Another Code: R – A Journey into Lost Memories (Nintendo Wii)

Depois de ter terminado um outro jogo para a Wii (e que irei em breve publicar aqui as minhas impressões), não me apeteceu desligar a consola e em jeito de celebração do lançamento da compilação dos Another Code para a Nintendo Switch, aproveitei para finalmente jogar este Another Code: R, uma sequela do primeiro Another Code da Nintendo DS. O meu exemplar foi comprado na Cex de Gaia algures em Novembro de 2021 por 12€.

Jogo com caixa, manual e papelada

A história leva-nos uma vez mais a controlar a jovem adolescente Ashley Mizuki Robins, agora com 16 anos. E depois do reencontro com o seu pai durante o jogo anterior, este volta a ficar ausente, até que, subitamente, convida Ashley a passar um fim de semana com ele e acamparem num parque próximo do seu local de trabalho. Bom, o pai continua muito ausente mesmo com a Ashley lá, mas à medida que vamos explorar o parque do Lake Julliet, Ashley vai-se lembrando algumas memórias muito ténues da sua mãe, que a levou àquele parque há 13 anos atrás, quando Ashley tinha ainda apenas 3 anos. À medida que vamos explorando e avançando no jogo, vamos então nos lembrando de mais coisas do passado de Ashley e da sua mãe, assim como ir resolvendo outros mistérios que entretanto nos vão surgindo. Como é o caso de Matthew Crusoe, um jovem de 13 anos que foge da casa do seu tio em busca do seu pai que havia desaparecido misteriosamente há 5 anos atrás. Bom, na verdade este é um mistério que fica ainda algo em aberto (desculpem lá o pequeno spoiler) pois aparentemente a Cing pretendia dar continuidade à história, mas com Matthew como protagonista. Infelizmente tal nunca aconteceu pois a Cing acabou por fechar portas pouco depois do lançamento do seu último jogo, o Last Window.

Navegar pelos cenários obriga-nos a utilizar o direccional do wii mote, o que não é a coisa mais agradável pela sua posição

Tal como os outros jogos da Cing, este tem muito de exploração, pois à medida que vamos desbloqueando o acesso a novos cenários como entrar em diferentes divisões ou edifícios, podemos investigar e comentar muitos dos objectos à nossa volta. A maneira como exploramos os cenários é que não é a mais agradável, no entanto. Tirando um puzzle em particular que nos obriga a pegar num nunchuck, todo o jogo é jogado recorrendo apenas ao wiimote. Para nos movimentarmos entre áreas, devemos usar apenas o direccional, o que é um pouco estranho pois o jogo está todo representado como um mundo em 3D. No entanto devemos seguir caminhos bidimensionais, como seguir uma estrada, onde em certas bifurcações poderemos alterar a nossa direcção de movimento ao pressionar para cima ou para baixo. Sempre que chegamos a uma área que tenha algum ponto de interesse, podemos usar o wiimote para apontar um cursor para essa área de interesse e seleccioná-la com o botão A, onde a câmara depois aproxima-se dessa área e assim podemos melhor inspeccionar os objectos à sua volta. Quando estamos dentro de alguma divisão fechada podemos usar o direccional para Ashley mudar a câmara (tipicamente em ângulos de 90º.

Nos interiores o direccional permite-nos rodar a câmara, ou podemos também clicar nas setas para o efeito com o cursor controlado pelo wiimote

Como muitos jogos de aventura point and click vamos precisar de inspeccionar, interagir, coleccionar e combinar toda uma série de objectos, assim como resolver vários puzzles, tipicamente para desbloquear o acesso a qualquer coisa. E sendo este um jogo de Wii, muitos desses puzzles obrigam-nos a usar o wiimote nas mais variadíssimas maneiras. Infelizmente nem todas funcionam bem e por vezes tornavam os puzzles bem mais frustrantes do que seriam se pudéssemos utilizar um comando normal. De resto, algumas mecânicas interessantes deste jogo prendem-se com o uso de certos acessórios. Por exemplo, no Another Code original Ashley tinha uma DAS, um sistema portátil em muito igual à própria Nintendo DS e que serviria não só como uma espécie de PDA onde poderíamos consultar mensagens, gravar o nosso progresso no jogo ou tirar e manipular fotografias (e há puzzles que nos obrigavam a isso). Esse aparelho foi novamente aqui introduzido e com algumas funcionalidades adicionais, como permitir consultar imagens de câmaras de video vigilância. Mas também introduziram o TAS, um aparelho na forma de um wiimote. A principal utilização deste aparelho é para fazer hacking a certas fechaduras electrónicas e confesso que esses puzzles até ficaram bastante originais.

