Mortal Kombat Gold (Sega Dreamcast)

Mortal Kombat GoldJá há algum tempo que andava atrás de um dos vários lançamentos do Mortal Kombat 4 para a minha colecção, visto que ainda não tinha nenhum e foi jogo que sinceramente pouco tinha jogado na minha adolescência. Mas de todas as versões do Mortal Kombat 4, já que não poderia ser a original de arcade, então era mesmo a versão da Dreamcast que mais gostaria de ter. Isto porque este Mortal Kombat Gold é o MK4 na sua essência mais alguns extras, para além de ser na minha opinião a melhor versão caseira deste jogo. O que mesmo assim não é dizer muita coisa. Este meu exemplar foi comprado há coisa de um mês atrás na Cash Converters de Alfragide e custou-me cerca de 10€.

Mortal Kombat Gold - Sega Dreamcast
Jogo completo com caixa e manuais

No Mortal Kombat 4 deu-se início a um novo arco de história nesta série. Em vez de Shao Khan, Shang Tsung, Sindel e afins, aqui os vilões principais são a dupla Quan-Chi e Shinnok. O primeiro é um poderoso feiticeiro tal como Shang Tsung. O segundo é um dos antigos deuses lá do universo Mortal Kombat que tinha sido banido para o Netherealm por querer controlar o universo. Quan-Chi, com a ajuda de outras novas e antigas personagens, tentam trazer Shinnok de volta para a nossa dimensão, e cabe a Rayden e aos guerreiros da Terra (e não só) tentar evitar que isso aconteça.

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Elenco quase completo dos lutadores que podemos escolher

Inicialmente a jogabilidade até parece algo semelhante aos clássicos, com o mesmo layout de botões (era só o comando da Saturn ser compatível com a Dreamcast que era altamente), e algumas coisas como as mensagens que aparecem no ecrã quando fazemos algum combo são também semelhantes aos jogos anteriores. Mas este é um jogo totalmente em 3D, então podemo-nos movimentar também nessa mesma terceira dimensão, ao dar alguns passos laterais, com a câmara a acompanhar esse movimento. Outras novidades estão no combate de armas – cada personagem possui uma arma secreta que pode ser activada com uma certa combinação de botões, utilizada quanto baste e ser largada na arena se bem o entendermos, com a possibilidade do adversário a apanhar, e utilizá-la ele mesmo. A mesma coisa se pode dizer de objectos que possam ou não estar espalhados na arena, como rochas ou mesmo cabeças humanas, não fosse este um Mortal Kombat.

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Armas e objectos no chão que podem ser usados, sangue pelo ar, vale tudo!

De resto o catálogo de lutadores tem uma série de caras novas mas também muitas já bem familiares, em especial nesta versão Gold que traz mais 6 personagens extra, todas elas nomes conhecidos como Kitana, Mileena, Sektor ou Cyrax. A nível de modos de jogo, temos o tradicional Arcade onde podemos escolher qual o grau de dificuldade que queremos seguir, aumentando o número de confrontos e a inteligência artificial quanto mais difícil quisermos as coisas. Existem também vários modos de jogo para além do tradicional arcade e versus para 2 jogadores. Podemos lutar em combates de 2 contra 2, mas um oponente de cada vez, um modo torneio para umas tardes bem passadas com os amigos, várias versões do modo Endurance onde com 1 vida apenas temos de derrotar o máximo de oponentes possível. Se quisermos treinar os movimentos de cada personagem… temos sempre o Practice Mode. Infelizmente este foi um jogo feito um pouco à pressa para coincidir com o lançamento da Dreamcast no ocidente e com isso a Midway não aproveitou nenhuma das capacidades online que a consola da Sega apresentava. Não que faça muita diferença hoje em dia…

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O layout das barras de energia de cada lutador, bem como as mensagens de combos são idênticas aos jogos da geração MK3

No que diz respeito aos gráficos, este é um jogo que não envelheceu lá muito bem. Ainda assim é de longe a melhor versão das consolas domésticas e aquela que graficamente mais se aproxima da original de arcade. Os lutadores estão muito melhor detalhados (leia-se com mais polígonos) do que nas versões PS1 e N64, mas em algumas personagens como o Goro nota-se que ainda assim não envelheceu muito bem. Isto porque o Goro parece um boneco de borracha. Para as músicas e afins, não tenho muito a dizer pois sinceramente foi algo que não me chamou muito à atenção, mas no voice acting… bom isso é uma questão à parte. A versão DC do MK4 está repleta de cutscenes em FMV com os finais de cada personagem, e algumas delas até que são bem longuinhas. Mas os diálogos… esses são bastante cheesy, o que na verdade nunca tinha sido muito diferente na série até então. As fatalities (esqueçam animalities, friendships, babalities e o resto) continuam violentas quanto baste, embora muitas delas sejam reaproveitamentos das antigas, como o Scorpion a incinerar o seu oponente, Liu Kang a transformar-se num dragão e comer o torso do adversário, entre muitos outros, incluindo algumas das fatalities mais humorísticas, como os suicídios de Cyrax em que estoura com o planeta, ou os beijos de femme fatale de Kitana e outras garotas.

