Originalmente este artigo nem era para incidir neste jogo, mas visto que o terminei ainda ontem, é melhor ir escrevendo enquanto as memórias estão frescas. Este artigo é portanto a segunda parte da análise à The Orange Box para PC, mais precisamente para a primeira “expansão” de Half Life 2, o Episode I. Este Episode surgiu algures em 2006, sendo o primeiro de uma trilogia anunciada pela Valve, para dar continuidade à história de Half-Life 2. Visto a tecnologia, os modos de jogo e a jogabilidade serem practicamente idênticos ao jogo original, este será um artigo mais curto.
A história começa logo após o final de Half Life 2, com Gordon Freeman e Alyx Vance bem no centro da City 17 em risco de colapsar. O resto do jogo vai incidir muito na cumplicidade entre o jogador e Alyx, de modo a conseguir sair da cidade e ficar em segurança. E essa é a grande mudança do jogo original para este novo episódio, isto porque em cerca de 2 terços do jogo Gordon Freeman está apenas munido da sua gravity gun, precisando do auxílio de Alyx para derrotar os inimigos, ou mesmo para resolver alguns puzzles. Nos últimos capítulos já temos acesso ao arsenal completo e o jogo passa a ter mais acção, incluindo uma missão de escolta, algo que sempre me desagradou. Outra das features deste Episode One é a inclusão de comentários da equipa que desenvolveu o jogo ao longo dos cenários.
Hospitais infestados de zombies? Check.
Este artigo é realmente curto, assim como o próprio episódio que me levou cerca de 2 horas a completar, pelo que não há muito mais a dizer. A nível gráfico e som, as características mantêm-se. Irei em seguida experimentar o Episode Two, pois tal como o Half Life 2 original, este episódio também terminou num cliff hanger, deixando expectativas elevadas para o episódio seguinte.
Bom, esta será a primeira análise que faço de uma colectânea, e como esta é uma colectânea e pêras prefiro fazer um artigo para cada jogo da mesma. The Orange Box é possivelmente a melhor compilação que resolveram lançar nos últimos anos, especialmente tendo em conta os preços reduzidos que hoje em dia se encontra por aí. The Orange Box inclui o Half-Life 2, incluindo os seus 2 episódios posteriormente lançados (Episode I e II respectivamente), o hit multiplayer Team Fortress 2 que hoje em dia se pode jogar gratuitamente e o fenómeno Portal, jogo que toda a gente comenta por essa internet fora e eu ainda não o tinha jogado. Para além do mais, a box possibilita também o download do Half-Life 2: Lost Coast, um simples nível que é pouco mais que uma demo técnica do que a já velhinha engine Source ainda é capaz de fazer. Este Lost Coast será o único “jogo” que não irei comentar no futuro. A minha cópia da caixa laranja foi adquirida no ebay há umas semanas atrás, tendo-me custado algo em torno de 15€. Na verdade senti-me um pouco enganado pois a foto do produto era a da versão normal e saiu-me esta “EA Classics”… não me quis chatear e ficou assim.
Jogo completo com caixa e folheto.
O Half-Life original foi um FPS muito importante que marcou uma nova geração de shooters, com um design de “níveis” contínuo, uma forte atenção na história, narrativa e todos os detalhes em particular, abandonando de vez a fluidez de jogo “quebrada” que os shooters clássicos como Quake ou Duke Nukem 3D sempre nos habituaram. Na verdade já haviam outros shooters com essa atenção ao detalhe como System Shock, mas podemos dizer que foi mesmo com Half-Life que houve um novo paradigma na área, não fosse o facto de ter sido um sucesso absoluto de vendas. Assim sendo, e depois de alguns expansion packs também de elevada qualidade, é normal que as expectativas para uma verdadeira sequela fossem bastante altas e a mesma tenha tido um tempo de desenvolvimento bastante largo. Half-Life 2 tinha muito a superar e na minha opinião acabou por ser mais um excelente jogo, embora sem o impacto que o primeiro acabou por ter.