Nem todos os puzzles foram agradáveis porque ou não eram suficientemente claros o que seria suposto fazer, ou o wiimote simplesmente não cooperava. Mas estes em específico para destrancar portas ficaram muito bem conseguidos na minha opinião!

A nível audiovisual este é um jogo consideravelmente simples. Os gráficos são todos renderizados num estilo semelhante ao cel-shading o que até acaba por resultar bem, particularmente em sistemas como a Nintendo Wii ou consolas da geração que a precedeu. É um jogo bastante colorido e que mantém o estilo artístico do seu predecessor, pecando no entanto, a meu ver, por não incluir qualquer voice-acting, pois existem muitos diálogos que teremos pela frente. Já que toco nos diálogos, ocasionalmente também poderemos dar respostas diferentes a perguntas que nos fazem, mas estas escolhas acabam por não ter qualquer consequência para a história. Por fim a banda sonora é algo eclética, possuindo imensas melodias simples, relaxantes e agradáveis o que se adequa bem à aventura, pois passamos a maior parte do tempo em plena natureza e durante o dia.

Ocasionalmente poderemos dar respostas diferentes, mas sem grandes consequências para a narrativa

Portanto este Another Code R é um interessante jogo de aventura e para quem tenha gostado da prequela da Nintendo DS, então por um lado até recomendaria que o jogassem pois dá continuidade à história de Ashley e sua família. No entanto, sendo um jogo da Wii, a Cing incluiu muitas mecânicas à base do controlo de movimento que o wiimote nos permite. Infelizmente muitos destes puzzles acabaram por ser frustrantes, não só pelo wiimote não responder bem ao movimento pretendido, ou por vezes não ser tão claro o que seria necessário fazer. Os puzzles de destrancar portas foram no entanto bastante originais! A outra razão que levo a não recomendarem jogarem esta versão específica é o facto de a Nintendo ter lançado, muito recentemente uma compilação/remake de ambos os Another Code para a Switch. Visto que tenho ambos nos sistemas originais, não era um lançamento que estava a ponderar comprar, mas já ouvi feedback que os remakes possuem conteúdo adicional/diferente e que compensem serem rejogados, mesmo para quem já tivesse jogados os originais. Estou curioso para saber especialmente se o subplot que envolve o Matthew terá também um outro desfecho!

Alien Hominid (Sony Playstation 2)

Vamos agora voltar à Playstation 2 para um jogo muito curioso. Surgindo originalmente em 2002 no site Newgrounds como um pequeno jogo baseado na tecnologia Flash (lembram-se??), esse pequeno jogo acabou por ser um sucesso tremendo, tendo sido jogado várias milhões de vezes. Então a dupla que criou essa versão original acabou mais tarde por arriscar e criar um título mais completo, tendo-o convertido para todas as consolas domésticas daquela geração (embora a versão GC se tenha mantido como um exclusivo norte-americano) mais uma versão GBA, produzida por um estúdio diferente. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu algures em Março do ano passado, tendo custado uns 10€.

Jogo com caixa e manual

Mas então o que é mesmo este Alien Hominid, para além de ter como suas origens um jogo flash? É um run-and-gun muito semelhante a nível de mecânicas a títulos como o Metal Slug, mas onde controlamos um pequeno extraterrestre cuja nave é atingida por um míssil assim que se aproxima do nosso planeta e ele só quer é voltar à sua vida, mas o FBI, exército vermelho e exército norte-americano não o deixam!

O que não faltam aqui são diferentes habilidades que poderemos desencadear!

Esperem então por um jogo de acção frenético e com visuais muito particulares, com uma direcção artística muito própria daqueles jogos flash dessa época. A nível de controlos, estes são explicados logo antes de começarmos a aventura, mas o direccional controla a personagem, X salta, o quadrado ataca, triângulo é usado para entrar/sair de veículos, os L1/R1 para evadir para a esquerda ou direita e o círculo para atirar granadas (estas disponíveis em números limitados). Existem no entanto muitas mais manobras que poderemos fazer, como nos enterrarmos temporariamente na terra e assim evadir de fogo inimigo, podendo inclusivamente matar alguns inimigos mais fracos a partir do chão. Outra técnica que poderemos fazer é a de saltar para cima de alguns desses inimigos mais básicos e controlá-los, podendo a qualquer momento comer-lhes a cabeça com o botão de ataque. A nossa arma principal possui munições ilimitadas, sendo que se mantivermos o botão de ataque pressionado durante alguns segundos conseguimos disparar uma bola de energia bem mais destrutiva! Existem também toda uma série de power ups a apanhar, desde diferentes armas ou escudos.

