Looney Tunes (Nintendo Gameboy)

4830_frontLooney Tunes para a Game Boy é um jogo um pouco estranho. Sinceramente não o conhecia, mas os jogos dos Looney Tunes na era 8 e 16bit geralmente eram bons, e tendo o símbolo da Sunsoft também costumava ser um bom sinal. Foi isso que pensei quando o apanhei perdido numa banca da feira da vandoma no porto, algures em Agosto ou Setembro deste ano. Isso e o preço ter sido suficientemente agradável, creio que me ficou algo entre os 1 e 2€.

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Apenas cartucho

O que me surpreendeu neste jogo é o facto de ser tão “livre” na forma em que foi desenvolvido. Para além de não haver uma grande história por detrás da aventura, cada nível é jogado com uma diferente personagem dos Looney Tunes, sendo que muitos dos níveis possuem também diferentes mecânicas de jogo. De certa forma, parece quase uma colectânea de minijogos do que um jogo completo. Algumas personagens como é o caso do Daffy Duck, Speedy Gonzalez ou Bugs Bunny, apresentam-nos níveis mais tradicionais de jogos de plataforma. O passarinho Tweety ou o Road Runner já nos levam a níveis de perseguição, onde teremos de fugir ao gato Sylvester ou ao Coyote, evitando também outros obstáculos pelo caminho. O nível do Taz é uma espécie de nível de bónus, onde Taz está constantemente a rodopiar e temos de percorrer o nível a destruir tudo à nossa volta e tentar apanhar o máximo de jóias possível de forma a obter o máximo de pontos que conseguirmos, dentro do tempo limite imposto pelo jogo. Por fim, o nível do Porky the Pig é um segmento de shmup, onde Porky pilota o seu avião e temos de abater os oponentes que se atravessem no nosso caminho.

Neste jogo nem todos os níveis são de puro platforming, aqui temos de estar constantemente a fugir de Sylvester e outros obstáculos
Neste jogo nem todos os níveis são de puro platforming, aqui temos de estar constantemente a fugir de Sylvester e outros obstáculos

Tirando este nível do Porky onde as mecânicas são mais diferentes, os outros são mais próximos dos tradicionais jogos de plataformas e possuem controlos idênticos. Com um botão para saltar e outro para atacar usando a nossa arma (que dependendo da personagem pode ser um frisbee ou umas estrelas mágicas), se bem que, à semelhança de Super Mario Bros., podemos também derrotá-los ao saltar para cima deles. Depois temos vários itens que podemos apanhar, alguns são únicos em determinados níveis (como o pacote de alpita para o Tweety que marca o final do nível), já outros são mais universais, como é o caso das jóias que apenas nos aumentam a pontuação, vidas extra, invincibilidade temporária e corações que nos restabelecem parte da nossa barra de vida.

Graficamente é um jogo simples, como muitos o eram para a Game Boy clássica. Temos cenários como as florestas de Daffy Duck, os desertos norte-americanos de Road Runner, áreas urbanas de Sylvester e Tweety entre outros que me surpreenderam um pouco, como ruínas assombradas com um boss que é nada mais nada menos que Drácula, inclusivamente com padrões de movimento muito semelhantes àqueles que vimos nos Castlevania clássicos. As músicas são algo simples e não variam muito ao longo de todo o jogo.

Sim, também temos segmentos subaquáticos por aqui
Sim, também temos segmentos subaquáticos por aqui

Por isso, Looney Tunes é um jogo bastante simples para a Gameboy, mas não o considero propriamente um mau jogo pois a jogabilidade não é má. Só acho que deveria haver ali um fio condutor entre cada nível, pois da maneira que foi feito, parece que temos uma colectânea de minijogos. Soube também há pouco tempo que este jogo foi relançado anos mais tarde para a Gameboy Color com gráficos inteiramente a cores. Estou curioso em ver se acrescentaram ou alteraram algo mais, para além dos melhores gráficos.

Psycho Pinball (Sega Mega Drive)

psycho_pinball_coverartVoltando às rapidinhas e às mesas de pinball, o jogo que cá trago hoje é a adaptação para a Mega Drive de um suposto clássico da Codemasters do género. Confesso que não sou o maior fã de pinball, embora goste de os jogar de vez em quando para puro entretenimento, sem me preocupar se chego ao fim ou não. Há algumas excepções como os já referidos Dragon’s Fury, Sonic Spinball e de certa forma o recentemente analisado Super Mario Ball por serem mais fantasiosos e irem mais além dos jogos de pinball mais tradicionais. Psycho Pinball também foge um pouco à normalidade mas é um jogo mais “sério” do que aqueles referidos, conforme irei desenvolver mais à frente. O meu exemplar sinceramente já não me recordo bem quando foi comprado, mas acho que veio num bundle de jogos de Mega Drive que incluiu várias consolas, comandos e jogos que veio da feira da Vandoma no Porto.

