The Addam’s Family (Super Nintendo)

the-addams-familyA rapidinha de hoje leva-nos novamente à Super Nintendo e a uma obra da Ocean, outrora um dos estúdios mais prolíferos da Europa e que infelizmente desapareceu. A Ocean especializava-se em adaptações de filmes, séries televisivas e afins para os videojogos. Começou essa práctica nos velhinhos computadores 8bit como o ZX Spectrum ou Commodore 64, passando depois para a linha Commodore Amiga e Atari ST. Eventualmente com o sucesso de sistemas como a Mega Drive em território Europeu, a Ocean lá decidiu suportar também o mercado das consolas, embora tenha dado muito mais atenção ao sistemas da Nintendo do que os das concorrentes. A isto se deveu o facto da própria Ocean ter publicado na década de 80 alguns jogos da própria Nintendo nos microcomputadores, enquanto as suas principais concorrentes como a Elite ou US Gold apropriavam-se de adaptações de jogos da Capcom ou Sega, respectivamente. Este jogo em particular é a adaptação do filme de mesmo nome, sendo um jogo de plataformas. Foi lançado originalmente para a Super Nintendo, sendo depois convertido pela Flying Edge para os sistemas da Sega. O meu exemplar é um cartucho da SNES, que veio de um bundle de SNES comprado algures no verão de 2016, onde me ficou a 12€ por cartucho.

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Apenas cartucho

Quando era mais novo adorava a família Addams e lembro-me de ter visto o filme que estreou no início dos anos 90. O que não me lembro nada era sobre o que o filme retratava, mas a Ocean decidiu fazer aqui um jogo de plataformas onde controlamos o patriarca da família Addams, Gomez, com a missão de salvar a sua família, que se encontra espalhada pelos recantos mais profundos da mansão. E o resultado final até é um jogo de plataformas bastante sólido, mas algo difícil também, isto porque eventualmente iremos percorrer alguns níveis bastante exigentes em platforming, cheios de armadilhas como lava, bolas de fogo a percorrer o ecrã, espinhos, vários tipos de lâminas a nos dificultarem a vida, plataformas armadilhadas, inimigos por todos os lados, e pequenos puzzles que exigem que se carregue em alguns interruptores para activar ou desactivar portas e plataformas para que possamos avançar. Existem também imensas passagens secretas para descobrir, e a mansão está cheia delas! Logo no início do jogo podemos explorar uma série de divisões da casa que não nos levam a propriamente nenhum nível, mas servem para irmos amealhando alguns itens e power ups, que serão bastante úteis. Os mais comuns são os cifrões, e por cada 100 que apanhemos temos uma vida extra. Para além disso temos itens específicos de vidas extra pelo que é boa ideia amealhar o máximo de vidas que conseguirmos, o mais cedo possível.

Há muito a explorar na mansão Addams. E nem tudo está à vista!
Há muito a explorar na mansão Addams. E nem tudo está à vista!

As mecânicas de jogo até que são simples, com Gomez a poder atacar os inimigos de duas maneiras. A primeira é, tal como no Super Mario Bros, saltando para cima dos ditos! A segunda envolve apanhar um ou outro power up, como uma espada ou bolas de golfe que podem depois ser atiradas. Os power ups restantes consistem em invencibilidade temporária, sapatilhas para correr mais rápido, ou um chapéu com uma hélice que nos permite voar livremente. Os corações vão restabelecendo a nossa barra de vida que inicialmente é composta por apenas 2 corações mas pode depois ser extendida para mais uns quantos. Gravar o progresso no jogo apenas é possível através de um sistema de passwords, cujas são apenas geradas quando derrotamos um boss e libertamos um dos nossos familiares, ou quando extendermos a nossa barra de vida.

Apesar do progresso do jogo ser não linear, não é muito boa ideia entrar em algumas zonas como o nível da Furnace com pouca vida
Apesar do progresso do jogo ser não linear, não é muito boa ideia entrar em algumas zonas como o nível da Furnace com pouca vida

Graficamente é um jogo relativamente simples e não muito diferente daquilo que a Ocean ou outras empresas britânicas já nos vinham a habituar nos seus jogos para a Commodore Amiga ou Atari ST. Os gráficos não são maus, com as sprites a serem pequenas, porém expressivas e os níveis também detalhados quanto baste. As músicas vão se repetindo por várias àreas do jogo, mas felizmente não são más de todo também.

