Brothers in Arms: Hell’s Highway (PC)

Brothers in Arms Hell's HighwayE vamos para mais uma análise a um jogo de PC que, verdade seja dita, tem sido a única plataforma que eu tenho jogado ultimamente. O jogo que trago cá hoje é o terceiro capítulo da saga Brothers in Arms, uma série de FPS estratégicos da segunda guerra mundial, que acompanha o progresso de Matt Baker e o seu esquadrão pertencente 101st Airborne Division. Para além de uma edição física (que por sua vez foi comprada na cash da Maia por 3,5€), possuo também uma cópia digital, que foi obtida gratuitamente numa altura em que a Ubisoft oferecia 10€ de crédito na compra de jogos na sua loja virtual, a Uplay. Por questões de comodidade, optei por jogar a versão digital, infelizmente só depois de terminar o jogo é que reparei que joguei uma versão censurada (provavelmente a versão Alemã). Ora assim sendo fiquei sem o gore e alguns outros efeitos especiais como a “killcam” em câmara lenta quando conseguimos um headshot. Não que faça muita diferença, mas seria mais agradável ter a experiência completa.

Brothers in Arms Hell's Highway - PC

Jogo completo com caixa e manual

Históricamente o jogo decorre durante a operação Market Garden, uma jogada bastante arriscada por parte do General Montgomery. A operação contou com uma enorme largada de forças páraquedistas em território Holandês, de forma a contornar a fortificação alemã Siegried Line e avançar para solo alemão para derrotar o regime Nazi o mais rápido possível. Escusado será dizer que essa operação não foi bem sucedida, mas foi uma importante campanha por parte da 101st Airborne Division, daí figurar neste jogo. Ao longo do jogo iremos presenciar algumas batalhas importantes dessa operação, desde a largada aérea dos aliados e consequente assaltos a pequenas povoações holandesas, passando pela libertação de Eindhoven e posterior retirada dos Aliados.

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A ideia é tentar apanhar sempre o inimigo desprevenido.

A jogabilidade dos Brothers in Arms sempre foi o que demarcou estes jogos dos restantes FPS com a temática da Segunda Guerra Mundial. Aqui existe uma componente táctica muito maior, e enfrentar os inimigos “head-on” nunca é boa ideia. A lógica consiste sempre em colocar alguém a suprimir o inimigo com fogo, enquanto os outros flanqueiam o inimigo e apanham-no desprevinido. Ao encarnarmos em Matt Baker, teremos ao nosso dispor um ou mais pequenos esquadrões especializados para posicionar em combate. Dos jogos anteriores herdamos o esquadrão de assalto e um outro de suporte para providenciar “suppressing fire“. Neste Hell’s Highway introduziram também um esquadrão equipado com metralhadoras pesadas e um outro anti-artilharia, equipados com bazookas. Assim sendo, podemos dar diversas ordens aos esquadrões: que nos sigam, se posicionem nalgum sítio, abriguem-se noutro, ou que ataquem alguns inimigos em específico. As posições inimigas possuem um círculo acima das mesmas, quando esse círculo está a vermelho, quer dizer que eles estão em posição de ataque. Por outro lado se os suprimirmos, acabam por ficar com esse círculo a cinzento, deixando de atacar. Caso os deixemos em paz, o círculo acaba por se tornar vermelho novamente e voltam a atacar. Mediante o grau de dificuldade escolhido, se escolhermos o mais realista deixamos de ter esse auxílio, e qualquer erro é potencialmente fatal.

