Steins;Gate Elite (Sony Playstation 4)

Vamos a mais uma rapidinha, desta vez para a Playstation 4 para aquele que é um remake de uma das visual novels mais interessantes que tive o prazer de jogar. O Steins;Gate original, uma visual novel com a temática das viagens fez bastante sucesso de tal forma que chegou a originar um anime que contava a mesma história do jogo. Este Elite é então um remake que conta a mesma história, mas agora com cenas do próprio anime, em vez das típicas imagens estáticas que geralmente nos são proporcionadas por este tipo de jogos. A história e mecânicas de jogo são semelhantes, pelo que recomendo a leitura da minha opinião da versão PS3 do lançamento original. O meu exemplar deste Elite foi comprado numa CeX algures no passado mês de Agosto por 12€, creio.

Jogo com caixa

Ora aqui temos na mesma a narração da aventura de Okabe Rintaro e seus amigos, que por acidente constroem uma espécie de máquina do tempo. As interacções que vão tendo com esta máquina vão ter repercussões no passado e o presente acaba por ser todo reconstruído, sempre de forma surpreendente e com repercussões de “efeito de borboleta” que ninguém estaria à espera. Eventualmente tropeçam também numa grande conspiração onde o SERN (CERN) estaria também a investigar a tecnologia de máquinas do tempo em segredo, com planos de controlar o mundo no futuro. A narrativa inicialmente irritava-me um pouco pela personalidade excêntrica de Okabe, a personagem principal, mas when shit hits the fan, as coisas ganham proporções épicas e isso devo dizer que gostei bastante. Esta versão mantém a história do original quase intacta, tendo sido retiradas algumas partes de certos finais alternativos, mas nada de muito relevante se perdeu. Ainda assim, este é um jogo para perdermos umas boas dezenas de horas, até porque temos uns quantos finais distintos para alcançar se assim o desejarmos.

As animações em vez de backgrounds estáticos dão uma outra vida à narrativa

No que diz respeito às mecânicas de jogo, bom, este é um visual novel, pelo que apenas temos de ler texto na maior parte do tempo. O original tinha um grande foco no uso do telemóvel para ler/enviar mensagens ou receber/fazer chamadas e era aí que poderíamos tomar decisões que levariam a história para finais distintos. Essas mecânicas foram agora um pouco simplificadas na medida em que já não podemos consultar o telemóvel sempre que quisermos. Mas sim é o próprio jogo que pára a história e nos mostra o telemóvel sempre que necessário para tomar acções, ou ignorá-las. Do ponto de vista audiovisual, o jogo possui o mesmo voice acting que me pareceu bem competente já no jogo original. Já da parte gráfica, bom, agora com vários clips do anime a acompanhar a narrativa já lhe dá de facto um outro dinamismo. Era bom que o primeiro já fosse assim, mas compreendo perfeitamente que o budget necessário para este nível de apresentação já seja outro.

A interface com o telemóvel foi simplificada, agora apenas o usamos quando o jogo bem entender

Portanto este Steins;Gate Elite é, para mim, a melhor maneira de apreciar esta história actualmente (devo dizer que não vi o anime). A apresentação bem mais dinâmica com sequências de animação é um ponto positivo que pesa bem mais que o facto de terem feito ligeiros cortes na história em si.

Psycho-Pass: Mandatory Happiness (Sony Playstation 4)

Mais uma rapidinha a uma visual novel, desta vez para a PS4. Tal como o Xblaze: Code Embryo, este jogo também o comprei um pouco às cegas, mas desta vez infelizmente acabou por me desiludir bastante. Mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado online no site da NIS Europe algures durante o mês de Maio, tendo-me custado 8 libras.

Jogo com caixa e folheto publicitário do anime

Baseado no anime do mesmo nome, o jogo decorre no futuro, num Japão completamente isolado do mundo exterior. De forma a proteger os seus habitantes, o país está repleto de sistemas informáticos que estão constantemente a monitorizar os seus cidadãos e recolher dados biométricos que testam a sua sanidade mental e um coeficiente criminal. Se este for suficientemente alto, os cidadãos são considerados potenciais criminosos e serão apreendidos pelas autoridades, preferencialmente antes de cometer qualquer crime. Um pouco como no Minority Report! Nós iremos encarnar num de 2 detectives locais e ir desvendando alguns crimes, que por sua vez estarão ligados entre si e terão uma grande conspiração por detrás. Ora com esta sinopse, e com o visual mais maduro dos design das personagens, eu estava à espera de uma aventura mais negra e cyberpunk, o que acaba por não ser bem o que acontece. Apesar de serem tocados nalguns pontos sempre interessantes, principalmente porque estamos a caminhas a passos largos para uma vida em constante vigilância pelo Big Brother, a história acaba por ser mais ligeira do que eu esperava.

Antes de começar a aventura, temos de escolher qual o protagonista que queremos controlar

Mas o que mais me desiludiu, e tendo em conta que o jogo foi desenvolvido pelos mesmos criadores do Steins;Gate, é o facto de pouca coisa mudar na história mediante as diferentes ramificações que vamos explorando. Na minha primeira playthrough até gostei bastante, e ao longo do jogo teremos imensas escolhas para fazer que nos irão levar ultimamente a diversos finais distintos. Mas, apesar de introduzirem alguns textos e/ou cenas extra pelo meio (e claro, o final), o fio condutor da história principal permanece sempre o mesmo. Mesmo tendo em conta que podemos jogar com 2 personagens diferentes, a história também acaba por ser a mesma, mas com alguns pontos de vista distintos. Para além disso, quando exploro as diferentes ramificações em visual novels, costumo usar e abusar da funcionalidade de skip, que nos permite avançar texto que já tenhamos lido em playthroughs anteriores. Mas infelizmente, e principalmente no último capítulo, o skip nem sempre funciona, mesmo que 90% do texto que vamos ler seja idêntico a outras ramificações. É certo que nas opções podemos activar o force skip, que avança qualquer texto, tenha sido já lido ou não. Mas como eu quis ler as diferenças, isto acabou por tornar o jogo bem mais longo do que eu pretendia!

