Shura No Mon (Sega Mega Drive)

Voltando às rapidinhas, vamos ficar agora com um curioso jogo da Mega Drive que se ficou apenas por solo japonês. Para além disso, é um título que bastante texto em kanji e, até à data, não existe qualquer patch de tradução para inglês. Então como o joguei? Bom, existe um guia no gamefaqs que detalha muito bem as mecânicas de jogo e todas as estratégias para sermos bem sucedidos. Para além disso, usei também o google lens para traduzir todos os textos. A tradução não é perfeita, mas acompanhada com o guia foi dando para ter uma boa ideia da história. Este processo de usar o google lens é algo moroso e aborrecido, mas aproveitei que esta semana estive de férias e tinha tempo para o ir jogando dessa forma. O meu exemplar foi comprado num lote de vários jogos japoneses, creio que me ficou à volta dos 10€.

Jogo com caixa e manual, versão exclusiva japonesa

A história acompanha o manga de mesmo nome, onde encarnamos no papel de Tsukumo Mutsu, o último discípulo de uma arte marcial ancestral, muito poderosa, porém esquecida pelos japoneses. Tsukumo viaja para Tokyo e junta-se a um dojo liderado por um poderoso mestre, em busca de defrontar outros lutadores bastante talentosos. O jogo em si é um jogo de luta táctico, cujas nossas acções são todas baseadas num sistema de menus onde poderemos escolher uma série de acções tanto para atacar o nosso adversário, como responder a investidas dos mesmos.

Aqui temos liberdade total de movimento pela arena, mas todos os golpes (e respostas a investidas do nosso adversário) são escolhidos através de um sistema de menus, tal como num RPG

Os controlos são simples: o d-pad movimenta a nossa personagem pela arena (começamos à direita ao contrário de outros jogos de luta) enquanto que o botão C serve para abrir o menu, botão A para seleccionar opções e B para as cancelar. Em baixo temos mais informação relevante, como a barra de vida de cada personagem ou, ao centro, e estado de espírito de cada um, representado pela cor de umas silhuetas que representam cada personagem. Isto é importante para as opções que poderemos seleccionar durante os combates. Nas extremidades do ecrã temos também uma outra barra, a de concentração. A ideia é, quanto maior for a concentração, mais eficaz e poderoso será o ataque que tentamos desferir, inclusivamente alguns golpes obrigam a ter a concentração alta ou mesmo no máximo para serem desencadeados. Ganhamos concentração ao ficar parados no ecrã.

Infelizmente todos os menus estão em kanji, mas o guia do gamefaqs é precioso para nos ajudar a escolher as opções mais adequadas em cada situação

Então as coisas funcionam da seguinte forma: em cada combate o objectivo é o de ganhar o máximo de concentração para os nossos ataques serem o mais poderosos possível, sendo que cada ataque obriga-nos também a estar a uma determinada distância do nosso oponente. Quando o oponente nos tenta atacar, temos a opção de executar várias habilidades de defesa, evasão ou mesmo contra ataque, cada uma com diferentes requisitos e probabilidades de ser bem sucedida. O jogo está no entanto feito de forma a que nos obriga a passar por certas situações (escolher certas habilidades no momento certo) para que possamos depois desbloquear algumas habilidades secretas e poderosas que serão a chave para vencer cada combate. Antes disso é preciso também saber levar muita porrada e escolher as respostas certas às investidas do nosso adversário, para que o dano sofrido seja o mínimo. E nisso, o tal guia do game faqs foi uma grande ajuda!

Entre combates vamos tendo bastantes diálogos que avançam a narrativa. O google lens não é perfeito mas dá para ter uma noção da história e o guia também faz alguns paralelismos com o que acontece na manga

Entre cada combate (e mesmo durante alguns momentos chave dos combates) temos direito a vários diálogos bem animados que vão progredindo a história. Apesar de não serem as cut-scenes anime mais bonitas que podem ver numa Mega Drive, ainda assim estão bastante acima da média, pois há visual novels modernas muito mais paradas que isto! A arte parece-me seguir a mesma da manga, onde as personagens principais muitas vezes aparecem com os olhos completamente desprovidos de cor, sinceramente não gostei desse detalhe, mas parece-me mesmo ser apenas uma opção artística. A banda sonora é bastante agradável e repleta de músicas enérgicas.

Portanto este é um jogo que tem uma jogabilidade muito característica e sinceramente apenas o recomendaria se fossem fãs da manga original, ou uma vez que fosse lançado um patch de tradução. Usar o google lens para traduzir os diálogos ainda não é um sistema perfeito para traduzir um jogo on the fly, até porque tenho de tirar uma fotografia diferente de cada vez que há um diálogo, mas aproveitei precisamente o facto de ter tido muito tempo livre nesta semana para o fazer e assim limpar um jogo do meu backlog. Mas reafirmo, o guia do gamefaqs é essencial se querem experimentar o jogo.

Sobre cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.
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