Wario Land: Super Mario Land 3 (Nintendo Gameboy)

Wario LandA série Mario Land foi bastante importante na biblioteca da Gameboy, pois apesar do primeiro jogo ser bastante simples, ainda assim provou que seria possível ter experiências nas máquinas portáteis muito próximas do que se fazia nas consolas domésticas. O Super Mario Land 2 já foi uma grande evolução a nível gráfico, com o jogo a tirar muito bem partido do hardware monocromático desta portátil lendária da Nintendo. Esse jogo em particular introduziu uma nova personagem no universo da Nintendo, o anti-herói Wario, que aparentemente foi bem recebido e a partir desde terceiro jogo da série o foco passou a estar todo em Wario. Este meu exemplar foi comprado na loja 1UP, custou-me quase 7€, um valor um pouco mais alto que eu costumo dar por um cartucho de Gameboy, mas visto ser um jogo pelo qual tenho um carinho muito especial, não me importei nada.

Wario Land Super Mario Land 3 - Nintendo Gameboy
Apenas cartucho

As mecânicas de jogo são bastante parecidas aos jogos tradicionais de plataformas de Mario, mas ao mesmo tempo são diferentes. Saltar em cima dos inimigos ou pegar neles e arremessá-los para qualquer lado continua a ser possível, mas com Wario há um maior foco nas suas outras habilidades. Na sua forma “crescida”, Wario pode dar encostos de ombro nos inimigos, ou mesmo em blocos que podem ser quebrados dessa forma. Depois os outros power ups podem conter um de três diferentes capacetes, cada qual com as suas habilidades. O capacete de viking faz com que os “charge attacks” de Wario sejam mais poderosos, bem como ser possível fazer um “pound attack” como Mario em pleno ar, atarantando os inimigos que estejam nas proximidades. Um capacete com asas permite-nos voar, e efectuar esses charge attacks em pleno ar (ou água) e por fim temos a cabeça de dragão que cospe fogo capaz de destruir blocos e inimigos, mas perde o efeito do charge attack.

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As passagens secretas para os tesouros estão sempre trancadas à chave

Ao longo do jogo vemos também imensas moedas, mas ao contrário de Mario onde servem unicamente para efeitos de pontuação ou de angariar vidas extra, aqui servem mesmo para a coisa mais óbvia: unidade monetária. Já as vidas podem ser ganhas cada vez que apanhemos 100… corações! Faz mais sentido, não? De qualquer das formas as moedas são muito importantes, para além de ser necessário pagar 10 para desbloquear a porta de saída da maioria dos níveis, o final que alcancemos dependerá muito do dinheiro que tenhamos na “conta”. Por um lado, no final de cada nível podemos sempre experimentar um minijogo onde apostemos moedas ou corações, mas uma outra fonte de dinheiro bem rentável consiste em explorar todos os níveis de cima a baixo, pois em alguns deles teremos passagens secretas que nos levam a tesouros escondidos. A exploração é algo que tem um foco muito maior na série Wario Land, como poderemos ver também nos jogos seguintes.

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Este é o minijogo onde podemos ganhar mais moedas. Basta escolher o balde certo, o que não foi o caso.

Os níveis são muito bem detalhados, e sendo o jogo passado numa ilha em busca de tesouros, há um grande foco em temáticas inspiradas nos filmes de piratas. Aliás, os vilões do jogo são mesmo piratas e o objectivo é mesmo o de Wario conseguir chegar aos tesouros antes deles. Wario Land tem mais essa particularidade: a Nintendo, como bastião dos bons valores e costumes como sempre o foi, lança este jogo onde somos os maus da fita e o objectivo é mesmo o de fazer o máximo de dinheiro possível, dê por onde der. Mas voltando aos audiovisuais, as sprites também são muito bem detalhadas, tornando este jogo ainda mais delicioso de ser jogado. As músicas são fora do comum. Muitas delas são baseadas na mesma melodia, mas com “roupagens” completamente diferentes, algumas mesmo bastante minimalistas. Sinceramente gostei e é daqueles que nos deixa com as músicas presas ao nosso subconsciente pelos dias seguintes.

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Como sempre temos alguns bosses para derrotar também.

Este é para mim um dos, senão mesmo o meu jogo preferido da Gameboy clássica. É um excelente jogo de plataformas, com uma óptima jogabilidade, níveis bem desenhados, boa exploração, excelentes gráficos tendo em conta o hardware onde corre, enfim, tudo é bom. E claro, é dos jogos de Gameboy que mais nostalgia me traz. Absolutamente recomendado.

