Desert Demolition (Sega Mega Drive)

Voltando agora à Mega Drive, vamos ficar com mais um jogo de plataformas sobre personagens dos Looney Tunes e mais um que já foi lançado algo tarde no ciclo de vida da Mega Drive, tal como aconteceu com o Bugs Bunny in Double Trouble ou o Cheese Cat-Astrophe Starring Speedy Gonzalez. Ao contrário do Cheese Cat-Astrophe que recebeu também uma conversão para a Master System, este Desert Demolition nada tem a ver com o Desert Speedtrap lançado anteriormente. O meu exemplar foi comprado numa CeX no final do mês de Janeiro por 20€.

Jogo com caixa e manual

Este Desert Demolition é como se estivéssemos a assistir a um desenho animado, pois podemos jogar tanto com o Coyote como com o Roadrunner e apesar do objectivo em cada nível ser o de procurar a sua saída dentro do tempo limite, a jogabilidade é ligeiramente diferente consoante a personagem escolhida. Com o Coyote, devemos também tentar apanhar o Roadrunner sempre que pudermos, ganhando alguns pontos e tempo extra sempre que o fizermos. Já com o Roadrunner teremos de evitar ser apanhados pelo Coyote e, tal como nos desenhos animados, se conseguirmos fazer com que o Coyote se despiste ou se magoe de qualquer forma, também ganhamos os tais pontos bónus e tempo extra.

A ordem pela qual jogamos os níveis é ligeiramente diferente entre as personagens escolhidas

Mas analisando a jogabilidade de forma mais profunda, vamos aos controlos. O botão B e C servem para correr ou saltar e, dependendo da personagem o botão A poderá ter diferentes usos. No caso do Coyote serve para mergulharmos em frente, o que devemos fazer sempre que estivermos prestes a apanhar o Road Runner, já no caso do pássaro o botão A serve fazer os seus típicos sons “bip-bip”, que poderão servir para assustar o Coyote se o apanharmos desprevenido. Espalhados ao longo dos níveis vamos ter também inúmeros itens e power ups. Os mais comuns são selos ACME que servem para nos aumentar a pontuação e caso tenhamos coleccionado 125 ou mais em cada nível, desbloqueamos um nível de bónus. Outros itens menos comuns são relógios que nos extendem o tempo limite por mais 10 segundos, vidas extra ou turbos que poderemos acumular e usar para correr ainda mais rápido. Para regenerar a barra de vida, no caso do Coyote temos também de apanhar umas garrafas de água, já no caso do Roadrunner teremos de comer alpista nalguns locais.

Estes caixotes ACME contém alguns gadgets típicos dos desenhos animados, como patins com foguetes, que nos ajudarão a apanhar o roadrunner

Ao longo do jogo vamos também encontrar inúmeras caixas ACME espalhadas pelos níveis. Se estivermos a jogar com o Coyote, podemos saltar para dentro delas que depois saíremos de lá equipados com algum gadget temporário, mesmo típico daqueles desenhos animados. Os patins com foguetes, molas nos pés que nos permitem saltar mais alto são os mais comuns. Já se jogarmos com o Roadrunner, temos de ter cuidado ao passar por essas caixas pois o Coyote vai sempre sair de lá! De resto convém também referir que o jogo é bastante curto com 6 níveis distintos, em que o último é um boss e infelizmente esse boss é exactamente igual independentemente da personagem escolhida. Jogando com o Roadrunner, que pela sua velocidade até pode subir paredes e atravessar loops como no Sonic, conseguimos terminar o jogo em cerca de 10 minutos ou menos, visto que apenas temos de correr para a saída.

Graficamente estamos perante mais um jogo muito bem detalhado e colorido

Já no que diz respeito aos visuais, contem com gráficos muito bem detalhados e com óptimas animações. No entanto não há uma grande variedade de cenários, pois todos possuem os visuais típicos dos desertos Norte-Americanos, montanhas e cavernas, excepto o boss final que já decorre numa fábrica. Os níveis bónus ainda acrescentam ocasionalmente alguma variedade como os foguetes lançados em direcção ao espaço, por exemplo. As músicas são competentes e os efeitos sonoros também. Correr, tanto com o Coyote como o Road Runner também tem uns efeitos sonoros com alguma musicalidade que achei alguma piada!

