Mais uma rapidinha que o tempo não dá para mais, desta vez para a conversão de um clássico para a consola de 32bit da Sony. Worms é um jogo com um multiplayer excelente e que colocou definitivamente a Team17 no mapa, após alguns videojogos de sucesso para os sistemas Amiga. E este jogo foi-me oferecido por um conterrâneo meu, em conjunto com várias outras “rodelas” que já foram por aqui muito brevemente analisadas anteriormente. O manual surgiu depois, ainda durante este ano, cortesia de uma outra pessoa.
Jogo com manual. São de versões diferentes mas who cares?
Na sua essência Worms é um jogo pensado de origem para o multiplayer, com capacidade de ser jogado com até mais 3 amigos se o desejarmos. É uma simulação de combate por turnos entre minhocas de diferentes equipas e se o conceito de meter minhocas a combaterem entre si por si só já não seria algo bizarro o suficiente, então o que dizer de algumas das armas especiais que podemos utilizar? Como a “banana bomb” capaz de dizimar grupos inteiros, ou ovelhas que são na verdade autênticas bombas relógio em movimento. O combate é feito por turnos, com cada minhoca a ter o seu. Cada turno tem um certo tempo onde nos podemos movimentar à vontade e usar uma arma. Caso o tempo expire, passa para a próxima minhoca da equipa adversária e por aí fora. O objectivo como devem calcular, é eliminar todas as minhocas adversárias e para além do resto todas arenas são geradas aleatóriamente, pelo que cada partida acaba por ser algo diferente. E destruir os cenários também faz parte!
Estes supplies por vezes fazem parecer que o Natal chega mais cedo
De resto possuimos apenas 2 modos de jogo, o “League” que na verdade é uma espécie de campeonato e um “friendly” que como o próprio nome indica, trata-se apenas de um único combate “amigável”. Infelizmente a nível gráfico é ainda um jogo muito cru (não é à toa que para além da Commodore Amiga e consolas 32bit este jogo também tenha saído na Mega Drive e SNES), tudo ainda é bastante pixelizado e as minhocas minúsculas e sem grande personalidade. Tudo isto melhorou bastante logo com o Worm 2 que lhes deram um look bem mais cartoon que acaba por se enquadrar perfeitamente com todo o sentido de humor presente na série. As músicas são boas e bem viciantes, e as minhocas possuem uma voz finíssima, onde vamos ouvindo coisas como “Just you wait!” sempre que elas se atacam umas às outras. Entretanto também vamos vendo algumas cutscenes em CG entre cada combate, todas elas com algum sentido de humor (se bem que parvinho), mas pelos padrões de 1995, ainda têm uma má qualidade.
Entre cada combate vamos vendo algumas CGs bastante parvinhas mas que mostram que este não é propriamente um jogo para se levar a sério.
Worms é um jogo que possui muito boas ideias e mesmo este primeiro acaba por ser bem divertido. No entanto, tendo em conta que a Team 17 practicamente só tem desenvolvido Worms desde este jogo, os que lhe seguiram acabam por ser bem mais polidos, com mais features e modos de jogo, pelo que mesmo na própria Playstation 1 acabamos por encontrar melhor.
Apesar de os videojogos de estratégia não serem propriamente o meu forte (e este até permite ter uma jogabilidade por turnos ou em tempo real), ainda assim fui-me deixando ir pelo Fallout Tactics, um jogo que deixa de parte alguns dos seus aspectos de RPG com todas as liberdades pela qual a série sempre foi conhecida, para nos colocar numa série de embates pré-definidos. Ainda assim temos muitas liberdades. E tal como o Fallout 1 ou 2, este jogo está na mesma compilação que comprei algures no Mediamarkt do Parque Nascente do Porto a um óptimo preço.
Jogo completo com caixa, manual e papelada
Este artigo foi escrito primariamente para a PUSHSTART, pelo que o podem ler na íntegra aqui.
Phantasmagoria é para mim um jogo muito caricato. Desde que o vi em revistas ou mesmo no Templo dos Jogos durante os anos 90 que sempre tive curiosidade em o jogar, quer pelo facto de usar actores reais, como supostamente ser um jogo “adulto” e com temática do horror. Mas por uma razão ou outra nunca o cheguei a fazer, talvez o facto de trazer 7 CDs me tenha desencorajado a tentar obtê-lo por meios menos legítimos enquanto não tinha uma internet em condições. Mas eventualmente, numa das minhas idas à Feira da Ladra em Lisboa durante este ano, acabei por o encontrar completo, onde o consegui trazer por 2.5€. Saí bastante satisfeito com tal façanha, mas agora que o joguei até ao final não consigo deixar de me sentir desiludido.
Jogo completo com big box, caixas de cd, manual (serve também de capa de uma das jewelcase) e 7 discos.