Nos arredores de City 17, ainda a tentar escapar para um local seguro
A história decorre cerca de 20 anos após os acontecimentos de Half-Life, onde o protagonista Gordon Freeman havia sido colocado em “stasis” pelo misterioso G-Man. Durante esse tempo a raça alienígena Combine aproveitou para invadir a Terra, colocando toda a civilização humana debaixo de olho, estando impossibilitados de se reproduzirem. Half-Life 2 decorre na City 17, algures na Europa de Leste, cidade liderada por Dr. Breen, antigo patrão do Gordon Freeman, nos tempos da Black Mesa. Dr. Breen é o responsável pela rendição da Terra à invasão Combine, tendo recebido privilégios por parte destes. 20 anos depois, o G-Man acorda o Freeman e coloca-o misteriosamente a caminho da City 17, onde “por coincidência” acaba por reencontrar conhecidos de Black Mesa, como o Barney ou o doutor Eli Vance, que se encontram ligados ao movimento “Resistência Lambda” que ainda luta contra a invasão Combine. E mais uma vez começamos o jogo completamente desarmados, sempre atentos ao desenrolar da história, onde acabaremos por ter um arsenal à nossa disposição.
A jogabilidade permaneceu practicamente inalterada desde o jogo original, o que acaba por ser um dos pontos menos conseguidos neste jogo. A saúde é restaurada com medkits, coisa que não tenho problemas alguns com isso, Gordon pode carregar mais do que 2 ou 3 armas ao mesmo tempo, mais uma vez é algo que não me causa nenhuma urticária, agora a falta de uma ironsight num FPS moderno por acaso foi algo que senti. De resto apresenta algumas novidades, tais como comandar um pequeno esquadrão de 4 membros da resistência em algumas partes do jogo, e uma gravity-gun, que permite manusear objectos e até inimigos por telequinese. A física no seu todo foi algo que foi tido em bastante atenção no jogo, sendo a gravity-gun e outros problemas relacionados com o mundo da física a chave para solucionar certos puzzles. A maneira como o jogo e a história se desenrolam continuam a ser o ponto forte em Half-Life, mas de certa forma o elemento surpresa do primeiro jogo já não é bem o mesmo aqui… Também foi tido um importante foco na condução de veículos, existindo largos mapas dedicados para isto mesmo, mas sempre com um ou outro puzzle para resolver entretanto.
Chegar fogo a zombies? Continua divertido!
Graficamente o jogo corre na engine Source, que “alimentou” vários outros jogos da Valve desde o lançamento de HL2. Sendo um jogo lançado originalmente em 2004, é natural que os gráficos tenham envelhecido um pouco, mas para a altura em que foi lançado era um jogo bem competente, apresentando efeitos de luz e sombra bastante interessantes. Algo que sempre gostei foram as próprias animações das personagens que ficaram muito bem conseguidas. O voice acting é bastante competente, já a banda sonora é bastante modesta. Na verdade é quase inexistente ao longo de todo o jogo, surgindo apenas em momentos de maior tensão e/ou acção. A música em si tem sempre uma toada mais electrónica mas sinceramente não é muito do meu agrado. De resto o jogo peca por não incluir nenhum modo multiplayer. Na verdade existe um “Half-Life 2 Deathmatch” para venda no Steam, mas a vontade de o comprar é nula.
Não tenho muito mais a dizer deste Half-Life, estou actualmente a jogar o Episode I e tanto esse próximo artigo como o do Episode II serão mais breves pois até agora a nível de jogabilidade as coisas mantêm-se iguais. De qualquer das maneiras os fãs querem é um novo Half-Life de raíz, coisa em que a Valve se tem mantido muito fechada nos últimos anos. A ver se teremos alguma surpresa na E3 daqui a uns dias… O meu próximo post será feito assim que tiver tempo e muito provavelmente será sobre um jogo cuja sequela está a ser muito badalada nos dias que correm. Para PC. 😉
Em vésperas de lançamento do filme de 2012 mais aguardado por mim (Prometheus), eis que me surge a ideia de comentar este jogo. Alien Trilogy é um dos primeiros FPS com a temática do nosso amiguinho Xenomorph (As honras da casa vão para o Alien vs Predator na Atari Jaguar), e conforme o nome indica o jogo saiu antes do quarto filme da série (Alien Resurrection), sendo baseado levemente nos 3 primeiros (e clássicos) filmes. A minha cópia foi comprada algures em 2010/2011 na loja portuense PressPlay, tendo-me custado algo em torno dos 7.5€, estando completa e em bom estado.
