Tempo Jr (Sega Game Gear)

Tempo JrTempo foi um jogo de plataformas lançado para a 32X, um add-on da Mega Drive com um tempo de vida muito curto (também a ideia como um todo não foi propriamente brilhante, mas isso seria conversa para outro tema), mas que infelizmente não chegou ao território europeu. Foi desenvolvido pela RED Company, a mesma empresa que nos trouxe jogos como ambos os Gungrave ou a série Sakura Taisen/Wars. Esse Tempo era um jogo de plataformas muito bonitinho, com óptimas animações e uns audiovisuais bem trabalhados, tirando bom partido do melhor 2D que a 32X permitia. Mas depois saiu um outro jogo para a Game Gear com o nome de Tempo Jr. Era tão bom como o original? Nem por sombras, mas já lá vamos. O meu cartucho foi comprado na feira da Ladra em Lisboa algures durante o mês passado, creio que me ficou em algo na ordem dos 3€.

Tempo Jr. - Sega Game Gear
Apenas cartucho

Tanto no original de 32X como nesta “conversão” a personagem principal é o gafanhoto Tempo, um inscto todo cool à anos 90 e que gosta bastante de música. Aliás, todo o mundo de Rythmia aprecia bastante a arte musical, excepto um certo King Dirge Sound, que pelos vistos vamos tentando-o derrotar num programa televisivo, o Major Minor Show. De resto, Tempo Jr é um jogo razoável de plataformas. Vamos visitar cinco “mundos”, divididos cada em 2 níveis e um boss, onde a jogabilidade é simples, com um botão para saltar, e um outro para atacar ou atirar notas musicais que paralisam temporariamente os inimigos, que são formigas, melgas ou outros insectos chatos. Para os derrotar podemos também saltar para cima deles, ou correr (clicando duplamente no botão direccional) e rebolar até lhes acertarnis em cheio.

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Ao contrário da versão 32X onde poderíamos escolher a ordem dos níveis, aqui seguem são pré-definidos

 

Não é difícil compreender que, com todos estes nomes como Tempo, Major Minor, Dirge Sound ou Rhythmia, estaríamos presentes a um jogo com uma temática musical. E não estamos muito longe da verdade. Ao longo dos níveis lá vamos vendo instrumentos musicais como teclados gigantes de piano em lugar do chão, ou flautas gigantes em background. Os itens que nos restauram a vida são notas musicais deixadas pelos inimigos ou mesmo CDs que vamos encontrando. Quando temos a barra de vida no máximo e a piscar, ao pressionar os 2 botões faciais em simultâneo, Tempo começa a dançar, mas deve ser uma dança tão irritante que todos os inimigos presentes no ecrã explodem. De resto, entre cada nível vamos tendo alguns mini jogos onde podemos gastar as moedas espalhadas nos níveis. Um deles é uma espécie de “Simon says” onde vemos botões coloridos referentes a cada nota musical e temos de seguir a sequência de botões que o CPU vai tocando. O mini jogo seguinte é uma mistura de roda da sorte com aqueles jogos de feiras populares onde damos uma marretada num sítio e tentamos fazer com que um peso suba o mastro e toque no cimo: cada patamar do “mastro” corresponde a um prémio, primeiro devemos ver qual nos pode sair na rifa, depois temos de tentar dar a martelada com força suficiente para a patela se ficar pelo prémio escondido, caso contrário não levamos nada. Mas também ou são vidas ou pontuação e este não é de todo um jogo difícil, portanto nada se perde.

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Sendo um gafanhoto, Tempo pode voar ao carregar novamente no botão de salto já no ar

No que diz respeito aos audiovisuais é um jogo que me deixa com sentimentos mistos. Por um lado a sprite de Tempo é bem grande, e sinceramente é possível que seja a sprite mais bem animada e detalhada de qualquer jogo que tenha saído para um sistema 8bit da Sega. As dos inimigos são mais simples, excepto as dos bosses que também são bem detalhadas. No entanto os níveis não me deixam muito entusiasmado. Enquanto que até são coloridos, não há uma grande variedade de cenários e os níveis são muito fechados e iguais entre si. As músicas são alegres, algumas boas, mas depois de ouvir o original de 32X e passar para este de facto é uma mudança muito grande, e para pior.

Tenho pena que o Tempo Jr seja o único jogo desta série que tenha chegado até nós europeus. Não é um mau jogo de plataformas, mas nota-se perfeitamente que foi desenvolvido a pensar nos mais novos dado à sua baixa dificuldade. Peca principalmente na minha opinião pela pouca variedade de níveis. Mas o original de 32X e o Super Tempo que se ficou apenas em território japonês já são bons jogos que infelizmente a única forma que temos de os jogar é importando-os.