Tal como no Metal Slug, também podemos controlar alguns veículos

Apesar de não ser tão bom quanto os Metal Slugs, este é um shooter bastante divertido e os níveis até vão tendo bastante variedade nos seus desafios. Por exemplo, logo no segundo nível jogamos numa auto estrada onde teremos de saltar de carro em carro enquanto somos atacados por todos os lados, há outro segmento onde controlamos um pequeno disco voador e podemos sugar e atirar os inimigos para uma máquina picadora gigante e os últimos níveis dos mundos 1 e 2 até assumem algumas mecânicas de shmup, pois são todos combates aéreos/espaciais onde controlamos uma nave. E claro, o jogo vai tendo toda uma série de bosses e mini bosses, todos distintos entre si.

Confesso que inicialmente não gostei muito da arte deste jogo, mas acabou por crescer em mim

De resto, para além de poder ser jogado em multiplayer cooperativo, o jogo tem também toda uma série de desbloqueáveis, como diferentes chapéus que poderemos desbloquear para as personagens, bem como uns quantos mini-jogos. Os PDA Games já vêm desbloqueados desde o início e são um conjunto de níveis de plataformas monocromáticos, um pouco a simular o Game Boy original talvez. O modo challenge é uma espécie de score attack para certos desafios, o Super Soviet Missile Mastar já é um jogo com gráficos de Atari 2600 onde controlamos um míssil soviético e o objectivo é o de controlar durante a maior distância possível, sem colidir com nenhum outro objecto. O Neutron Ball é uma mini jogo de desporto e por fim temos o Piñata Boss que é uma espécie de boss rush, onde para além dos bosses vemos uma piñata voadora e o objectivo é o de sobreviver, atacar a piñata e apanhar o máximo número de doces possível. Basicamente qualquer um destes modos de jogo poderia ser um mini jogo flash!

O que não falta aqui é conteúdo de bónus ou desbloqueável

A nível audiovisual este é um jogo muito simples, porém com uma direcção artística fora do comum, pelo menos no que estaríamos habituados a ver nas consolas naquela época. Sim, o jogo tem mesmo um aspecto de jogo flash, mas ao mesmo tempo a direcção artística até que resulta bem e vamos tendo também alguns momentos de bom humor nos cenários de fundo. Estes que vão variando entre zonas urbanas (primeiro mundo), o interior da Rússia (segundo mundo) e uma base secreta norte americana em Roswell. As músicas são também bastante diversificadas nos seus géneros, pelo que a banda sonora até que tem alguns momentos agradáveis.

Posto isto, este Alien Hominid até que foi uma boa surpresa, particularmente para quem gostar de títulos como Contra ou Metal Slug. Aliás, em relação a este último as referências são bastante notórias, desde possibilidade de conduzir veículos, o facto de termos um ataque melee quando atacamos alguém a curta distância, ou até a maneira em como obtemos os power ups é bastante semelhante. Para além destas versões PS2, Xbox e GC, existe também uma versão para a Game Boy Advance que supostamente é também bastante bem conseguida. Nos anos seguintes foram também sendo relançados alguns remasters em HD para sistemas mais modernos.

True Lies (Sega Mega Drive)

Vamos voltar novamente à Mega Drive para mais uma adaptação de um filme de acção dos anos 90, este True Lies que protagonizava actores como o Arnold Schwarzenegger e Jamie Lee Curtis. Ao contrário de muitas adaptações de filmes para videojogos dessa época, este jogo acaba por não ser nada mau! O meu exemplar foi comprado em partes. Comprei uma caixa vazia por 50 cêntimos numa feira de velharias há uns meses atrás, tendo acabado por mandar vir um cartucho de uma loja alemã por alturas da Black Friday por pouco mais de 20€.

Jogo com caixa

O jogo segue mais ou menos a história do filme onde Harry (protagonizado pelo Arnold) é um agente secreto de topo, embora a sua família ache que ele apenas seja um mero vendedor informático. Entretanto, enquanto Harry persegue uma perigosa organização terrorista, a sua esposa acaba por ser arrastada para a acção, embora isso não aconteça neste jogo, pois apenas jogaremos com o Arnold apenas.

