Continuando pela saga dos Space Quest da Sierra, vamos ficar agora com o seu penúltimo capítulo nas aventuras de Roger Wilco. Tinha gostado bastante do seu antecessor directo, mas este quinto jogo acabou por ficar uns furos abaixo do anterior pelo simples facto de não ter qualquer voice acting. De resto continua a ser um jogo bem humorado e bastante sólido! O meu exemplar, como os demais da saga Space Quest, veio num grande bundle comprado algures neste ano que incluiu dezenas dos clássicos da Sierra a um preço muito reduzido para a quantidade, e qualidade, dos jogos que trazia.
Até agora Roger Wilco tem servido sempre o papel de herói improvável, pois apesar de ser o empregado de limpeza mais desastrado e incompetente naquele sector do universo, acabava sempre por se ver envolvido em conspirações à escala planetária. Desta vez Roger decide mudar de vida e inscreve-se numa academia para se tornar comandante de uma nave espacial. Infelizmente os seus maus hábitos mantêm-se e apesar de ter sido de longe o pior aluno que aquela instituição alguma vez recebeu, problemas informáticos na avaliação do seu último exame fazem-no graduar com distinção. Mas, numa partida do destino, a nave espacial que acaba por comandar é uma pequena nave de recolha de lixo. Mas claro, à medida que vamos avançando na história, vamos tropeçando uma vez mais numa grande conspiração que teremos de travar.

E esta é mais uma vez uma aventura gráfica do estilo point and click, onde os diferentes cursores que podemos usar representam diferentes acções como falar, interagir, mover, etc. Na sala de controlo da nave temos um cursor novo que é usado para dar indicações à nossa tripulação, mas deixamos de ter os cursores de cheirar e lamber que, apesar de nunca terem sido lá muito úteis nos jogos anteriores, sempre davam um comic relief adicional. Iremos então ter a oportunidade de comandar a nossa nave e visitar várias localizações distintas, cujas coordenadas devem ser inseridas antecipadamente e estas estão apenas disponíveis no manual do jogo e que funcionariam como um esquema de protecção de pirataria. Teremos vários puzzles para resolver, alguns bem bizarros, outras situações de vida ou morte em que temos de agir rápido e o mini-jogo que aqui incluiram é uma espécie de batalha naval, mas no espaço.
No que diz respeito aos audiovisuais, a única coisa mais desapontante é mesmo o facto desta vez a Sierra não ter apostado em voice acting, pois tudo o resto está excelente. A narrativa ficou bem melhor que em títulos anteriores, principalmente pela própria personagem do Roger Wilco é agora muito mais conversadora e os diálogos estão repletos de sarcasmo e bom humor. Já do ponto de vista gráfico, a Sierra decidiu adoptar um grafismo muito próximo da banda desenhada, o que sinceramente até achei que resultou bastante bem. Os cenários que vamos explorando são variados, assim como as personagens que são também bastante carismáticas. Nada de especial a apontar à música e efeitos sonoros, a não ser que aquele d’oh! que ouvimos ocasionalmente me ser muito familiar.
Portanto devo dizer que gostei bastante deste Space Quest V. Apesar de não ter o voice acting que foi uma mais valia no jogo anterior, a história acabou por se tornar mais interessante, muito pelo maior carisma que Roger Wilco ganhou, bem como os das personagens mais secundárias com as quais interagimos. A ver em breve como finalizaram a saga!