Silent Scope (Sony Playstation 2)

Silent ScopeO artigo de hoje é mais uma rapidinha, desta vez para a PS2 e mais uma conversão arcade, agora da Konami. O Silent Scope era um jogo muito peculiar, pois apesar de por um lado ser um light gun shooter moderno como muitos outros (Virtua Cop, Time Crisis), encarnavamos num sniper e a nossa light gun era mesmo uma sniper rifle, com mira telescópica e tudo. Por acaso nunca cheguei a jogar a versão arcade, mas sempre me deixou curioso. A PS2 foi uma das plataformas a receber uma conversão caseira e é essa a versão que cá trago. O meu exemplar foi comprado a um particular e custou-me uns 4€ se bem me lembro.

Silent Scope - Sony Playstation 2
Jogo completo com caixa e manual

Bom, como não existe nenhuma light gun semelhante para a PS2, aqui apenas podemos usar o comando normal, com um botão a servir para alternar entre a mira normal (sem zoom) e a telescópica. Os controlos são simples, com o direccional ou o analógico a moverem a mira, o X ou R1 para disparar, e o quadrado e triângulo a servirem para aumentar ou diminur a sensibilidade da mira telescópica. Recarregar? Nada disso, cada tiro conta, só se recarrega no fim do clipe, o que nos pode deixar vulneráveis ao fogo inimigo. Mas já lá vamos. Afinal quem são os maus da fita e o que fizeram? Bom, o presidente dos EUA (pelo menos assumo que é essa a nação) e a sua família foram todos raptados por uma organização terrorista e a nossa missão é salvá-los, sendo que para isso vamos ter de furar muitas testas pelo caminho.

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O primeiro nível é possivelmente o que tem os alvos mais longínquos, mas mais inofensivos também

Pelo menos nos primeiros níveis, quando estamos sem utilizar a mira telescópica, o jogo vai demarcando ao longe as posições inimigas e nós só temos de levar o cursor para lá, activar a mira telescópica, afinar a mira e disparar. Mas como habitual, os inimigos não se deixam ficar e ao fim de algum tempo se não lhes acertarmos eles também disparam para nós. Cada tiro certeiro de alguma bala retira-nos meia vida, mas se for algum projéctil ou granada, perdemos uma vida por completo. Felizmente de vez em quando aparecem umas mulheres em trajes menores, seja a apanhar sol numa piscina, ou surpreendidas no quarto de um hotel. E se olharmos para elas com a mira telescópica ganhamos uma vida. Mas claro que isso também nos deixa indefesos durante o tempo em que as andamos a espiar. Como também não poderia deixar de ser vamos ter vários bosses para derrotar e aqui entram em jogo algumas mecânicas interessantes. Todos eles têm um ponto fraco (a cabeça) e apesar de cada tiro certeiro no boss ou no veículo que conduz (caso aplicável) lhe retire um pouco de vida, um headshot é o suficiente para o derrotar.

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Durante a noite conseguimos identificar alguns inimigos pelos lasers das suas armas ou lanternas

Um outro aspecto interessante é o de caminhos múltiplos. Silent Scope, como muitos outros jogos arcade deste género, é bastante curto, mas tenta oferecer uma maior longevidade ao em certos pontos no jogo nos perguntar como devemos progredir, resultando em bosses ou níveis inteiramente diferentes. Para além disso a versão caseira tem ainda um time trial baseado nos vários níveis mas com um curto intervalo de tempo para serem concluídos, bem como uma galeria de tiro para irmos treinando as nossas habilidades.

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Um tiro certeiro na cabeça do piloto arruma logo com o boss

Graficamente é um jogo algo simples, visto ser um dos títulos da primeira vaga de software da PS2. Esperem algo ao nível de uma Dreamcast, com cenários variados, mas sempre com o famoso “blue sky in gaming”, excepto naqueles que são passados à noite, claro. Mas de resto, a nível de texturas e modelos poligonais é um jogo simples., mas eficaz. A música tem muito aquele feeling arcade que sinceramente me agrada. O voice acting é cheesy todos os dias, mas também faz parte do charme. Posto isto, e se forem fãs de jogos arcade, acho que devem sem dúvidas dar uma espreitadela a este. Se estão à espera de algo com mais realismo e física de projécteis… então esqueçam.

