Vamos começar o ano de 2021 com mais uma rapidinha para fechar a série Space Quest, com o seu sexto e último capítulo a ser lançado originalmente em 1995. E tal como todos os outros Space Quest que fazem parte da minha biblioteca no steam, este meu exemplar digital veio através de um excelente bundle que comprei algures neste ano e que continha dezenas dos clássicos do extenso catálogo de jogos da Sierra.
Na aventura anterior acompanhamos Roger Wilco e a sua ascensão para a posição de capitão da sua própria nave espacial. E apesar de uma vez mais ter salvo o universo, nem tudo resultou em boas notícias, pois Roger acaba por ser julgado pela federação StarCon pela sua conduta imprópria e todos os danos causados. Então Wilco acaba por ser despromovido novamente para a posição de empregado de limpeza! Entretanto toda a tripulação da nave onde Roger estava a servir acaba por ter uns dias de folga num planeta próximo, que apesar de ter um aspecto horrível, sempre tinha uns bares e arcades para se divertirem. Entretanto Roger, depois de deambular pelas zonas menos nobres daquele sítio, acaba por ser raptado e tropeçar uma vez mais numa grande conspiração que começa a surgir à sua volta.
Portanto, como não poderia deixar de ser, estamos aqui perante mais um jogo de aventura gráfica com uma interface 100% point and click, onde teremos diferentes cursores para desempenhar diferentes funções como andar, falar, observar, interagir, ou usar itens do inventário. Naturalmente que teremos de interagir com diversos objectos para ir avançando no jogo e ultrapassar os puzzles que teremos de enfrentar, o que nem sempre trazem soluções óbvias. Nos jogos anteriores tínhamos sempre um mini-jogo ocasional para ultrapassar e este Space Quest 6 não é excepção. Desta vez temos um clone de Street Fighter, com personagens e golpes algo hilariantes, mas como uma jogabilidade tão notoriamente má que somos mesmo obrigados a fazer batota. De resto, e também como é habitual, teremos algumas situações de game over hilariantes embora desta vez não tenhamos tantos momentos de frustração também.
No que diz respeito aos audiovisuais devo dizer que estou algo dividido. Por um lado é de saudar o regresso do voice acting, em particular o do narrador hilariante que é o mesmo que ouvimos no Space Quest IV. Este voice acting enriquece bastante a narrativa, particularmente os seus momentos mais cómicos. Mas no que diz respeito aos gráficos propriamente ditos, é certo que estão muito bons para um jogo de 1995, com sprites das personagem muito bem animadas e detalhadas. Os backgrounds são também muito bem detalhados e os poucos CGIs que vamos assistindo têm uma qualidade que não estava nada à espera de ver em 1995. Ainda assim, prefiro de longe os visuais mais cartoon, tanto nas personagens como nos cenários, que foram retratados nos dois jogos anteriores.

Fora isso é mais um jogo de aventura bem sólido por parte da Sierra, uma vez mais com um bom sentido de humor e umas quantas referências a outros videojogos e filmes. A partir daqui infelizmente as coisas na Sierra foram mudando e para o pior, pelo que a série acabou por não receber mais nenhum título.