Marvel vs Capcom 2 (Sony Playstation 2)

Vamos a mais uma rapidinha a um jogo de luta e uma vez mais na Playstation 2. Marvel vs Capcom foi, durante uns bons anos, o último jogo de luta em 2D que fazia um crossover entra os universos da Marvel e da Capcom. Foi também o primeiro jogo que a Capcom desenvolveu no sistema Naomi da Sega, nas arcades, daí ter recebido muito rapidamente uma conversão para a Dreamcast também. O meu exemplar foi comprado há uns bons anos atrás, por aí em 2014, numa das minhas idas à feira da Ladra em Lisboa. Lembro-me perfeitamente de me ter custado apenas 2€ e ainda ter trazido um disco solto do Marvel Super Heroes vs Street Fighter!

Jogo com caixa e manual

Nesta sequela a Capcom introduziu muitas diferenças perante o seu predecessor, a começar pelo tag team, já que agora temos de escolher uma equipa de 3 personagens ao invés de apenas duas. E felizmente que nenhuma das consolas sofreu o mesmo mal da geração anterior e a jogabilidade foi mantida intacta perante a versão original, com os tag teams presentes em todas as versões. Os controlos foram também algo simplificados, com o layout de 6 botões de ataque a ser substituído por 4 mais 2 botões para invocar os assists. E aqui também temos algumas diferenças. O primeiro Marvel vs Capcom, na sua versão arcade e Dreamcas tinha um tag-team de 2 lutadores por equipa, mais um convidado especial que seria usado apenas para os assists. A versão Playstation, em virtude das suas limitações técnicas, permitia-nos optar se preferíamos usar essa personagem especial para os assists, ou um dos outros lutadores normaos. Aqui na sequela os assists podem ser executados por qualquer lutador na nossa equipa, sendo que inclusivamente poderemos definir no momento em que escolhemos a nossa equipa, quais os tipos de assist que cada personagem pode executar.

Inicialmente temos 24 personagens disponíveis mas poderemos desbloquear muitas mais!

De resto contem uma vez mais com um jogo de luta bastante frenético, com um grande foco em combos, saltos gigantes com combate pelo ar e inúmeros golpes especiais, como os tais assists, hyper combos e por aí fora. É sem dúvida um jogo extremamente divertido e o leque de personagens jogáveis é invejável. A versão PS2 começa com 24 personagens disponíveis de início, mas à medida que vamos jogando e ganhando pontos, poderemos posteriormente trocar esses pontos para desbloquear outras 32 personagens, totalizando 56 personagens no total, incluindo algumas supreendentes como a Jill Valentine de Resident Evil. Os pontos servem também para desbloquear uma série de outros extras como palette swaps de cada lutador ou artwork dos mesmos. Esses pontos podem ser conquistados ao jogar qualquer um dos modos de jogo que temos disponíveis nesta versão que são os tradicionais arcade e versus, um modo de treino e o score attack que é na verdade uma espécie de survival, onde com uma vida teremos de tentar vencer o máximo de combates possível e amealhar o máximo de pontos que conseguirmos.

As arenas são agora renderizadas em 3D e apesar de eu preferir o estilo gráfico mais tradicional, não ficaram nada más!

Já no que diz respeito aos audiovisuais, este Marvel vs Capcom 2 marca também pela sua diferença, tanto nos gráficos como no som. Começando pelos gráficos, este jogo não é inteiramente em 2D tal como os seus predecessores. As personagens continuam a ser em 2D, com um excelente nível de detalhe e animações. Já os cenários são completamente renderizados em 3D, embora a acção continue a decorrer num plano em 2D. Bom, eu prefiro cenários em 2D com pixel art muito bem detalhado, o que acontecia nos jogos anteriores, bem como nos da SNK. É verdade que os cenários não são feios, o resultado final nem é nada mau, mas é apenas uma questão de preferência. E infelizmente os cenários são um pouco genéricos, mas se a Capcom se desse ao trabalho de criar cenários específicos para cada personagem seria uma tarefa algo ingrata. Já no que diz respeito ao som, bom as personagens são bem perceptíveis, mas o que chama mesmo à atenção é a banda sonora, que agora é muito influenciada por ritmos e melodias jazz. Não estava nada à espera, mas as músicas até soam bastante bem!

Agora temos tag team com 3 personagens e o sistema de assists foi uma vez mais modificado

Portanto este Marvel vs Capcom 2 acaba por ser mais um excelente jogo de luta! Os crossovers da Capcom não se ficaram por aqui, pois ainda no mesmo ano, em 2000, a Capcom lançou o Capcom vs SNK, um crossover há muito esperado por todos os fãs de jogos de luta! Em breve há-de chegar a sua vez de ser cá analisado!

