Ferrari F355 Challenge (Sega Dreamcast / Sony Playstation 2)

F355 Challenge PS2O artigo de hoje é mais uma rapidinha, embora o jogo em questão até merecesse um artigo bem mais extendido. Mas como não sou o maior fã de jogos de simulação, até porque pouco percebo do assunto, prefiro não me alongar muito. O Ferrari F355 Challenge é um jogo como muitos outros da Sega, e em especial de Yu Suzuki, com origens nas arcades. Mas ao contrário de outras pérolas como Out Run ou Daytona USA, o foco deste jogo não era o prazer de uma condução descompromissada e repleta de emoções fortes, mas sim algo bem mais próximo do realismo possível. Tanto que, em versões deluxe da arcade cabinet deste jogo, teríamos um colosso com 3 monitores para simular a visão lateral, para além de toda a parafernália habitual como volantes, pedais e mudanças. Eventualmente o jogo acabou por ser convertido para a Dreamcast onde lhe foram adicionados mais uns quantos circuitos e, mais tarde, quando a Sega descontinuou a sua última consola, uma versão para a PS2 também foi lançada. Felizmente tenho 1 exemplar de ambas as versões caseiras. A da Playstation 2 foi a primeira que arranjei e sinceramente já nem me lembro onde foi nem quanto custou, pois comprei-a há bastante tempo. A versão Dreamcast foi bastante barata, pois foi comprada num bundle com uma consola, comandos e vários jogos por apenas 15€.

Versão Dreamcast com caixa e manual
Versão Dreamcast com caixa e manual

Este artigo vai-se focar em ambas as versões, pois há poucas diferenças entre as mesmas. A versão PS2, para além de ter uma interface de menus completamente redesenhada, mantêm practicamente os mesmos modos de jogo e circuitos, acrescentando algum conteúdo bónus desbloqueável, como imagens e vídeos promocionais da própria Ferrari, incluindo um scan completo ao folheto de catálogo do Ferrari F355. Mas voltando ao jogo em si, o mesmo é influenciado pela competição da própria Ferrari, que teve as suas origens em pequenas competições, colocando os donos dos seus carros a correrem entre si em circuitos reais. Neste jogo, apenas iremos encontrar o modelo F355 para conduzir, já com alguns aninhos em cima, mas ainda bem a tempo do seu lançamento original nas arcades, em 1999.

F355 Challenge - Sony Playstation 2
Jogo com caixa, manual e papelada, para a PS2

Entrando no modo arcade, poderemos conduzir em qualquer circuito na versão PS2 (enquanto na versão Dreamcast teríamos de os desbloquear) e como qualquer jogo arcade que se preze, corremos sempre em contra relógio, mas sendo este um jogo com grande foco na simulação, depressa vemos que afinal não conseguimos chegar a lado nenhum jogando mais à toa. É para isso que servem os modos de jogo adicionais antes de entrar no arcade propriamente dito, o Training e o Driving. No primeiro temos desenhada na pista a trajectória óptima, bem como vamos ouvindo o “narrador” a indicar algumas dicas de como travar, onde travar e acelerar, etc. O modo Driving já nos coloca a conduzir sozinhos no mesmo circuito sem qualquer tipo de ajuda e por fim lá teremos o Racing onde temos de mostrar do que somos feitos. Temos também o Championship onde somos largados numa série de 6 corridas em diferentes circuitos e competir pelo melhor número de pontos. Antes de cada pista podemos conduzir algumas voltas de teste para conhecermos o circuito, bem como alterar algumas das características do carro para melhor nos ambientarmos à pista. No multiplayer temos também o modo versus para 2 jogadores em split screen, enquanto que a versão japonesa da Dreamcast também permitia corridas online. Para além disso a versão Playstation 2 possui também o “Great Driver Challenge” que é na verdade um grande desafio onde somos recompensados com pontos por uma condução exemplar ao aproveitar os túneis de vento e optimizar as curvas, sendo penalizados por sair da pista ou embater nos carros oponentes. É este modo de jogo que nos vai desbloqueando a galeria.

