Sakura Fox Adventure (PC)

Para não variar, mais uma rapidinha da série Sakura. E depois da trilogia Sakura MMO, que apesar de não ser nada de especial, até me agradou minimamente pela sua história original, a Winged Cloud voltou a produzir um jogo que tem practicamente zero esforço da sua parte. O meu exemplar, tal como todos os outros, veio de um bundle comprado no mês passado a um preço bem razoável.

A história segue as aventuras de uma rapariga-raposa, típicas do folclore japonês, a fugir da sua aldeia e aventurar-se por uma aldeia humana, numa altura de festividades. Acontece que ambas as raças não se toleram entre si e quando a protagonista perde o seu disfarce, vê-se atacada pelos aldeões e acaba por ser resgatada por uma outra rapariga. A partir daí a história vai-se desenrolando, sempre de forma algo superficial e naturalmente um romance também se vai desenvolvendo. É também um jogo curto e com poucas escolhas que teremos de fazer pelo caminho.

Como habitual, as protagonistas são femininas e sempre com grandes atributos

No que diz respeito à parte técnica, nada a apontar aos visuais, as personagens estão bem desenhadas e os cenários também, apesar de não haver grande variedade nos mesmos. Uma vez mais não temos voice acting, infelizmente. As músicas são agradáveis, com algumas influências folclóricas do Japão.

Beyond: Two Souls (Sony Playstation 3 / Playstation 4)

Na altura em que a Revista PUSHSTART era um projecto bem mais activo, recordo-me de ter sido convidado pela Sony para uma apresentação deste jogo em Lisboa, mais concretamente da versão que havia sido localizada para o nosso país, com direito a uma dublagem aparentemente bastante competente. Aliás, não seria caso para menos, pois os jogos da Quantic Dream focam-se numa narrativa muito bem trabalhada e no caso deste Beyond: Two Souls não seria diferente. Pois bem, após ter jogado partes do jogo nesse evento, só no final de 2017 é que arranjei a minha cópia para a Playstation 3, tendo sido comprada numa Cex do Porto por 8€. Mas só agora é que acabei por o jogar, mais precisamente o seu remaster para a PS4, que vem numa compilação com o remaster do Heavy Rain também. Este meu exemplar já foi comprado algures no verão passado, num flea market no Porto por cerca de 5/6€, e estava ainda selado.

Jogo com caixa e manual

Mas então no que consiste este jogo? Aqui acompanhamos a vida de Jodie Holmes, representada pela actriz Ellen Page, que desde cedo não teve uma vida fácil. É que Jodie não está sozinha, desde que nasceu que tem uma entidade sobrenatural, um poltergeist chamado Aiden, ligado (literalmente) a si. Então desde criança que acabou por ser acolhida por um instituto que estuda fenómenos paranormais, liderado por Nathan Sawkins (interpretado por Willem Dafoe), que acaba por se tornar numa espécie de figura parental ao longo da sua vida. As habilidades de Jodie, em virtude do seu amigo Aiden, não passam despercebidas pelo governo norte-americano que a obriga a juntar-se à CIA. E começamos precisamente a aventura a jogar com uma Jodie adulta, fugitiva, a causar todo o caos perante os seus perseguidores. O resto do jogo irá-se desenrolando ao ilustrar os diferentes períodos da sua vida, pelo menos os mais marcantes, sendo que a narrativa não segue necessariamente uma ordem cronológica, mas sim vai saltando por várias fases do crescimento de Jodie, como a sua adolescência, a formação na CIA e algumas das missões que teve de realizar.

Colectânea com versões remasterizadas do Beyond Two Souls e Heavy Rain

Tal como Fahrenheit e Heavy Rain, há aqui um grande foco na narrativa e uma falsa sensação de liberdade, pois muitas vezes podemos vaguear pelos cenários e ir interagindo com uma grande variedade de objectos e pessoas, mas tudo está também de certa forma “no guião” e a certa altura eventos vão acontecer. As acções que tenhamos tomado (ou não tomado) até então terão também consequências na forma como cada capítulo se desenrola. Por vezes teremos também algumas decisões chave para tomar, que poderão não só influenciar bastante o final do jogo, bem como alguns dos seus capítulos intermédios, como a decisão de salvar ou agredir/matar certas pessoas. O jogo vai tendo momentos de pura exploração, mas também momentos de acção, especialmente quando Jodie já é uma jovem adulta, desde o seu treino na CIA. Temos aqui alguns elementos de cover shooting e também jogabilidade furtiva, e claro, tal como nos jogos anteriores da Quantic Dream, teremos também vários quick time events para completar. Felizmente que estes não foram tão frustrantes como nos seus jogos anteriores.