Portanto este Desert Demolition até que é um jogo de plataformas bem competente, tanto a nível técnico, como de jogabilidade. Peca no entanto por ser bastante curto e o boss final se fosse diferente para cada personagem também seria um bom bónus.

Ganbare! Golf Boys (PC-Engine)

Eu avisei que nos próximos tempos ia trazer algumas rapidinhas a jogos desportivos da PC-Engine. Depois da conversão do Jack Nicklaus, que sendo um jogo de origem ocidental está completamente em inglês mesmo na sua versão PC-Engine, chegou agora a vez de escrever sobre este Ganbare! Golf Boys, um título produzido pela NCS/Masaya. Ao contrário do Jack Nicklaus, que é um simulador mais realista, este já possui uma jogabilidade mais arcade e por isso acaba por ser também mais divertido de se jogar. Tal como o Jack Nicklaus, este jogo veio de um bundle de 15 jogos de PC Engine que comprei algures em Dezembro do ano passado, por menos de 5€ por jogo, já a contar com custos de portes e alfândega, o que acabou por ser um óptimo preço.

Jogo com caixa e manual embutido na capa

Aqui dispomos de 3 modos de jogo nomeadamente um torneio, stroke e match. Infelizmente o manual não dá grandes detalhes sobre cada um dos modos de jogo em si. O match está trancado para 2 jogadores portanto presumo que seja exclusivo multiplayer pelo que não o experimentei, já o modo stroke apresenta 2 campos de golfe que podemos jogar. O modo torneio parece-me ser o mais completo, visto que inicialmente dispomos apenas de um torneio em que podemos participar (NCS), mas posteriormente poderemos vir a desbloquear outros dois (Japan e World). Ambos os modos de jogo podem no entanto ser jogados sozinhos ou com um máximo de 4 jogadores em simultâneo, recorrendo a um multitap.

Depois de escolhermos o nome dos jogadores, poderemos também introduzir uma password que presumo que restaure alguma partida anterior

A jogabilidade é simples, onde primeiramente devemos apontar a mira para definir a direcção da tacada e depois, com o pressionar do botão I, vamos avançando nas acções seguintes, a começar por escolher que taco a usar, a posição da bola que queremos atingir e por fim preparar a tacada. Esta possui uma vez mais uma barra de energia que temos de interagir a dois tempos, primeiro para definir a potência da tacada, depois para definir a sua precisão. A barra de energia é no entanto apresentada numa forma circular que representa o movimento dos braços ao realizar a tacada. No primeiro “tempo”, quanto mais próximo da extremidade superior da barra nos aproximarmos quando pressionamos o botão, mais os braços do golfista estão no ar, indicando que a tacada será mais potente dessa forma. Já o segundo tempo deve ser pressionado próximo do centro inferior da barra circular, próximo do solo. E eu disse que este jogo era mais arcade e de facto acaba por ser pelo menos na sua apresentação, pois no resto até que inclui tudo o que é habitual de se encontrar num simulador desta época. O vento e o alcance máximo de cada tipo de taco são naturalmente coisas que nos devemos preocupar e ao pressionar o botão Select é-nos mostrado um menu (que curiosamente até está em inglês) onde podemos realizar acções secundárias, como observar o campo de golfe livremente, obter conselhos (em japonês), ver a pontuação ou até definir a nossa postura.

Pessoalmente até que gosto deste sistema para planear as tacadas. Acho-o bem intuitivo!

No que diz respeito à apresentação, este é um jogo que mantém sempre uma perspectiva vista de cima, com a câmara a aproximar-se quando estamos no green, ou seja, já perto do buraco. Isto permite que as partidas fluam bem melhor do que noutros simuladores da época, que tentavam renderizar o campo em pseudo 3D e isso interrompia constantemente a acção em breves segundos. Graficamente o jogo apresenta visuais coloridos (dentro do possível, visto que a maior parte dos circuitos são em tons verde de vegetação, azuis para água e amarelos para areia). O detalhe é o suficiente tendo em conta a distância e posicionamento da câmara. Já as músicas até que são bastante agradáveis e os efeitos sonoros cumprem bem o seu papel.