Aquele radarzinho no centro do ecrã dá muito jeito para evitar que sejamos ultrapassados
Aquele radarzinho no centro do ecrã dá muito jeito para evitar que sejamos ultrapassados

Depois, para além da física realista que o jogo inclui, bem como um impressionante sistema de replay e dados estatísticos da nossa performance que certamente apenas interessam aos mais ávidos condutores, o jogo possui também algumas ajudas que poderão ser activadas ou não, mediante o grau de dificuldade escolhido. Dessas ajudas estão nomes conhecidos como ABS, ou sistemas de controlo de estabilidade ou tracção, que pelos vistos podem igualmente ser activados ou desactivados no carro real, ou assim a Internet me diz. Outro completamente fictício é o Intelligent Braking System que ajuda bastante no momento de fazer as curvas. Mas claro, sendo este um simulador, isso só estraga a experiência.

O jogo possui o sistema "Magic Weather", que na realidade pouco muda para além da iluminação e nuvens no céu
O jogo possui o sistema “Magic Weather”, que na realidade pouco muda para além da iluminação e nuvens no céu

No que diz respeito aos audiovisuais, o lançamento original era graficamente impressionante. A adaptação para as consolas domésticas não deixa de ser também um bom trabalho, embora se note mais alguns serrilhados na versão PS2 devido à falta de anti aliasing, algo que acaba por ser compensado com o suporte a wide screen. A banda sonora é mesmo ao meu gosto, repleta de temas hard rock / heavy metal clássico, bem como outras músicas um pouco mais discretas, mas com aqueles leads de guitarra como a Sega sempre nos habituou nos seus títulos arcades dos anos 90.

Great Driver Challenge é uma das novidades trazidas na conversão da Playstation 2
Great Driver Challenge é uma das novidades trazidas na conversão da Playstation 2

Em suma, este Ferrari F355 Challenge é um jogo apenas para os mais pacientes e para os amantes de simulação automóvel. Reza a lenda que o próprio Ferrari F355 de Yu Suzuki foi usado durante o próprio desenvolvimento do jogo, pelo que sempre teve a fama de ser um simulador bastante fiel para a época em que foi lançado. Mas tendo só o F355 como opção disponível é algo que certamente irá deixar muita gente desapontada.

Virtua Cop: Elite Edition (Sony Playstation 2)

Virtua CopContinuando pelas rapidinhas da PS2, o título que cá vos trago hoje é uma compilação de dois light gun shooters que fizeram as delícias na minha infância/adolescência. Adorava jogar Virtua Cop nas arcades e também na Sega Saturn, embora vim a ter as versões Saturn na minha colecção muito mais recentemente. Para além dessas, foi lançado para a PS2 esta compilação que traz versões melhoradas dos dois clássicos, em conjunto com mais algum material bónus (mas não se entusiasmem muito com isso). O meu exemplar foi comprado na Cash Converters de Alfragide por cerca de 2€ há uns meses atrás.

Virtua Cop Elite Edition - Sony Playstation 2
Jogo completo com caixa e manual

Essencialmente, os jogos são muito similares às versões Sega Saturn do Virtua Cop e Virtua Cop 2, pelo que recomendo a leitura dos artigos respectivos. A diferença está mesmo nos gráficos que foram bastante melhorados mesmo relativamente às versões originais de arcade, que já por si eram mais bem detalhadas que as versões que acabaram por sair para a Sega Saturn. Mas ainda assim não esperem por gráficos do outro mundo, pois a PS2 é capaz de fazer melhor. Para além disso, adicionaram também um modo de treino com galerias de tiro e uma galeria com artwork desbloqueável ao longo dos 2 jogos, geralmente ao disparar sobre objectos estranhos, ou em bandidos que apareçam a correr de um lado para o outro em plano de fundo, cuja mira automática do jogo não os foca. Mas esse artwork é tudo imagens promocionais de ambos os Virtua Cop da sua época com aquelas CGIs primitivas, pelo que não esperem por nada fora de série. As músicas continuam com aquele feeling muito característico dos jogos arcade da Sega AM2, algumas mais rockeiras e com belas melodias de guitarra que eu sempre gostei.

Graficamente é um pouco melhor que os originais, mas a PS2 é capaz de mais.
Graficamente é um pouco melhor que os originais, mas a PS2 é capaz de mais.

Posto isto, este Virtua Cop Elite Edition acaba por ser uma compilação interessante a quem gostar de light gun shooters, em especial para quem não tiver acesso aos originais. Isto porque não trazem nada de muito novo para quem já se habituou aos originais, para além dos gráficos melhorados e dos extras de modo de treino e artwork desbloqueável. Ou seja, continuam jogos bastante curtos. E apesar de suportarem a G-con 2, é pena que não suportem também a primeira G-Con, como vários outros light gun shooters da PS2 suportam.