Ocasionalmente vamos tendo estes diálogos com um nosso colega que nos vai dando algumas dicas ou relembrando os nossos objectivos

Já no que diz respeito à jogabilidade, este é então um jogo de acção com uma perspectiva top down, algo semelhante com títulos como o The Chaos Engine, por exemplo. No que diz respeito aos controlos, este é um dos casos em que o comando de 6 botões é suportado e acaba por dar jeito. O direccional serve para movimentar a nossa personagem e o botão B a servir para disparar. O botão A (ou Y) serve para “trancar” a nossa direcção de disparo enquanto o mantivermos pressionado, o botão C serve para darmos uma cambalhota evasiva pelo chão, enquanto os botões X e Z servem para mudarmos a arma equipada. Se usarmos um comando de 3 botões, teríamos de pressionar o botão A duas vezes seguidas para usar a manobra evasiva o botão C serviria para trocar de arma.

Temos de ter o cuidado de não atingir civis, pelo menos nas 3 primeiras missões, já depois disso já não há civis em lado nenhum

O objectivo de cada nível vai variando. Por exemplo, logo no primeiro nível temos de invadir uma festa chique numa mansão, ganhar entrada para o andar de cima e ligar um modem ao computador do dono da mansão, de forma a o espiar. Uma vez feito isso, teremos de escapar debaixo de fogo! Os níveis seguintes já terão outros objectivos, incluindo destruir bombas, caixas repletas de armas, procurar chaves, entre vários outros. O “problema” é que os níveis vão sendo cada vez maiores, mais labirínticos e repletos de inimigos que surgem de todo o lado, pelo que teremos mesmo de dominar todas as habilidades que teremos ao nosso dispor e o “strafing” é mesmo uma mais valia! De resto uma das coisas que temos de ter em consideração, pelo menos nos primeiros níveis, é a de não disparar sobre civis. Se matarmos 3 perdemos uma vida! Mas isto é algo que temos de preocupar apenas nos 3 primeiros níveis, daí para a frente serão apenas inimigos que teremos pela frente.

Entre níveis vamos tendo direito a algumas imagens estáticas do próprio filme

E à medida que vamos explorando poderemos encontrar muitas mais armas e munições. Começamos cada nível munidos apenas de uma pistola com munição infinita, mas poderemos encontrar também shotguns, Uzi, granadas, minas anti pessoais (que também nos podem causar dano se lhes passarmos por cima) ou até um lança-chamas! Outros itens que poderemos encontrar, para além de eventuais chaves que nos desbloqueiam partes do nível, são também medkits e vidas extra, ambos bastante valiosos tendo em conta a quantidade de inimigos que teremos pela frente. O penúltimo nível é completamente diferente dos restantes pois controlamos um caça e o objectivo é o de destruir uma série de camiões que transportam ogivas nucleares. Esse nível é como se um shmup vertical se tratasse, onde o botão B dispara a metralhadora e o A mísseis ar-terra.

Uma das batotas aqui disponíveis deixa-nos jogar com uma motoserra… poderiam era ter incluído a Jamie como personagem jogável também!

No que diz respeito aos audiovisuais, sinceramente acho o jogo bem competente, com inimigos bem detalhados e alguns civis (os tais inocentes que devemos evitar atingir) até algo bizarros. Surpreendeu-me também o jogo ser bastante sangrento! Os níveis vão sendo diversificados e bem detalhados, levando-nos à tal mansão e suas montanhas repletas de neve, um centro comercial, um parque, um subterrâneo do metro, docas entre muitos outros, incluindo uma visita à cidade proibida na China. As músicas não são nada do outro mundo, mas também não são más de todo. De resto o jogo tem também uma versão para a Super Nintendo que acaba por ser algo superior a nível gráfico e supostamente terá sido a versão principal de desenvolvimento, pois esta versão Mega Drive é jogada numa resolução inferior ao habitual, semelhante à da SNES.