Portanto este parece-me ser um jogo de plataformas algo sólido, no entanto poderá parecer um pouco repetitivo na jogabilidade ou na forma como muitos dos níveis são grandes. Mas é também um jogo bastante desafiante pois as coisas acabam por aquecer e exigir de nós uma grande destreza. Existem também várias versões deste jogo para sistemas 8bit que são algo diferentes na própria estrutura. Espero que em breve possa detalhar isso mais.

 

Illusion of Time (Super Nintendo)

50775_frontA Super Nintendo é uma consola fascinante no que diz respeito aos RPGs. Para além de óptimas entradas em séries já bem conhecidas do público em geral como Dragon Quest, Final Fantasy ou Fire Emblem, obras primas como Earthbound ou Chrono Trigger, teve também direito a vários jogos um pouco mais experimentais no seu conceito, como ActRaiser, Live-A-Live ou a interessante trilogia de RPGs de acção da Quintet/Enix, composta pelos Soul Blazer, Illusion of Time/Gaia e Terranigma. Este meu exemplar do Illusion of Time foi adquirido num bundle de vários cartuchos de SNES que comprei no OLX, algures em meados de 2016. Ficou-me por 12€, embora infelizmente seja a versão francesa. No entanto já era um jogo que conhecia e tinha jogado até ao final através da emulação, alguns anos antes.

Apenas cartucho, versão francesa
Apenas cartucho, versão francesa

O jogo decorre numa versão fantasiosa do nosso planeta, onde iremos visitar alguns locais conhecidos como as linhas de Nasca, ruínas Incas, a grande muralha da China ou as piramides do Egipto. A história no entanto leva-nos a encarnar no jovem Will, que desde cedo é incumbido do pesado fardo de salvar o mundo, obrigando-nos a percorrer esses conhecidos locais em busca das Mystic Statues, de forma a impedir que um estranho e sinistro cometa que surgiu recentemente no céu destrua o mundo. Na verdade a história vai se desenrolando de uma maneira bem interessante e as coisas vão fazendo mais sentido, mas deixo isso para quem o for jogar. Will possui também poderes especiais, consegue entrar em portais que o levam ao Dark Space, uma estranha dimensão onde podemos falar com uma misteriosa entidade de nome Gaia, que de certa forma nos vai guiando pela nossa aventura. Aí podemos também salvar o jogo, bem como alternar entre as diferentes formas que nos podemos transformar, como o guerreiro Freedan ou o estranho ser etéreo Shadow, que apenas é desbloqueado perto do final do jogo. Mas já lá vamos.

Ao longo do jogo vamos desbloqueando habilidades que Will, Freedan ou mais tarde Shadow poderão executar
Ao longo do jogo vamos desbloqueando habilidades que Will, Freedan ou mais tarde Shadow poderão executar

Illusion of Time é um RPG de acção que faz lembrar bastante jogos como o The Legend of Zelda, mas com um percurso altamente linear, ao contrário do mundo aberto de Zelda. Há aqui um foco bastante grande no combate e exploração de dungeons, bem como na narrativa da história. No primeiro tema, somos encorajados a derrotar todos os inimigos presentes na mesma sala, por um lado em algumas circunstâncias tal é obrigatório para que se abram novos caminhos que nos permitam progredir na dungeon, por outro se o fizermos somos recompensados com um aumento definitivo da nossa barra de energia, poder de ataque ou defesa. No decorrer do jogo vamos também ganhando novas habilidades como diferentes ataques ou movimentos, bem como a tal possibilidade de encarnar noutras personagens. Tanto Freedan como Shadow possuem habilidades únicas que serão também necessárias para resolver puzzles e progredir nas dungeons. Por exemplo, para além de Freedan ser mais forte, tem também alguns ataques de longo alcance que para além de darem um jeitaço contra os bosses, servem também para interagir com interruptores ou alavancas longínquos e que nos abrem passagens. Shadow, pelo ser etéreo que é, pode-se também esgueirar entre as frinchas do solo e alcançar outras salas, mas esta é uma habilidade que só daremos uso mais lá para o final.

As transições de locais no mapa mundo são feitas através dos efeitos gráficos do mode 7
As transições de locais no mapa mundo são feitas através dos efeitos gráficos do mode 7

A narrativa é algo que até me surpreendeu pela positiva pelos temas que aborda, como a fragilidade da vida humana, o seu legado, a escravatura ou o canibalismo forçado de uma tribo indígena que pela fome que passava se viu obrigada a comer parte dos seus habitantes para sobreviver (se bem que isto está algo censurado na versão ocidental). As várias personagens como os amigos de infância de Will e as outras que vão aparecendo também vão amadurecendo e as relações se vão estreitando de uma forma bastante interessante para a época em que o Illusion of Time foi lançado.

