Wario’s Woods (Super Nintendo)

Continuando pelas rapidinhas, mas agora pela Super Nintendo, o jogo que cá trago hoje é mais um puzzler produzido pela Nintendo. É mais um daqueles jogos onde temos de juntar uma série de blocos reduzidos e fazê-los desaparecer, de preferência com encadeamentos de combos, mas com algumas particularidades muito específicas. O meu exemplar foi comprado a um particular algures nos meses anteriores, tendo-me custado 12.5€.

Apenas cartucho

Apesar do jogo usar mecânicas de jogo que à primeira vista nos são bastante familiares, estas acabam antes por ser algo inteiramente novo. Ao contrário de jogos como Dr. Mario, Columns ou Puyo Puyo onde controlamos directamente o local onde os objectos caem, aqui controlamos o Toad na ptópria área de jogo onde pode manipular objectos ou colunas inteiras. Tem ainda outras habilidades como a de chutar um bloco de uma coluna para o lado, ou escalar uma coluna e retirar um bloco lá do meio. Depois no que diz respeito à maneira em como podemos combinar os diferentes blocos coloridos, também há peculiaridades. Isto porque na área de jogo vamos tendo diferentes animais ou plantas coloridos, e os objectos novos que vão caindo são tipicamente bombas. Então, para “limpar” blocos da mesma cor temos de garantir que fazemos uma linha horizontal, vertical ou diagonal de 3 ou mais blocos da mesma cor, logo que pelo menos um deles seja uma bomba que faça detonar essa cadeia.

Não adianta ter vários blocos juntos da mesma cor se não houver uma bomba que os detone

Depois temos vários modos de jogo.No VS COM vamos defrontando uma série de NPCs e para vencer o round temos de fazer uma de duas coisas: ou conseguimos limpar a nossa área de jogo de todos os animais ou plantas coloridos, ou conseguimos mandar tanto “lixo” para o nosso oponente (ao encadear várias combos), que eventualmente a sua àrea de jogo acaba por ser esmagada. Isto também se aplica no VS 2P que é a sua vertente multiplayer. O round mode é outro dos modos de jogo principais, onde vamos atravessar 100 níveis distribuídos entre diferentes cenários e o objectivo passa por limpar a nossa área de jogo em cada nível. Ocasionalmente lá vamos tendo a visita do Wario que só nos vai atrapalhar! O Time Mode é um modo de jogo que nos obriga a limpar níveis no melhor tempo possível e por fim, para ajudar a entender as mecânicas de jogo, temos o lesson mode que serve de tutorial.

A nível audiovisual é um jogo bastante simples, porém eficaz. Os níveis e sprites não são lá muito bem detalhadas, mas são coloridas, apresentando um grafismo simples, no entanto mais que suficiente para o teipo de jogo. As músicas até que são alegres e agradáveis ao ouvido, o problema é que apenas vamos ouvir a mesma música durante o mesmo modo de jogo seleccionado, o que ao fim de algum tempo pode cansar.

Se a nossa performance não for muito boa, a área de jogo vai diminuindo

De resto, este até acaba por ser um puzzler bem sólido. No entanto não é tão intuitivo como outros jogos da própria Nintendo como o Dr. Mario ou Panel de Pon/Puzzle League. As mecânicas de jogo são desnecessariamente mais complicadas, mas de certa forma compreende-se a necessidade de diferenciação perante muitos outros jogos semelhantes.

Captain Planet and the Planeteers (Sega Mega Drive)

Por vezes a nostalgia prega-nos partidas. Quando era criança, um dos desenhos animados que mais gostava de ver eram os do Captain Planet and the Planeteers, onde uma série de jovens lutavam contra vários vilões que teimavam em poluir o mundo. Cada um possuía diferentes poderes elementais que, quando usados em conjunto, invocavam o Captain Planet, um super herói que salvava sempre a festa no fim do dia. Quando tive a oportunidade de comprar este jogo, que me custou cerca de 10€ numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto, a nostalgia levou o melhor de mim. Mas será que o jogo é bom? Sinceramente nem por isso.

Jogo com caixa e manuais

Acontece que a deusa da Terra, Gaia, e uma das planeteers foram feitas prisioneiras numa ilha remota pelos Eco-Villains, os vilões da série que sempre se aventuram em poluir cada vez mais o nosso planeta. Nós teremos de as resgatar, de forma a que consigamos depois unir os poderes e invocar o Captain Planet, para que consigamos derrotar uma vez mais os malfeitores.

