Gangster Town é um light gun shooter, com suporte para a Sega Light Phaser, a light gun da Master System. Como muitos jogos desse género, principalmente nas consolas 8bit, acabaram por não envelhecer muito bem, principalmente com o dinamismo que se começou a incutir nesses jogos a partir da geração das 32bit, com Time Crisis, Virtua Cop ou House of the Dead. Ainda assim, apesar de ser um jogo simples, possui alguns detalhes interessantes que irei relatar mais à frente. O meu exemplar veio de um bundle de 6 jogos de Master System que comprei a um particular no facebook, tendo-me custado pouco mais de 6€ cada um.
O jogo leva-nos algures aos anos 20, onde os gangster clássicos, de fato, chapéu e Tommy Guns nas mãos dominavam a cidade. Nós encarnamos no papel de um (ou dois se jogarmos com um amigo) agente federal emcumbido de derrotar o tal poderoso gang e os seus líderes, que surgem como bosses no final de cada nível.
Inicialmente somos convidados a uma sessão de práctica, onde vamos tendo vários alvos a moverem-se pelo ecrã e lá teremos de os mandar abaixo. No final dessa sessão de práctica a nossa performance é avaliada no que diz respeito ao número de alvos atingidos, o rácio de tiros certeiros e o número de pontos. Depois lá somos largados na aventura em si, começando a perseguir um pequeno carro que se desloca a alta velocidade pela estrada, e cheio de bandidos lá dentro. Nem num número de circo faziam melhor! Findo esse nível, lá chegamos ás ruas da cidade, onde o jogo se assumirá como uma mais tradicional de galeria de tiros em scrolling, com inimigos a surgirem de todos os lados das ruas, saloon, night club, docas, etc. Entre cada nível a nossa performance é avaliada nos mesmos critérios já mencionados atrás, sendo que se superarmos os valores de referência em pelo menos 2 categorias, toda a nossa vida é regenerada e somos recompensados com um coração extra. Caso não o consigamos, então somos “curados” por um coração apenas. Ao longo do jogo poderemos encontrar, se tivermos sorte, alguns power ups que também nos regeneram a barra de vida. Ocasionalmente também jogamos alguns niveis de bónus onde temos várias paredes para destruir, em busca de uma chave que, no caso da encontrarmos somos recompensados com mais pontos.

Depois de matar os bandidos eles surgem como anjos em direcção ao Além. Mas podemos privá-los disso também
No que diz respeito aos gráficos, o jogo até tenta ter alguma variedade, precisamente com o primeiro nível a ser uma perseguição a alta velocidade e os restantes a alternarem entre ruas longas com scrolling, ou locais fechados. Existem alguns detalhes interessantes, como cada gangster que matamos se transformar num anjo e voar em direcção ao céu. Mas podemos negar-lhes essa viagem ao disparar sobre os anjos, não é obrigatório, mas dá-nos mais pontos. Por vezes também conseguimos fazer uns headshots, que resultam nos chapéus dos bandidos a voar. Ou por vezes vemos uma loiraça, a Lulu, a passear-se pelo ecrã e pode ser feita refém de um bandido, pelo que teremos de ter cuidado em não a atingir e eliminar o seu captor. Os níveis em si vão tendo partes do cenário que podem ser destruídos ou ficam com marcas, o que também é um detalhe interessante. Por exemplo, logo no primeiro nível podemos disparar sobre as rodas do carro, fazendo-as saltar fora e sermos recompensados com mais pontos. As músicas não são nada do outro mundo, mas também não as achei desagradáveis.
Portanto este Gangster Town até o achei um light gun shooter interessante. É difícil fazer algo dinâmico num sistema 8bit, muito limitado para jogos deste tipo, mas a Sega até que tentou, com os seus níveis algo diferenciados entre si e alguns detalhes interessantes como os que referi acima.
É bom ver alguém falando de jogos assim em 2019
A ideia é continuar por 2020!