Mais um mês em que o tempo para jogar e fazer coisas interessantes foi muito reduzido, daí este vídeo estar uma vez mais vários dias atrasado. Peço-vos desculpa por isso, mas espero que gostem na mesma!
Mês: Março 2015
Toy Story (Sega Mega Drive)
Este artigo podia ser resumido numa frase: “Quando joguei este jogo pela primeira vez, apenas experimentei os primeiros níveis e não gostei muito, mas decidi dar-lhe uma segunda oportunidade e afinal o jogo até é bom”. Basicamente é isso, mas vou desenvolver um pouco mais nos próximos parágrafos. E o meu exemplar foi comprado algures na feira da Vandoma no Porto, creio que me custou uns 5, 6€ e veio num lote de jogos que comprei a um vendedor por lá. Está sem manuais, infelizmente.

O filme original do Toy Story é um dos meus filmes de animação preferidos da Disney e foi revolucionário para a época em que foi lançado devido às suas animações serem inteiramente geradas por computador. A história onde os brinquedos ganhavam vida estava muito bem conseguida e este jogo até faz um bom papel ao adaptá-la para este formato jogável. Se viveram estes anos todos debaixo de uma rocha e não conhecem Toy Story… não, não vou fazer isto, vejam o filme! 🙂

A razão pela qual eu não gostei do jogo à primeira vez é porque os primeiros níveis não me foram muito cativantes e não gostei muito dos controlos, que apesar de simples… faltava ali qualaquer coisa. Aqui apenas controlamos Woody, cujos controlos lhe permitem saltar e mandar chicotadas com à lá Castlevania, embora aqui o chicote apenas neutralize temporariamente os “inimigos”, vulgo outros brinquedos. Mas também pode ser usado para nos balancearmos de plataforma em plataforma, algo obrigatório em alguns níveis. Até aqui tudo bem, mas não gostei muito do design dos níveis de plataforma que, apesar de serem fiéis ao filme, passando-se no quarto do Andy, um típico quarto de rapaz, desarrumado e cheio de brinquedos espalhados, havia ali qualquer coisa que nunca me agradou muito e sinceramente também não consigo explicar muito bem o porquê.

Mas decidi dar-lhe outras oportunidades e aí me apercebi de várias particularidades deste jogo. A primeira, e logo a mais óbvia é o facto de em cada nível termos diferentes objectivos para cumprir. Ao contrário de outros jogos de plataformas da mesma época, aqui o objectivo nem sempre é chegar do ponto A ao ponto B e seguir para o nível seguinte, mas o jogo tenta reproduzir com alguma fidelidade os acontecimentos do filme. Logo no segundo nível quando Andy traz para o seu quarto o novíssimo Buzz, o objectivo consiste em ajudar os restantes brinquedos a serem “arrumados” no local onde estavam, e temos de o fazer dentro de um tempo limite. Para isso temos de derrubar alguns obstáculos ou encaminhar alguns brinquedos para sítios específicos. O nível seguinte marca uma corrida entre Buzz e Woody para ver “quem é o melhor brinquedo”, depois mais lá para a frente é que comecei a ver alguma variedade real: temos um nível em que controlamos um carro telecomandado, jogado numa perspectiva semelhante à dos Micro-Machines, outro nível em que é jogado inteiramente na primeira pessoa como se um FPS se tratasse, embora não tenhamos de fazer grande coisa, infelizmente. Até um nível de corridas em “3D” lá temos e o último nível é jogado quase como se um shmup horizontal se tratasse, mas mais uma vez sem quaisquer disparos. Só por aí este jogo já vale a pena, por toda a sua originalidade e variedade.

Graficamente o Toy Story sempre foi um bom jogo. Tal como o Donkey Kong Country, os gráficos não são constituídos por sprites e backgrounds convencionais, mas sim digitalizações de modelos 3D, o que lhe dá logo um aspecto “muito à frente”. Mas este jogo é bem mais impressionante a nível visual na Super Nintendo, onde a melhor paleta de cores da consola acaba mesmo por levar a melhor. As cores na Mega Drive são mais fracas e isso nota-se bem. No entanto não deixa de ser uma óptima conversão, com algumas sprites enormes como o cão de Sid, ou os miúdos a correrem de um lado para o outro na pizzaria. Aí o jogo esteve de facto muito bem. As músicas são boas e a versão Mega Drive não se porta nada mal neste aspecto.