Cada nível possui diferentes objectivos. Neste temos de fechar a válvula de várias condutas de esgoto

Inicialmente dispomos de um quadro de selecção de níveis, onde já sabemos de antemão qual o boss que iremos defrontar no final de cada nível. Isto fez-me lembrar os jogos clássicos da série Megaman, mas infelizmente as semelhanças acabam logo aqui. Isto porque a jogabilidade é terrível. No papel tudo é simples, com um botão para saltar, outro para atacar e um outro para usar ataques mais potentes, capazes de derrotar inimigos com menos tiros disparados. Infelizmente o problema está no design dos níveis e nas mecânicas de detecção de colisões, pois nem sempre nos conseguimos esquivar de levar com dano, ou nem sempre conseguimos de facto atingir os oponentes. Felizmente ocasionalmente alguns dos inimigos lá vão largando itens que nos regenerem parte da barra de vida ou munições para os ataques fortes, mas por vezes iremos presenciar alguns momentos frustrantes devido aos problemas referidos. Isso e por vezes o design dos níveis ser algo labiríntico e confuso, o que também não ajuda. Isto porque temos um tempo limite também para chegar ao fim do jogo. O último nível é sempre jogado com o Captain Planet, sendo uma luta contra um boss mais sofisticado, que terá várias fases.

Este é o verdadeiro Duke Nukem, tanto que que a primeira versão desse jogo até se chamava Duke Nukum

A nível audiovisual, este jogo infelizmente também não é grande coisa. Apesar de coloridos, os gráficos poderiam ser mais detalhados, a começar pelas sprites dos inimigos que geralmente são pequenas. O design dos níveis também não é dos mais aliciantes e as músicas, apesar de não serem más de todo, também não ficam na memória.

Portanto, este é um jogo algo mediano e que serve também para mostrar que a nostalgia nos pode pregar muitas partidas. Existe um outro jogo que nada tem a ver com este saiu anteriormente para a NES, Commodore Amiga e outros sistemas, mas também não é lá muito famoso, pelo que da próxima já terei as expectativas mais baixas.

Body Count (Sega Mega Drive)

Continando pelas rapidinhas na Mega Drive, o jogo que cá trago hoje é um dos mais interessantes shooters de light gun disponíveis para a Mega Drive. É também um dos mais apetecíveis por coleccionadores, em virtude de não ter saído em solo norte-americano, embora a Wikipedia indique que saiu por lá apenas através do serviço Sega Channel, uma espécie de serviço de jogos on-demand através da rede por cabo norte-americana. O meu cartucho foi-me oferecido por um colega de trabalho algures no mês de Outubro.

Apenas cartucho

A história é simples: uma força alienígena invade o nosso planeta e nós somos um dos mercenários escolhidos para a repelir! Ou seja, este acaba por ser um daqueles jogos onde vamos ter inúmeros inimigos a disparar contra nós e é muito difícil prevenir o dano que vamos invariavelmente sofrendo. Acredito que mesmo jogando com uma Menacer as coisas não ficam muito mais facilitadas, pelo que jogar com 2 jogadores seria certamente a melhor opção.

Para além de todos os inimigos a dispararem contra nós, muito do cenário é também destrutível

Para além de todos os inimigos que vamos enfrentando, podemos também destruir parcialmente os cenários, resultando por vezes em vários power-ups a “choverem” pelo ecrã, como munições, balas mais fortes, medkits, ou diferentes tipos de bombas que devem ser usados com inteligência contra grupos de inimigos, ou contra os bosses. Portanto, a jogabilidade é mesmo muito simples: atirar contra tudo o que mexa e também contra alguns objectos no cenário!

A nível audiovisual este é um jogo muito bem conseguido e a Probe está de parabéns por isso. Os gráficos são bem coloridos e muito detalhados, inclusivamente podemos até deixar buracos de balas marcados em vários pontos dos cenários, o que não é um detalhe muito usual nesta época. Os aliens largam litros de sangue a cada vez que são atingidos, já os cyborgs e outros robots soltam lascas de metal. Por outro lado, as músicas são bastante agradáveis e nada a apontar nos efeitos sonoros.

No final de cada nível temos sempre um boss esponja de balas para derrotar!

Portanto, apesar deste Body Count ser um jogo super simples e pick-up and play, por vezes frustrante devido à quantidade absurda de inimigos a disparar para nós em simultâneo, não deixa também de ser divertido e tecnicamente bastante competente. É o melhor light gun shooter da Mega Drive, na minha opinião.

Power Rangers the Movie (Sega Mega Drive)

Continuando pelas rapidinhas, o próximo jogo da lista é a adaptação para a Mega Drive do primeiro filme dos Power Rangers, que estreou nos cinemas algures na primeira metade dos anos 90. Acho que o fui ver ao cinema, mas sinceramente pouco guardei dessa experiência. Este jogo foi lançado para diferentes plataformas, sendo cada caso um jogo inteiramente diferente. A versão Mega Drive é um beat ‘em up à lá Streets of Rage e o meu exemplar foi comprado num dos meses passados na Feira da Vandoma no porto. Foi comprado em bundle, tendo-me custado algo abaixo dos 10€.

Jogo com caixa e manual

O jogo começa por decorrer um pouco antes dos acontecimentos do filme, onde uma vez mais surge uma nova criatura que ameaça a Terra. Vilões como a Rita Repulsa, o Lord Zedd e os seus minions marcam novamente o seu regress, mas agora temos também o Ivan Ooze com que nos preocupar. Se bem me lembro, é também neste filme que há a transição do ranger verde para branco, adquirindo novos poderes, e também novos Mega Zords!