A narrativa é por vezes bastante macabra, como é a história deste jogador de uma espécie de roleta russa, que mais tarde vimos a descobrir que sofria de uma doença terminal e jogava apenas para tentar ganhar o máximo de dinheiro possível para deixar para a sua família.
A narrativa é por vezes bastante macabra, como é a história deste jogador de uma espécie de roleta russa, que mais tarde vimos a descobrir que sofria de uma doença terminal e jogava apenas para tentar ganhar o máximo de dinheiro possível para deixar para a sua família.

Tecnicamente acho este jogo bastante interessante. Algumas sprites como as de Will e Freedan são bastante bem animadas, assim como a grande variedade dos cenários que percorremos é bastante agradável. Para além de representarem diferentes culturas do nosso planeta, temos também cenários completamente fantasiosos como uma floresta de cogumelos e lianas gigantes. Os bosses geralmente são grandinhos e também bem detalhados. Mas se há coisa que realmente se destaca nos audiovisuais deste jogo é sem dúvida a banda sonora que tem uma óptima qualidade. Os instrumentos soam mesmo a instrumentos reais e as músicas em si são geralmente folclóricas (tendo em conta cada cultura).

No fim de contas considero este Illusion of Gaia um jogo muito interessante para quem gostar de RPGs de acção, tanto pela sua jogabilidade orientada ao combate físico, como pela narrativa que nos leva a atravessar diferentes culturas e a maneira como as personagens madurecem e estreitam os laços entre si. E claro, a excelente banda sonora que referi acima.

International Superstar Soccer Deluxe (Super Nintendo)

ISSCá vamos a mais uma rapidinha àquele que potencialmente é o melhor jogo de futebol das consolas de 16bit. Já antes o primeiro International Superstar Soccer, lançado também para a Super Nintendo, tinha sido um óptimo jogo de futebol, mas nesta versão Deluxe adicionaram muito conteúdo extra que a torna na versão definitiva. E este meu cartucho veio de uma Cash aqui pela zona de Lisboa há uns meses atrás, custou-me 5€.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

ISS Deluxe tem uma grande desvantagem perante os FIFA da época. Bom, na verdade duas. A primeira é que apenas possui selecções, não clubes. A outra é que não possuí as licenças para o nome dos jogadores, o que sinceramente não me incomoda muito. Até é engraçado por vezes ver os nomes que eles inventam! De resto, pesando bem as coisas, acabam por ser 2 inconvenientes e pouco mais, isto porque a jogabilidade é excelente. Os controlos são simples e funcionais, e depois o jogo possui uma série de detalhes não muito vistos na época. Para além de cada jogador ter os seus próprios stats. têm também indicadores de fadiga e estado anímico, que acabam por ter repercussões durante o jogo em si. De resto, coisas como alterar esquemas tácticos ou o muito útil radar de jogo (no baixo-centro do ecrã) marcam também aqui a sua presença.

Comparativamente com os FIFAs da época, este jogo apenas perde pelo facto de só ter selecções e a falta de licenças para os nomes dos jogadores
Comparativamente com os FIFAs da época, este jogo apenas perde pelo facto de só ter selecções e a falta de licenças para os nomes dos jogadores

A nível de modos de jogo, para além das partidas particulares, que claro, podem ser também jogadas em multiplayer, incluindo o multiplayer cooperativo (uma das novidades da versão Deluxe), temos também outros modos de jogo mais longos como torneios e ligas. Temos também o Scenario, onde teremos de cumprir uma série de missões, como dar a reviravolta a um resultado negativo com pouco tempo disponível até à partida acabar. Outros modos de treino como os Penalty Kicks (auto explanatório), ou mesmo um Training Mode onde podemos practicar uma série de jogadas, desde fintas, pontapés livres, tácticas defensivas, etc.

Este Allejo joga para caraças!!
Este Allejo joga para caraças!!

No que diz respeito aos audiovisuais, este é um excelente jogo do seu género. A começar pelo detalhe dos estádios (que vão sendo variados), mas particularmente para o detalhe e animações dos jogadores, onde cada qual possui o seu próprio número na camisola e vão tendo sprites diferentes entre si. As músicas, geralmente existentes nos menus, intervalos e afins, são geralmente bastante upbeat. A acompanhar o ruído do público e da bola a ser chutada de um lado para o outro estão também várias frases curtas de comentadores desportivos, que vão sendo repetidas a cada vez que há um passe, um corte, um remate, uma defesa, e por aí fora.