Jogo completo com caixa e manuais
A história do jogo segue muito levemente a dos filmes, coisa que não me vou alongar – caso não conheçam, vão ver os filmes, já! A acção começa na pele de Ellen Ripley aquando da “limpeza” da colónia da Weyland-Yutani LV-436, que se encontra infestada de Aliens. Cheirinhos dos outros filmes também vão sendo encontrados ao longo dos mais de 30 níveis, incluindo a prisão de Alien 3 e a nave espacial alienígena do primeiro filme. O jogo é um clone de Doom dos clássicos, ou seja dividido em vários níveis com pouca narrativa que os interligue. Apenas é dado um briefing no início de cada nível onde se explica qual é o objectivo e o resto é só tiro-tiro. Alien Trilogy é ainda um jogo de primeira geração da Sega Saturn, pelo que infelizmente não faz uso do comando analógico. O botão direccional serve apenas para se movimentar, sendo que para se olhar livremente no nível é necessário carregar também num outro botão à parte (neste caso o botão Z). O scroll de armas também é um pouco foleiro, pois o respectivo botão apenas permite seleccionar a arma “acima”. Para seleccionar logo a pretendida teremos de carregar em Start, ir ao menu e fazê-lo. O arsenal não é muito grande, mas fiel aos filmes. Temos o revólver, uma espingarda, as pulse rifles que eu tanto gosto, um lança-chamas, etc. Os inimigos para além dos Aliens nas suas diferentes fases (e respectivos face huggers), também poderão ser soldados da Weyland-Yutani, quer humanos, quer cyborgs. Para além do mais também existem os tradicionais power-ups de armaduras, saúde e afins, como o automapper.
E é assim o primeiro nível.
O design dos níveis é, na minha opinião, aquilo que realmente deita este jogo abaixo. Para além de serem bastante repetitivos, o próprio design é bastante confuso. Alguns dos níveis fizeram-me perder imenso tempo à procura de um determinado objecto ou objectivo para cumprir, e o próprio mapa que podemos consultar, de tão pequeno que é não ajudou em nada. Graficamente o jogo também não é dos mais bonitos. Sendo ainda um shooter 2.5D, isto é, um jogo em 3D mas com inimigos ainda em sprites 2D, poderia detalhar um pouco mais os próprios inimigos, mas tal não acontece. As texturas também são bastante simples e com muito baixa resolução – vistas de longe não parecem mal, mas de perto ficam altamente pixelizadas. Em momentos de acção mais caóticos, com vários inimigos no ecrã, também acontecem vários slowdowns. Ainda assim, o jogo consegue atingir algum do clima de tensão pela qual os filmes são conhecidos. O clássico radar que faz “beep beep” sempre que detecta algum inimigo, bem como os cenários escuros e inóspitos contribuem para essa atmosfera.
Não deixem que vos dêem um beijinho…
A nível de som, as músicas que acompanham o jogo são todas atmosféricas com um pouco de música electrónica, dá aquele toque futurista e tal, mas não é algo que me agrade por aí além. Os restantes efeitos sonoros têm alguma fidelidade no que diz respeito os origininais dos filmes, neste campo não tenho muito a dizer. Para terminar este parágrafo da parte técnica, apenas resta-me dizer uma curiosidade. A Sega Saturn como já devem saber foi uma consola com um hardware bastante complexo, para a altura em que saiu. Equipada de processadores principais mais uns quantos gráficos e de som, a programação para a Saturn sempre foi mais complicada do que para a Playstation (também devido aos kits de desenvolvimento da PS1 serem bem mais user-friendly que os da máquina da Sega). Essa complicação traduziu-se em conversões mais problemáticas de jogos para a Saturn ou até ao cancelamento dos mesmos. Este Alien Trilogy reza a lenda de ter sido programado para que apenas usasse um dos 2 processadores da consola.