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Por cada personagem que completemos o modo arcade, temos acesso a uma cutscene com o final da sua história

Resumindo, o Mortal Kombat 4 é um jogo que teve os seus altos e baixos. Na minha opinião, é um daqueles clássicos exemplos onde alguém tem de fazer a transição de um popular jogo 2D para a terceira dimensão e nunca sabem muito bem o que fazer. Não acho que seja um mau jogo de todo, mas para além de não ter o mesmo carisma dos clássicos, também não envelheceu lá muito bem. Ainda não joguei nenhum dos jogos que lhe seguiram até aos recentes MK / MK X, mas a impressão que tenho é que só conseguiram mesmo acertar em cheio com o Mortal Kombat de 2009. Veremos, pois já tenho o Deadly Alliance ali no forno para lhe meter as mãos.

Medal of Honor Warfighter (PC)

Medal of Honor WarfighterEu adoro first person shooters desde a primeira vez em que meti as mãos no Doom. E com o meu backlog gigantesco, de onde tenho lá vários FPS modernos e não só para ir jogando, porque não ir abatendo a backlog com esses jogos? E foi o que fiz, ao pegar no único dos meus jogos da franchise Medal of Honor que me faltava jogar, o Warfighter, que teve várias más críticas desde o seu lançamento, que sinceramente até as compreendo. Mas já lá vamos. Este meu exemplar foi comprado algures em 2014 se a memória não me falha, tendo-me custado 10€ numa Worten qualquer. É uma edição “limitada” que dava acesso à beta do Battlefield 4.

Medal of Honor Warfighter - PC
Jogo completo com caixa e papelada… já que manual está quieto

Invariavelmente, como todos os FPS militares modernos, vão buscar conflitos modernos, uma vez mais o combate ao terrorismo, como já tinham feito no Medal of Honor de 2010. Até aí tudo bem, mas neste Warfighter a Electronic Arts decidiu ligar o complicómetro e dramatizar uma série de coisas. Para além da campanha não estar tão conexa assim entre certas missões, somos muitas vezes levados a cutscenes que mostram dramas familiares, do soldado que tem de abandonar a mulher e a filha pequena para ir combater. Eu percebo perfeitamente a mensagem… mas não acho que tenha resultado bem. Até porque as expressões faciais, tanto da mulher como da criança são do pior que já vi.

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Este nível numa Malásia desvastada pelas cheias até que foi bem original

Mas passando para a jogabilidade, essa é a que eu esperaria de um first person shooter moderno. Podemos carregar com duas armas, podendo ser uma panóplia de diferentes revólveres, shotguns, metralhadoras, sniper rifles ou outros objectos importantes, como lasers para marcar alvos à distância. De resto é o costume, vida regenerativa ao ficarmos alguns segundos protegidos em cover – aliás, é mesmo fulcral saber dominar as covers e dispararmos por uma nesga, assim como o uso do aiming down the sights. Mas há coisas que este jogo tenta fazer de diferente. Em vez de termos missões aéreas (ok, temos uma a bordo de um helicóptero) ou que tenhamos de conduzir blindados e afins, temos a possibilidade de, em certas alturas, conduzir um bot armado e levá-lo para zonas de alto risco. Outras secções colocam-nos a conduzir carros em zonas habitacionais. Na primeira temos de conduzir um jipe em perseguição a alta velocidade de um suspeito terrorista até que o conseguimos finalmente albarroar. A outra já é em pleno Dubai, onde depois de capturarmos um outro suspeito terrorista, mas desta vez uma pessoa de grande poder, temos de andar de um lado para o outro na cidade a fugir dos carros dos seus seguranças. A certo ponto temos mesmo de jogar furtivamente com o próprio carro, escondendo-nos em certos becos mais escuros. Foram coisas que não estava nada à espera de encontrar neste jogo e até serviram de certa forma de uma lufada de ar fresco.