Atlantis II (PC)

Atlantis IIO artigo de hoje será mais uma rapidinha pois mais uma vez o tempo que tenho para escrever não é o maior. O Atlantis original já tinha sido aqui analisado anteriormente, mais precisamente a versão Sega Saturn que apesar de ser aquela que é tecnicamente inferior, e o jogo em si também não ser propriamente o melhor de sempre, não deixou de me agradar, principalmente por todo o imaginário criado. Isso deixou-me com o apetite aguçado para alguma das sequelas, e apesar de já ter o Atlantis III na PS2 em vista há algum tempo, eventualmente lá me cruzei com a versão PC do Atlantis II, em Big Box, embora um pouco em mau estado pois apanhou chuva. Custou-me uns 2 ou 3€ na Feira da Ladra em Lisboa há uns meses atrás.

Atlantis II - PC
Jogo completo com caixa, manual, 4 discos e papelada

As ligações entre o primeiro Atlantis e esta sequela não são evidentes logo de início. Afinal começamos o jogo em pleno Tibete no meio das montanhas, numa caminhada que nos leva a uma das máquinas voadoras do primeiro jogo. Lá dentro nos esperava uma pessoa que nos dizia que teríamos de fazer uma viagem a Shambala e cumprir o nosso destino, mas que para isso teríamos de primeiro explorar 3 diferentes locais ao longo do tempo, de forma a preparar a nossa “nave” para essa viagem final. Iremos visitar um mosteiro irlandês durante os primeiros séculos do cristianismo e falar com deuses pagãos, um rei morto e entrar dentro de um livro. Podemos avançar depois para a civilização Maia, onde um Quetzacoatl adormecido causa muitos transtornos a um povo que se prepara para sacrificar centenas de pessoas, incluindo o Rei e sua pequena filha. O outro destino é na China, onde estamos presos dentro de um templo cuja única saída está bloqueada por um demónio e teremos de visitar outros mundos fantasiosos para arranjar maneira de o exorcizar.

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À semelhança do primeiro jogo, os tópicos de conversa são dados por ícones

A jogabilidade é muito semelhante à do primeiro jogo. O mesmo é visto numa perspectiva de primeira pessoa, e apesar de podermos olhar livremente para tudo à nossa volta, os movimentos são todos pré definidos, com o ícone do rato a mudar de forma quando o apontamos para uma zona onde nos podemos movimentar. É mostrado depois um pequeno vídeo que mostra o movimento de câmara de um sítio para o outro, mas podem ser avançados com um clique. Depois é o costume, teremos obrigatoriamente de falar com vários NPCs, pegar em itens e usá-los com os NPCs, ou noutros locais, de forma a avançar com a história. Eventualmente teremos alguns puzzles a sério para resolver também. Mas no geral achei este jogo muito mais complicado que o primeiro. Alguns puzzles, como o de uma certa ponte de arco-íris são mesmo muito puxados. A navegação por vezes também é bastante confusa, e isto é especialmente verdade no “mundo dos mortos” da civilização Maia, uma densa selva repleta de pequenas passagens. E estas transições entre ecrãs também não ajudam muito. Em suma, Atlantis II é um jogo difícil se não tivermos nenhum guia como auxílio.

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O detalhe gráfico durante os diálogos é impressionante para a altura

Tecnicamente era um jogo impressionante para a época. Os gráficos, em especial as pequenas cutscenes e as personagens durante os diálogos eram excelentes, cheios de detalhes e cores vibrantes. As personagens fora dos diálogos já eram um pouco mais pixelizadas, porque os cenários eram no geral pré-renderizados e as personagens estavam um pouco “a mais”. Mas ao menos desta vez já tinham animações. O voice acting não é o melhor do mundo, mas daquela altura já ouvi bem pior. As músicas continuam bastante calminhas na sua maioria, adequando-se ao clima “pacífico” que é muitas vezes incutido neste jogo. Algumas músicas mais épicas também fazem parte do elenco, incluindo reimaginações de temas do primeiro jogo.

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Só para que conste: há alguma nudez parcial e gore. Nada de mal!

Atlantis II é um jogo muito interessante para a época em que foi lançado. A sua história é profunda, embora eu tenha pena que pouco tenha estado relacionada com a civilização da Atlântida propriamente dita. De resto peca pela sua dificuldade acima da média, seja em “saber o que fazer a seguir”, como na resolução de alguns puzzles propriamente ditos. A sua quase-impossibilidade de ser corrido em sistemas operativos modernos sem recorrer a magias negras também não lhe abonam muito.