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O jogo dá uma falsa sensação de liberdade, muitos dos caminhos alternativos ficam bloqueados

Infelizmente os controlos nem sempre são os melhores, muitas vezes em vez de ordenar a algum esquadrão para atacar certas posições, acabava por os mandar para céu aberto. Mas os maus controlos não se ficam por aí, é estranhamente complicado controlar o sprint da nossa personagem e o sistema de covers também poderia ser melhor implementado. As armas também falham muito o alvo, embora eu ache que isso seja propositado para um maior realismo. Apenas estando a disparar de uma cover é possível obter uma maior precisão nos disparos. Depois, tal como referi logo no primeiro parágrafo, mediante não se estiver a jogar numa versão censurada do jogo, existem alguns efeitos especiais como câmara lenta sempre que se atinja um headshot, ou alguma detonação mais violenta, o que acaba sempre por ser um eye candy agradável. Por outro lado, em algumas missões vams poder controlar temprariamente uns tanques de guerra, e aí não tenho nada a apontar dos controlos. Ao longo da campanha podemos também descobrir alguns recon points (normalmente locais altos com grande visibilidade para o cenário) que depois desbloqueiam algum conteúdo bónus, nomeadamente imagens e factos históricos sobre a operação Market Garden.

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Ao utilizar as covers, passamos para uma perspectiva na 3a pessoa, passando para over the shoulder quando se dispara

Graficamente é um jogo competente para 2008, principalmente nas cutscenes onde as personagens principais apresentam bons detalhes faciais. Infelizmente o mesmo não pode ser dito para a maioria dos soldados nazis, que têm sempre um aspecto genérico. De resto, explosões, efeitos de luz e afins está tudo dentro dos conformes. As bandas sonoras destes jogos costumam ter sempre uma toada épica, realçando os feitos heróicos e dificuldades que aqueles soldados passaram, e este Hell’s Highway não é excepção. As armas e equipamentos estão sempre bem detalhadas e os seus efeitos sonoros são fiéis à realidade. A única coisa que não gostei muito na apresentação do jogo é por vezes a dramatização exagerada em certos diálogos. A série sempre retratou o lado “humano” dos soldados na 2a Grande Guerra, as suas dúvidas, medos e angústias, estando este jogo centrado numa fase mais deprimida de Matt Baker, que sofre pelas mortes dos seus camaradas de armas. Apenas acho que exageraram um pouco nesse aspecto neste jogo, e a última batalha (apesar de desafiante) foi um pouco anti climática, esperaria um final mais épico.

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Este é um exemplo dos detalhes que a versão censurada não mostra

Assim sendo este Brothers in Arms é mais uma entrada de qualidade na série, boa para quem for um aficcionado pela temática e se interessar por shooters com alguma estratégia à mistura. Infelizmente o jogo possui algumas falhas, sendo a mais grave os controlos. Pelo que já me indicaram, os controlos são muito melhores num gamepad, mas FPS que se preze num PC tem de ser feito a pensar no teclado e rato e não o contrário. A Gearbox prontificou-se inicialmente a desenvolver 4 jogos principais da série, no entanto o 4º capítulo da saga de Matt Baker ainda está por lançar até aos dias de hoje. Há alguns anos atrás, a Gearbox anunciou um Brothers in Arms “Furious Four”, um jogo completamente diferente, possivelmente inspirado no filme de Tarantino “Inglorious Basterds”, mas mesmo esse jogo ultimamente não tem dado sinais de vida. Veremos o que aí vem, mas se for para lançar um jogo com tanto bug como Aliens Colonial Marines, fico reticente.

Sobre cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.
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4 respostas a Brothers in Arms: Hell’s Highway (PC)

  1. Ivan Cordeiro diz:

    Boa review, por acaso joguei na ps3 e é estranho pensar que no PC os controlos podem ser piores lol. Tal como dizes, FPS que se preze é com teclado e rato 🙂

    • cyberquake diz:

      Se dizes que os controlos mesmo na PS3 são maus, então a minha outra fonte é contraditória, lol

      • Ivan Cordeiro diz:

        ahhh não man, não era isso que queria dizer, os controlos na ps3 funcionam bem. O que queria dizer é que é estranho um fps ser controlado melhor com commando do que com teclado/rato 😛

      • cyberquake diz:

        Talvez por as versões consola se controlarem bem é que no pc saiu um pouco a desejar. Mas sim, é muito estranho isso acontecer mesmo.

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