A rapidinha de hoje leva-nos de volta à Dreamcast, para um jogo que já há muito estava na minha fila de espera para ser jogado e quando finalmente peguei nele, até que se revelou numa boa surpresa, apesar de ser relativamente curto. É verdade que sempre fui um fã do Pato Donald e este Quack Attack foi um jogo lançado para uma série de diferentes plataformas entre 2000 e 2002, não fosse este um jogo produzido pela Ubisoft. Surpreendentemente, muitas dessas versões possuem grandes diferenças entre si (obviamente não contando com as versões portáteis para Gameboy Color e Advance). O meu exemplar foi comprado algures no ano passado numa Cash Converters. Foi barato, acho que nem a 2€ chegou.
A história é simples, a repórter Margarida estava a investigar em directo o que o bruxo Merlock andava a engendrar, quando acaba por ser raptada. O Professor Pardal, Donald e o seu primo Gastão estavam a ver a reportagem na TV e após verem Margarida a ser raptada, Gastão parte logo para a salvar, deixando Donald para trás. O Professor Pardal acaba então por ajudar o Donald, obrigando-o primeiro a passar por outras localizações até que consiga finalmente reactivar o teleporte que o leve para Merlock.
A jogabilidade é inspirada nos Crash Bandicoot clássicos da Playstation 1, na medida em que o jogo herda as mesmas mecânicas de platforming, tanto numa perspectiva de sidescroller em 2D, como numa perspectiva 3D como se um jogo de corridas se tratasse, sem controlo de câmara. Até a nível de powerups o jogo tem similaridades, visto que podemos coleccionar estrelas que nos dão vidas extra de cada vez que apanhemos 100, e temos um power up de invencibilidade temporária. Donald ataca os inimigos com um botão específico e os níveis estão divididos em vários mundos, sendo que temos diferentes objectivos para cumprir em cada nível, não é só chegar ao fim: temos de procurar os brinquedos dos sobrinhos do Donald, que nos desbloqueiam um nível extra de perseguições antes de enfrentar o boss. Para desbloquear o boss precisamos também de encontrar um item específico em cada nível, que nos permite depois activar o teleporte que nos leva ao boss. Cumpridos esses objectivos, desbloqueamos também o time trial, onde teremos de rejogar todos os níveis e chegar à meta antes de um tempo específico, sendo depois recompensado com novas vestimentas para o Donald.

Tal como no Crash Bandicoot, os níveis vão alternando entre o clássico sidescroller 2D, com a jogabilidade 3D
Como referi anteriormente, existem várias versões diferentes deste jogo. Esta versão para a Dreamcast é muito semelhante à versão PC e Nintendo 64, mantendo a mesma estrutura de níveis e jogabilidade no geral. A versão PS1 possui uma banda sonora inteiramente diferente e os níveis misturam a jogabilidade 2D e 3D dentro do mesmo nível, enquanto que aqui são separadas. As versões PS2 e Gamecube são evoluções da versão PS1, mas mesmo essas possuem algumas diferenças, para além do salto gráfico. Mas essas diferenças ficariam para um eventual artigo futuro, pois planeio adquirir pelo menos uma dessas versões.
Portanto esta versão Dreamcast apresenta gráficos coloridos e bem detalhados para a consola que é. Os níveis vão sendo algo variados, atravessando florestas, a cidade de Patópolis, a mansão assombrada da Maga Patológica e finalmente um templo antigo, onde acabaremos por defrontar o bruxo de Merlock e salvar a Margarida. O jogo usa o mesmo motor gráfico do Rayman 2, pelo que podemos encontrar aqui um nível de detalhe bastante satisfatório para a Dreamcast, embora ache que os modelos de Donald pudessem ser um pouco melhor detalhados. As músicas são bastante agradáveis, possuindo uma atmosférica muito característica de desenhos animados, o que acaba por se adequar bem ao clima do jogo.

Em cada nível “principal” acabamos por ter 3 objectivos: encontrar todos os brinquedos, um item para desbloquear o boss daquela zona, e vencer o tempo do Gastão
Portanto, no final de contas, este Quack Attack é um jogo de plataformas bastante interessante e competente, especialmente para os que gostam do Crash Bandicoot clássico. Perde, no entanto por ser um jogo curto, e por não ser lá muito difícil, visto ser muito fácil coleccionar vidas novas e os níveis possuirem bastantes checkpoints espalhados.