Como habitual vamos tendo várias escolhas para fazer nos diálogos, mas também podemos optar por ficar calados

Quando temos a liberdade de explorar os cenários à nossa volta, podemos ir alternando entre jogar com Jodie ou o seu poltergeist Aiden. Aiden está ligado a Jodie pelo que não se pode afastar muito dela, mas com Aiden poderemos atravessar paredes, interagir com objectos, ou mesmo possuir ou estrangular outras pessoas. Isto é algo que teremos de fazer não só em algumas missões mais orientadas para a acção, bem como para resolver alguns puzzles. Agora, infelizmente a nossa liberdade não é assim tanta, pois Aiden apenas se pode mover ao longo de diversos pontos luminosos espalhados pela área de jogo e os humanos, nem todos podem ser possuídos, ou assassinados, só os que o jogo assim o exige. Ainda assim, mesmo com essa limitação de liberdade, achei as mecânicas de jogo muito interessantes e a relação de Aiden com Jodie está de facto muito bem conseguida.

Com Aiden podemos espiar o que as pessoas estão a dizer de nós noutras divisões

Ao longo do jogo, à medida que vamos explorando os cenários com o Aiden, poderemos também encontrar algumas esferas azuis que se traduzem em conteúdo extra. Estes desbloqueiam não só galerias de arte, bem como alguns vídeos que relatam o processo de criação do jogo. Um dos clips que podemos desbloquear é uma demo técnica do The Dark Sorcerer, uma cutscene renderizada em realtime pela PS4 que mostrava as capacidades técnicas da actual consola da Sony. Este remaster traz ainda mais conteúdo extra, como um modo remix que nos permite jogar os capítulos pela ordem cronológica e não pela ordem original, bem como a expansão Experiments, que nos introduz alguns desafios novos para ultrapassar.

Eventualmente também iremos combater outras entidades paranormais

No que diz respeito aos audiovisuais, este jogo está muito, muito bom, para a consola que foi desenvolvido. Sendo originalmente um jogo de 2013 e tendo sido lançado para a Playstation 3, o nível de detalhe gráfico que aqui incluiram está muito bem conseguido, particularmente na caracterização das personagens, as suas animações fluídas e expressões faciais muitíssimo bem detalhadas. Os diferentes cenários que vamos explorando, para além de serem bastante diversificados, também estavam muito bem representados. O remaster para a PS4 ficou ainda melhor devido à maior resolução de imagem, melhor fluidez performance no geral, bem como os próprios gráficos estarem ainda algo superiores. O voice acting é excelente, pois a Quantic Dream investiu bastante não só na caracterização e animação das personagens, mas também em toda a sua representação. Eu sei que a Sony Portugal também se esforçou por trazer uma óptima localização, mas apenas joguei este jogo com o seu voice acting original.

As interacções que vamos poder ter sobre os cenários são apresentadas muitas vezes com este tipo de pistas visuais

Portanto devo dizer que fiquei bastante agradado com este Beyond: Two Souls. A sua história é de facto cativante, e tecnicamente o que a Quantic Dream conseguiu aqui implementar era de facto tecnicamente impressionante, especialmente pelo detalhe das animações e expressões faciais. As mecânicas de jogo que aqui introduziram, em particular a interacção que podemos ter entre Jodie e Aiden estão muito boas e, mesmo que o jogo nos dê alguma falsa sensação de liberdade, não houve nenhum momento de frustração, nem mesmo durante as cutscenes com QTEs, que desta vez até me pareceram bem mais permissivos a pequenas falhas. A ver como eles se safaram com o Detroit: Become Human assim que o arranjar a um preço atraente.

Sakura MMO 3 (PC)

Para não destoar, mais uma rapidinha a uma Visual Novel da série Sakura, publicada pela Winged Cloud. E este Sakura MMO 3 é um jogo que encerra a história de uma jovem adulta japonesa, que se vê trazida para dentro do mundo fantasioso de um MMORPG que jogava habitualmente e era já uma personagem muito poderosa nesse jogo. Este meu exemplar veio, tal como todos os outros, de um bundle comprado a um preço bem em conta.