O maior problema deste power rangers é mesmo a falta de variedade de inimigos

A jogabilidade é simples, onde poderemos escolher qual o Ranger que queremos jogar em cada nível. Temos um botão para salto, outro para atacar e um outro para usar um ataque especial que atinge todos os inimigos no ecrã, com o preço de nos roubar um pouco da vida. Podemos fazer alguns combos e ocasionalmente lá teremos alguns power-ups que nos regeneram a vida para apanhar. Tipicamente no fim do nível vamos lutar contra um boss em versão grande, pelo que o jogo nessa altura também nos dá a opção de escolher um Megazord para lutar.

Infelizmente o maior problema deste jogo é mesmo a pouca variedade. Só existem 2 variantes de inimigos para além dos bosses, que são os Putty cinzentos, ou as criaturas roxas do Ivan. E mesmo assim, cada nível possui apenas uma das variantes para enfrentar, o que não é lá muito bom para a diversidade.

Como não poderia deixar de ser, temos também lutas com o Megazord!

A nível técnico não há muito a dizer. Os níveis estão bem detalhados quanto baste, decorrendo tanto no nosso planeta como noutros. Entre cada nível vamos tendo várias cinemáticas que vão contando a história, algo que me agrada. Ainda assim, a versão SNES deste jogo, que apesar de ser diferente (e desenvolvida pela Natsume!), a nível gráfico parece-me estar bem superior, com cenários mais coloridos e ainda mais detalhados. Por outro lado as músicas são sempre a rockar, o que sinceramente me agrada bastante.

No fim de contas, esta versão Mega Drive do Power Rangers the Movie não é má de todo. É superior a meu ver ao primeiro jogo, também para a Mega Drive, mas possui algumas lacunas graves como a falta de variedade de inimigos. Fora isso, até que se joga bastante bem, pelo que os fãs da série ou de beat ‘em ups no geral poderão encontrar aqui algum entretenimento.

Top Gear (Super Nintendo)

Continuando pelas rapidinhas, hoje visitamos a Super Nintendo para o primeiro Top Gear, um jogo desenvolvido pela britânica Gremlin e que de certa forma serve de follow up à série Lotus Turbo Challenge, dos computadores Amiga e que tiveram também conversões para a Mega Drive. Mas ao contrário do Lotus, aqui não existe qualquer licença de veículos, existindo uma maior variedade de carros com que jogar, mas são todos fictícios. O meu exemplar foi comprado algures no mês passado na feira da Vandoma no Porto, custou-me 7€.

Apenas cartucho

Enquanto o Lotus II (Lotus 1 na Mega Drive) possuia uma jogabilidade de corrida livre à lá Outrun, aqui somos levados a vários pequenos campeonatos, com circuitos de 4 ou 5 pistas por país. Por exemplo, começamos por correr em pistas norte-americanas, depois japonesas, depois alemãs e por aí fora em vários países europeus, culminando no Reino Unido. Curiosamente a Escandinávia é considerada um país, pois iremos correr nas 4 capitais escandinavas, Oslo, Estocolmo, Helsínquia e Copenhaga. Neste modo campeonato, o jogo possui um esquema de passwords e apenas conseguimos iniciar o campeonato no país seguinte se terminarmos o anterior em primeiro lugar. Em todas as corridas temos também 2 coisas a ter em conta: temos 3 nitros que podemos usar e é também necessário estar atento ao combustível disponível, pelo que em circuitos mais longos, teremos mesmo de ir pelo menos uma vez à box. O nosso oponente directo também tem de o fazer, mas sinceramente parece-me que os outros carros controlados por CPU não o fazem, o que não é lá muito justo.

Independentemente se jogarmos sozinhos ou com um amigo, o jogo é sempre apresentado em splitscreen

Para além disso, mesmo que jogamos sozinhos ou em multiplayer, o jogo é sempre apresentado com o ecrã em split screen, pois mesmo jogando sozinhos temos um rival controlado pelo CPU que aparece sempre no ecrã inferior. Sinceramente preferia que o jogo ocupasse o ecrã todo mesmo no modo normal, mas ainda assim o jogo consegue ser bastante fluído, mesmo com 2 ecrãs em simultâneo.

A nível gráfico esperem mais ou menos o mesmo nível de detalhe do Lotus da Mega Drive, com o carro bem detalhado, as pistas a terem vários desníveis como rampas e colinas, existindo também algumas transições dia/noite que me parecem interessantes. Quando conduzimos à noite, os carros possuem alguns efeitos de transparências que ficam muito bem conseguidos no hardware da SNES. As músicas são agradáveis, fazendo lembrar bastante o tipo de músicas que os jogos do Amiga nos ofereciam. E isso não é de estranhar, pois são músicas reaproveitadas dos jogos da série Lotus.

Nas fases nocturnas, o jogo possui bonitos efeitos de transparência que simulam a iluminação dos carros

Este jogo acaba então por ser um bom jogo de corridas, mas deve ser jogado de forma moderada. Isto porque existem imensas pistas diferentes e a jogabilidade nunca muda muito, pelo que ainda levará algum tempo a terminar.