Cold Winter (Sony Playstation 2)

Cold Winter PS2Vamos então voltar ao colosso da PS2 para mais uma análise a um FPS que se calhar passou debaixo do radar de muita gente o que é pena, pois o jogo até é bem porreirinho! Este Cold Winter foi lançado em 2005 em exclusivo para a PS2, sendo um first person shooter com a temática de espionagem e luta anti-terrorismo, quase que poderia ser um jogo do Tom Clancy, em conjunto com uma jogabilidade muito interessante e um vasto número de armas que podemos utilizar ou mesmo criar. O jogo entrou-me na colecção algures em Julho deste ano, a memória já me está turva, não me recordo onde o comprei nem quanto custou, mas quase de certeza que foi comprado em Lisboa e não me terá custado mais de 5€.

Cold Winter - Sony Playstation 2
Jogo completo com caixa, manual e papelzinho

O jogo coloca-nos no papel do agente dos serviços secretos britânicos Andrew Sterling, que foi aprisionado enquanto se encontrava numa missão secreta na China. De forma a evitar um escândalo internacional, o Reino Unido negou a sua envolvência no incidente e apagou todos os dados referentes a Sterling, deixando-o a apodrecer numa cadeia asiática. Até que na véspera da sua execução Sterling é resgatado por uma antiga companheira sua, que posteriormente o convence a trabalhar para uma empresa de segurança privada, como forma de pagamento pela sua libertação. E é da China que vamos algures para o médio oriente, onde terroristas estão envolvidos em negócios de armas. O habitual em shooters militares, mas sendo este um jogo algo “furtivo”, as coisas têm um gostinho diferente.

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Os níveis, ou missões, são guiadas por objectivos, cujos indicadores vão surgindo também no ecrã.

Isto devido à jogabilidade. Em primeiro lugar, este é mais um daqueles FPS em que só podemos carregar com duas armas (existindo imensas ao longo do jogo que podemos utilizar – vários modelos de metralhadoras, revólveres, sniper rifles, RPG Launchers ou shotguns), mas por outro lado podemos carregar com um enorme arsenal de explosivos. Sem contar com as normais granadas e granadas de fumo, todos os outros explosivos que carregamos somos nós que os assemblamos aproveitando alguns objectos que podemos encontrar ao longo do jogo. Por exemplo, ao achar garrafas, farrapos de pano e combustível, podemos preparar uns cocktails molotov. Explosivos plásticos em conjunto com um relógio, permitem-nos fazer uma bomba-relógio. Se ainda lhe juntarmos combustível podemos fazer uma bomba incendiária. Ou com um detector de movimento, fazemos bombas que apenas explodem quando alguém se aproxima. E ainda existem mais uns quantos tipos de explosivos diferentes que podemos construir, o que nos dão sempre bastante variedade de estratégias que podemos adoptar para matar elevados números de inimigos de uma só vez.

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O jogo começa com Sterling feito prisioneiro numa prisão chinesa, onde teremos de escapar a qualquer custo.

Mas não são apenas explosivos que podemos construir. Lockpicks para abrir algumas portas/armários e afins, ou hacking devices à lá Deus Ex, também fazem parte desse rol de dispositivos. No entanto apesar de ter essa semelhança a Deus Ex, o jogo é muito mais linear. É muito raro existir mais que um caminho a seguir para alcançar os objectivos, objectivos esses que vão sendo marcados com setinhas na HUD (heads-up display). Para além dos objectivos principais existem também outros opcionais que não nos dão nada mais que uma melhor nota no ranking final de cada nível. Esses objectivos principais consistem essencialmente em colectar documentos secretos, sabotar artilharia, veículos, ou outro armamento. O jogo tem ainda mais algumas mecânicas interessantes. Podemos revirar vários objectos como mesas ou outros caixotes de forma a que sirvam de cover conta os inimigos, e eles por vezes também fazem o mesmo. No entanto o jogo não possui naturalmente um sistema de covers como hoje em dia muitos possuem. Outro aspecto a ter em conta é o sistema de regeneração de vida. Existem duas barras no ecrã às quais temos de ter em atenção, uma de armadura, outra de vida. A armadura vai sendo regenerada à medida em que vamos encontrando outras armaduras no jogo, ou mesmo ao inspeccionar os cadáveres dos soldados inimigos, se os matarmos com um headshot, a sua armadura ainda estará intacta. Se no entanto abusarmos das granadas e outros explosivos, então não se vai aproveitar grande coisa. Já a vida podemos regenerá-la ilimitadamente, ao utilizar um stock infinito de umas injecções curativas, o que acaba por tirar alguma dificuldade ao jogo. É verdade que regenerar vida é um processo que demora algum tempo em que estamos completamente indefesos e com uma mobilidade extremamente reduzida, mas basta levar o jogo com cuidado que conseguimos sempre regenerar vida em momentos de calma.