Jogo com caixa e manual
Jogo com caixa e manual

Neste jogo teremos várias mesas para explorar, onde o objectivo é fazer o máximo de pontos possíveis sem perder todas as bolas às quais temos direito. Temos várias mesas de pinball a explorar, cada qual com temáticas diferentes como o velho oeste, halloween, ou o fundo do mar. Aí temos várias maneiras de pontuar e abrir alguns mini-jogos, como activar interruptores ou passar as bolas por alguns tubos especiais. Esses mini-jogos tanto podem ser coisas relativamente simples, jogadas naquele pequeno display com leds vermelhos onde geralmente mostra apenas a pontuação. Podem ser pequenas coisas como black jack ou um jogo onde temos de pescar o maior número de peixes que nos vai aparecendo no ecrã. Outros mini-jogos é que já são mais fantasiosos e nos levam a pequenos segmentos de platforming, seja saltar de carruagem em carruagem num comboio a vapor, ou tentar fugir do interior de uma baleia que nos engoliu. De resto, a mesa Psycho Pinball serve também de portal para todas as outras mesas e o objectivo do jogo vai sendo mesmo esse, o de fazer o máximo de pontos possível, ao explorar todas as mesas de pinball.

As mesas de pinball estão bem detalhadas e repletas de segredos a descobrir
As mesas de pinball estão bem detalhadas e repletas de segredos a descobrir

Graficamente é um jogo muito interessante, tal como a Codemasters sempre nos bem habituou nas consolas da Sega, ao apresentar cores vivas e mesas de pinball bem detalhadas. As múcisas são também muito boas na minha opinião, com diferentes temáticas consoante a mesa em que estamos a jogar. Ocasionalmente lá enveredam pelo rock que eu bem gosto, o que também me agradou.

Alguns dos minijogos levam-nos para fora da realidade do que uma máquina de pinball seria capaz de fazer... ou não!
Alguns dos minijogos levam-nos para fora da realidade do que uma máquina de pinball seria capaz de fazer… ou não!

Posto isto, acho este Psycho Pinball um jogo interessante para quem for fã do género, pela complexidade das mesas a explorar e também pelos minijogos que podem ser desbloqueados ao longo do jogo.

Final Fantasy III (Nintendo DS)

21953_frontO lançamento original do Final Fantasy III (sem contra com a versão americana do FF VI) foi um dos RPGs mais bem recebidos pelo público japonês na época. No entanto, por algum motivo o jogo nunca tinha sido relançado ao contrário de todos os outros pré-Final Fantasy VII, com relançamentos em sistemas como a Wonderswan color, Playstation ou Gameboy Advance, pelo que o joguei originalmente a versão fan translated de Famicom, no emulador. Felizmente com o lançamento da DS tudo mudou, pois a Square Enix não só finalmente trouxe o jogo de forma oficial para o ocidente, como foi um remake completo em 3D, aproveitando da melhor forma o hardware da Nintendo DS.

Jogo completo com caixa, manuais e papelada variada
Jogo completo com caixa, manuais e papelada variada

Tal como os primeiros Final Fantasy, a história anda à volta de cristais mágicos. Inicialmente controlamos Luneth, um jovem órfão que entra acidentalmente numa misteriosa caverna, onde um grande cristal lhe diz que o mundo corre um grande perigo e que é um dos escolhidos para o salvar. Não demoramos muito a encontrar outros 3 jovens que integram a nossa party. Na versão original da Famicom, começamos o jogo com a party complete logo de raíz. De resto, no geral, a história é simples, mas cativante, com as coisas a escalar de tal forma que acabamos por descobrir um mundo inteiramente novo para explorar na segunda metade da aventura.

Nem sempre o duplo ecrã é utilizado da melhor forma, apesar do mapa ser uma coisa útil
Nem sempre o duplo ecrã é utilizado da melhor forma, apesar do mapa ser uma coisa útil

Originalmente, Final Fantasy III foi o primeiro jogo da série a implementar o sistema de job change, que basicamente nos permitia trocar as classes das personagens sempre que nos desse na gana, pelo que sistema de evolução de experiência conta com os níveis de experiência da personagem e do job em si. Cada classe naturalmente que possui os seus diferentes atributos, permitindo o uso de diferentes armas, armaduras, magias e habilidades como é o caso do steal da classe thief. No caso das magias, tal como nos primeiros Final Fantasy, as mesmas são encaradas como uma espécie de equipamento, pois podem ser compradas nas lojas, ao contrário de serem aprendidas com a experiência. Trocar de jobs tem também algumas penalizações, no original apenas poderíamos trocar de classes se tivéssemos CP (capacity points) suficientes, aqui no remake teremos uma série de batalhas onde os nossos stat points são prejudicados, a chamada “Job Transition Phase”. Este é também o primeiro Final Fantasy a introduzir as summons, de resto é um jogo com batalhas aleatórias e completamente por turnos, pois o Active Time Battle apenas foi introduzido no Final Fantasy IV em diante.