Pokémon Emerald (Nintendo Gameboy Advance)

Pokemon EmeraldApós mais um interregno de vários dias onde não tive tempo para nada, o artigo que trago cá hoje é mais um daqueles bem curtinhos. Mas também faz sentido, pois já escrevi anteriormente sobre o Pokémon Sapphire e este Emerald, tal como o Yellow ou Crystal nas primeiras 2 gerações, é o terceiro jogo da mesma saga, onde a base é a mesma mas acrescentam algo mais, tornando-se practicamente no jogo mais “completo” de cada geração. E também tal como o Sapphire, apenas possuo o cartucho deste jogo e foi comprado na Cash Converters de Alfragide por cerca de 4€.

Pokemon Emerald - Nintendo Gameboy Advance
Apenas cartucho

Como não me vou alongar muito neste artigo, recomendo que dêem uma vista de olhos ao artigo do Pokémon Sapphire, pois as bases são idênticas. As maiores novidades na minha opinião, para além da inclusão de vários pokémons “velhos” que poderemos capturar, a história é também um pouco diferente, onde acabamos por defrontar os 2 grupos de vilões que se viam separadamente em Ruby ou Sapphire (Team Magma ou Aqua) e o Pokémon lendário Rayquaza a ter um papel mais predominante na história também. Outras áreas do jogo ou foram expandidas ou modificadas e há aqui um maior foco nas batalhas duplas, com a possibilidade de lutarmos contra 2 treinadores ao mesmo tempo (cada um com um pokémon de cada vez). Existem outras pequenas mudanças, mas creio mesmo que estas são as mais significantes. Pelo menos para mim são, que eu jogo estes Pokémon pela história e pelo prazer de os “coleccionar a todos”, não tenho grande interesse em montar uma equipa perfeita para o multiplayer.

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Aqui o destaque maior vai para Rayquaza, mas isso já se sabia logo pela imagem da capa.

Se não tiverem ainda o Ruby ou o Sapphire, eu acabo por recomendar a compra deste jogo pelas razões que já referi: são jogos que pertencem à mesma geração e este acaba por estar um pouco mais completo. Claro que se os quiserem “ter todos”, pelo menos na Gameboy Advance, então terão certamente de comprar um Ruby/Sapphire e um FireRed ou LeafGreen, para trocarem de Pokémons entre si.

Alien Syndrome (Sony Playstation Portable)

Alien SyndromeRecentemente escrevi para a PUSHSTART um artigo da rubrica Old vs New, onde habitualmente pegamos em 2 jogos da mesma série e comparamos o antigo com o mais recente. Acabei por escolher os Alien Syndrome, a versão original de arcade (e sua conversão Master System) de um lado, versus a sequela que foi lançada quase 20 anos depois, para a PSP e Wii. Como para já apenas possuo a versão PSP, vou deixar aqui este artigo a servir de referência a essa versão. Um dia que compre o Alien Syndrome para a Master System, então actualizarei este post para incluir também esse artigo.

Alien Syndrome - Sony Playstation Portable
Jogo com caixa e manual. Versão americana.

 

E o meu exemplar do jogo foi comprado na banca da 1UP no Lisboa Games Week de 2014. Foi o único jogo que trouxe desse evento, e no meio de tanta confusão de pessoal a querer comprar jogos, deixou-me bastante surpreendido como é que ninguém quis comprar este jogo que lá estava a quase 2€. Mais um exemplo onde se nota a indiferença que a Sega tem hoje em dia no jogador comum… De qualquer das formas eu fiquei bem contente que o tenham deixado de lado, pois aproveitei-o logo. Apesar de ser a versão americana, a PSP é region-free, portanto está tudo bem! Sem mais demoras poderão ler o artigo na íntegra aqui.

Nova rubrica Youtube: Blast from the Past – Primeiro episódio: Blake Stone: Aliens of Gold

Ainda está bem quentinho, acabado de sair do forno, uma nova rubrica que comecei a fazer no youtube. Blast From the Past (working title) é uma rubrica onde faço uma breve overview a um FPS da velha guarda (pré-Doom), o Blake Stone Aliens of Gold, publicado pela Apogee. O seu único defeito? Ser um FPS baseado no motor gráfico do Wolfenstein 3D e ter saído pouco tempo antes do Doom, que obliterou justamente toda a concorrência. Aqui fica:

Também poderão ler as minhas impressões sobre o jogo e a sua sequela Planet Strike no artigo to The Apogee Throwback Pack.