Kaze no Klonoa: Moonlight Museum (Wonderswan)

Vamos estrear uma nova plataforma aqui no blogue, nomeadamente esta Wonderswan, uma portátil produzida pela Bandai e que foi apenas lançada no mercado japonês. Com Gunpei Yokoi (criador dos Game Boy e Virtual Boy) como uma das mentes por detrás desta plataforma, o sistema tinha um potencial considerável, pois o seu hardware era mais poderoso que o Game Boy original, mantendo-se no entanto bastante portátil, barato e com uma boa longevidade da sua bateria, o que sempre foi a chave de sucesso para os Game Boy. Para além disso, a Bandai para além de produzir vários videojogos baseados em animes populares da época para esta plataforma, conseguiu também obter importantes parcerias com empresas como a Namco, Squaresoft ou Capcom para trazer vários dos seus sucessos para este sistema. A primeira iteração deste sistema é lançada em 1999 e nos anos que se seguiram a Bandai lança novas versões do seu sistema, incluindo a Wonderswan Color, com um hardware idêntico mas ecrã a cores e por fim a SwanCrystal, com um ecrã de melhor qualidade. No entanto, infelizmente para a Bandai, com o lançamento da Game Boy Advance em 2001, o sistema acaba por ser descontinuado em 2003. Um dos títulos que a Namco acaba por produzir para esta portátil é nada mais nada menos que este Klonoa: Moonlight Museum, saindo para o mercado poucos meses após o lançamento da portátil. O meu exemplar foi importado directamente do Japão algures em Julho do ano passado, tendo-me custado uns 70€… mais portes… impostos… o melhor é nem pensar nisso.

Jogo com caixa e manual

A nível de controlos, as coisas não são lá muito diferentes, com os botões faciais da Wonderswan a servirem para saltar e agarrar/atirar inimigos ou outros objectos como caixas que poderemos manipular. Existem no entanto várias diferenças consideráveis, com esta versão Wonderswan a ser muito mais focada em puzzles do que no platforming puro e duro. Isto porque o jogo está dividido em vários mundos, cada qual com 6 níveis e o objectivo é sempre o mesmo: explorar e obter 3 cristais que nos desbloqueiam a saída para o nível seguinte! À medida que vamos avançando no jogo, vão-nos sendo introduzidas cada vez mais mecânicas diferentes que terão de ser utilizadas nos puzzles seguintes. As coisas começam simples com a necessidade de usarmos a habilidade de “usar “agarrar” os inimigos e usá-los como trampolim para alcançar plataformas de outra forma inatingíveis, culminando em puzzles complexos que envolvem manipular caixas, inimigos explosivos com bombas relógio e activar alavancas no momento certo. Ao terminar o jogo desbloqueamos um conjunto de níveis “EX”, bem mais exigentes no platforming, com os últimos a exigirem puzzles bastante complexos também.

O primeiro nível e últimos níveis são capazes de ser dos mais bem detalhados.

A outra particularidade nas mecânicas deste jogo prende-se ao próprio hardware da Wonderswan. Se virem fotos do sistema apercebem-se que o mesmo possui dois botões direccionais do lado esquerdo do ecrã e isto acontece pelo facto de o sistema poder ser jogado tanto na horizontal como na vertical, existindo jogos que funcionam num esquema, noutro ou outros títulos que vão alternanto entre ambos os métodos de controlo. Este Klonoa é um deles, com vários níveis que nos irão obrigar a “virar” a consola de lado para o jogarmos no modo vertical. Dessa forma, o direccional de cima passa a ser o direccional principal e os 4 botões do direccional de baixo a servirem para saltar e usar a habilidade de agarrar/atirar inimigos. Como o jogo recebeu um patch de tradução feito por fãs (embora a história não seja lá grande coisa), joguei-o em emulação e se tiverem a pensar em fazer o mesmo convém saberem que irão ter de rodar o ecrã ocasionalmente. Usei o Mednafen, que tem uma tecla de atalho (ALT+O) para rodar o ecrã, mas infelizmente precisei também de reconfigurar os controlos de cada vez que isso aconteceu.

Ocasionalmente o jogo obriga-nos a alternar para o modo vertical, o que em emulação poderá ser problemático

A nível audiovisual, bom, talvez seja um pouco injusto aquilo que aqui vou referir, mas não achei o jogo nada de especial. É verdade que ainda não estou muito seguro do que seriam realmente as capacidades deste sistema (apenas havia jogado alguns títulos em emulação há muitos anos atrás), mas confesso que não fiquei grande fã do resultado final. Uma coisa é certa, o Game Boy original não conseguia correr este jogo pois as sprites são bem detalhadas e os cenários possuem alguns bonitos efeitos de parallax scrolling. Mas sinceramente achei que os cenários poderiam ter backgrounds mais detalhados. Talvez se este fosse um jogo de Wonderswan Color a conversa fosse outra… A banda sonora sinceramente também a achei aborrecida, com músicas demasiado calmas e minimalistas durante todo o jogo.

