Voltando à Master System e às rapidinhas, tempo agora de vos trazer a modesta adaptação do Mercs para a plataforma de 8bit da Sega. Mercs é uma espécie de sucessor espiritual de Commando, um clássico da Capcom que nos colocava num ambiente de guerra e onde sozinhos teríamos de derrotar todo um exército inimigo, numa perspectiva vista de cima. Já cá trouxe no passado a adaptação desse jogo para a Mega Drive, que por sua vez era uma conversão que até expandia o original arcade. Na Master System o resultado é bem mais modesto. O meu exemplar foi comprado em lote a um particular algures no passado mês de Novembro, tendo-me custado cerca de 15€.
Tal como noutras versões o nosso objectivo é o de nos infiltrarmos num fictício país africano onde um grupo militar para além de estar a preparar um golpe de Estado também conseguiram raptar nada mais nada menos que o presidente dos Estados Unidos da América. Agora, por questões “diplomáticas” a única coisa que os americanos podem fazer é enviar um único soldado com a tarefa de defrontar todo esse exército inimigo e resgatar o presidente norte americano em segurança.

A jogabilidade é, na sua essência, similar à das outras versões do Mercs. Este é então um shooter com uma perspectiva vista de cima e onde teremos muitos soldados inimigos para derrotar e veículos para destruir. Para nos ajudar nessa demanda temos um sistema de power ups que poderemos encontrar ao longo dos níveis. Estes são itens que tanto podem ser novas armas como shotguns, lança chamas ou rockets. Ícones “pow” servem para dar mais poder de fogo à arma que tenhamos actualmente equipada, os itens com a letra M são bombas capazes de causar dano em todos os inimigos presentes no ecrã, enquanto que os itens restantes servem para regenerar/extender a nossa barra de vida ou simplesmente darem pontos adicionais. No que diz respeito aos controlos, um botão dispara, o outro usa as tais mega bombas que referi anteriormente. Nada de muito diferente perante a versão original arcade, a não ser que esta é uma conversão bem mais modesta, com menos detalhe, inimigos no ecrã e uma performance pior. O “original mode” presente na versão Mega Drive não está aqui implementado.
A nível audiovisual este é um jogo colorido e bem detalhado quanto baste, estando no entanto muito abaixo do original arcade e versão Mega Drive, tanto a nível de detalhe, performance, como a quantidade de inimigos presentes no ecrã. Os efeitos sonoros não são nada de especial e já no que diz respeito à música, infelizmente esta está apenas presente no ecrã título, introdução e nas pequenas transições onde os bosses entram em cena. Durante a maior parte do jogo não temos então qualquer música, e como os efeitos sonoros não são grande coisa… bom digamos que não é um jogo muito agradável de se ouvir.
Portanto esta adaptação da Master System apesar de ter sido bem-vinda, particularmente para quem não tivesse ainda uma Mega Drive em 1992, acaba por ser um jogo um pouco desapontante. Para além da falta de música ter sido uma falha a meu ver gritante e a performance do jogo não ser a melhor, é mesmo a omissão de um modo de jogo adicional tal como foi feito na versão Mega Drive que torna esta versão mais desinteressante. É que pelo menos no Ghouls ‘n Ghosts a Sega decidiu implementar diferentes mecânicas de jogo que compensassem o facto dessa versão ser muito inferior tecnicamente.