Gabriel Knight 2: The Beast Within (PC)

Fiquei bastante surpreendido quando joguei o primeiro Gabriel Knight. A sua narrativa mais madura, bem escrita, um voice acting excelente e óptimos visuais em 2D, resultaram numa experiência muito positiva. Naturalmente que as expectativas para a sua sequela eram altas, mesmo já sabendo de antemão que seria um jogo em full motion video, um pouco à semelhança dos Phantasmagoria e o primeiro Phantasmagoria não me deixou lá muito convencido. Joguei a versão digital no Steam que tinha comprado num grande bundle de jogos da Sierra algures no ano passado por um preço muito reduzido, mas este por acaso também já o tinha em formato físico, tendo-o comprado algures numa feira de velharias, certamente por meros trocos.

Jogo com manual e os seus 6 CDs. Não sei o que mais poderia trazer a big box!

A história decorre algum tempo após os eventos do primeiro jogo, onde Gabriel é finalmente um autor de sucesso, tendo publicado um livro que narrou os mesmos assassinatos voodoo que experienciamos na sua primeira aventura. E este The Beast Within decorre inteiramente na Alemanha, pois Gabriel Knight é também o último dos Ritters, uma família de schattenjägers, caçadores de demónios, vampiros e outras criaturas sobrenaturais. E a população vizinha acaba por lhe pedir para investigar um novo caso, pois várias pessoas têm sido encontradas mutiladas e parcialmetne devoradas, o que suspeitam ser um ataque de lobisomens logo, trabalho para um schattenjäger. E lá teremos de nos deslocar para Munique, explorar locais do crime, falar com testemunhas, suspeitos e as forças policiais para resolver mais um mistério.

Durante os diálogos vamos poder escolher vários tópicos para falar e assim recolher as pistas que necessitamos

A nível de estrutura o jogo até que tem as suas parecenças com o anterior, a começar por ser uma aventura gráfica point and click, claro. Mas também está dividido em vários capítulos, sendo que só avançamos para o capítulo seguinte quando todos os prérequisitos forem cumpridos. É certo que nem todos os puzzles são intuitivos, há um bastante inteligente logo no início onde temos de usar uma gravação áudio para formular uma frase com a voz do entrevistado, mas ao menos não corremos o risco de chegar a um cenário sem solução ou escape por nos termos esquecido de fazer algo há horas atrás. De resto contem com as mecânicas habituais neste tipo de jogos, onde o ponteiro do rato vai mudando de forma consoante o contexto, representando acções diferentes como caminhar, ou interagir com alguém ou alguma coisa. Consultar o inventário e usar os seus itens são também acções permitidas. Outra das diferenças perante o anterior, é que ao longo dos seis capítulos vamos alternando entre jogar com o próprio Gabriel Knight ou a sua assistente Grace Nakamura, que vão tendo diferentes locais e linhas de investigação para explorar, acabando por se encontrar apenas nos actos finais.

Os cenários são fotos estáticas, com a sprite de Gabriel ou Grace a mover-se de forma minimamente animada pelos mesmos

Visualmente este jogo usa também tecnologia de full motion video, daí o seu lançamento físico vir com tantos CDs. Todos os diálogos e interacções, mesmo que sejam coisas simples como abrir gavetas ou escrever cartas, são acompanhados de pequenos vídeos com actores reais. Já navegar pelos cenários, estes são tipicamente fotografias estáticas, com as “sprites” digitalizadas de Gabriel ou Grace a passearem-se pelos mesmos. E ao contrário do primeiro Phantasmagoria, que na altura fiquei bastante desapontado pela prestação dos seus actores, aqui apesar de não serem propriamente prestações dignas de óscares, até que nem desgostei de todo. Mas isso também tem muito a ver com a forma em que a narrativa foi construída, mais uma vez pela autoria de Jane Jensen. Mas, para me contradizer um pouco, não deixo de ter ficado um pouco desiludido com as personagens do Gabriel e Grace neste segundo jogo. Ambos são interpretados por actores diferentes e Gabriel, para além de ter perdido a voz e sotaque muito característicos do primeiro jogo, aparece muitas vezes com cara algo de parvo nas cutscenes… já a Grace Nakamura, que no primeiro jogo tinha uma personalidade muito sarcástica, mas também que demonstrava afecto e preocupação por Gabriel, aqui tem uma personalidade bem mais histérica, principalmente na primeira metade do jogo, a sua hostilidade perante Gerda está muito exagerada, na minha opinião. De resto, e sendo um jogo inteiramente passado na Alemanha existe muito diálogo em alemão e que não tem qualquer tradução para inglês, o que é feito de forma propositada. Mas nada que nos impeça de entender a história!