Visualmente a arte até que é bastante apelativa, embora eu estivesse à espera de algo mais dark.

De resto, para além da história que possui imensos finais distintos para alcançar, também temos um puzzle game para ir jogando quando nos apetecer. É daqueles típicos onde temos de juntar blocos da mesma cor e os pontos que vamos ganhando servem para “comprar” algum conteúdo de bónus assim que os desbloquearmos na aventura principal, nomeadamente alguns ficheiros de audio e sketches da arte do jogo. Ainda gastei umas valentes horas aqui também, só mesmo para conseguir desbloquear tudo o que o jogo tem para oferecer.

Ao longo do jogo teremos várias escolhas para fazer, que irão abrir diferentes ramificações na história e contribuir para um final específico.

A nível audiovisual, é um jogo que me deixa com uma opinião dividida. Os visuais são muito clean, futuristas e bem desenhados. Embora eu estava à espera de uma aventura mais noir, não posso dizer que não tenha gostado da direcção artística. Mas confesso que estava à espera de ver mais algumas animações no ecrã. Para além de expressões faciais, as personagens ficam estáticas no ecrã e nem sequer temos qualquer cutscene, o que é estranho pois o jogo é baseado num anime. O Xblaze que cá trouxe recentemente continua na linha da frente nesse campo! No que diz respeito ao som, nada a apontar ao voice acting que está totalmente em japonês tal como é suposto. As músicas são bastante diversificadas entre si, com algum rock, electrónica ou mesmo uns temas mais dark jazz que me agradaram bastante!

Portanto este Psycho-Pass Mandatory Happiness é uma visual novel que acaba por me desiludir, principalmente por ter sido desenvolvida pela mesma empresa que nos trouxe o Steins;Gate. Apesar de termos imensas escolhas para fazer (a começar por 2 personagens jogáveis) e vários finais para alcançar, a narrativa nunca diverge tanto quanto isso, o que torna o trabalho de alcançar os restantes finais mais frustrante sem necessidade.

Steins;Gate 0 (Sony Playstation 4)

Depois de ter terminado o Steins;Gate original, não perdi muito tempo a começar a sua sequela. A nível de mecânicas de jogo é muito semelhante ao seu predecessor, pelo que este artigo será mais uma rapidinha. O meu exemplar foi comprado numa CeX na zona do Porto, algures no final de Outubro de 2018, tendo-me custado na altura uns 8€.

Jogo com caixa

Portanto este jogo decorre algures num futuro alternativo, onde Okabe falha o seu objectivo principal, se jogaram o primeiro jogo para obter o True Ending, sabem do que estou a referir. Então aqui controlamos um Okabe Rintaro bastante desolado e deprimido, frustrado pela sua impotência em mudar as coisas e torna-se agora uma pessoa mais séria, sem ceder às loucuras da sua persona Hououin Kyouma (só por isso já começo a gostar do jogo!). Decide ir para a faculdade e estudar, mas uma vez mais o destino prega-lhe uma partida. Agora para além de lidar com viagens no tempo ou alterações da linha temporal, também temos uma Inteligência Artificial super sofisticada para lidar e que irá ter um papel fulcral na história. É o máximo que consigo dizer sem spoilar a história.

Estás no jogo errado, Okabe

No que diz respeito à jogabilidade, esta é exactamente igual à do primeiro jogo. Estamos então portanto perante uma Visual Novel com carradas de texto para ler (não é tão longa como o primeiro jogo mas não anda longe disso), onde ocasionalmente teremos de tomar algumas decisões que irão decidir os eventos futuros e levar-nos a um de vários finais possíveis. Essas decisões envolvem uma vez mais as interacções que vamos tendo com o telemóvel ao aceitar/rejeitar certas chamadas telefonicas chave, bem como ler e responder a mensagens. Mas desta vez estas decisões levam a ramificações na história bastante díspares entre si! E se chegarmos ao verdadeiro final, apercebemo-nos que uma sequela deverá estar a caminho.

No que diz respeito aos audiovisuais, uma vez mais para quem jogou o primeiro jogo ou está habituado a VNs já pode ter uma ideia do que esperar aqui. Ou seja, vamos ter várias imagens estáticas das personagens com quem vamos interagindo, com as suas expressões faciais e posturas a mudarem conforme os diálogos vão decorrendo, com algumas imagens mais trabalhadas a surgirem ocasionalmente. É um jogo muito estático e confesso que numa PS4 estava à espera que a 5pb se tivesse esmerado um pouco mais ao incluir mais animações. Mas ainda assim, devo dizer que gostei mais do desenho das personagens neste jogo, excepto o Daru, preferi o Daru anterior. De resto as músicas vão sendo agradáveis e variadas, desde temas bem calmos, outras melodias mais alegres e algumas mais tensas para as situações mais bicudas que iremos enfrentar.

Agora em vez de mandar emails, temos um Instant Messenger para interagir

Portanto é mais uma VN sólida para quem gostar de ler uma boa história. O facto das escolhas que formos tomando mudarem radicalmente a narrativa em cada ramificação é uma boa ideia, mas por vezes acaba por tornar as coisas bem mais confusas. E no geral devo dizer que preferi a história do primeiro jogo, mas esta também está repleta de boas surpresas.