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Tirando os dramas familiares, a história segue o habitual dos confrontos contra terroristas

Outra coisa que deram grande importância foi a forma como surpreendemos os inimigos ao arrombar algumas portas. A certos pontos do jogo lá teremos de o fazer e temos de escolher a forma como vamos abordar a coisa. Inicialmente apenas podemos abrir a porta com um pontapé, alguém depois atira com uma stun grenade lá para dentro e, em câmara lenta durante alguns segundos, podemos atirar livremente nos terroristas que acabam por ser surpreendidos. Mas há várias outras formas de arrombar as portas e para as desbloquear vamos ter de apostar nos headshots durante estas alturas. Coisas como partir a fechadura à machadada, com um pé de cabra, ou mesmo a tiros de caçadeira, possibilidades não faltam. Agora perguntam-me vocês… isto é realmente uma feature que seja assim tão importante? Nada disso. De resto, para além do modo campanha que não é lá muito longo temos uma forte componente multiplayer. Mas sou sincero, nem sequer testei um único modo de jogo sequer… pois para mim multiplayer deste género e da EA é mesmo com o Battlefield. E verdade seja dita… com a quantidade de jogos que ainda tenho pela frente, não me posso mesmo dar a esse luxo.

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Sim… vai haver chuva de rockets.

Graficamente é um jogo bem competente, com óptimos gráficos para a altura em que foi lançado. Sempre gostei do motor gráfico Frostbite2! E apesar de ser um jogo com uma temática anti-terrorista, os cenários acabam por ser variado, mesmo em zonas do médio oriente, tanto estamos em aldeias remotas no meio do nada, como cidades modernas como o Dubai, ou outras zonas mais rurais. Mas não só! Também temos a oportunidade de passar pela Europa de Leste, ou num navio a meio do Oceano. O som no geral e respectiva música são bons, nada contra. Os diálogos entre os nossos companheiros acabam por ser bastante dinâmicos e a música vai-se adaptando às diferentes situações com que nos vamos deparando. Mas nada disto é novidade na série Medal of Honor em particular e nos FPS militares modernos no geral.

Concluindo, este Medal of Honor para mim não é um mau jogo de todo. É certo que tem os seus problemas, a história poderia ser melhor, aquelas cutscenes dramáticas com personagens muito mal desenhadas não dão com nada, mas de resto é um FPS bem competente, para se jogar de forma descomprometida.

The Cyber Shinobi (Sega Master System)

cybershinobiO artigo que vos trago cá hoje é invariavelmente mais uma rapidinha a um jogo que teria potencial (e a obrigação também) de ser muito melhor, pois pertence a uma das séries mais aclamadas e hardcore de todo o catálogo da Sega: Shinobi. Pelo nome do jogo dá logo para antever que mistura ninjas e ciborgues o que só por si tinha tudo para dar bem: um jogo com as mecânicas clássicas do Shinobi mas passado no futuro. Infelizmente foram uns furos ao lado, mas ainda assim é um jogo que eu fazia questão em comprar, precisamente por fazer parte de uma série que aprecio bastante. Este meu exemplar foi comprado a um particular por 10€ há coisa de uns 2 meses atrás.

The Cyber Shinobi - Sega Master System
Jogo com caixa e manual europeu. Se há coisa que sempre gostei foi da arte da capa!

Este jogo começa logo por causar enorme confusão no ecrã inicial ao apresentar o subtítulo de Shinobi Part 2. Ora, este é um assunto peculiar pois tanto o Shadow Dancer, como o Revenge of Shinobi são sequelas do original, sairam antes e o jogo que por cá conhecemos como Shinobi III chama-se Super Shinobi II no Japão – devido a ser uma sequela ao Revenge of Shinobi/Super Shinobi. Há por aqui uma confusão de números, mas um dia destes ainda perderei algum tempo em falar nesta série como um todo. E sendo este um jogo futurista, encarnamos num descendente do Joe Musashi, meio ninja, meio máquina, no seu combate à Cyber-Zeed, o novo sindicato do crime a ser derrotado.

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A detecção de colisões ser má por vezes até nos ajuda a não perder vida quando deveríamos

As mecânicas de jogo, na sua essência, não são muito diferentes às que os Shinobi da Mega Drive nos habituaram. Controlamos um ninja que tanto pode atacar inimigos próximos com uma espada, como usar armas de longo alcance para os que estejam mais distantes. Mas em vez de shurikens, temos tiros de metralhadora e granadas. Infelizmente a espada do ninja tem um alcance demasiado curto que mais parece que está a usar uma faca de cozinha, mas como a detecção de colisões também não é a melhor (e por vezes até funciona a nosso favor), acaba por não ter assim grandes problemas nessa questão. Outra coisa que nos salta logo à vista são todos os indicadores e números que ocupam um terço do ecrã. Temos medidores de vida, munições, tempo restante para completar o nível ou mesmo o Ninjutsu que podemos usar e quantas vezes. Ao longo do jogo iremos encontrar várias caixas que ao serem partidas albergam itens que vão enchendo cada uma destas barrinhas, seja vida, munições ou os tais ninjutsus. No final de cada nível temos sempre um boss mas sinceramente sempre os achei um pouco desinspirados – são apenas veículos que mal se mexem.