Tal como referi acima, este jogo encerra a história de Viola e suas amigas, que desta vez procuram derrotar uma deusa daquele mundo, que planeia muito em breve libertar-se da sua prisão e destruir o mundo de Asaph. Essa missão é o preço de Viola poder voltar ao Japão e à sua vida normal se assim decidir. Naturalmente, teremos várias escolhas para fazer que ditarão um de vários finais distintos que poderemos alcançar.

Mais uma vez teremos algumas personagens secundárias novas para conhecer

No que diz respeito aos audiovisuais, é um jogo que segue a mesma linha dos anteriores. Vai introduzindo algumas personagens novas, mas é o mesmo grupo de raparigas que terá o maior destaque. As músicas são uma vez mais recicladas dos jogos anteriores, embora talvez tenha uma ou outra música nova, mas mantém o feeling de fantasia tal como nos jogos anteriores. A nível de audiovisuais, alguns backgrounds novos, outros reciclados. E ainda não há qualquer voice acting também.

Giana Sisters: Twisted Dreams (PC / Sony Playstation 4)

Já cá trouxe no passado um artigo do Giana Sisters DS, um sólido jogo de plataformas 2D que acabou por servir de relançamento de uma franquia há muito enterrada, desde o final da década de 80. É que o primeiríssimo Giana Sisters, lançado em diversos micro-computadores da época, mas a sua semelhança bastante óbvia com Super Mario Bros. acabou por o retirar das lojas. Em 2012, após um kickstarter bem sucedido, a Black Forest Games, agora a detentora dos direitos desta série, acabou por produzir um novo jogo de plataformas, tendo sido lançado inicialmente para o PC e outras consolas de forma digital. Anos mais tarde e a Playstation 4 acabou por receber uma edição física que contém o Twisted Dreams, o DLC Rise of the Owlverlord e alguns níveis extra. Eu possuo o Twisted Dreams e o Rise of the Owlverlord na minha conta steam já há alguns anos, tendo vindo certamente de algum bundle barato. A versão PS4 foi comprada na Worten em Março de 2018, não tendo chegado a 7€.

Jogo com caixa e papelada

A história não é muito diferente do Giana Sisters DS. Maria, irmã de Giana foi uma vez mais raptada por um vilão do mundo dos sonhos, pelo que Giana parte uma vez mais para esse mundo fantasioso com a missão de a salvar. Neste Twisted Dreams temos uma vez mais mecânicas de um jogo de plataformas 2D, embora os níveis estejam todos representados em 3D. O subtítulo Twisted Dreams não existe por acaso, pois a principal mecânica de jogo consiste na possibilidade de alternarmos sempre que quisermos entre as 2 personalidades de giana, a sua versão cute, e a sua versão punk, cada qual com mecânicas de jogo distintas e, com os próprios níveis a mudarem entre si sempre que alternemos entre ambas as facetas de Giana. Giana pode andar e saltar, sendo que poderemos derrotar a maioria dos inimigos ao saltar em cima deles. Na sua personalidade cute, ou seja, com os cabelos loiros, Giana tem a habilidade de rodopiar após um salto, podendo planar suavemente em pleno ar e activar alguns interruptores específicos. Já na sua versão Punk, esta habilidade é substituída por um dash attack, algo parecido ao homing attack de Sonic nos Sonic Adventure, por exemplo. Esta habilidade permite também destruir blocos, paredes frágeis e ricochetear em superfícies, permitindo-nos assim subir alguns túneis estreitos enquanto mantivermos o botão dash apertado.

Cada versão de Giana possui diferentes habilidades que teremos de usar com mestria

O jogo vai-nos colocar imensos desafios de platforming onde teremos de ir alternando entre ambas as personalidades de Giana, não só para ir usando as habilidades de cada uma, mas também para manipular alguns elementos dos níveis em si. Há plataformas automáticas que se movem em direcções distintas consoante a personalidade de Giana, outras que aparecem ou desaparecem, passagens que se abrem ou fecham, ou mesmo no comportamento de alguns inimigos, por exemplo. De resto, para além dos interessantes desafios de platforming que vamos encontrando, este é também um jogo que recompensa a exploração, pois existem vários caminhos secundários e passagens secretas, onde poderemos encontrar imagens para desbloquear na galeria de artwork. No fim de cada nível a nossa performance é avaliada pela quantidade de diamantes que apanhamos, imagens desbloqueadas e número de vezes que morremos.

