Continuando pelas rapidinhas a jogos indie no PC, o que vos trago hoje é um jogo de terror na primeira pessoa (que certamente terá ido beber influências a outros jogos como Amnesia: The Dark Descent) que começou por ser inicialmente um projecto académico de um aluno de uma universidade norte-americana. A minha cópia digital há-de ter entrado na minha colecção steam por intermédio de algum indie bundle comprado por uma ninharia.
Tal como acontece com muitos outros jogos de terror, aqui temos uma enorme mansão para explorar. Mas não é uma mansão qualquer, pois para além de nem sabemos muito bem o que estamos ali a fazer, a casa possui outras peculiaridades. Aparentemente a mansão pertencia à família Kraven e está repleta de passagens secretas e outros segredos, mais do que isso não sabemos, apesar do seu aspecto aterrador e um manequim sinistro que nos irá pregar vários sustos ao longo da aventura.
Mal chegamos, encontramos um grande hall de entrada repleto de portas trancadas, todas excepto uma, que acaba por ser a primeira divisão a explorar, a parte debaixo de uma biblioteca. Ali encontramos um modelo em miniatura de uma outra divisão na casa, que deveremos carregar até ao hall de entrada, onde temos uma mesa que nos permite interagir com os vários modelos em miniatura de divisões que vamos encontrando, permitindo-nos assim “moldar” a casa de várias formas a conseguir progredir no jogo e até a descobrir alguns itens secretos que nos desbloqueiam o final verdadeiro.
Tirando isso, este é um jogo de aventura e exploração na primeira pessoa, onde teremos de resolver alguns puzzles para prosseguir no jogo e sobreviver aos encontros do manequim de bronze, que apenas nos ataca na escuridão, ou quando não estamos a olhar directamente para ele. Felizmente que estamos equipados com uma lanterna, mas no grau de dificuldade máximo a lanterna perde bateria rapidamente, pelo que a teremos de estar constantemente a recarregar, o que nos pode trazer problemas em alguns encontros imediatos.
A nível audiovisual é um jogo minimamente competente. Usando o motor gráfico do Unreal 3, apresenta um grafismo detalhado e com um bom nível de interactividade de objectos. A casa e as suas divisões são bastante sinistras, o que contribui bem para a atmosfera do jogo. No entanto, creio que muito poderia ser melhorado e o facto do jogo ser curto também não ajuda. Por exemplo, ao longo da aventura vamos encontrnado vários documentos, fotografias e livros onde temos direito a ler algumas notas. No entanto estas são muito dispersas e vagas, ao contrário do Amnesia, onde essas notas ajudavam-nos realmente a perceber todo o contexto do jogo, melhorando imenso a narrativa.
Mas lá está, para um jogo desenvolvido de forma académica, e lançado originalmente de forma gratuita, este Kraven Manor até acaba por ser uma boa surpresa. Mas merecia um remake, pois a mecânica de “brincar” com a estrutura da casa tem potencial, e ao adicionar conteúdo poderiam também melhorar na narrativa.