Phantasmagoria é o que Roberta Williams (uma das personalidades mais marcantes da indústria dos videojogos, em especial no subgénero de aventuras point-and-click) considera ser o seu magnum-opus, a sua obra de uma carreira. A sua ambição foi desenvolver um videojogo com temática adulta e assustadora, com uma óptima narrativa que nos deixasse mesmo tensos à medida que íamos avançando no jogo. Infelizmente isso não aconteceu pelas razões que passarei a explicar em seguida.
Em primeiro lugar, porque a história é bastante previsível e não assusta nem a minha avó: o jogo coloca-nos no papel de uma protagonista feminina, a romancista Adrienne Delaney que, juntamente com o seu marido Donald Gordon compraram uma enorme mansão abandonada cujo antigo dono era um mágico chamado Zoltan Carnovasch, que viveu algures durante o século XIX. Tanto ele como as suas numerosas mulheres com que se foi casando ao longo dos anos, foram assassinadas brutalmente, logo está-se mesmo a ver que a casa está assombrada. E pouco depois de a explorarmos, inadvertidamente soltamos um espírito maligno que possui Donald, tornando-o de uma pessoa afável e caridosa, para alguém sempre zangado e cada vez mais violento, tal como aconteceu com Zoltan quase 100 anos antes. O jogo é assim todo passado a explorar a enorme mansão e as suas divisões, passagens secretas, áreas à volta ou mesmo a pequena vila nas suas imediações, tanto para fazer coisas corriqueiras como ir buscar um desentupidor de canos só porque o marido a mandou, como para descobrir o mistério por detrás de Zordan e os seus eventuais crimes.
A aventura é jogada na terceira pessoa, onde vemos filmagens da actriz a contracenar com fundos gerados por computador.
A jogabilidade seria a de um point and click normal, não fosse este um jogo de “full motion video“. Apesar de eventualmente irmos desbloqueando várias cutscenes completamente filmadas “na vida real”, todo o resto do jogo coloca filmagens de actores reais a contracenar com fundos pré-renderizados, tal como vimos em 7th Guest ou 11th Hour, embora esses sejam jogados numa perspectiva de primeira pessoa. Aqui todos os movimentos de Adrienne foram gravados, sejam dela a passear-se pela casa ou suas divisões, bem como todas e quaisquer interacções com pessoas e objectos. Isso deve ter dado um trabalhão inacreditável e o resultado nem é mau de todo para a época, tendo em conta que tiveram de comprimir bastante as gravações e mesmo assim o jogo ocupa 7 cds, pois tiveram de ter muito conteúdo repetido em cada CD para evitar trocas constantes.
O jogo tem algumas cenas violentas, mais na sua segunda metade. Ainda assim pensei que fosse bem pior nesse aspecto.
No entanto isto acaba mais por parece um filme interactivo do que outra coisa. Apesar de termos de interagir com objectos e pessoas como num point and click normal, essas interacções não são assim tão frequentes e o grande desafio dos “puzzles” é saber onde temos de ir e clicar no ecrã para fazer qualquer coisa. Felizmente o ponteiro do rato muda consoante passemos com o mesmo em alguma zona onde podemos interagir com algo, ou simplesmente nos deslocar para outra sala. De qualquer das formas para os que estejam perdidos podem sempre usar as dicas que se obtém ao clicar na caveira no nosso menu na parte inferior do ecrã.
E sendo esta aventura quase um filme interactivo, o que importa mais num filme? A sua representação. E como em todos os videojogos desta época baseados em FMV que joguei até agora (e admito que ainda me faltam jogar uns quantos), a representação é terrível. A Adrienne nem é assim tão má, mas a do seu marido chega a ser até cómca de tão má que é, assim como a mãe e filho vagabundos que ocupavam o celeiro, entre outras. Mas ainda assim, o jogo foi um sucesso de vendas, devido ao conteúdo adulto que promete. Cenas com algum gore podem ser vistas (se bem que poucas), mas Adrienne apenas pode morrer já perto do final do jogo e o facto de ter uma cena de violação deixou este Phantasmagoria nas bocas do mundo e como tal acabou por ser banido numa série de países. Só que a cena em questão é absurdamente má que nem se entende o porquê de tanto alarido. Quer dizer, para a altura era algo chocante vindo de um videojogo AAA de uma produtora conceituada, isso é compreensível. As músicas não são nada de especial, tirando o tema principal que com os seus imponentes e tenebrosos cantos gregorianos fizeram-me antever que ia passar um óptimo bocado ao descobrir este Phantasmagoria. As restantes músicas são bem mais contidas e com qualidade MIDI.