Como não poderia deixar de ser, a Square Enix adicionou uma série e cutscenes todas catitas
Como não poderia deixar de ser, a Square Enix adicionou uma série e cutscenes todas catitas

No que diz respeito aos melhoramentos do jogo neste remake, para além dos audiovisuais que referirei mais à frente, a história foi expandida, com cada personagem a possuir backgrounds mais detalhados e o jogo a introduzir também mais sidequests. Algumas das side quests fazem também uso do sistema de mail dos Moogles, o Mognet, que nos permite enviar mensagens para personagens e outros jogadores, através do sistema wi-fi da Nintendo DS, embora eu não tenha experimentado isso. De resto, obviamente que a maior diferença entre ambas as versões está nos visuais. O jogo transitou de um ambiente gráfico 2D 8bit para um 3D que faz lembrar de certa forma os RPGs da era 32Bit, embora com menos detalhe gráfico nas cidades e dungeons. As personagens em si parecem-me muito bem caracterizadas. E também tal como outros remakes de Final Fantasies que sairam para consolas como a PS1 ou PSP, aqui também foram incluidas diversas cutscenes em CG. As músicas também são excelentes e a qualidade instrumental está muito boa, quase que parece CD audio!

Tendo em conta as limitações da plataforma, graficamente este é um jogo bastante sólido.
Tendo em conta as limitações da plataforma, graficamente este é um jogo bastante sólido.

Por isso, considero este Final Fantasy III da DS como uma entrada muito sólida no extenso catálogo de jogos e reedições da saga Final Fantasy. Em vez de fazerem umas conversões moderadas como as dos dois primeiros Final Fantasy na PS1, aqui a Square Enix esmerou-se em refazer tudo de raiz. Mas claro, isso não os impediu de relançar esta mesma versão em outras plataformas mais tarde. Começaram nas plataformas móveis com conversões para iOS, Android e até Windows Phone, culminando num relançamento em formato físico para a PSP e uma outra conversão para o Steam, há poucos anos atrás. Felizmente na DS esta engine foi reaproveitada para mais um remake, desta vez do Final Fantasy IV, embora considere-o um pouco redundante pela compilação que lançaram mais tarde na PSP. Mas isso seria assunto para um outro artigo.

Super Mario Ball (Nintendo Gameboy Advance)

59245_frontNão é nenhum segredo que a Nintendo explora ao máximo o seu canalizador para as mais variadíssimas tarefas. Para além de salvar a princesa Peach na maioria das suas aventuras, Mario também é piloto de Karts, jogador de golf, ténis, basquetebol, futebol entre outros desportos. Mas nunca tinha sido uma bola de pinball até ao lançamento deste Super Mario Ball para a Gameboy Advance. Não é a primeira vez que vemos uma mascote a ter este papel, já o Sonic Spinball tinha saído algures em 1993. Este meu exemplar foi comprado algures em Setembro na cash converters de Alfragide por cerca de 2€. Vamos lá prosseguir com a rapidinha.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

Para não fugir muito ao que é esperado de um jogo do Mario, a princesa Peach foi novamente raptada pelo Bowser e cabe-nos a nós salvá-la. Como? Bom, transformando Mario numa bola e percorrer diferentes cenários como mesas de pinball. Para conseguir entrar no castelo do Bowser no entanto precisamos de percorrer todos os outros cenários e recolher uma série de estrelas e chaves, estas obtidas ao derrotar o boss de cada sítio. Petey Piranha ou King Boo são algumas das caras conhecidas que iremos enfrentar. Embora não seja obrigatório coleccionar todas as estrelas (são 35), temos de coleccionar estrelas suficientes para abrir todas as portas que nos deixam explorar outras salas, tal como no Mario 64. De resto, para obter as estrelas geralmente teremos de derrotar todos os inimigos numa sala, o que nem sempre é tão fácil quanto isso, ou então resolver alguns puzzles que podem até envolver o uso de power ups, esses que podem ser comprados (com as moedas amealhadas) em lojas presentes nalgumas salas, ou obtidos naturalmente. Temos cogumelos que nos deixam maiores ou menores, raios que derrotam todos os inimigos presentes no ecrã ao mesmo tempo, múltiplas bolas (que são na verdade ovos de Yoshi), entre outros.