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Em alguns aspectos até me faz lembrar o Soldier of Fortune, com o seu sistema de dano localizado e gore

Falta-me ainda referir brevemente os modos multiplayer, que tanto pode ser jogado de forma offline em splitscreen até 4 jogadores, ou online com até 8 jogadores. Não cheguei a experimentar nenhuma das versões, mas posso ir adiantando desde já o que oferecem. Existem 6 diferentes modos de jogo que podemos experimentar, embora nenhum seja propriamente revolucionário. Deathmatch, King of the Hill, Domination, Last Man Standing e duas variantes do flag-tag, que basicamente consiste num jogador capturar uma bandeira e conseguir sobreviver com a bandeira o maior tempo possível, sendo que nessa altura estamos completamente indefesos. Nada de transcendente, até porque não existem grandes customizações. Ainda assim terem incluído um modo online foi uma boa adição.

Visualmente não é um jogo muito impressionante. As texturas são pobres, os modelos das personagens não são assim tão detalhados e o jogo abusa muito dos castanhos e cinzentos. No entanto não deixou de me divertir por ter uns gráficos mauzinhos. O voice acting pareceu-me muito bem conseguido por parte dos actores contratados, embora a qualidade do audio em si também me tivesse deixado algo a desejar. Para compensar de certa forma os maus gráficos, vão havendo intercalados com os níveis diversas cutscenes em CG que vão sendo bastante longas, e o jogador não tem a oportunidade de as pausar ou mesmo de as rever no futuro.

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Furar testas com uma sniper rifle é sempre divertido.

Mas no geral, apesar não ser o jogo com melhores gráficos da PS2, Cold Winter é um FPS que me divertiu bastante de qualquer das formas. Parece uma espécie de sucessor espiritual do Golden Eye da Nintendo 64, e quando se faz uma afirmação deste tipo não há realmente muito mais a acrescentar. Gostei do jogo, de algumas das suas mecânicas de jogabilidade em particular e acho que deve ser jogado por todos os fãs de first person shooters que possuam uma PS2 em casa.

Metroid Fusion (Nintendo Gameboy Advance)

E foi na passada PUSHSTART #38 que tive a oportunidade de analisar um dos meus videojogos preferidos de uma das muitas consolas portáteis da Nintendo, neste caso a Gameboy Advance. Estou a referir-me claro está a mais uma aventura espacial de Samus Aran e companhia. Este jogo é importante pois em conjunto com Metroid Prime, marcou o regresso da série à ribalta, algo que já não acontecia desde Super Metroid.

Metroid Fusion
Jogo completo com caixa, manuais e papelada

A minha cópia do jogo foi adquirida por volta de 2012 salvo erro, tendo sido comprada na Toys ‘r Us do Norteshopping, numa interessante promoção que eles estavam a fazer. Basicamente haviam uma série de jogos em promoção da Nintendo DS a 10€, em que traziam de oferta este jogo selado. Eu lá optei pelo jogo de DS melhorzinho que por lá andava (WarioWare D.I.Y.) e lá acabei por trazer este Fusion de brinde. Sem mais demoras, podem ler a análise na integra aqui.

Spider-Man: The Return of the Sinister Six (Sega Master System)

SpiderManReturnOfTheSinisterSix-SMS-PT-mediumDe volta para a consola 8bit da Sega e para mais uma análise rapidinha a um dos jogos que teve direiro a um lançamento “portuguese purple“, ou seja, edições lançadas exclusivamente em Portugal, numa parceria entre a Ecofilmes e a Tectoy (distribuidoras da Sega em Portugal e no Brasil respectivamente). Esses lançamentos são facilmente identificáveis pela sua capa em tons púrpura, e este Spider-Man foi um dos jogos que recebeu esse tratamento. Ora este jogo entrou-me na colecção há pouco mais de um mês, tendo sido comprado na feira da ladra em Lisboa, por uma quantia que rondou entre os 6 e os 8€.

Spider-Man Return of the Sinister Six - Sega Master System
Jogo completo com caixa e manual

E tal como o título do jogo indica, jogamos pelo homem-aranha na sua luta contra os Sinister Six, que correspondia a uma story-arc da comic norte-americana algures durante os anos 90, onde os Sinister Six não eram nada mais que 6 vilões clássicos do Spider-Man. Claro que estou a falar de tipos como o Electro, Sandman, Mysterio, Vulture, Hobgoblin e o “chefão” Dr. Octopus. O jogo está então dividido em 6 diferentes zonas de Nova Iorque, cada uma delas divididas em 2/3 níveis onde temos de defrontar um desses vilões no final de cada “zona”.