Ghost Squad (Nintendo Wii)

Ghost SquadDesta vez lá tirei algum pó à Wii, e sinceramente nem sei porque a deixei desligada tanto tempo, com tanta coisa boa que tenho para jogar do seu catálogo. Bom, na verdade sei, o Wiimote e Nunchuck acabam por se tornar bastante desconfortáveis ao fim de meia hora de jogo, mas neste caso como é um light gun e apenas usei o Wiimote, acabou por ser bem mais divertido. Não é por acaso que a Wii recebeu uma série de light gun games da Sega, inclusivamente compilações de alguns clássicos de arcade como a série The House of the Dead, ou Gunblade N.Y./L.A. Machineguns.  Este meu exemplar veio da CEX de Gaia, algures no mês de Novembro ou Dezembro do ano passado. Custou-me 5€.

Ghost Squad - Nintendo Wii
Jogo completo com caixa, manual e papelada

E ao contrário do que o nome do jogo indica, este não é propriamente um jogo onde andemos à caça de fantasmas, mas sim pertencemos a um grupo de elite que luta contra ameaças terroristas. No modo arcade dispomos de 3 níveis diferentes para atravessar, no primeiro temos de invadir uma mansão onde o Presidente Norte Americano mais alguns líderes mundiais estavam a ser feitos reféns, o segundo é passado inteiramente a bordo do Air Force One, onde mais uma vez temos de resgatar o presidente norte-americano. Já o último nível é passado numa floresta tropical, onde temos de resgatar um CEO de uma grande empresa que tinha sido raptado por guerrilheiros… mas apesar de termos só 3 níveis para explorar, os mesmos vão sendo bastante dinâmicos e repletos de caminhos alternativos. É que para conseguirmos completar o jogo a 100% teremos mesmo de o jogar várias vezes, pois vamos desbloqueando outros caminhos alternativos, para além de novos uniformes ou armas que podemos usar.

Uma das opções é a de não vermos a mira no ecrã, tornando-se mais difícil mas também mais recompensador em pontos
Uma das opções é a de não vermos a mira no ecrã, tornando-se mais difícil mas também mais recompensador em pontos

Quando me refiro a níveis dinâmicos é porque existem alguns segmentos com alguns mini-jogos, que, com as suas mecânicas de jogo diferente lá quebram um pouco a monotonia. Se bem que monotonia não é a palavra certa pois com tanto tiroteio e câmaras dinâmicas, este jogo não é nada monótono. Esses referidos mini jogos consistem em coisas como combates corpo a corpo onde temos de apontar o wiimote para uma certa parte do corpo dos agressores e carregar no A,  ou desactivar bombas onde temos de cortar fios coloridos por diferentes ordens, desactivar minas terrestres, salvar reféns entre outros. Também ocasionalmente podemos ter segmentos jogados com visão nocturna ou térmica.

Depois ainda há mais conteúdo adicional… ao completar o modo arcade somos presenteados com pontos de experiência que por sua vez desbloqueiam novas armas e uniformes, e a cada vez que completemos um dos níveis com sucesso desbloqueamos uma versão mais complicada do mesmo. Para além disso e de um modo de treino, temos ainda o Party Mode, que nos permite multiplayer com até 4 jogadores, enquanto a versão arcade permite apenas dois. E dentro do Party mode podemos desbloquear dois modos de jogo adicionais: o Ninja mode que substitui as nossas armas e vestimentas por shurikens e um fato de ninja respectivamente. O mesmo acontece com os inimigos e decorações que parecem todas retiradas do Japão Feudal. A injustiça é que os inimigos estão na mesma equipados com metralhadoras… O outro modo é semelhante a este mas é chamado de Paradise Mode. Qual a diferença? Todos os nossos inimigos, excepto os bosses, são raparigas de bikini. E nós estamos equipados com pistolas de água na forma de golfinhos. Nas cutscenes fica hilariante, assim como nos bosses que também se apresentam vestidos de uma forma no mínimo bizarra.

