Voltando agora à Nintendo, vamos ficar com este interessante Startropics, que sempre foi comparado ao The Legend of Zelda mas, apesar de ter algumas similaridades, é um jogo bem mais linear que a dita “inspiração”. É no entanto um jogo de aventura muito agradável, com algumas mecânicas de jogo muito próprias que passarei a detalhar mais à frente. O meu exemplar foi comprado a um particular no passado mês de Agosto por 15€.
A aventura começa ao encarnarmos no papel do jovem Mike Jones que, ao visitar o seu tio arqueólogo numa ilha tropical fictícia, descobre que ele está afinal desaparecido. Munido de um yo-yo e do submarino do seu tio, Mike parte em busca do seu familiar, para depois descobrir que afinal foi raptado por extraterrestres. Iremos explorar todo aquele arquipélago de ilhas, conhecer gente nova e completar uma série de dungeons até finalmente encontrar o tio de Mike e derrotar os aliens que o raptaram.
O jogo está dividido em duas mecânicas distintas. Por um lado, quando exploramos o mundo ou as aldeias de cada ilha tropical, temos uma perspectiva aérea algo distante, muito semelhante ao que nos habituamos nos Dragon Quest e/ou Final Fantasy, onde poderemos também interagir com os NPCs que as habitam. No entanto, quando entramos numa dungeon, a câmara aproxima-se mais um pouco e as mecânicas de jogo já são mais próximas dos The Legend of Zelda. Aqui também teremos de explorar umas quantas áreas (incluindo algumas passagens secretas) bem como poderemos vir a coleccionar uma série de diferentes itens/armas que poderemos vir a equipar e usar quando necessário. De completamente diferente dos Zeldas originais, no entanto, são mesmo as mecânicas de saltos. Nas dungeons teremos de saltitar em várias pequenas plataformas quadradas, muitas vezes até para descobrir e activar interruptores que nos desbloqueiam passagens ou mesmo abrir baús com power ups. É um jogo bem mais linear que os Zeldas, no entanto não deixa de ser desafiante, até porque as armas iniciais que temos à nossa disposição possuem um alcance algo curto.
Graficamente é um jogo bem interessante também. Não que as ilhas, aldeias e dungeons sejam propriamente as coisas mais bonitas que possamos ver numa NES, mas possuem detalhe quanto baste. Gosto particularmente das janelas de diálogos com algumas personagens importantes, que nos mostram retratos bem detalhados das mesmas. Já o som, esse é excelente. Startropics possui imensas músicas bem agradáveis ao ouvido, é para mim sem dúvida o ponto mais forte de todo o jogo.
Portanto este Startropics é um jogo de acção/aventura bastante agradável, embora as suas mecânicas de saltos sinceramente já não lhes tenha achado tanta piada assim. É curioso também por ter sido desenvolvido pela própria Nintendo, mas focado no mercado ocidental, particularmente o dos Estados Unidos, até porque o jogo nem saiu do Japão. Teve também direito a uma sequela, que infelizmente, ao contrário deste jogo, se ficou mesmo só pelos Estados Unidos. Também foi lançada em 1994, bem no final do ciclo de vida da consola, pelo que de certa forma se compreende o porquê da Nintendo não se ter dado ao trabalho de lançar uma versão por cá. Se bem que a NES recebeu uns quantos jogos de empresas europeias nesse ano, mas isso são outras histórias.