Pokémon Snap! (Nintendo 64)

Pokemon SnapMais uma rapidinha a um jogo da série Pokémon, desta vez o Pokémon Snap! da Nintendo 64. Um jogo original, mas que no fim de contas nem tem assim tanto conteúdo que justifique um artigo mais extenso. Pokémon Snap foi lançado na primeira febre Pokémon, ainda durante a primeira geração dos bichinhos e já na altura foi um jogo original, onde ao contrário do habitual “vamos apanhá-los todos” ou metê-los à porrada uns contra os outros, o objectivo deste jogo é simplesmente de os fotografar, ao longo de uma viagem por uma ilha. Este cartucho foi comprado juntamente com a minha N64, que me custou ao todo 40€ mais 3 jogos, incluindo este, o que achei um bom preço.

Pokémon Snap - Nintendo 64
Jogo, apenas cartucho

Logo no vídeo de introdução dá para prever que este é um jogo com um conceito diferente. Como sempre o protagonista é um jovem, mas desta vez o Professor Oak tem um objectivo diferente para nós: que viajemos para uma ilha remota e repleta de Pokémons e que tiremos fotografias a todos os Pokémon que possamos encontrar. Quanto melhor forem as fotos, por exemplo, estarem bem centradas, próximas e com o bicho a olhar para a câmara, melhor! Para isso Oak desenvolveu um veículo próprio que nos leva num caminho pré-definido e a viagem termina caso cheguemos ao fim do percurso, ou se estourarmos todos os fotogramas do rolo (60). Mas como podemos percorrer cada percurso as vezes que quisermos não há grande problema em levar as coisas com calma.

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Por vezes temos o Oak a falar connosco para nos dar a conhecer alguma novidade

Inicialmente apenas podemos interagir com os Pokémons com as fotos, mas depois à medida que vamos progredindo no jogo e desbloquear outros percursos Oak vai-nos dando mais itens, como comida, as Pester Balls que servem unicamente para irritar os bichinhos e a Pokémon Flute. Todos esses itens podem ser utilizados para fazer com que alguns pokémons apareçam, como atirar Pester Balls para o rio à espera que uma Magikarp ou Goldeen salte cá para fora, ou fazer com que tenham diferentes poses, que poderão dar azo a fotografias bem pontuadas, como acordar o Snorlax com a Pokémon Flute, por exemplo. Sim, no final de cada viagem temos de escolher uma foto de cada Pokémon para dar ao Oak, e ele avalia cada foto que lhe enviamos.

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Ao interagir com os bichos por vezes conseguimos deixá-los em poses que nos darão mais pontos se forem fotografadas

A interacção com os Pokémons acaba por ser essencial para obter melhores fotos, desbloquear outros circuitos e fazer com que alguns Pokémons evoluam (experimentem atirar um Charmeleon para um poço de lava), mas tirando isso, e chegando a altura em que conseguimos fotografar todos os Pokémons (neste jogo não temos todos os 151 Pokémons da primeira geração, longe disso, ao contrário do que eu pensava), já não haverá muito mais a fazer, a não ser completar alguns desafios para cada circuito, como obter um determinado número de pontos numa viagem.

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Como habitual, não esperem um grande trabalho a nível de texturas aqui

Graficamente é um jogo bastante colorido, mas nada do outro mundo. A Nintendo 64 sempre foi boa a apresentar modelos poligonais com mais polígonos do que as suas concorrentes, mas o facto de ter utilizar cartuchos ao invés de CDs, nunca há muito espaço para texturas elaboradas, e é o que acontece neste jogo. Mas também os Pokémons são bichos simples, portanto não tem problema. A música é bastante relaxante, adequando-se perfeitamente ao “safari” que nos é apresentado. Os efeitos sonoros também não tenho nada a acrescentar, cumprem bem o seu papel e temos direito a algumas voice-samples do professor Oak.

Pokémon Snap é um jogo original, apesar de não ter assim tanto conteúdo. De qualquer das formas acho que seria uma boa ideia a Nintendo lançar uma sequela para a 3DS ou mesmo a WiiU, acho que ambas as plataformas possuem características que assentariam bem neste conceito de jogo.

Full Throttle (PC)

Full Throttle é um dos jogos de aventura point and click da Lucas Arts que maior seguimento de culto tem tido, o que se compreende perfeitamente, pois o jogo é genuinamente bom. A única coisa que eu diria que envelheceu mesmo mal foram as secções de condução, onde teríamos uns combates à lá Road Rash mas com controlos de point and click, o que acaba por ser um pouco estranho. O meu exemplar foi comprado algures durante o mês anterior de Fevereiro na Cash Converters do Porto, tendo-me custado apenas 1€. Mas infelizmente está sem qualquer manual.

Full Throttle - PC
Jogo com caixa

Poderão ler a minha análise no site da PUSHSTART, para a qual já escrevi sobre este jogo já há algum tempo.