Sega Ages Volume 1 (Sega Saturn)

Sega AgesNo artigo de ontem escrevi sobre a conversão para 32X do After Burner II, onde referi que até à data, essa era a melhor versão doméstica que poderíamos encontrar desse clássico das arcadas. E isso foi verdade até ter saído mais uma conversão, desta vez para a verdadeira máquina de 32bit da Sega. Embora tenham sido lançados originalmente no japão de forma separada, os jogos After Burner II, Out Run e Space Harrier foram relançados no ocidente na forma desta compilação Sega Ages Volume 1. Este meu exemplar foi comprado algures em Dezembro na Cash Converters de Alfragide por 7€.

Sega Ages Volume 1 - Sega Saturn
Compilação completa com caixa e manuais

Creio que não há muito a dizer desta compilação, a não ser que foram as primeiras conversões verdadeiramente fiéis aos originais de arcade, embora a versão 32X do After Burner tenha estado muito próxima. Os especialistas dizem que o seu único defeito é correr a 30fps, enquanto a versão Saturn é tão fluída como a original, correndo nos belíssimos 60fps. O Space Harrier é mais um jogo com a tecnologia Super Scaler (aliás, todos os jogos desta compilação o são) e naturalmente é uma versão bastante superior ao esforço que foi feito em colocar a Master System a correr um shooter pseudo 3D de uma forma tão fluída. Por fim sobra-nos o Out Run que foi o único jogo cuja versão original ainda não analisei mais a fundo. Mas vou deixar isso para uma dia que encontre a versão Mega Drive ou mesmo a Master System. Se tiverem curiosos, poderão ver um paralelismo que tracei entre o original e o Out Run 2006 para a PS2 aqui.

Ao contrário da versão Master System, o sprite scaling funciona muito bem nesta versão
Ao contrário da versão Master System, o sprite scaling funciona muito bem nesta versão

A nível técnico são todos jogos que correm com a tecnologia Super Scaler da Sega, que permitia um zoom bem fluído e convincente de sprites, resultando em jogos bastante rápidos e repletos de acção, em especial no caso dos dois shooters. E os três jogos possuem excelentes bandas sonoras, cada um ao seu estilo. A minha preferida continua a ser a banda sonora do After Burner por ser mais rockeira, mas aquelas melodias do Space Harrier também me agradam bastante.

A versão Mega Drive do OutRun é bem competente, mas ainda longe da que temos aqui.
A versão Mega Drive do OutRun é bem competente, mas ainda longe da que temos aqui.

De resto, só tenho pena que esta compilação apenas se tenha ficado pelo primeiro volume. No Japão, e para a Sega Saturn, foram vários os jogos relançados sobre o nome “Sega Ages”, incluindo outros clássicos de arcade como Fantasy Zone, Galaxy Force II, Power Drift ou mesmo pérolazinhas como a Phantasy Star Collection.

After Burner Complete (Sega 32X)

After Burner CompleteComo tem vindo a ser habitual, o artigo de hoje será mais uma rapidinha. A obra escolhida acaba por ser uma das melhores conversões de um dos jogos arcade da Sega da década de 80 que mais impressionou: After Burner! Este jogo teve vários lançamentos, tanto em consolas e computadores, como diferentes revisões arcade com diversas cabinets, uma delas verdadeiramente impressionante, com uma cabine que se movia em vários eixos de forma a simular a rotação do avião. Este meu exemplar para a 32X foi comprado a um vendedor da Feira da Ladra em Lisboa por 2.5€.

Jogo com caixa e manual da Ecofilmes. Falta o multi.
Jogo com caixa e manual da Ecofilmes. Falta o multi.