Quer com Grace ou Gabriel, vamos poder explorar locais diferentes. O botão hint serve para salientar quais os locais onde ainda temos acções para desempenhar antes de o jogo avançar para o capítulo seguinte

Portanto devo dizer que gostei deste segundo Gabriel Knight, apesar de continuar a preferir o primeiro. O facto de ter sido um jogo inteiramente passado na Alemanha, e exploramos os seus castelos, as florestas densas ou povoações com edifícios antigos e com aquela arquitectura típica germânica, agradou-me bastante. E mesmo sendo um jogo uma vez mais com uma narrativa bem escrita, com prestações de actores reais bem melhores do que eu estava inicialmente à espera, devo dizer que continuo a preferir o primeiro Gabriel Knight, pois acho que as personagens de Gabriel e Grace estão melhor representadas, e sinceramente porque prefiro o pixel art bem detalhado dessa aventura. Mas hey, de todos os jogos baseados em FMV que joguei até agora, este foi o que gostei mais, se bem que o Harvester continua a marcar pontos por ser extremamente bizarro.

Guilty Gear X2 #Reload (Sony Playstation 2)

Bom, daqui para a frente não vou mesmo conseguir cumprir a minha meta pessoal de trazer cá um artigo por dia. O tempo para jogar não abunda e o facto de já levar com mais de 50 horas num outro jogo que planeio escrever no futuro também não ajuda. E mesmo quando eu jogo algo tão longo como um RPG, costumo ir sempre alternando com jogos mais curtos, mas também já não tenho muitos jogos curtos para documentar na colecção. Daí também ter trazido cá um número considerável de jogos de luta nas últimas semanas pois são jogos que tipicamente jogo de forma mais casual. E o artigo de hoje não será uma excepção a essa regra e será mais uma rapidinha. Isto também porque este Guilty Gear XX #Reload é um dos vários updates que o jogo recebeu em relação ao Guilty Gear X2 que já cá trouxe no passado. E sinceramente já não me recordo onde ou quando comprei o meu exemplar, mas terá sido certamente barato.

Jogo com caixa e manual

E pelo que joguei este é mesmo um mero update ao título anterior, com alguns balanceamentos no elenco de personagens e que para um jogador mais casual como eu iriam passar completamente despercebidos. E então pesquisando na internet lá consegui encontrar algumas diferenças. A maior está mesmo na personagem Robo-Ky, que para além de ser agora jogável de início, possui também o seu próprio conjunto de golpes. Já no que diz respeito aos modos de jogo, estes são idênticos ao do seu predecessor, como o modo história repleto de cutscenes simples, mas que ilustram bem a história do ponto de vista de cada personagem, bem como finais alternativos que vão sendo desbloqueados se cumprirmos certos pré-requisitos. O que este jogo traz de novo são novas missões no mission mode (agora um total de 100), e o survival mode escala o número de níveis para 1000! Já a jogabilidade continua brutal como sempre, sendo um jogo rápido, com grande foco em combos, e possui muitas particularidades na sua jogabilidade que o tornam um jogo bastante técnico e exigente para ser verdadeiramente dominado.

Tal como é habitual na série, existem inúmeros golpes especiais que são deliciosos de ver, mas muitos são bem difíceis de executar!

A nível audiovisual continua a ser um autêntico festim para os olhos e ouvidos. A Arc System Works já nos mimou bastante com esta série, pois temos personagens muito bizarras, bastante diferentes entre si, mas sempre com muito detalhe e excelentes animações. O facto de haverem muitos specials vistosos também ajuda! As arenas também vão sendo bastante diversificadas entre si e com um bom nível de detalhe. Mas melhor que os excelentes gráficos 2D, pelo menos tendo em conta o meu gosto pessoal, está precisamente na banda sonora, que na série Guilty Gear é tradicionalmente heavy metal, repleta de riffs de guitarra bem orelhudos e melodias bastante cativantes.

Portanto este é mais um jogo de luta bastante competente mas o Guilty Gear X2 recebeu imensos updates, alguns nem sequer chegaram a sair fora do Japão, pelo que me parece ainda prematuro dizer que esta seja a versão definitiva do jogo. Ainda tenho mais alguns para espreitar, creio que está na altura de tirar o pó à Nintendo Wii e ver o XX Accent Core em breve. Ainda bem que dá para usar o Classic Controller!