E é por esses motivos que Toy Story até acabou por me agradar. Por um lado os níveis de puro platforming continuam a não me cativar particularmente, mas toda a variedade, aliada a um óptimo trabalho no campo dos audiovisuais acabaram por fazer a diferença. Venham mais boas surpresas assim!
Megaman ZX (Nintendo DS)
Voltando à Nintendo DS, o jogo que trarei cá hoje é o Megaman ZX, uma “nova” geração da longa saga do Megaman. É uma saga passada vários anos após os acontecimentos dos Megaman Zero, que por acaso já tive a oportunidade de jogar a colectânea que saiu para a DS e adorei, felizmente este ZX não foge muito à fórmula introduzida por esses jogos, mantendo-se no género “metroidvania” que eu tanto gosto. Este meu exemplar foi comprado na feira da Ladra algures em Janeiro por 10€, estando completo e em óptimo estado.

Bom, este jogo decorre muitos e muitos anos após as guerras contra os Mavericks nas séries Megaman X e Zero, onde os humanos conseguiram coabitar pacificamente com os Reploids (andróides como Megaman) e a civilização progrediu bastante. Os Mavericks continuavam a existir, mas não causavam assim tanta preocupação até porque a grande corporação Slither, Inc aparentemente fazia um bom trabalho de proteger os interesses de quem queria manter a paz. E eis que entramos em acção com o rapaz Vent ou a menina Aile, a escolha é nossa, mas são ambos funcionários de uma empresa de entregas, a Gyro Express. A nossa missão é simples, levar uma importante encomenda a uma pessoa misteriosa, claro que alguma coisa deveria correr mal! A meio do caminho somos atacados por um grupo de Mavericks que vinham atrás da encomenda, mas felizmente a mesma salvou-nos. O que estava dentro do pacote era nada mais nada menos que o Biometal X, um metal raro e valioso que continha a “alma” de Megaman X, que por sua vez dá os seus poderes a Vent/Aile, transformando-os numa forma parecida à do próprio Megaman X, e com as suas armas e poderes. O resto do jogo é passado a descobrir a razão pela qual houve aquele ataque e juntar novos bio-metals que nos dão diferentes formas e armas/habilidades. Claro que essas só são ganhas após vencermos algum boss, como é tradicional na série Megaman.

O que mais gosto neste jogo é a exploração de um metroidvania. É certo que temos várias missões (e sidequests) para cumprir, que culminam invariavelmente em derrotar algum maverick poderoso e roubar-lhe o seu biometal, ajudar algum humano ou reploid, ou procurar por objectos importantes. Fora as missões, podemos revisitar as várias àreas do jogo sempre que o quisermos fazer, até porque as mesmas estão repletas de segredos e itens escondidos que apenas com o uso de todas as habilidades ao nosso dispor e que vamos encontrando é que os poderemos alcançar. Como humano, não podemos atacar, mas podemos agachar-nos e rastejar por entre passagens escondidas, já como X, bom aí já temos uma enorme liberdade de movimentos incluindo o air dash, e saltitar de parede em parede. Os outros biometals trazem-nos armas diferentes, bem como habilidades como air dash mais extenso, mover melhor na água, criar blocos de gelo, destruir outros blocos que estejam a esconder outras passagens, e por aí fora. As possibilidades são muitas, e assentam que nem uma luva ao esquema mais “metroidvania” utilizado por este jogo.

Como sempre temos vários “energy tanks” que podemos recolher, e sem dúvida que serão úteis nos combates contra bosses, e para além da barra de energia temos uma outra especial para os ataques elementais (fogo, gelo, electricidade). Os fatos que herdamos dos biometals adquiridos após derrotar bosses poderão utilizar disparos elementais, que podem e devem ser utilizados de forma inteligente ao atacar inimigos fracos perante um elemento, por exemplo atacar inimigos com afinidade de fogo com disparos de gelo. Para activarmos estes disparos elementais devemos activar o modo “overdrive”, ou simplesmente utilizar o charge shot das suas armas, que por defeito já utiliza a parte elemental. E tal como os energy tanks nos regeneram a vida, ao longo do jogo poderemos encontrar outros itens que regeneram esta barrinha de energia elemental.