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Não posso negar que tenha gostado do ecrã título

A jogabilidade é simples, porém não muito funcional. Botão direccional para movimentar, um botão facial para disparar e um outro para saltar. Se pressionarmos ambos os botões faciais então o “aranhiço” solta as suas teias, permitindo-nos baloiçar entre outras plataformas. As habilidades especiais do Spider-Man não se ficam por aqui, pois podemos escalar edifícios e atacar os inimigos com “bolas” de teia. Essas bolas têm munições limitadas, no entanto lá vamos encontrando algumas munições que podemos coleccionar para restabelecer as teias.

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Se o jogo tivesse sprites maiores não seria má ideia

Estas características até seriam interessantes se os controlos não fossem uma porcaria. A movimentação do aranha é lenta e os controlos nem sempre correspondem aos nossos comandos, para além do ataque melee, quando não dispomos de teias ser muito pouco eficaz. Dispomos de uma pequena barra de energia que vai sendo consumida com cada golpe sofrido e apenas uma vida (embora tenhamos um ou dois continues para o jogo todo), e isso em conjunto com os controlos que não funcionam da melhor forma, estão reunidos todos os ingredientes para um jogo daqueles que o AVGN gosta de falar. A versão NES deste jogo até foi editada pela LJN, portanto se calhar até já falou dele mesmo. No entanto não posso deixar de comentar que nem tudo é assim tão mau. Em alguns níveis requerem mesmo uma interacção básica com o meio ambiente, seja simplesmente procurar uma simples chave para abrir uma porta, ou um punhado de dinamite para explodir com uma passagem, ou mesmo uns óculos com visão infra-vermelha para conseguirmos ver alguma coisa numa sala completamente às escuras.

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Antes de cada “zona” temos uma pequena introdução ao vilão que vamos enfrentar no final

Graficamente nota-se bastante bem que é uma conversão do mesmo jogo que saiu para a NES. Embora seja visualmente mais colorido, tirando assim partido da maior paleta de cores que a SMS disponibilizava, as sprites do aranhiço ou mesmo dos inimigos são bastante pequenas, e os níveis não são tão detalhados assim. A Master System é capaz de fazer melhor. As músicas e efeitos sonoros também não são nada de especial, mas isso já é normal na Master System, que tirando algumas excepções, o seu chip de som standard estava uns furos abaixo da concorrência.

No fim de contas este é mais um sidescroller para a consola da Sega que ficou esquecido no tempo, e face aos seus maus controlos e um restante jogo algo medíocre, é fácil perceber o porquê.

Sega Casino (Nintendo DS)

Sega CasinoMais uma “rapidinha” a um jogo que sinceramente não joguei assim tanto, pois não faz mesmo o meu género. Sega Casino é, tal como o nome indica, sobre jogos de casino e foi produzido pela Sega para a Nintendo DS. E daí talvez não, este é um dos imensos jogos e conversões que foram tomadas a cabo pela Tose, um dos developers que mais anda pelas sombras em toda a indústria de videojogos. Mas voltando ao jogo, Sega Casino foi-me oferecido por um amigo meu há vários anos atrás, penso que em 2006, muito antes de eu sequer ter comprado uma DS e quando o fiz, este foi o jogo que me entreteu durante vários dias.

Sega Casino - Nintendo DS
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Inicialmente dispomos de Blackjack, Roulette, Baccarat e a variante Texas Hold ‘Em do Poker. Esses 4 diferentes jogos podem ser jogados no free mode que como o nome indica é um modo de jogo meramente casual, ou então no Casino Mode, onde dispomos inicialmente de uma quantia e temos de ganhar o máximo de dinheiro possível para desbloquear outros jogos ou mesas de apostas mais elevadas. Posteriormente podemos então desbloquear várias modalidades de video poker, uma outra modalidade de poker (7 Card Stud), ou outros jogos de pura sorte como o Keno e variantes de jogos de dado. Obviamente que a piada está mesmo em jogos que necessitem de alguma estratégia e não se baseiam puramente em sorte, pelo que me dediquei um pouco mais ao Texas Hold ‘Em, nas viagens de autocarro que na altura fazia entre casa e a faculdade. Só que infelizmente a IA não é lá grande coisa, raramente faz bluff, portanto quando vemos alguns dos bots a apostar, é porque na maioria das vezes têm razões para isso.