Na verdade, este After Burner Complete é uma conversão do After Burner II, que por sua vez, tal como o Galaxy Force II é apenas uma revisão do primeiro jogo, ao contrário de uma sequela a sério, tendo acrescentado alguma funcionalidade extra nos controlos (é agora possível controlar a velocidade do avião) e com alguns níveis extra. A jogabilidade é bastante simples, mas bem frenética. Viajamos ao longo de diversas paisagens onde teremos de enfrentar imensos outros aviões que surgem de várias direcções. Para os combater temos mísseis teleguiados de munição limitada, e rajadas de metralhadora pesada que podem ser disparadas à vontade. Para não desperdiçarmos mísseis à toa, convém apenas dispará-los quando conseguirmos fazer “lock” aos aviões que nos vão aparecendo. Ainda assim, por vezes podemos reabastecer o stock de mísseis no fim de alguns níveis. Ocasionalmente, em especial nos níveis mais avançados, teremos alguns aviões que nos tentam caçar por trás, disparando também mísseis teleguiados que temos de despistar. Para isso, no canto superior direito do ecrã temos um sensor que indica a inclicação do avião e mostra também a posição relativa do míssel ao avião. Agora fazer isto em voos supersónicos e ter ainda cuidado com os outros aviões que aparecem de todo o lado é obra!

Visualmente o jogo é muito idêntico ao After Burner II para arcade.
Visualmente o jogo é muito idêntico ao After Burner II para arcade.

De resto, tal como referi acima, esta era simplesmente a melhor conversão de um After Burner lançado até à data. A versão Master System do primeiro jogo, apesar de ambiciosa deixava muito a desejar perante a portentosa tecnologia super scaler, e a versão Mega Drive do After Burner II apesar de muito melhor que a versão 8bit, também deixava a desejar perante a velocidade e grafismo dos originais das arcades. Esta versão para a 32X já se apresenta com um grafismo virtualmente idêntico. Há quem diga que a única diferença está no framerate a 30fps, enquanto os originais de arcade correm a 60. As músicas continuam excelentes, sendo quase todas melodias bem rock com guitarradas quanto baste e que sinceramente me agradam bastante.

Ocasionalmente vamos sendo reabastecido de mísseis desta forma. Outras vezes aterramos temporariamente para abastecer combustível, com os pilotos de Out Run e Hang On a fazerem uma visita.
Ocasionalmente vamos sendo reabastecido de mísseis desta forma. Outras vezes aterramos temporariamente para abastecer combustível, com os pilotos de Out Run e Hang On a fazerem uma visita.

Posto isto, esta é uma excelente versão de uma dupla de grandes clássicos da Sega de outros tempos. Só tenho mesmo pena é de ainda não ter orientado uma 32X para o ter jogado da forma que realmente merece. Mas apesar desta versão ser realmente muito boa, há ainda uma conversão melhor, mas isso fica para a rapidinha de amanhã.

Dead or Alive (Sony Playstation)

Dead or AliveO primeiro Dead or Alive tem uma história algo curiosa. Foi desenvolvido originalmente para o sistema Model 2 da Sega, apresentando gráficos excelentes e que até ultrapassavam os do Virtua Fighter 2, muito devido às físicas mais “realistas” de objectos leves que se abanavam, como as roupas e cabelos ao sabor do vento, ou no caso das meninas, outras coisas também se abanavam bastante, de forma não muito natural. Essa versão acabou por sair também para a Sega Saturn apenas em território japonês e mesmo não tendo todo o detalhe gráfico do original, acabou também por ser um dos jogos 3D mais competentes da consola. Algum tempo depois a Tecmo decidiu lançar também este jogo na Playstation, mas o mesmo acabou por ser não uma conversão directa, mas quase um remake, apresentando uma série de melhorias, novos modos de jogo e gráficos ainda mais detalhados. Este meu exemplar veio de um negócio do OLX que me custou cerca 2.5€, embora infelizmente não tenha manual.