A mítica rape scene, que até parece começar bem, mas depois atinge níveis estratosféricos de muito má representação
Por incrível que pareça, para além da versão PC original, a outra plataforma que viu um lançamento deste jogo foi… a mítica Sega Saturn, mas esse lançamento ficou-se pelo Japão. Como seria de esperar a qualidade das FMVs é ainda pior devido à máquina da Sega não ter embutido um codec decente de MPEG video e, embora exista um acessório oficial para o efeito, o jogo não é compatível com o mesmo. De resto, e apesar de compreender o porquê deste jogo ter recebido um estatuto de culto ao longo dos anos pelo seu conteúdo bizarro e provocador para a época, no final de contas acabou por me desiludir pois esperava algo com melhor gameplay e claro, história e acting competente. Mas o sucesso de vendas fez com que uma sequela fosse lançada e, mesmo sem a Roberta Williams estar envolvida, dizem que tecnicamente é um jogo muito superior. Estou curioso, mas ficará para um próximo artigo.
Após umas merecidas férias de Verão, a PUSHSTART regressa ao activo para celebrar o seu 4º aniversário!
Da minha parte podem encontrar uma análise ao primeiro The Elder Scrolls bem como uma breve menção ao Tetris para a Nintendo Gameboy.
Nesta edição:
– Antevisão: Lego Batman 3
– Especial: Retro ou Não – Eis a questão
– TOP: 10 Piores Capas
– 4×4: Tetris
– Reviews: Toy Stunt Bike; Payday 2; AirRace Xeno; The Ratchet & Clank Trilogy; Wooden Sen´Sey; 2048; Thomas Was Alone; The Elder Scrolls Arena; Mega Man 6; Rayman 2: The Great Escape;
O artigo que trarei cá hoje será mais uma rapidinha, embora o primeiro Mortal Kombat seja um clássico de tal forma que merece sem dúvida um artigo bem mais completo. A razão para isso prende-se com o facto desta ser a versão Sega Master System, que possui severas limitações face ao original das arcadas. Apesar de também possuir o original arcade no Komplete Kollection no Steam, estou a guardar-me para um artigo com mais detalhe uma vez que comprar a versão Mega Drive ou outra “na mesma liga” e lançada na época. E este cartucho já não me recordo mesmo como chegou à colecção, sei que veio juntamente com algum bundle que comprei, mas de resto não me lembro de mais nada. EDIT: recentemente um amigo meu ofereceu-me também a caixa e manual do jogo, já o tenho mais completo.
Jogo com caixa e manual
A história de Mortal Kombat prende-se com as forças malignas de uma outra dimensão quererem invadir o planeta Terra. A única condição que os deuses colocaram foi que para isso as forças de Shang Tsung teriam de vencer os terrestres 10x num torneio mortal de artes marciais. A má notícia é que eles já venceram 9 e este seria o derradeiro combate que ditaria o nosso destino. Na verdade foi a sua violência over the top e fatalities que colocaram verdadeiramente este jogo no mapa, não a sua história.
Sinceramente, as sprites até que estão bem detalhadas tendo em conta a plataforma
O jogo marcou a estreia de personagens como Sub-Zero, Scorpion, Johnny Cage ou Liu-Kang, mas devido a limitações da consola, foram cortadas neste jogo as personagens Johnny Cage e o ninja secreto Reptile. Devido aos poucos botões da Sega Master System, também alguns golpes especiais ficaram de fora e para bloquear é necessário pressionar o botão de socos mais carregar para trás no D-Pad, ao contrário de outras plataformas com mais botões, que tinham um botão exclusivamente para bloquear. As fatalities, essas existem também aqui mas com um look bem mais 8bit. De resto, possuimos 2 modos de jogo, a campanha single player que nos coloca a combater contra todos os outros lutadores principais, um combate contra um clone nosso, alguns combates de “endurance”, onde lutamos contra 2 lutadores em cada round e por fim os 2 bosses Goro e Shang Tsung. Por fim temos o versus para 2 jogadores.
O (ligeiramente) reduzido ecrã de selecção de lutadores
No audiovisual este é um jogo misto. Por um lado as sprites são bem grandinhas para um jogo de Master System e apesar de haver algum downgrade óbvio, mantêm na mesma as suas características de terem sido digitalizadas de actores reais. O trade-off de termos estas sprites grandes e bem detalhadas tendo em conta a consola, é que o jogo tem um pacing mais lento que o original. As arenas foram outro dos aspectos cortados, pois apenas temos duas ao longo de todo o jogo, e apesar de serem extremamente simples e com poucos adornos visuais, ao menos são grandinhas. Os efeitos sonoros não são nada do outro mundo e as músicas ouvem-se.
Os dois confrontos finais
Por muito que eu goste da minha Master System este é um jogo que eu apenas recomendo aos coleccionadores, tanto da plataforma como da série Mortal Kombat em si, visto que é um port fraco devido às limitações de hardware, mas vê-se que foi criado com as melhores das intenções. Quanto a mim eventualmente o comprarei pelo menos em caixa, mas não é algo que tenha pressa.