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Apesar de não ser novidade alguns bosses em jogos desta série serem veículos, esperava mais alguma vida nestas batalhas

Tecnicamente é que é o que mais me deixa triste. É um jogo com um scrolling muito mau por não ser nada fluído, bem como as animações em si de practicamente tudo, desde os inimigos simples, até aos bosses que apesar de serem grandinhos, são uma sprite gigante com poucas ou nenhumas animações. Há níveis em que vemos pedras gigantes a serem atiradas contra nós. Essas pedras não têm transparências, notando-se perfeitamente o quadrado que as compõe, apesar das mesmas serem redondas. Isto revela algum amadorismo de quem desenvolveu o jogo, pois é algo que não em muitos outros jogos nesta consola. As músicas deixaram-me com sentimentos mistos, pois algumas até foram do meu agrado.

No fim de contas, minha opinião este é um jogo que me deixou algo desiludido. Mesmo sendo uma espécie de spin-off na série, a reputação que a série Shinobi nos deixou a nós jogadores, era obrigatório que o resultado final fosse muito melhor. É pena!

Double Dragon (Neo Geo MVS)

Double DragonCom a popularidade do Street Fighter II e todos os clones que se geraram à volta do mesmo, até transformaram a série Double Dragon, que por sua vez foi um dos grandes percursores dos beat ‘em ups de rua que nos trouxeram pérolas como Final Fight ou Streets of Rage em um jogo de luta 1 contra 1. Por sua vez este jogo em específico é baseado no file do Double Dragon, filme esse que já vi há uma data de anos e não me recordo de ter visto cenários pós-apocalípticos… mas às tantas até que os têm mesmo. E tal como, pelo menos até à data, todos os jogos MVS que disponho, provieram de um bundle baratíssimo na feira da Vandoma no Porto, que me ficou à unidade pela módica quantia de 50 cêntimos.

MVS Collection
Como os carts de MVS não são propriamente lá muito fotogénicos, acabei por tirar uma foto única com o bundle que comprei.

E sendo este artigo uma rapidinha, não me vou alongar muito. À partida este seria “mais um” jogo de luta 2D onde o vencedor de cada confronto é na base do “melhor de três”, e durante o modo “história” lá iríamos enfrentando todos os outros lutadores bem como um ou outro boss lá pelo final. E de facto é isso que acontece, mas os controlos, em vez de serem perfeitamente definidos de “botão para socos fracos, pontapés fortes” e por aí fora, acabam por desempenhar diferentes golpes mediante a nossa posição relativa ao adversário. Para além disso, existe uma barra de energia especial que se vai enchendo à medida que vamos distribuindo porrada – e quanto menos vida tivermos, mais rápido enche. Naturalmente quando estiver no máximo podemos desencadear alguns golpes especiais bem mais fortes. Eu já não sou o mais entendido na matéria no que diz respeito a jogos de luta, mas preferia um esquema de controlo mais normal. Claro que para quem apenas carrega em botões à sorte se calhar não faz muita diferença…

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Infelizmente o jogo deixa um pouco a desejar a nivel de audiovisuais

De resto, a nivel técnico, acho um jogo um pouco decepcionante, apesar de ser bastante fluído. O design das personagens não é o mais apelativo e mesmo os golpes especiais, apesar de serem bem espalhafatosos também não muito bonitos graficamente. E o mesmo pode ser dito dos backgrounds que são bastante simples, com poucos daqueles pequenos detalhes que vemos nos grandes jogos do género da Capcom e SNK que acabam por fazer mesmo a diferença. A música infelizmente também não é das mais agradáveis… então sempre que alguém entra naquele modo “super” a música muda sempre para uma melodia que só me irritava. Posto isto, acho-o um jogo algo decepcionante, mas estou certo que os grandes fãs do género ainda possam encontrar algo com que se entreter.