A história não é nada de especial… a Lua desapareceu, tendo sido aprisionada por uma série de “artistas” de um museu. Existe uma tradução feita por fãs, no entanto.

Portanto este Klonoa: Moonlight Museum é um interessante jogo de plataformas, particularmente se apreciarem jogos deste género mas com um foco bem maior nos puzzles do que propriamente no platforming. A nível audiovisual deixou-me um pouco decepcionado pelos seus cenários algo vazios e músicas aborrecidas, mas pelo menos nas mecânicas já dá para ter uma ideia do que contar nas suas iterações de Game Boy Advance.

WWF Super Wrestlemania (Sega Mega Drive)

Vamos voltar às rapidinhas, agora na Mega Drive para um dos vários jogos de wrestling que acabaram por sair neste sistema. E este WWF Super Wrestlemania é o primeiro jogo do género, devidamente licenciado pela WWF, a sair na máquina de 16-bit da Sega e infelizmente não acho que seja um jogo lá muito bom. Mas também nunca fui o maior fã de jogos deste estilo e o jogo apenas deu entrada na minha colecção precisamente porque veio num lote de vários jogos e consolas que comprei a um particular algures em Dezembro passado.

Jogo com caixa e manual

Vamos começar então pelos modos de jogo, onde temos o One on One, ou seja uma partida amigável entre 2 lutadores (ou entertainers?), um modo Tag que é também uma partida amigável mas entre equipas de 2 wrestlers, um modo survivor que é uma variante desse modo tag mas com equipas de 4 e por fim um modo campeonato onde teremos de enfrentar todos os oponentes de forma consecutiva. A nível de controlos, tipicamente os botões B e C servem para socos e pontapés, botão A para agarrar o oponente e B+C servem para correr. Naturalmente que mediante o contexto, todos estes botões (e outras combinações) servem também para executar outro tipo de golpes como drop kicks, supplex, clothesline, entre muitos outros. Sinceramente nunca fui grande fã deste tipo de gameplay, preferindo de longe a abordagem arcade que títulos como o WWF Wrestlemania the Arcade Game ou WWF In Your House introduziram!

Combates em tag team são uma das opções (pressionar A+B junto ao colega)

Visualmente sempre achei este jogo fraco, principalmente quando comparado com a versão Super Nintendo que sai no mesmo ano (1992). É normal que em jogos multiplataforma, as versões da Mega Drive sejam sempre menos coloridas que as da Super Nintendo, ou que estas últimas incluam alguns efeitos gráficos mais avançados como transparências, mode 7 e afins. Isso é perfeitamente normal visto que ambas as plataformas possuem certos pontos fortes e fracos directamente inerentes ao seu hardware. Mas neste caso isso nem se coloca pois até a versão Super Nintendo não é nada de especial graficamente. Mas nota-se que esta versão da Mega Drive possui muito menos detalhe, tanto nos lutadores, arenas e principalmente o público, que é algo detalhado e animado na Super Nintendo, mas completamente estático nesta versão da Sega. A banda sonora também não a achei nada de especial, sinceramente.

Apesar do número de lutadores disponíveis ser menor nesta versão, o elenco parece-me ser mais apelativo

Mas é bom que toco nesse ponto pois este Super Wrestlemania possui algumas outras diferenças bem notáveis entre versões. O modo de jogo do campeonato não existe na consola da Nintendo e a versão Mega Drive inclui uma série de golpes especiais exclusivos de cada personagem (que pode ser executado ao pressionar os botões A+C, mas uma vez mais dependendo do contexto), enquanto que na versão SNES todas as personagens partilham do mesmo conjunto de golpes básicos. No entanto a versão SNES possui 10 lutadores diferentes, enquanto que a versão Mega Drive possui apenas 8. Por outro lado, o elenco de lutadores presente nesta versão da Sega parece ser bem mais apelativo que o da versão da Nintendo. Pelo menos quase todos eles são nomes de quem ainda me recordo levemente quando via WWF no início dos anos 90. É um detalhe interessante, estas consideráveis diferenças entre versões!

Como é habitual, as lutas podem ser levadas para o exterior da arena, mas ao fim de 10 segundos quem não tiver voltado para dentro do ringue perde o combate

Portanto sinceramente este WWF Super Wrestlemania é um jogo que me diz muito pouco mas imagino que tanto as versões Sega como Nintendo tiveram um sucesso considerável pois a Acclaim espremeu bem essa vaca nesta geração. E a verdade é que, pelo menos a nível audiovisual, as coisas foram ficando melhores.