Super Mario All-Stars (Super Nintendo)

Super Mario All StarsO artigo de hoje, apesar de ser sobre uma compilação de luxo, será mais uma rapidinha. Isto porque Super Mario All-Stars é uma colectânea dos principais jogos de plataforma do canalizador bigodudo lançados originalmente na NES, mas agora com uma roupagem mais 8bit. O jogo que darei maior destaque será ao Super Mario Bros The Lost Levels, o verdadeiro Super Mario 2 que está aqui também incluído e foi a primeira vez que o pudemos jogar de uma forma legítima no nosso mercado. Este cartucho foi comprado a um particular por 5€, a quem eu bem agradeço.

Super Mario All Stars - Super Nintendo
Apenas cartucho

O Super Mario Bros original, bem como o terceiro, já tinham sido aqui analisados anteriormente. O Super Mario 2, versão ocidental que é nada mais nada menos que um sprite hack de um outro jogo japonês em que o próprio Myiamoto esteve também envolvido (Doki Doki Panic), será também um jogo que farei questão em analisar mais a fundo assim que o tiver comprado para a NES. No entanto fiz uma breve análise ao remake na Gameboy Advance que pode também ser lido aqui. Ora todos estes jogos são muito parecidos aos originais de NES, no entanto com gráficos melhorados e isso nota-se especialmente nos primeiros 2 jogos, onde Mario e Luigi já não são apenas palette swaps de si mesmos, e todas as cores foram expandidas, com os backgrounds a terem agora muito mais detalhe. Foram feitas também algumas pequenas mudanças no design dos jogos em si, mas nada de muito peculiar. Continuam a ser os Marios que sempre conhecemos e isso é bom! Uma mudança definitivamente para melhor é a capacidade de se fazer save nos jogos, para além da nova roupagem audiovisual. De resto, foram corrigidos também alguns bugs como o Minus World do Mario original.

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“The Lost Levels? O que é isso?” deve ter sido a reacção de muitos miúdos nos anos 90 quando experimentaram este jogo pela primeira vez.

Mas vamos lá então para o Mario The Lost Levels. Lançado originalmente em 1986 (esse grande ano…) para o mercado Japonês, acaba por ser uma espécie de expansion pack, ou DLC robusto do que uma verdadeira sequela, sendo certamente esse um dos motivos que levou ao jogo não ter sido lançado originalmente no mercado americano. Mas ainda assim, com a popularidade que o original alcançou no mundo todo, a Nintendo deveria ter ido em frente de qualquer das formas, logo que nos fizesse também chegar uma versão ocidental do Doki Doki Panic. Isto porque este jogo utiliza o mesmo “motor gráfico” e os mesmos assets do Super Mario Bros original, o mesmo estilo de níveis, mesmos inimigos e por aí fora. A grande diferença está no maior desafio. Apesar de ainda estar longe da frustração de alguns platformers modernos como Super Meat Boy, a dificuldade deste jogo já era acima da média, comparando com os restantes jogos da série. A exigir saltos bastante precisos, muitas vezes precisando de algum inimigo voador presente no sítio certo à hora certa, obstáculos colocados estrategicamente, ou mesmo o novo cogumelo mágico que em vez de tornar Mario maior, faz precisamente o contrário, causa-lhe dano. Existem níveis onde levamos com grandes rajadas de vento que também dificultam um pouco a nossa vida, e no geral, para além dos 8 mundos normais, temos uma segunda quest, que nos leva até ao décimo-terceiro mundo, onde mais uma vez temos Bowser para derrotar. E lembram-se das warp zones do original que nos permitiam saltar alguns mundos? Aqui também existem, mas algumas delas transportam-nos para trás.

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The Lost Levels tem um level design mais desafiante, tendo sido essa uma das razões pela qual o jogo não tinha saído originalmente cá.

Mas voltando ao intuito da compilação All-Stars, esta é sem dúvida uma compilação de luxo, que reune 0s 4 Super Mario principais da NES, em que para mim o destaque vai mesmo todo para o The Lost Levels, que só depois de ter internet é que me apercebi que é o autêntico Super Mario Bros 2 que se tinha ficado apenas pelo Japão. E jogar esses clássicos com visuais melhorados é um grande plus, embora a Super Nintendo seja capaz de melhor. Ainda assim, sinceramente prefiro continuar a jogar os originais por uma razão muito simples: a música. Apesar de a SNES possuir um chip de som bastante poderoso, desenvolvido pela Sony, eu sinceramente acabo por preferir o belo do chiptune 8bit da NES.

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Todos os jogos clássicos da NES têm aqui um aspecto melhorado.

Ainda assim, não deixa de ser uma excelente compilação, acabando por se tornar numa alternativa bastante válida para quem não quiser ir atrás dos originais de NES, pois estão aqui reunidos num único cartucho. E esta compilação foi ainda relançada mais tarde em território Ocidental, com o Super Mario World também incluído, essa aí acaba por ser ainda mais bombástica.