Sempre gostei bastante de banda desenhada europeia, desde criança. E naturalmente, videojogos baseados nessas mesmas banda desenhadas também me interessavam. Tirando o caso do Astérix, cuja licença chegou a passar por várias empresas desde a francesa Infogrames, até às nipónicas Sega e Konami, os outros jogos de heróis como Tintin, Smurfs ou Spirou ficaram a cargo da Infogrames. E durante os anos 90, a meu ver a Infogrames sempre fez um bom trabalho com essas licenças, resultando normalmente em jogos de plataforma de qualidade. Infelizmente com o virar do milénio as coisas deixaram de ser tão lineares assim. O meu exemplar deste Lucky Luke Desperado Train veio da feira da Vandoma algures há 2 meses atrás, custou-me 2€.
Este jogo, protagonizado pelo pistoleiro mais rápido do Oeste, mais rápido que a sua própria sombra, coloca-o no encalço uma vez mais dos irmãos Dalton que estão novamente a tramar das suas. Na verdade os Dalton tomaram um comboio de assalto mas antes que os travemos, teremos de atravessar uma série de níveis ao longo do país norte-americano. Na maior parte dos casos, este é um simples jogo de plataformas, com Luke a poder saltar e disparar o seu famoso revólver contra bandidos e outros animais mais ou menos selvagens que se atravessam no nosso caminho. Ocasionalmente também podemos usar barras de dinamite para rebentar paredes e descobrir passagens secretas. Por vezes podemos também jogar partes de um determinado nível com o cavalo do Luke, ou mesmo com Ratantan, o seu fiel cão. Aí não há mesmo nada que saber, só correr e saltar.
Entre cada nível de plataformas poderemos ter vários mini-jogos diferentes, desde galerias de tiro onde temos de disparar contra os Daltons ou outras pessoas, até um daqueles jogos de ritmo tipo Dance Dance Revolution, onde temos de pressionar numa série de botões no momento certo, ao mesmo tempo que estão umas bailarinas a dançar can-can num saloon. Ou uma corrida de barcos tipo micro machines? Ou um minijogo para mandar telegramas! Confesso que aí a Infogrames até se esmerou em apresentar um jogo variado, mas nos níveis de plataformas propriamente ditos acho que poderiam ter-se esmerado mais. Isto porque o jogo é lento, os inimigos não têm nenhum carisma, e sinceramente os níveis parecem-me completamente desconexos entre si.
Graficamente acho que o jogo poderia ser um pouco melhor. É certo que estamos a falar de uma Gameboy Color com todas as suas limitações, mas acho que as sprites poderiam ser mais bem detalhadas e os níveis em si bem mais coloridos. As músicas são agradáveis, mas nada que seja propriamente memorável.
Portanto, no fim de contas, este é um daqueles jogos que só posso mesmo recomendar aos fãs de Lucky Luke. Apesar da sua variedade em minijogos ser bastante interessante, o jogo como um todo poderia ser um pouco mais trabalhado.
Não tenho certeza mas acho que este jogo foi originalmente feito para o Game Boy Classic, ao menos sempre joguei ele no Game Boy Preto e Branco.
De modo geral (na minha opinião) este é um jogo excelente, claro se levarmos em conta que ele é um jogo de Game Boy.
Ótima postagem, parabéns!
O que saiu para o GB (e depois para GBC também) chama-se só Lucky Luke, chegou a sair até na SNES em 1997 🙂
Esse não joguei ainda, mas vi alguns screenshots e tem bom aspecto!