Graficamente é um jogo não muito diferente dos Megaman Zero para a Gameboy, sendo bastante colorido. As personagens são todas representadas num estilo anime semelhante, e os cenários são bastante variados como de costume, abrangindo modernas cidades, zonas mais naturais, ruínas, laboratórios e bases militares e por aí fora. Mas acho que a DS conseguiria fazer um pouco mais… e daí talvez não, a baixa resolução dos seus ecrãs não faz milagres. Resumidamente parece-se muito com os Zero de GBA, embora isso não seja de todo uma má coisa até porque é bastante colorido. As músicas também são agradáveis, mas nada que bata alguns dos temas clássicos da série original.
A boa jogabilidade deste Megaman ZX, aliado ao desafio dos seus combates e platforming por vezes exigente, como seria de esperar de um jogo desta saga, tornam-o num jogo bem sólido e que fica bem em qualquer colecção de DS. A sua mais valia para mim é mesmo a componente de exploração à lá “metroidvania” que nos faz querer explorar ao máximo cada pixel no mapa. Gostei.
Vídeos para o canal THY GAMES de Ivan Cordeiro
Daqui a nada devo colocar um novo artigo e o meu vídeo de aquisições de Fevereiro de 2015 (com 8 dias de atraso eu sei…). Mas antes disso, deixo cá algo que já deveria ter partilhado aqui e nunca mais me lembrei, mais 2 vídeos que gravei com o Ivan Cordeiro do Thy Games (e colega da Pushstart) e o Mike do Game-Chest, desta vez publicados originalmente no canal Thy Games.
São ambos vídeos onde tanto eu como o Mike falamos um pouco do nosso background, as primeiras memórias que temos do mundo dos videojogos. O primeiro é dado o destaque ao Mike e pode ser visto aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=SO5yxd8jmmY
O segundo já incide mais na minha pessoa, partilho também com todo o gosto:
XII Stag (Sony Playstation 2)
E para não variar muito dos últimos artigos, o que vou trazer cá hoje é invariavelmente mais uma rapidinha. Desta vez o escolhido é o shmup XII Stag da Taito, que não é uma empresa estranha a este subgénero de videojogos, mas este XII Stag em particular parece-me ter passado um pouco de baixo do radar. Pelo menos eu não o conhecia de lado nenhum e fiquei curioso quando o vi na Cash Converters de Alfragide. Este género de jogos e os fighters 2D são algo que até me agrada, mas jogo de forma mais casual, pois costumo ser um zero à esquerda quando comparado com os fãs hardcore. No entanto são jogos a que eu vou estar mais atento doravante e tentarei os trazer, sempre que os encontrar baratinho. Foi o que aconteceu com este XII Stag da Taito, apesar de me ter sido oferecido pelo Mike do Game Chest a quem eu bem agradeço.

No que diz respeito à história, essa nunca foi o foco deste tipo de jogo. É sempre um piloto destemido com uma nave super-poderosa contra um exército inteiro de outras naves e aviões de combate e bosses poderosos. Nada mais interessa, a não ser a jogabilidade. E ao contrário de outros shooters como Ikaruga, ou Castle of Shikigami onde temos algumas habilidades próprias como absorção de dano este XII Stag opta por uma jogabilidade mais old-school. Ou quase. O setup dos controlos é simples, com um botão para disparar, outro para o autofire que se forem como eu é para deixar premido durante todo o jogo, e um outro para o ataque especial. A “novidade” está nos disparos laterais e traseiros que podemos fazer, embora não tenham o mesmo poder de fogo que os dianteiros. Os traseiros são disparados automaticamente sempre que um inimigo se aproxime nessa direcção, já os laterais obrigam-nos a “abanar” repetidamente a nave para a esquerda e direita para os disparar, o que não é lá muito inteligente e acaba por ser utilizado unicamente para quem quiser obter grandes pontuações, já que essa técnica é muito bem recompensada nesse aspecto.

O ataque especial é uma “bomba” que provoca uma barreira circular temporária que absorve todos os disparos que a atravessem e danifica os inimigos que estejam lá dentro também. De resto, como eu achei essa mecãnica dos disparos laterais um pouco chata, felizmente há a opção de activar esses disparos laterais com um botão apenas. De resto, e apesar de não ser um jogo com uma componente de bullet hell predominante, excepto nalguns bosses e inimigos em níveis mais avançados, temos sim é de ter cuidado com muitos dos inimigos (ou asteróides) que podem surgir de qualquer lado do ecrã, resultando por vezes em mortes evitáveis. Ainda bem que temos continues infinitos.

Graficamente não é nada do outro mundo. Os inimigos são apresentados num 2D bem detalhado, mas a minha queixa vai mesmo para os backgrounds, que me parecem de baixa resolução e o scrolling é muito repetitivo. Os níveis em si vão variando de temática, culminando numa batalha final contra uns pulmões e um coração gigantes (desculpem lá o spoiler), mas gosto de shmups mais bem trabalhados na parte visual. As músicas são competentes, tendo sempre uma toada electrónica e futurista, adaptando-se ao conceito do jogo.

XII Stag parece-me ser um shmup vertical sólido, embora a PS2 tenha no seu catálogo outros títulos bem superiores. As suas mecânicas de tiros laterais são um pouco chatas de se executar na sua forma original, mas felizmente é possível mapear essa acção num botão, facilitando mais as coisas para um comum mortal como eu.