Estes triângulos no terreno presumo que assinalem declives

Portanto este Ganbare Golf Boys até que me pareceu um jogo de golfe bem competente e sem dúvida mais divertido de jogar que o Jack Nicklaus. Os seus visuais são simples e a jogabilidade também é intuitiva, mesmo com quase todo o texto em japonês. No entanto a PC-Engine possui imensos jogos de golfe e eu ainda tenho uns quantos para experimentar, pelo que ainda é prematuro estar a dizer se este será dos melhores.

Jack Nicklaus Greatest 18 Holes of Major Championship Golf (PC-Engine)

Vamos ficar agora com uma rapidinha a um jogo de desporto na PC-Engine e esperem por umas quantas destas nos próximos tempos. Isto porque em Dezembro comprei um lote de jogos considerável de PC Engine directamente do Japão a um preço muito convidativo, embora naturalmente tivesse muitos jogos de desporto à mistura. Basicamente ficou-me a menos de 5€ por jogo já a contar com o acréscimo de portes e alfândega, o que não foi nada mau. Os jogos chegaram-me às mãos na segunda metade de Janeiro e vou começar por esta adaptação do Jack Nicklaus, cuja versão da NES já cá trouxe no passado.

Jogo com caixa e manual embutido

Basicamente, como a versão da NES e o título do jogo indica, este é um simulador de golfe com o “patrocínio” de Jack Nicklaus, um dos seus practicantes mais famosos da década de 80. E também tal como o nome indica, o que teremos aqui não são circuitos de golfe completos, mas sim 18 buracos distintos retirados de diferentes circuitos (que não faço a mínima ideia se serão reais mas presumo que sim). Os modos de jogo são os mesmos da versão NES, com o strokes play e o skins, onde o objectivo é o de terminar o conjunto dos 18 buracos com menos tacadas, ou então obter o menor número de tacadas buraco a buraco, respectivamente.

A jogabilidade é simples, com o direccional a servir tanto para trocar de tacos, como para ajustar a direcção da tacada. Uma vez com isso definido, somos levados para a habitual barra de energia que deveremos interagir a dois tempos, um para determinar a potência da tacada, o segundo para ajustar a precisão de forma a manter uma trajectória o mais próximo possível da pretendida. Naturalmente que temos de considerar outros detalhes a força e direcção do vento, bem como a distância máxima que cada taco poderá alcançar.

O ecrã apresenta-nos toda a informação que precisamos, embora a distrância coberta por cada taco apenas aparece caso seleccionemos o modo de dificuldade mais baixo (que é a dificuldade por defeito)

Graficamente este é um jogo simples onde tal como em muitos jogos de golfe desta época, temos sempre de esperar alguns segundos entre tacadas para que o CPU consiga renderizar o cenário, que é apresentado numa câmara de terceira pessoa, nas costas do jogador. No entanto estava à espera que graficamente pudesse ser um jogo mais apelativo, pois as cores são muito escuras e a PC-Engine possui a capacidade de renderizar um número bem maior de cores no ecrã. Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros e a música, bom essa apenas existe no ecrã título, todo o resto do jogo é jogado em silêncio. Convém também referir que mesmo sendo esta uma versão japonesa, está inteiramente em inglês visto ter sido desenvolvida pela Accolade.

As versões norte americana (esquerda) e japonesa (direita) possuem menus diferentes e os circuitos de golfe também o são

Portanto este é um dos vários jogos de golfe que chegaram à PC-Engine e devo dizer que não fiquei lá muito impressionado pois já experimentei brevemente alguns outros jogos do mesmo estilo (como o Naxat Open que trarei cá em breve) e que me pareceram bem mais interessantes. Um detalhe interessante a apontar é que este jogo é mencionado em muitos locais na internet como sendo exactamente o mesmo que a versão americana da Turbografx-16: Jack Nicklaus Turbo Golf, e isso não é verdade. Por um lado o motor do jogo é exactamente igual, mas os menus são diferentes e mais importante que isso, os circuitos de golfe também o são. Aqui são mesmo 18 buracos retirados de circuitos distintos, enquanto que a versão americana tem 18 buracos de um circuito qualquer Australiano. Para adicionar ainda mais confusão existe uma versão do Jack Nicklaus Turbo Golf em CD que mantém exactamente o mesmo nome e que possui mais circuitos e modos de jogo. Supostamente essa versão foi lançada no Japão sob o nome de Jack Nicklaus World Tour Golf, mas estou curioso em saber se será realmente o mesmo jogo ou não.