botão de salto, o que sinceramente não é uma boa ideia num jogo tão exigente quanto este. Os botões faciais servem para atacar e lançar o menu com o inventário. Sinceramente eu colocaria o inventário no menu de pausa, libertando esse botão para os saltos. É que quando lançamos o inventário o jogo acaba por ficar pausado de qualquer das formas…

Nem todas as poções que encontramos têm efeitos positivos

Mas adiante, a nível gráfico é uma conversão também notável. As sprites são grandes e bem detalhadas, especialmente os bosses, que possuem um design muito interessante, se bem que practicamente não têm animações nenhumas. Os níveis “ao ar livre” possuem um interessante efeito de paralaxe, sendo que de resto acabam por ser algo aborrecidos, pois apenas temos de andar de um lado para o outro, defendendo-nos de ataques inimigos e esquivando de obstáculos. As músicas são bastante agradáveis, a TecMagik conseguiu fazer um excelente trabalho com o chip limitado da Master System e só nos faz pensar no quão bom seria se a Sega tivesse lançado a Master System com suporte ao som FM, tal como o fez no Japão.

De resto esta acaba então por ser uma interessante adaptação do clássico da Psygnosis. A Master System, como um modesto sistema 8bit, acaba por ser algo impressionante do ponto de vista técnico. A inclusão de um sistema de inventário é benvinda, mas a sua execução, assim como os controlos, poderiam ser muito melhores.

Formula One 99 (Sony Playstation)

Para acabar o ano, o artigo de hoje será mais uma rapidinha. Depois do abandono por parte da Bizarre Creations da alçada da Psygnosis, o outrora gigante britânico teve de subcontratar uma equipa para desenvolver o Formula 1 98, jogo esse que teve um desenvolvimento algo atribulado e, apesar de não ser mau de todo, não teve uma recepção tão boa por parte do público. No ano seguinte a Psygnosis recorreu a um outro pequeno estúdio britânico que já havia colaborado com eles no passado, o Studio 33, que acabou por também ficar responsável não só por este, mas pelos seguintes jogos de Formula 1 na primeira Playstation. O meu exemplar foi comprado algures em Janeiro de 2018, numa das minhas idas à feira da Vandoma, tendo-me custado 4€.

Jogo com caixa, manual e um disco bónus com demos

Este jogo é então baseado na época de 1999-2000 de Formula 1, contendo todos os circuitos, equipas e pilotos oficiais dessa época, incluindo pela primeira vez o canadiano Jacques Villeneuve, que não havia cedido os seus direitos de imagem em muitos outros jogos anteriores. A nível de modos de jogo, bom o arcade que esteve presente nos dois jogos anteriores foi completamente à sua vida, pois aqui apenas temos a opção de participar em corridas ocasionais, ou tentar o modo temporada completo, onde teremos de escolher uma equipa e piloto para representar e participar ao longo de toda a temporada de 1999, que inclui um dia de treinos, outro para a prova de qualificação e finalmente a corrida em si.

Graficamente é um jogo muito bem conseguido para uma PS1 e isso nota-se bem no circuito do mónaco, por exemplo

A nível de mecânicas de jogo, os controlos parecem-me estar melhores que no anterior e o jogo oferece imensas opções de customização, não só para activar ou desactivar algumas regras de jogo, como a implementação do sistema de bandeiras ou o número de voltas necessário, bem como outras opções como o desgaste dos pneus, consumo de combustível, o sistema de dano físico nos carros ou mesmo as condições metereológicas. Com isto tudo activado, o jogo torna-se bem mais desafiante pois teremos sem dúvida que fazer uma gestão do carro mais cuidada e ir às boxes ocasionalmente, o que nos poderá causar algumas dores de cabeça. Como seria de esperar podemos também customizar o carro de corrida para corrida.