As celebrações de golo estão também muito bem representadas!
As celebrações de golo estão também muito bem representadas!

Resumidamente, International Superstar Soccer Deluxe é para mim um dos melhores, senão mesmo o melhor jogo de futebol da era 16bit. Tanto pela jogabilidade, como pela variedade de modos de jogo oferecidos, ou pura e simplesmente pelos seus audiovisuais.

Dragon’s Lair (Super Nintendo)

Dragons LairComo não poderia deixar de ser, o artigo de hoje é mais uma rapidinha. E já que a temática do jogo anterior eram os dragões, nada melhor que revisitar aquela que talvez é a franchise mais clássica dos videojogos sobre esse tema. O Dragon’s Lair foi um jogo lançado originalmente para as arcades que narra o eterno cliché de um cavaleiro em busca de salvar uma princesa das garras de um dragão, só que foi dos primeiros jogos a aproveitar a capacidade de armazenamento do formato Laserdisc, tornando-o basicamente num filme interactivo. É talvez o pai dos quick time events, embora na altura os mesmos nem apareciam no ecrã! Existem imensas versões e conversões desse clássico para os mais variados sistemas, e na Super Nintendo decidiram torná-lo num jogo de plataformas mais genérico, pois a SNES não teria capacidades para oferecer uma experiência fiel ao original, como seria de esperar. Este meu exemplar veio num bundle de vários cartuchos de SNES que comprei recentemente no OLX, fazendo as contas ficou-me por 12€ cada cartucho.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

Este Dragon’s Lair para a SNES é um jogo bastante colorido e bem detalhado, com boas animações e cenários algo variados, embora estejamos sempre a explorar um castelo, desde as suas muralhas, até às cavernas e catacumbas dos seus subterrâneos, evitando imensos perigos pelo caminho. Tirando uma ou outra excepção, os bosses são bem grandinhos, embora as animações não sejam as melhores. E já que comecei por referir os audiovisuais, na parte do som é também um jogo competente, embora não tenha músicas que sejam propriamente orelhudas.

Os níveis são algo labirínticos e por vezes encontrar a saída dentro do tempo limite pode se tornar algo complicado.
Os níveis são algo labirínticos e por vezes encontrar a saída dentro do tempo limite pode se tornar algo complicado.

Indo para a jogabilidade, esta é a típica de um jogo de plataformas, com Dirk a poder executar ataques com a sua espada ou outras armas de maior alcance como machados ou punhais, que podem ser encontrados como power ups ao longo do jogo. Inicialmente começamos apenas com um escudo, o que quer dizer que podemos levar 1 ponto de dano antes de perder uma vida, mas também poderemos encontrar outros escudos, que naturalmente nos aumentam essa resistência. E bem que serão preciosos, pois os controlos infelizmente não são os mais fluídos e sofrer dano não é nada difícil de acontecer. Depois o setup default de botões também não é o que mais me agrada, mas felizmente é possível customizá-los ao nosso gosto.

Este dragão podia ser um bocadinho mais imponente... digo eu!
Este dragão podia ser um bocadinho mais imponente… digo eu!

No fim de contas, é um jogo que me provoca alguns sentimentos mistos. Se por um lado era muito difícil conseguir replicar o filme interactivo que é o Dragon’s Lair original na Super Nintendo, a adaptação para um jogo de plataformas é muito benvinda, pois é algo que nem se encaixa mal no conceito do jogo em si. Agora infelizmente a jogabilidade não é a melhor, mas se há uma boa notícia a retirar daqui é que esta versão é infinitamente superior à versão NES que é absolutamente atroz.

F-Zero (Super Nintendo)

F-ZeroApesar de já na altura existirem jogos de corrida futuristas, e alguns bem mais arrojados no design dos circuitos e mais impressionantes do ponto de vista técnico (como Stun Runner da Atari), creio que é escusado referir que a nível de popularidade o F-Zero levou a melhor, até porque era um dos títulos da primeiríssima geração da Super Nintendo, a tão esperada sucessora da NES. Infelizmente como já aqui analisei o F-Zero Maximum Velocity para a GBA, que é um sucessor espiritual deste jogo a todos os níveis, este artigo vai acabar por ser uma rapidinha. E este meu exemplar foi comprado juntamente com um bundle de 5 cartuchos de SNES, tendo-me ficado por 12€ cada. Edit: recentemente arranjei um em caixa por 20€, faltando-lhe o manual.