Antes de escolher o nível que queremos visitar, podemos ver quantas estrelas e/ou chaves nos faltam encontrar
Antes de escolher o nível que queremos visitar, podemos ver quantas estrelas e/ou chaves nos faltam encontrar

Graficamente é um jogo interessante, todas as sprites e cenários são pré-renderizados, tornando o jogo bastante rico em detalhes. As áreas de jogo consistem em vários locais familiars da saga, como os campos verdejantes de Mushroom Kingdom, incluindo o moinho de Petey Piranha ou a casa assombrada do King Boo, as tradicionais áreas subaquáticas ou o deserto e pirâmides egípcias que me fizeram lembrar o primeiro Super Mario Land. As músicas são também bastante agradáveis, como é habitual nos jogos do canalizador.

O jogo é bastante colorido e com gráficos pré renderizados, mas bem detalhados
O jogo é bastante colorido e com gráficos pré renderizados, mas bem detalhados

Apesar de o subgénero de jogos de pinball não ser de todo o meu preferido, este até é um jogo divertido, embora sinceramente, dentro do mesmo género e com mascotes, o Sonic Spinball acabou por me marcar mais.

Spider-Man (Sega Master System)

spider-manVamos lá para mais uma rapidinha, agora para um jogo da Master System que é de certa forma um duplicado na minha colecção. Comprei-o na feira da Vandoma no porto por 7€, não tinha a certeza que jogo do Spider-Man era ao certo e descobri depois que afinal era o Spider-Man vs the Kingpin, que já o tinha na forma de cartucho apenas para a Game Gear. Existe também a versão da Mega Drive que também tenho na colecção, embora seja um pouco diferente, mas isso sera para ser discutido em breve, noutro artigo. Esta versão da Master System é em tudo idêntica à da Game Gear (excepto na resolução do ecrã) que já foi aqui discutida neste artigo, pelo que não me irei alongar muito neste post.

Jogo com caixa
Jogo com caixa

Tal como na versão da Game Gear, temos o vilão Kingpin a tentar difamar o aranha, dizendo na televisão que (o aranha) plantou uma bomba em plena Nova Iorque e pede que a população o ajude a encontrá-lo para o entregar às autoridades. Então a nossa missão será mesmo a de derrotar Kingpin para poder limpar a nossa imagem. Para isso descobrimos entretanto que teremos de procurer 5 chaves espalhadas pela cidade e defendidas por outros vilões como o Dr. Octopus, Hobgoblin ou Venom. O jogo possui no entanto alguns conceitos muito interessantes, pois temos uma única vida, as teias gastam-se e têm de ser compradas separadamente. Como fazemos isso? Bom, na questão das teias temo-nos de lembrar que para além de homem aranha, somos também o Peter Parker que trabalha para o Daily Bugle como fotógrafo. Então podemos (e devemos) também de fotografar os bosses que vamos encontrando, usando a máquina fotográfica que podemos seleccionar do nosso inventário. Com essas fotos somos depois recompensados com dinheiro no final do nível, que é usado para comprar munições de teia. Quanto à regeneração da barra de vida, bom, no final do nível ou a qualquer outro momento temos a oportunidade de regressar à casa de Peter Parker e descansar um pouco para regenerar vida. O problema é a hora limite da bomba que não pára de contra e quanto mais tempo perdermos a descansar, menos tempo temos para chegar ao fim do jogo.

A história é bem contada através destas cutscenes entre níveis.
A história é bem contada através destas cutscenes entre níveis.

Este é um conceito muito interessante, mas sai complatemente defraudado pela péssima jogabilidade. A mecânica de detecção de colisões deixa muito a desejar e a física das sprites depois de sofrerem dano é bastante estranha. Mesmo nos níveis de dificuldade mais baixos, completar este jogo torna-se num desafio. No que diz respeito aos audiovisuais também deixa um pouco a desejar. Os gráficos não são grande coisa, com as sprites bastante pequenas, salvam-se as cutscenes que vamos vendo entre os níveis. As músicas também são muito más na minha opinião.

Era preferível que a sprites fossem um pouco maiores.
Era preferível que a sprites fossem um pouco maiores.

Portanto este Spider-Man, tal como a versão Game Gear, acaba por ser um jogo que deixa bastante a desejar na sua jogabilidade, apesar de introduzir alguns conceitos muito interessantes. Será que a versão Mega Drive, a original, também tem estes problemas? É o que veremos em breve.