As diferentes personalidades de Giana têm também influência nos obstáculos que vamos enfrentando

O jogo está distrubuído ao longo de várias dificuldades. No caso da versão PS4, o modo normal é o mais fácil, com mais checkpoints espalhados ao longo dos níveis. O modo hard coloca-nos menos checkpoints, o hardcore sem qualquer checkpoint e o Uber hardcore obriga-nos a chegar ao fim do jogo inteiro com uma vida apenas. Caso morremos, é recomeçar do zero. E o jogo apresenta uma jogabilidade bastante sólida, mas não tenho paciência, ou sou masoquista o suficiente para explorar esses níveis de dificuldade mais avançados. Até porque tenho muito mais jogos em backlog para explorar! De resto temos ainda modos de jogo como o Score e Time Attack, onde a nossa performance é avaliada por pontos ou por tempo respectivamente.

Visualmente é um jogo muito apelativo, e sinceramente prefiro estas versões mais coloridas dos níveis

A nível audiovisual, confesso que este jogo foi uma bela surpresa. Os gráficos são bastante bonitos, mas considerem isto uma espécie de um jogo indie de 2012, ou seja, pré PS4 e afins. Os níveis são bastante coloridos e a forma como o mundo nos é apresentado varia consoante a personalidade de Giana que temos activada no momento. Com a Giana loira, os cenários possuem todos paisagens sinistras e inimigos infernais, enquanto que com a Giana punk, tudo isto é alterado por paisagens cheias de vida e cores vibrantes. A banda sonora também tem um tratamento similar, mas ao contrário. Com a Giana loira, as músicas são algo discretas e com melodias “fofinhas”. Ao alternar para a Giana punk, temos versões bem mais rock n roll, cheias de guitarradas das mesmas músicas. E tudo isto alterna suavemente com um toque de botão! De resto apenas tenho a lamentar não existir uma maior variedade de cenários. É quase tudo florestas, castelos, cavernas e o DLC trouxe também alguns níveis com uma temática de piratas. É certo que todos estes cenários possuem diferentes visuais consoante a personalidade de Giana, mas estaria à espera de mais variedade.

Esta versão física possui também uma série de níveis extra, como este dedicado ao Halloween

Portanto este Giana Sisters acabou por se revelar numa excelente surpresa. Esta versão física acaba por ser um mimo interessante para coleccionadores, até porque contém o DLC e uma série de níveis extra tudo no mesmo disco. Mas indepentendemente da versão e plataforma que prefiram, se gostam de jogos de plataforma em 2D, este título é uma aposta ganha.

Sakura MMO 2 (PC)

Vamos lá a mais uma rapidinha a mais uma visual novel da série Sakura da Winged Cloud. Este é a continuação directa do Sakura MMO, uma visual novel curta, mas com uma história que sinceramente até achei interessante e minimamente bem escrita. O meu exemplar foi comprado no mês passado, através de um bundle que acabou por ficar a um preço bastante em conta.

Ora no jogo original seguíamos a história de uma jovem adulta que subitamente se vê transportada para o mundo de um MMORPG que jogava habitualmente. Ali lemos uma pequena aventura onde fomos conhecendo outros intervenientes e claro, com um triângulo amoroso a surgir. Aqui continuamos a história, onde Viola e suas amigas decidem fazer uma série de quests para passarem o tempo e, depois de um verdadeiro caso de detective, lá acabam por saber o motivo da protagonista principal ter sido transportada do Japão para aquele mundo, bem como o que terá de fazer para lá regressar. Isso será posteriormente contado no Sakura MMO 3 que planeio jogar/ler muito em breve.

Apesar de conhecermos mais personagens, as principais continuam as mesmas

De resto nada a apontar em relação ao primeiro jogo. Temos várias escolhas para fazer ao longo do caminho que nos levarão a diferentes finais, e a nível visual, as personagens possuem os mesmos traços. Os backgrounds vão sendo algo mais variados desta vez, mas por outro lado as músicas pareceram-me ser exactamente as mesmas que no primeiro jogo e uma vez mais não há qualquer voice acting. A ver como correrá o terceiro jogo.