F-Zero - Super Nintendo
Jogo com caixa

A primeira coisa que salta logo à vista deste F-Zero é precisamente os seus gráficos em mode 7. Na altura achava-se que esse era um efeito gráfico extraordinário, mas sinceramente eu nunca achei grande piada assim. Pelo menos utilizado desta forma. Basicamente neste modo gráfico podemos pegar num plano gigante e rodá-lo, esticá-lo ou torcê-lo e em caso de jogos de corrida como este F-Zero era utilizado para desenhar todo circuito, com o plano a rodar consoante a direcção em que virássemos. Apesar de disso permitir jogos em alta velocidade como é este F-Zero, o facto de os circuitos serem basicamente um plano, também não deixava as coisas lá muito bonitas na minha opinião. Felizmente existem outros jogos que tiram usos bem melhores do mode 7, na minha opinião, como o fantástico Axelay que um dia espero encontrar para poder falar melhor dele aqui.

Apesar de haverem várias naves na pista em cada corrida, apenas podemos escolher uma de quatro disponíveis para jogar. Muitas das que aparecem nos circuitos são genéricas
Apesar de haverem várias naves na pista em cada corrida, apenas podemos escolher uma de quatro disponíveis para jogar. Muitas das que aparecem nos circuitos são genéricas

E sendo este o primeiro F-Zero, é também aquele mais simples e com menos coisas a oferecer. Em primeiro lugar, não há qualquer multiplayer, talvez a Nintendo ainda não dominasse as técnicas do mode 7  para poder fazer como no Super Mario Kart. O modo principal de jogo é então o modo campeonato, onde teremos três ligas de 5 circuitos cada para competir, com a possibilidade de as jogar em diferentes graus de dificuldade também. No início apenas a primeira liga está desbloqueada, com as restantes a serem desbloqueadas apenas quando apenas conseguirmos vencer a liga anterior num determinado nível de dificuldade. Para além disso possuímos apenas 4 naves à escolha e nada mais, incluindo a de personagens importantes para a franchise, como Captain Falcon e Samurai Goroh.

Por alguns segundos, ganhamos alguma velocidade extra ao passar nestas "setas"
Por alguns segundos, ganhamos alguma velocidade extra ao passar nestas “setas”

F-Zero é um jogo rápido como se esperaria de um racer futurista. E bastante exigente também, por vários motivos. O primeiro é que nos obriga sempre a ter uma alta performance, caso contrário somos desqualificados da corrida. No final da primeira volta temos de a terminar acima do 15º lugar e nas voltas seguintes esse limite vai sendo cada vez mais apertado, até chegarmos à última volta onde somos obrigados a terminar pelo menos em terceiro lugar. Depois, temos também de ter cuidado para não destruir a nossa nave. Apesar de não existirem armas, se não tivermos cuidado é perfeitamente possível esbarrarmo-nos contra as “paredes” e danificar a nave, seja porque utilizamos um turbo na altura errada (no final de cada volta somos sempre recompensados com um turbo temporário a utilizar quando nos der na gana), ou porque algum dos nossos oponentes nos deu um “toquezinho saudável” que nos fez esbarrar em todo o lado. Saber fazer curvas apertadas é também um prérequisito para se ter sucesso neste jogo. De resto podemos recuperar alguma energia ao passar por cima de umas faixas coloridas que servem para esse efeito. Para além disso temos também pequenas nuances que hoje em dia são bastante comuns em videojogos deste tipo, como aqueles boosts temporários de velocidade na forma de setas desenhadas no chão, a mesmo a possibilidade de saltar nos circuitos através de rampas ou mesmo descobrir alguns atalhos que nos façam poupar preciosos segundos em dificuldades mais elevadas.

Os saltos têm de ser bem direccionados, pois se cairmos fora da pista lá se vai uma vida
Os saltos têm de ser bem direccionados, pois se cairmos fora da pista lá se vai uma vida

Lá em cima já passei um parágrafo só a falar do mode 7, pelo que não me vou alongar muito mais nos gráficos. Devo só reforçar a ideia de que o mode 7 aplicado desta forma permite uma jogabilidade rápida e fluída, mas os circuitos são literalmente planos. E o que poderiam parecer arranha céus em circuitos como os de Mute City, tornam-se num aglomerado de pixeis algo imperceptíveis. Mas já que falo sobre a Mute City, essa é também o nome de uma das músicas mais notáveis dos videojogos! Regra geral, a banda sonora dos F-Zero costuma ser sempre boa, e aqui não é excepção.