Dead Space 3 (PC)

Já há vários anos que tinha em mente pegar no Dead Space 3, mas o meu velhinho laptop já não se aguenta a correr algo que puxe minimamente pela máquina pelo que acabou por ficar sempre em standby assim como a maioria dos jogos menos modestos que tenho no PC. Nos finais de Novembro montei uma máquina nova, pelo que já poderei retomar o meu longo backlog. Mas entretanto também tenho aproveitado esta fase mais calma da minha vida para ir despachando algum backlog noutras consolas, portanto vamos lá a ver como vou gerir isto daqui para a frente. O meu exemplar foi comprado já há vários anos atrás, sinceramente não sei precisar quando, mas lembro-me que foi numa Worten e custou 5€…. bons tempos onde se ainda arranjavam muitos jogos de PC em formato físico e baratinhos!

Jogo com caixa e papelada

O jogo decorre algum tempo após os acontecimentos do Dead Space 2, onde Isaac Clarke nunca recuperou bem das suas experiências traumáticas anteriores. Entretanto os unitologistas, a facção religiosa extremista que apoiava as experiências com os Markers continuava a combater o governo para levar a sua avante e aparentemente já estariam mesmo perto da vitória absoluta. Clarke acaba por ser forçado pelo último esquadrão militar do Governo a viajar até ao planeta longínquo de Tau Volantis, onde acreditam ser a origem de todos os markers, para eliminar essa ameaça de uma vez por todas. Acontece que já lá estiveram humanos, há 200 anos atrás, a investigar precisamente isso, algo que podemos jogar brevemente no prólogo, e as primeiras áreas que acabamos por explorar, assim que Clarke escapa da sua casa, são precisamente as estações espaciais militares abandonadas, que orbitam Tau Volantis.

Felizmente que temos um “previously on Dead Space” que resume os eventos passados. Eu já não me lembrava!

Nestes primeiros níveis, a jogabilidade é muito semelhante aos Dead Space anteriores, onde vamos explorando naves gigantescas, com alguns passeios espaciais em zonas de gravidade zero, tudo numa atmosfera bastante escura e tensa. Eventualmente lá aterramos no planeta de Tau Volantis e aí, para além de explorar um pouco os seus exteriores gelados, também iremos explorar as bases militares e científicas em ruínas, 200 anos após do desastre que ali houve. Os necromorphs estão de regresso, bem com também termos alguns inimigos humanos para combater ocasionalmente, nomeadamente soldados da facção unitologista. Mas em Tau Volantis, veremos muitas novas criaturas. Os humanos que por lá estavam estão mortos há 200 anos, em elevado estado de decomposição ou mumificação, pelo que quando são transformados em necromorphs o seu aspecto é ainda mais decrépito. Teremos então uma série de novas criaturas para enfrentar, inclusivamente alguns necromorphs alienígenas, fruto da antiga civilização que habitava esse planeta.

O inventário, objectivose logs que tenhamos encontrado continuam a ser projectados holograficamente

Apesar deste jogo ser um pouco mais focado na acção, pois teremos muitos mais momentos de tiroteios intensos, com várias vagas de necromorphs a surgirem pelas condutas, ou simplesmente disparados do gelo, quando estamos a explorar os exteriores. Ainda assim, mantém muitas das mecânicas de jogo dos lançamentos originais, nomeadamente as estratégias de apontar para os membros dos necromorphs em vez do tronco ou cabeça, o uso de stasis para os abrandar ou de telequinese para manipular objectos, incluindo os seus membros afiados, para serem disparados e usados como arma a nosso favor. Ocasionalmente também teremos de resolver alguns puzzles, muitas vezes com recurso ao módulo de stasis para abrandar maquinaria pesada, ou mais alguns hacking games para desbloquear acessos, estes que vêm agora em múltiplos sabores. Mas a grande novidade nas mecânicas de jogo está, a meu ver, na maior customização de armas. Agora poderemos coleccionar uma série de recursos básicos e com esses poderemos comprar armaduras e medkits, mas também criar armas novas e customizá-las completamente, ao incutir diferentes modos de disparo, entre outros. Como poderemos carregar apenas com 2 armas em simultâneo, é importante que, ao longo do jogo construímos 2 armas bastante dinâmicas e que nos safem em momentos mais apertados.

Os passeios espaciais continuam lindíssimos

Para além disto, ao longo do jogo vamos ter a oportunidade de participar nalgumas missões secundárias, que tipicamente nos dão algumas recompensas extra, para além de complementarem a história que está por detrás dos acontecimentos narrados no jogo. Para além dessas missões secundárias, teremos também a possibilidade de, a certos pontos no jogo, de jogar outras missões secundárias, mas desta vez em co-op. Confesso que não cheguei a experimentar isto, até porque os meus amigos na minha conta origin têm estado sempre offline e não lhes ia pedir agora para rejogarem um jogo de 2013 comigo… De resto, o jogo possui também vários DLCs, incluindo a expansão Awakened, que desta vez está disponível também nos PCs, mas eu não a tenho, pelo que não me vou alongar no tema.

Temos agora um forte sistema de crafting para criar e customizar novas armas

No que diz respeito aos audiovisuais, sinceramente acho que estes continuam bem detalhados. Apesar de termos secções no jogo que decorrem na Lua, outras em naves espaciais à órbita de Tau Volantis e outras já no próprio planeta, estes cenários distintos possuem todos a mesma matriz de identidade típica dos jogos deste universo. Nada a apontar nesse campo, tal como nos jogos anteriores. As naves espaciais estão bem detalhadas, passear em gravidade zero continua a ser super excitante as ruínas de Tau Volantis, 200 anos depois, estão decrépitas e cheias de pequenos detalhes que ilustram a insanidade dos seus antigos ocupantes. Os necromorphs, tal como já referi inicialmente, estão ainda mais decrépitos visto a sua maior parte serem de corpos humanos mortos há mais de 200 anos, ou outros que se mantiveram “vivos”, mas estão de tal forma subnutridos que são super frágeis. Embora aqui tenhamos muitos mais momentos de acção pura a atmosfera é, geralmente, bastante tensa e escura, tal como tinha sido habituado nos jogos anteriores. O som é excelente e contribui imenso para essa atmosfera de horror. Já o voice acting, nada a apontar, é bastante competente.

apesar de possuir mais momentos de acção, a atmosfera continua bastante aterradora

Portanto este é um jogo sólido, embora sinceramente continue a preferir de longe o Dead Space original, por toda a atmosfera aterrorizadora que nos introduziu, e todas as mecânicas de jogo originais, que continuam aqui presentes. Aqui temos um maior foco na acção em certas alturas, e exploraram bastante um sistema de crafting que nos obriga ainda mais a racionar certos recursos que poderão ser mais úteis para outras coisas, como criar medkits, munições ou stasis packs. Infelizmente o jogo não vendeu tão bem quanto a EA esperava, pelo que o estúdio da Visceral Games foi desmantelado e a série permanece em stand by desde 2013. A Electronic Arts é assim mesmo…

Sobre cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.
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