Mais uma rapidinha a uma visual novel, desta vez para a PS4. Tal como o Xblaze: Code Embryo, este jogo também o comprei um pouco às cegas, mas desta vez infelizmente acabou por me desiludir bastante. Mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado online no site da NIS Europe algures durante o mês de Maio, tendo-me custado 8 libras.
Baseado no anime do mesmo nome, o jogo decorre no futuro, num Japão completamente isolado do mundo exterior. De forma a proteger os seus habitantes, o país está repleto de sistemas informáticos que estão constantemente a monitorizar os seus cidadãos e recolher dados biométricos que testam a sua sanidade mental e um coeficiente criminal. Se este for suficientemente alto, os cidadãos são considerados potenciais criminosos e serão apreendidos pelas autoridades, preferencialmente antes de cometer qualquer crime. Um pouco como no Minority Report! Nós iremos encarnar num de 2 detectives locais e ir desvendando alguns crimes, que por sua vez estarão ligados entre si e terão uma grande conspiração por detrás. Ora com esta sinopse, e com o visual mais maduro dos design das personagens, eu estava à espera de uma aventura mais negra e cyberpunk, o que acaba por não ser bem o que acontece. Apesar de serem tocados nalguns pontos sempre interessantes, principalmente porque estamos a caminhas a passos largos para uma vida em constante vigilância pelo Big Brother, a história acaba por ser mais ligeira do que eu esperava.
Mas o que mais me desiludiu, e tendo em conta que o jogo foi desenvolvido pelos mesmos criadores do Steins;Gate, é o facto de pouca coisa mudar na história mediante as diferentes ramificações que vamos explorando. Na minha primeira playthrough até gostei bastante, e ao longo do jogo teremos imensas escolhas para fazer que nos irão levar ultimamente a diversos finais distintos. Mas, apesar de introduzirem alguns textos e/ou cenas extra pelo meio (e claro, o final), o fio condutor da história principal permanece sempre o mesmo. Mesmo tendo em conta que podemos jogar com 2 personagens diferentes, a história também acaba por ser a mesma, mas com alguns pontos de vista distintos. Para além disso, quando exploro as diferentes ramificações em visual novels, costumo usar e abusar da funcionalidade de skip, que nos permite avançar texto que já tenhamos lido em playthroughs anteriores. Mas infelizmente, e principalmente no último capítulo, o skip nem sempre funciona, mesmo que 90% do texto que vamos ler seja idêntico a outras ramificações. É certo que nas opções podemos activar o force skip, que avança qualquer texto, tenha sido já lido ou não. Mas como eu quis ler as diferenças, isto acabou por tornar o jogo bem mais longo do que eu pretendia!
De resto, para além da história que possui imensos finais distintos para alcançar, também temos um puzzle game para ir jogando quando nos apetecer. É daqueles típicos onde temos de juntar blocos da mesma cor e os pontos que vamos ganhando servem para “comprar” algum conteúdo de bónus assim que os desbloquearmos na aventura principal, nomeadamente alguns ficheiros de audio e sketches da arte do jogo. Ainda gastei umas valentes horas aqui também, só mesmo para conseguir desbloquear tudo o que o jogo tem para oferecer.

Ao longo do jogo teremos várias escolhas para fazer, que irão abrir diferentes ramificações na história e contribuir para um final específico.
A nível audiovisual, é um jogo que me deixa com uma opinião dividida. Os visuais são muito clean, futuristas e bem desenhados. Embora eu estava à espera de uma aventura mais noir, não posso dizer que não tenha gostado da direcção artística. Mas confesso que estava à espera de ver mais algumas animações no ecrã. Para além de expressões faciais, as personagens ficam estáticas no ecrã e nem sequer temos qualquer cutscene, o que é estranho pois o jogo é baseado num anime. O Xblaze que cá trouxe recentemente continua na linha da frente nesse campo! No que diz respeito ao som, nada a apontar ao voice acting que está totalmente em japonês tal como é suposto. As músicas são bastante diversificadas entre si, com algum rock, electrónica ou mesmo uns temas mais dark jazz que me agradaram bastante!
Portanto este Psycho-Pass Mandatory Happiness é uma visual novel que acaba por me desiludir, principalmente por ter sido desenvolvida pela mesma empresa que nos trouxe o Steins;Gate. Apesar de termos imensas escolhas para fazer (a começar por 2 personagens jogáveis) e vários finais para alcançar, a narrativa nunca diverge tanto quanto isso, o que torna o trabalho de alcançar os restantes finais mais frustrante sem necessidade.
O anime disto é bastante bom mas o jogo sinceramente não me puxa nada até porque nem aprecio este género. Aconteceu-me o mesmo com o Steins;Gate que comprei para a PS3 e até hoje nunca lhe toquei pois vi as séries e aquilo é praticamente a mesma coisa.
Ao menos no Steins;Gate vais tendo ramificações a sério na história… aqui 90% é igual…