As diferentes condições metereológicas marcam uma vez mais presença, com bonitos efeitos

A nível de apresentação o jogo deu um passo em frente, a começar logo pelos menus, que estão visualmente muito mais apelativos e intuitivos. Nas corridas em si, não só os carros e as pistas parecem-me ter ainda mais detalhe que nos jogos anteriores, bem como a performance não parece ter sido afectada. O pop-in dos cenários serem “construídos” à nossa frente existe (como é normal em practicamente todos os jogos de consola desta época), mas está muito reduzido. Os comentários continuam presentes e dão outra vida às corridas. Já as músicas, agora temos muito menos que nos jogos anteriores, apenas existem no início e fim do jogo, por algum motivo.

Portanto este Formula 1 99 acabou por se revelar numa boa surpresa. Por um lado retiraram algum conteúdo como a variante arcade, se bem que a Psygnosis iria lançar 2 anos mais tarde um jogo de Formula 1 exclusivamente de mecânicas arcade, por outro lado investiram mais na apresentação do jogo e os seus controlos, resultando numa agradável experiência. É também de referir que este Formula One 99 acabou também por ser lançado no PC, algo que não tinha acontecido no anterior.

Formula 1 98 (Sony Playstation)

Voltando às rapidinhas a jogos desportivos, mas agora na primeira Playstation, vamos ficar com mais um jogo da série Formula 1, publicada pela Psygnosis. Enquanto os 2 jogos anteriores, que tinham sido recebidos com muito entusiamo pela imprensa e público geral, foram desenvolvidos pela Bizarre Creations, estúdio que nos trouxe mais tarde jogos como Metropolis Street Racer para a Dreamcast e a série Project Gotham Racing para as consolas Xbox, por esta altura eles decidiram desvincular-se da Psygnosis pelo que o estúdio britânico teve de arranjar um outro estúdio para desenvolver este novo jogo. O mesmo acabou entregue à Visual Sciences, que não teve muito tempo para acabar o jogo. O meu exemplar foi comprado no mês passado na loja Games ‘n Stuff, tendo-me custado uns 4€.

Jogo com caixa e manual

No que diz respeito aos modos de jogo, este Formula 1 98 herda os mesmos do seu predecessor, pois tanto podemos correr em corridas singulares, experimentar os desafios do modo arcade, ou uma temporada completa, onde começamos por escolher um piloto e equipa e teremos de enfrentar todos os circuitos da temporada de Formula 1 de 1998, onde infelizmente o nosso do Estoril já não estava presente. Todas as pistas, construtores e pilotos estão devidamente licenciados, excepto uma vez mais o Jacques Villeneuve, que já tinha os seus próprios direitos de imagem, sendo aqui representado como “Williams Driver 1”.

Tal como o seu predecessor, temos efeitos meteorológicos e de dano nos carros

No que diz respeito ao multiplayer, este agora permite até 4 jogadores em simultâneo, com recurso ao multi tap ou a cabos de ligação entre 2 Playstations. No modo Grand Prix, antes de competir em cada circuito podemos não só participar em provas de treino, qualificação e por fim as corridas em si, como também poderemos customizar vários detalhes do nosso carro. Nas opções poderemos ainda customizar mais o jogo em si, como a randomização de condições metereológicas, activar ou desactivar o desgaste de pneus, consumo de combustível ou os danos nos carros.

O modo arcade é bastante divertido, onde acima de tudo temos de passar nos vários checkpoints dentro do tempo limite.

A nível gráfico, bom os circuitos continuam com um nível de detalhe bastante competente, mas ainda com vários problemas de pop-in, o que era normal nas consolas desta geração. Os cenários e carros, no entanto parecem-me ter um pouco menos de detalhe do que no jogo anterior, pois a Visual Sciences decidiu refazer um motor gráfico do zero, em vez de reaproveitar o mesmo que a Bizarre Creations já tinha construído. No que diz respeito à parte sonora, temos uma vez mais os mesmos comentadores britânicos a mandarem os seus bitaites e algumas músicas nos menus e afins.

Portanto este Formula 1 98 parece ser mais um sólido simulador de Formula 1 para a velhinha Playstation, embora a troca de developer pareça ter causado alguns estragos no seu desenvolvimento.