Como não poderia deixar de ser, no final de cada nível temos um boss para enfrentar
Como não poderia deixar de ser, no final de cada nível temos um boss para enfrentar

No que diz respeito aos audiovisuais, bom, é um jogo de Wii! Acho que apresenta cenários bem detalhados para uma consola que para todos os efeitos tecnicamente é equiparável à geração sua predecessora. Em especial a primeira missão na mansão, onde todas as divisões apresentam-se bem compostas e repletas de objectos que podem ser destruídos, desde janelas, monitores, taças de fruta ou garrafas de vinho, por exemplo. Obviamente que no meio da selva já não temos tanta interacção assim, já no Air Force One não sei pois nunca estive num! As músicas têm um ritmo sempre acelerado, tal e qual como se quer num jogo arcade deste género, e geralmente têm todas uma sonoridade mais electrónica. Quanto ao voice acting, é tradição em light gun shooters o mesmo ser o pior possível, mas sinceramente neste Ghost Squad nem achei muito mau.

Benvindos ao Paradise mode. Aquele ser ali no meio é o segundo boss.
Benvindos ao Paradise mode. Aquele ser ali no meio é o segundo boss.

Ainda me faltam jogar uns quantos light gun shooters na Wii, mas devo dizer que fiquei bastante satisfeito com este Ghost Squad. A Sega ainda tinha mais uns quantos que poderia também ter lançado na Wii, foi pena que tal não tenha acontecido com o Confidential Mission ou o Virtua Cop 3, por exemplo.

Virtua Cop 2 (Sega Saturn)

Virtua Cop 2Se tudo correr bem, o artigo de amanhã já será algo mais detalhado, mas enquanto isso não acontece, cá vos deixo com mais uma rapidinha a um outro clássico das arcades, o lightgun shooter da Sega, Virtua Cop 2. Bom, de momento tenho 2 caixas para um único disco. A caixa normal dos jogos da Saturn foi comprada na feira da ladra em Lisboa, já há por aí 2 anos, vinha com um manual e vários discos de Saturn lá dentro e custou-me 2€. Com a gula levei o jogo mas depois percebi que nenhum dos 3 discos de Saturn que lá estava era o Virtua Cop 2 (para os curiosos os outros discos eram jogos comuns como o Tomb Raider ou International Victory Goal). Isso fez-me procurar um outro exemplar, que acabei por encontrar alguns meses depois. Foi um negócio do OLX onde por 15€ trouxe o Virtua Cop 2 em edição jewel case, uma Virtua Gun (não na foto, mas apenas a pistola sem caixa) e ainda um cartucho de um jogo de NES.

Virtua Cop 2 - Sega Saturn
Jogo com caixa (uma de cada versão) e manual europeu.

E em que consiste este Virtua Cop 2? Na verdade é mais um bom exemplo de como uma sequela deve ser. É um on-rails lightgun shooter como o seu predecessor, também repleto de acção, mas que acaba por fazer tudo um bocadinho melhor. A jogabilidade mantém a mesma fórmula: somos nós contra um exército de mafiosos que andamos aos tiroteios em vários locais, sempre com reféns e outros civis a atrapalharem. As melhorias, para além dos gráficos que já os irei referir mais à frente, estão precisamente na câmara que está mais cinematográfica, uma maior interactividade com os cenários, pois para além de podermos partir vidros de carros e estourar com barris de combustível estrategicamente colocados, podemos também disparar para uma série de outras coisas, desde monitores, placas de trânsito, candeeiros, caixotes, entre outros. Qual o objectivo? Encontrar itens secretos como vidas extra, outras armas como metralhadoras, revólveres automáticos, uma caçadeira, entre outros. As mecânicas de tiro são iguais. Por defeito cada bandido tem um “lock on sight” que vai mudando de cor de verde para vermelho consoante vão-se preparando para disparar. Ocasionalmente também podemos escolher qual o caminho queremos seguir, o que lhe dá alguma margem de manobra para voltarmos a jogá-lo e explorar outros caminhos.

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Tal como no anterior, temos 3 níveis à escolha que podemos completar em qualquer ordem

De resto, tal como no jogo anterior, para além dos 3 níveis que podemos escolher onde teremos um boss no final do mesmo, ainda temos um outro boss para enfrentar quando conseguirmos finalizar os 3 níveis… sinceramente gostaria que fosse um nível mais comprido como os outros três, mas paciência. De resto esses mesmo níveis são variados, apresentando diferentes cenários urbanos e desses alguns em movimento, como uma perseguição automóvel ou um “assalto” a um comboio carregado de bandidos. Graficamente é um jogo que se apresenta com um 3D bem competente e bem detalhado para a sua época. Obviamente que a versão arcade é ainda mais bonitinha, mas para uma Saturn não está nada mal! A AM2 sabia o que fazia! As músicas são variadas e agradáveis, mas prefiro aqueles temas mais rock que a Sega por vezes incutia nos seus jogos arcade desta época.