Panzer Dragoon II Zwei (Sega Saturn)

Panzer Dragoon ZweiO Panzer Dragoon original foi um dos jogos de lançamento da Saturn, a acompanhar alguns clássicos de arcade como o Daytona USA e o Virtua Fighter, que por sua vez viram a sua versão Saturn algo atabalhoada. Mas este Panzer Dragoon era um jogo diferente e com algo de místico. Afinal continha diálogos num dialecto desconhecido, mas acima de tudo era um jogo que nos permitia montar num dragão e enveredar por combates aéreos. Era um jogo bom, mas felizmente a sua sequela saiu-se ainda melhor. Este meu exemplar foi comprado no meu dia de aniversário neste ano de 2015, na Feira da Vandoma no Porto e custou-me 10€.

Panzer Dragoon II Zwei - Sega Saturn
Jogo com caixa e manual europeu

E se o primeiro jogo nos colocou a meio de um conflito entre um império que tentava reavivar a tecnologia perigosa de uma antiga civilização e os rebeldes montados em dragões que os enfrentavam, já este Panzer Dragoon II na verdade é uma prequela do primeiro jogo, colocando-nos no papel do aldeão Jean-Luc Lundi. A sua aldeia era bastante supersticiosa e quando o nosso animal de estimação se começa a transformar ao ganhar asas e poderes semelhantes aos dragões lendários, os restantes aldeões querem matá-lo, mas Lundi não deixa e decide fugir da aldeia. Entretanto surge uma grande nave nos céus que destrói a aldeia, aparentemente também devido ao dragão que por lá surgiu. E assim começamos a nossa aventura, nas costas de um dragão ainda jovem e sem grandes poderes, mas já a perseguir essa nave gigante e misteriosa. Claro que uma vez mais tudo é mantido com uma atmosfera muito característica, não tenho dúvidas practicamente nenhumas que os jogos da Team Ico vieram buscar muitas influências aos Panzer Dragoon, como as civilizações épicas, misteriosas e dialectos estranhos.

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Quando era miúdo, esta cutscene inicial sempre me impressionou

A jogabilidade essa é muito semelhante ao jogo original. Ou seja, este mantém-se um shooter 3D on rails, onde dispomos de dois ataques diferentes. Um rapid-fire da nossa arma de fogo que quase que funciona como uma metralhadora se tratasse, e os poderosos tiros tele-guiados do nosso dragão, que permite fazer lock-on aos inimigos que se atravessam no nosso campo de visão e depois largar fogo. Para isso vamos podendo-nos virar para vários lados enquanto o dragão segue o seu caminho, tanto de forma lenta com o D-Pad, como de forma mais rápida utilizando os botões de cabeceira para irmos rodando em ângulos de 45º. E com os inimigos a surgirem de todo o lado, sejam eles outros dragões, criaturas estranhas ou naves inimigas, bem que vamos precisar de estar atentos ao que nos rodeia. Mas para além de ser um jogo bem mais bonito, esta sequela ainda tem algumas coisas mais. Para além de um novo ataque especial que causa dano a todos os inimigos no ecrã (obviamente que não podemos abusar da sorte), o jogo apresenta várias rotas que podemos percorrer em vários níveis, bem como a nossa performance medida no final do nível, como por exemplo tanto da rota escolhida, como no número de inimigos que deixamos passar, vão fazendo com que o nosso dragãozinho vá evoluindo para outras formas, tornando-se eventualmente num dragão mais poderoso, capaz de fazer lock-on a um maior número de inimigos em simultâneo.

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No início o nosso dragão ainda não voa muito e passamos alguns níveis ou segmentos no solo

Graficamente é também um jogo mais detalhado. Os níveis são mais variados, levando-nos de novo para oceanos, cavernas, ruínas antigas ou florestas repletas de criaturas estranhas, contribuindo para uma mística muito rica desta série, e que acaba por fazer todo sentido em a Team Andromeda em seguida querer enveredar por uma vertente mais RPG. É um 3D bem detalhado para uma Saturn, sem dúvida um dos jogos mais bonitos das máquinas 32bit… no ano em que foi lançado, claro! Só os bosses gigantescos e o seu design muito próprio justificam isso! As músicas são óptimas, o voice acting não é o melhor, mas só por ser um jogo com um dialecto próprio também tem o seu valor, digo eu.

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Alguns bosses eram realmente impressionantes

Infelizmente tão cedo não pegarei em mais nenhum Panzer Dragoon… o Saga, um dos meus jogos mais requisitados teima em não deixar de subir o preço e o Orta… mesmo que eventualmente o arranje, não tenho sequer coragem em começá-lo antes de jogar o Saga. Ah Sega… eram tão meus amigos se lançassem uma compilaçãozinha da série… nem que fosse só no Steam!