Formula 1 97 (Sony Playstation)

Voltando às rapidinhas, vamos agora para um conhecido jogo de corridas na Playstation. Depois do sucesso do Formula 1 original, que foi desenvolvido pela Bizarre Creations e publicado pela Psygnosis, naturalmente que uma sequela estaria em cima da mesa, algo que aconteceu logo no ano seguinte com este Formula 1 97. O meu exemplar foi comprado algures no mês passado de Maio, veio da loja Mr. Zombies e custou-me 4€.

Jogo com caixa e manual

Este jogo aborda a temporada de 1997 na Fórmula 1, onde o nosso circuito do Estoril ainda marcava a sua presença. Temos todas as equipas e pilotos oficiais dessa temporada, excepto o Jacques Villeneuve da Williams, que tinha copyrights próprios da sua imagem, tendo sido substituído por um piloto genérico. Sinceramente não me recordo se isso já tinha ocorrido no jogo anterior, mas lembro-me de outros jogos da mesma época que tiveram o mesmo problema.

A informação que vemos no ecrã é muito idêntica ao que veríamos na TV

De resto, para além de corridas singulares e multiplayer que agora nos permite jogar em split screen, eu diria que este F1 97 possui 2 modos de jogo principais: o Arcade e Campeonato. O primeiro é sem dúvida o meu preferido, onde temos a possibilidade de participar numa série de pistas que diferem mediante o grau de dificuldade escolhido. Assim que começamos uma corrida, isto é mesmo arcade, pouco temos a customizar no carro e o que conta é ir passando os checkpoints antes do relógio em contagem decrescente chegar a zero. Competir no modo arcade e completá-lo em diferentes graus de dificuldade desbloqueia-nos novas pistas.

Aqui quando chove, chove a sério!

O modo campeonato é aquele que os fãs de simulação vão sem dúvida perder mais tempo. Aqui escolhemos um piloto para representar e teremos toda uma temporada de F1 pela frente. Os carros podem ser altamente customizados, assim como as corridas em si, desde o número de voltas, passando pelas condições atmosféricas que podem ser completamente aleatórias ou não. Aqui devo dizer que os menus e apresentação geral deste jogo poderiam ter sido melhores conseguidos. A informação está dispersa de forma confusa e caso tenhamos a metereologia aleatória seria bom saber antes de começar uma corrida ou prova de qualificação quais as condições atmosféricas, para pelo menos escolhermos os pneus certos.

Para quem não for fã de simulação temos sempre a hipótese de experimentar o modo arcade

A nível audiovisual era um jogo impressionante para a época e melhorou face ao seu antecessor quanto mais não fosse pelos efeitos metereológicos, e sistema de dano que poderia deixar os carros a largarem algumas peças na pista após colisões mais feias. Os circuitos em si estão muito bem detalhados para a época, embora se note bastante pop-in dos cenários a serem construídos à nossa frente. Felizmente a pista está quase sempre construída, pois a menos que sejam aficcionados do desporto e conheçam os circuitos muito bem, sinto a falta de um mapa que nos indique a posição na pista. Mas pronto, isto é suposto ser um simulador… De resto nada a apontar para os efeitos sonoros, nem para os comentários que me parecem competentes. E mais uma vez temos comentadores em várias línguas, o que é um ponto interessante. Não sei qual a qualidade dos outros, mas nos ingleses nada a apontar! No que diz respeito às músicas, estas só se ouvem em menus e afins e são uma mistura de temas rock, repletos de guitarradas como eu gosto, passando por música electrónica e outras faixas mais ambientais.

Portanto, se forem fãs de simuladores de Fórmula 1 e tiveram uma Playstation na segunda metade da década de 90, é muito provável que este jogo vos tenha agradado bastante! Parece-me uma boa sequela, melhorando várias coisas face ao original, e estou curioso para ver como evoluiu a série no Formula 1 98.