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Os vários modos de jogo que podemos desbloquear.

Graficamente não é um jogo nada de especial, apresentando o mínimo indispensável. Alguns jogos, como a roleta por exemplo, lá apresentam mais algum detalhe, com alguns gráficos poligonais inclusivamente. Se não fossem mesmo os dois ecrãs e a interface touch-screen, diria que era um jogo de Gameboy Advance. Os efeitos sonoros e a própria música não acrescentam nada demais, pelo que também nem vale a pena perder muito tempo nisso. No que poderia realmente perder tempo, se não fosse algo que nunca cheguei a experimentar, seria mesmo a componente multiplayer deste jogo. Aqui é possível jogar localmente com até 5 amigos na mesma rede, bastando apenas um cartucho com o jogo. E seria mesmo na vertente multiplayer que poderíamos jogar o que mais piada teria: as duas variantes do poker e o Blackjack.

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A roleta é dos poucos momentos em que até vemos algum 3D no ecrã

Posto isto, Sega Casino é um jogo que recomendo apenas aos mais ávidos coleccionadores de produtos da Sega ou mesmo da Nintendo DS, pois como jogo de casino, o que não faltam por aí são outros jogos com essa temática bem superiores. Porque a Sega lançou isto? Talvez para colmatar uma lacuna inicial de jogos deste género na Nintendo DS, é a única desculpa que encontro.

Sonic the Hedgehog 2 (Sega Mega Drive)

Sonic 2Voltando à excelente consola de 16-bit da Sega, muito apreciada aqui no nosso Portugal, para um dos melhores jogos da plataforma, na minha opinião. Apesar de já ter analisado um Sonic 2 por aqui, a versão 8 bit não tem rigorosamente nada a ver com esta versão 16-bit, enquanto o primeiro jogo ainda tinha adaptado alguns níveis. E este Sonic 2 é exactamente tudo o que se poderia pedir de uma sequela de um jogo de sucesso, ao refinar a fórmula original e melhorá-la em todos os campos. Ora este jogo foi comprado recentemente a um particular por 5€ mais portes de envio, se não estou em erro. Está completo e em estado razoável, pecando pelo manual.

Sonic the Hedgehog 2 - Sega Mega Drive
Jogo completo com caixa e manual

Começando por uma curiosidade, este jogo não foi desenvolvido pela Sonic Team. É certo que Yuji Naka e outros nomes sonantes da Sonic Team estiveram activamente presentes no desenvolvimento deste jogo, mas foi o extinto estúdio norte-americano Sega Technical Institute (também responsável por coisinhas como Kid Chameleon, Comix Zone ou o infame Sonic X-Treme que nunca chegou a sair para a Sega Saturn). E que belo trabalho eles fizeram!

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Como é habitual, os primeiros níveis são sempre bastante coloridos

Este é também o primeiro jogo que vai buscar um “amiguinho” do Sonic, antes de terem descambado as coisas por completo com o Sonic Adventure. Neste caso estou a referir-me à raposa de duas caudas, Miles “Tails” Prower. A história continua simples: Dr. Ivo Robotnik, agora conhecido como Eggman como sempre o foi chamado no Japão, apesar de ter sido derrotado no jogo anterior continua com os seus planos maquiavélicos de dominação mundial. Para isso precisa de duas coisas: os indefesos animais para servirem de base aos seus robots, e o poder das sete esmeraldas caóticas para alimentar a sua estação espacial Death Egg – qualquer referência a Star Wars é mera coincidência. Assim sendo controlamos mais uma vez Sonic ao longo de diversos níveis nos mais variados ambientes, sempre com uma velocidade frenética mas nunca sacrificando a jogabilidade e o platforming, algo que a Sega parece ter esquecido como se faz nos últimos tempos.

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Com Tails a ter vidas infinitas, alguns bosses acabam por ser bastante fáceis se quisermos

É também o jogo que marca o nascimento da mais conhecida habilidade do ouriço azul, o spin-dash, que lhe permite enrolar-se sobre si mesmo e arrancar a velocidades estonteantes. É também o jogo que tem o nascimento do Super Sonic, indo buscar essa influência ao Dragon Ball Z. Quando Sonic possui as 7 esmeraldas – aliás, requisito necessário para se obter o melhor final do jogo mais uma vez – podemos escolher transformar Sonic numa espécie de super-guerreiro temporariamente, onde tal como Goku, torna o seu pêlo dourado e ganha uma “força” incrível, neste caso ganhando invencibilidade e grande agilidade. Esse efeito porém vai consumindo os anéis que adquirimos com o tempo, quando os mesmos chegam a zero, Sonic volta ao seu estado normal, e estando indefeso por não possuir nenhum anel. Falando nas esmeraldas, mais uma vez apenas podemos encontrá-las ao jogar os níveis bónus, que são desbloqueados sempre que passarmos num checkpoint com mais de 50 anéis. Desta vez esses níveis especiais têm um bonito efeito 3D, parece que estamos a correr numa enorme pista de bobsleigh, onde o objectivo é apanhar um determinado número de anéis e evitar as bombas que nos retiram alguns anéis.