Dead or Alive - Sony Playstation
Jogo com caixa

E o Dead or Alive é um fighter em 3D com uma jogabilidade fluída, onde as mecânicas core de jogo assentam num princípio algo pedra-papel-tesoura, onde os counters têm vantagem sobre os ataques normais, que por sua vez perdem para os throws e estes são suplantados pelos ataques normais. A nível de modos de jogo, para além do tradicional arcade (que aqui se chama tournament) e do versus para 2 jogadores, temos também outros modos que acabam por não ser estranhos aos fãs de jogos de luta. Um é o Team Battle, onde podemos fazer equipas de até 5 lutadores que defrontam outros 5 lutadores de forma sequencial. Outro é o Survival onde vamos enfrentando vários oponentes com a nossa vida a ser apenas ligeiramente restabelecida entre cada round. Temos também o Kumite, onde teremos de defrontar 100 inimigos no menor tempo possível, o time attack é mais um modo de jogo contra-relógio, e por fim temos o Danger Zone (não consigo deixar de trautear a melodia do Top Gun sempre que vejo estas duas palavras juntas) onde todo o ring está armadilhado com explosivos que detonam sempre que um lutador é mandado ao chão. Na verdade, nos modos de jogo normais, a parte de “ring out” é explosiva. E claro que temos também um training mode para irmos treinando os movimentos das personagens.

Ouch! Deve ter doído!
Ouch! Deve ter doído!

A nível gráfico este Dead or Alive é de facto um jogo bem bonito para uma consola desta geração. Os lutadores estão muito bem detalhados e o que não faltam são uniformes alternativos para serem desbloqueados, especialmente para as meninas e os seus atributos especiais (este Itagaki nunca enganou ninguém). Detalhes como os cabelos ou os vestidos a abanarem ao vento estavam muito à frente do seu tempo. Depois claro, temos a sensualidade das lutadoras, algo que sempre ficou patente nesta série. A banda sonora vai sendo bastante diversa, indo buscar algumas faixas mais rock que me remetem logo para aquela fase da Sega nas arcades que sempre me agradou. E tirando as mamocas a abanar, este Dead or Alive parece mesmo algo inspirado pela série clássica da Sega nos seus visuais e de certa forma, na jogabilidade também.

Por muito tarado que o Itagaki seja, também temos algumas vestimentas estranhas para desbloquear. Mas talvez ele goste de furries...
Por muito tarado que o Itagaki seja, também temos algumas vestimentas estranhas para desbloquear. Mas talvez ele goste de furries…

Posto isto, e apesar de continuar a preferir a série Virtua Fighter por tudo e mais alguma coisa, este Dead or Alive para mim até se acabou por revelar uma óptima surpresa! E tem o Ryu Hayabusa da série Ninja Gaiden que sempre achei uma personagem bem metida para um jogo deste género (se bem que também temos o Kage Maru no VF). Um bom jogo de luta sem dúvida, e em breve hei-de escrever aqui algo sobre ambas as versões do Dead or Alive 2 na minha colecção.

Sega Classics Arcade Collection (Mega CD)

Sega Classic Arcade Collection - Mega CDO artigo de hoje será mais uma rapidinha só mesmo para marcar o ponto e o escolhido foi nada mais nada menos que mais uma compilação, desta vez da Sega para a sua Mega CD. Na verdade, existem 2 versões desta compilação. A japonesa (que trago cá hoje) e primeira versão americana, mas também existe uma segunda versão americana e europeia, que para além dos jogos aqui descritos, traz ainda o Super Monaco GP. Este meu exemplar veio da Feira da Vandoma há uns tempos atrás, creio que me custou cerca de 10€. Foi uma compra algo de impulso por não ter quase nada para a Mega CD.

Sega Classics Arcade Collection - Mega CD

E porque digo que foi uma compra por impulso? Porque, apesar de excelentes, na realidade já possuia todos estes jogos na Mega Drive. No caso do Revenge of Shinobi e Streets of Rage, já os tenho em stand alone. Já os casos do Columns e Golden Axe, apenas os tenho para já nas compilações Mega Games I e Mega Games II respectivamente. Mas se formos honestos, esta compilação para a Mega CD até que tem as suas diferenças e só por isso já seria um item interessante de se possuir na colecção. E que diferenças são essas? Bom, melhor música e vozes digitalizadas, mais perceptíveis. Para além disso, a única coisa que realmente não se percebe aqui é o facto de terem tirado o suporte a 2 jogadores do Golden Axe. Porquê???

Versão europeia, com caixa e manual

Edit: Arranjei também recentemente uma versão europeia deste jogo, veio de uma CeX, por 8€. A versão europeia possui um outro jogo que não vem na edição japonesa que já possuía anteriormente, o Super Monaco GP.