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Acção é coisa que não falta neste jogo!

No fim de contas, Virtua Cop 2 é um grande clássico dos light gun shooters, e um bom exemplo de como uma sequela deve ser, ao melhorar todos os pontos do original e ainda trazer uma ou outra coisa nova. Fico à espera de ver o Virtua Cop 3 um dia destes nalguma consola, nem que seja lançamento digital.

Virtua Cop (Sega Saturn)

Virtua CopJá há vários anos que andava à procura do primeiro Virtua Cop para a Saturn. É certo que o ebay tem lá toneladas deles à venda, mas eu preferia encontrá-lo a um bom preço por cá, e foi o que acabou por acontecer no mês passado, ao tê-lo comprado a um particular no OLX. Ficou-me por 5€ se não estou em erro. É a versão que vinha em conjunto com a Virtua Gun, daí ter a caixa em jewel case. Obviamente que prefiro a versão standalone mas a seu tempo há-de ser substituída.

Virtua Cop - Sega Saturn
Versão do jogo em jewel case, apenas com caixa e capa. A pistola não ficou na foto.

Virtua Cop é um dos primeiros jogos lightgun completamente em 3D poligonal, tendo o seu lançamento original nos sistemas Model 2 na arcade algures durante o ano de 1994. Esta é uma era da Sega pela qual eu guardo memórias muito especiais, com jogos como Sega Rally, Daytona USA, Virtua Fighters e os Virtua Cops a fazerem parte da minha infância. Este primeiro Virtua Cop ainda é um jogo bastante simples e sem grandes novidades a nível de mecânicas de jogo. Encarnamos nuns polícias que têm de combater uma série de mafiosos ao longo de 3 níveis que decorrem numa cidade qualquer e tudo o resto é o habitual: acertar nos bandidos antes que eles acertem em nós! Eventualmente lá veremos alguns civis inocentes que temos de fazer os possíveis por não os atingir (resultando na perda de uma vida se isso acontecer), só é pena é que muitas vezes eles façam questão em aparecer nos momentos mais inoportunos e mesmo só para atrapalhar.

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Virtua Cop é a típica experiência arcade da SEGA dos anos 90: short and sweet

De resto, para além do revólver normal que temos de ter o cuidado em recarregar regularmente e naqueles segundos livres que vamos tendo para respirar, poderemos também encontrar outras armas como uma shotgun, metralhadora ou uma magnum, quer sejam deixadas por algum inimigo, ou por termos disparado em algum objecto no ecrã. Infelizmente basta perder uma vida para ficarmos sem a arma! Mas também tal como referi acima, existe alguma interactividade com os cenários, onde podemos partir vidros de carros ou rebentar com barris de combustível, que como sempre estão estrategicamente colocados para rebentarem com um conjunto de bandidos. Os níveis são apenas três e sem caminhos secundários, o típico de um jogo arcade daquele tempo.

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O esteriótipo do lenhador não é de agora, pois já em 1994 haviam barbudos a atirarem-nos com machados

A nivel técnico é ainda um jogo com um 3D muito rudimentar. Não tem o mesmo nível de detalhe de um Virtua Fighter 2 que também usa a Model2 como base, mas também é normal pois jogos desse género apenas têm de se preocupar em apresentar 2 lutadores bem detalhados no ecrã, com os cenários a não terem o mesmo destaque. Mas não é nada mau para um jogo de 1994! As explosões ou transparências de vidros dos carros nota-se que são muito fraquinhas, em especial nas cutscenes, que preferiram colocar “reflexos de nuvens” nos vidros, mas de uma forma em que não resultou lá muito bem. As músicas são competentes, mas prefiro aqueles temas mais rock que outros jogos da AM2 e da Sega em geral nas arcades tinham.

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Por defeito temos activado este aviso da localização dos inimigos. O círculo vai avançando de verde para vermelho consoante os bandidos se vão preparando para atirar

Concluindo, este primeiro Virtua Cop é um jogo ainda bastante simples, apenas com 3 níveis lineares com bosses no final. Mas tendo em conta que é um jogo de 1994 e nessa altura as conversões para arcade ainda eram bastante simples e sem grande conteúdo exclusivo, não deixa de ser um clássico!