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Provavelmente os níveis bónus mais memoráveis de toda a série. Apesar de simples eram graficamente impressionantes para a altura

Depois temos as mecânicas Sonic e Tails. Por defeito jogamos com Sonic, mas com Tails a acompanhar-nos, sendo controlado por uma fraquíssima inteligência artificial. No entanto, neste modo, podemos jogar com mais um jogador de forma cooperativa, bastando ligar um segundo comando na consola que podemos passar a controlar Tails. E dessa forma até se torna o jogo bem mais fácil, pois Tails para além de poder voar temporariamente e poder carregar o Sonic consigo, tem também vidas infinitas, o que pode ser explorado para facilmente derrotar uma série de bosses. No entanto, se optarmos podemos também jogar unicamente com Sonic ou Tails, bastando para isso aceder ao menu das opções do jogo e alterar a configuração que por lá aparece. Para quem tiver o Sonic & Knuckles, com a sua tecnologia “lock-on” que consiste apenas em ligar o cartucho do Sonic 2 no de S&K, pode inclusivamente jogar com Knuckles, tirando partido das suas habilidades para encontrar até algumas zonas secretas. Ainda assim, fica por faltar referir o modo multiplayer do jogo. Por acaso nunca joguei muito isto, mesmo com os amigos era bem mais divertido jogar o jogo principal de forma cooperativa. Mas no entanto consiste numa série de níveis jogados em split screen, um jogador com o Sonic, o outro com Tails, com o objectivo de chegar ao final do nível em primeiro lugar.

E segredos é coisa que não falta neste jogo, incluindo os níveis secretos “Hidden Palace”, que foram cortados do jogo principal por falta de tempo, mas no entanto, foram restaurados para as conversões recentemente lançadas para smartphones. Mas falando nos níveis, desta vez eles são bem mais variados, estando na sua maioria divididos em 2 actos apenas, com um boss no final do segundo acto. No entanto, nos últimos níveis essa fórmula já se mudou um pouco, com a Metropolis Zone se dividir em 3 actos e as restantes com um acto apenas. Contudo são actos bem cheios de emoções fortes, com Sonic a bordo do avião de Tails, a encaminhar-se para uma base aérea de Robotnik e posteriormente para a Death Egg em pleno espaço sideral, onde defronta Silver Sonic, o primeiro dos Sonics robóticos (que por acaso também aparece no jogo da Master System e Game Gear) e mais um embate épico com Robotnik e o seu “mechwarrior“.

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Um dos ecrãs finais do jogo, com o Super Sonic desbloqueado

No campo audiovisual, este é muito sinceramente um dos jogos mais bem conseguidos na consola da Sega. Para além de manter a mesma velocidade estonteante, os níveis apresentam mais uma vez visuais muito coloridos, e estão por sua vez muito bem montados. Quem não se lembra da primeira vez que jogou a Chemical Plant com os seus tubos e “rails” que nos mandavam a velocidades estonteantes ao longo de todo o nível? Ou de Casino Night e todas as suas luzes de Las Vegas? Ou os últimos níveis passados no ar e no espaço? Mas o melhor, é que não é apenas pelos visuais e excelente level design que Sonic 2 marca pontos neste campo, mas também pelas suas músicas. Aliás, só de escrever este artigo já me passaram quase todas as músicas da banda sonora deste jogo pela cabeça.

Posto isto, por todos estes pontos, é fácil de perceber o porquê de Sonic 2 ser um dos videojogos preferidos dos fãs de Sonic de longa data. Tal como referi num dos primeiros parágrafos, pegou em tudo o que era óptimo na fórmula original, melhorou e ainda acrescentou imensas novidades que no meu entender resultaram muito bem. Infelizmente, era 1992 e para mim o pico de criatividade da série foi atingido. Sonic 3 e Sonic & Knuckles continuam a ser óptimos jogos, as coisas a partir daí descambaram completamente. Mas quanto a esses 2 jogos, será coisa para um artigo futuro.