Voltando às rapidinhas para a Mega Drive, o jogo que cá trago hoje é o Mystic Defender, uma sequela do Spellcaster da Master System, mas que acaba por ser um jogo muito diferente. Enquanto o original era uma interessante mistura de jogo de acção/plataformas, RPG e aventura gráfica (ao explorar cidades ou outras localizações), este Mystic Defender é todo um jogo de acção. O meu exemplar foi comprado no Reino Unido algures em Março passado, tendo-me custado algo em torno das 12 libras.
Tanto este jogo como o seu antecessor na Master System são baseados num anime algo obscuro e sinceramente não sei bem qual a relação entre ambos os jogos na história geral. Mas aqui a história reduz-se ao cliché habitual onde temos de derrotar um vilão que raptou uma jovem donzela, aparentemente com o objectivo de ressuscitar uma divindade maléfica. Claro que não podemos deixar isso acontecer!

Começamos a explorar florestas como no Spellcaster, mas rapidamente o jogo ganha contornos de cenários de terror
Ao contrário do Spellcaster, aqui inicialmente o herói possui apenas a capacidade de disparar bolas de energia, sendo que podemos também “carregá-las” para um disparo bem mais potente, sendo que desta vez não temos de nos preocupar com “munições”. Mas ao longo do jogo vamos também encontrar outros feitiços como uma espécie de lança-chamas ou disparar bolas de energia que fazem ricochete em superfícies. Todos esses feitiços podem ser carregados para mais potência. Outros feitiços que podemos encontrar, mas estes sim, são de uso único, são uns raios eléctricos capazes de causar dano a todos os inimigos presentes no ecrã em simultâneo. Portanto, este Mystic Defender a nível de jogabilidade acaba por ser bem mais simples que o Spellcaster.
No que diz respeito aos audiovisuais, gosto bastante do design dos níveis. Há aqui toda uma temática de horror que mistura temas do Japão feudal ou outros até algo futuristas ou mesmo inspirados nas obras de H.R. Giger. No entanto, ainda assim se nota que este é um jogo do início do ciclo de vida da Mega Drive e seria interessante vê-lo desenvolvido mais tarde, num cartucho com mais capacidade para armazenar gráficos mais detalhados. Já no que diz respeito aos efeitos de som e músicas, sinceramente já não gostei tanto. Os efeitos sonoros são um pouco irritantes e as músicas não são muito cativantes.
Portanto este Mystic Defender é um jogo que me provoca sentimentos mistos. Por um lado, como jogo de acção puro, é melhor que o seu antecessor. Por outro lado, a estranha mistura de géneros do Spellcaster também lhe dava um certo toque único e seria também interessante que tivessem refinado essa fórmula.