Aqui estamos na prisão de Alien 3.
Este jogo existe também para Playstation e PC. A versão PS1 é superior a esta da Sega Saturn pois possui alguns efeitos especiais que não chegaram a ser incluídos na versão Saturn. Contudo também existe para PC, que foi a versão que eu tinha jogado em primeiro lugar, nos anos 90. Apesar de não ser imensamente superior às versões para consolas, não deixa de ser a melhor versão do jogo disponível. Eu comprei a versão Sega Saturn apenas por ter um carinho muito especial por esta consola. No fim de contas Alien Trilogy é um jogo que para a altura em que foi lançado até que era competente, mas envelheceu muito mal, tendo em conta que existem vários outros FPS da série com bem mais interesse.
A minha vida académica (e não só) impediu-me durante algum tempo de actualizar este espaço com mais artigos. As próximas semanas não auguram grandes melhorias, mas enfim, cá vai um artigo mais rápido e simples que já queria ter feito há algum tempo atrás. Algures num post anterior mencionei que nem sempre uma versão de um jogo da Mega Drive para a Master System é inferior ao original. O jogo que trago cá hoje é um perfeito exemplo disso mesmo. Jogos da série Astérix existem desde o início da década de 80, mas nem sempre foram bons. Um dos meus sites preferidos fez uma análise a todos os jogos da série existentes até ao momento da submissão desse mesmo artigo, é uma óptima leitura para quem tiver interesse no tema. De qualquer das maneiras, no início da década de 90 os estúdios internos da Sega no Japão compraram a licença da série e produziram o primeiro de vários jogos de plataformas do Astérix, um jogo bastante bom para a consola de 8-Bit da Sega e que despoletou que outras empresas como a Core ou a Infogrames produzissem jogos semelhantes para outras plataformas. O jogo de hoje foi o primeiro produzido pela extinta Core Entertainment (mesmo estúdio que nos trouxe o primeiro Tomb Raider, por exemplo). Infelizmente não é tão bom como o anterior, como mais tarde irei mencionar. A minha cópia foi comprada na loja portuense Prameta tendo-me custado apenas 5€. É mais uma das edições exclusivamente portuguesas “Portuguese Purple” como já mencionei anteriormente noutros posts.
Jogo completo com caixa e manual pt
A história do jogo é simples: Os romanos raptaram Panoramix, o druida responsável por preparar a valiosa poção mágica que confere força sobre-humana aos habitantes da última aldeia de resistentes gauleses às forças romanas. Vocês sabem o que vem a seguir: só mesmo o duo dinâmico do Astérix e Obélix para resolver este problema, até porque também raptaram o seu fiel companheiro de 4 patas Ideafix. O jogo como quase todos os outros na década de 90 é de plataformas, onde podemos jogar tanto com Astérix como com Obélix, sendo possível alternar entre os 2 personagens durante o próprio jogo. Infelizmente é algo que não faça muito sentido fazermos, pois conseguiram arruinar o matulão Obélix, cujo alcance do seu ataque é inferior, bem como a sua movimentação ser mais limitada. Infelizmente este é um daqueles jogos em que é difícil como o raio conseguirmos “derrotar” os inimigos. Ambas as personagens possuem apenas os punhos como sua arma, cujo baixo alcance acaba por provocar várias frustrações ao tentar dar porrada nos romanos. Existem também, como não poderia deixar de ser, uma série de powerups espalhados pelos níveis para auxiliar a travessia dos mesmos.
Jogo de plataformas básico
Graficamente o jogo é simples, ou não fosse esta uma máquina de 8bit. No entanto, tendo em conta as limitações do hardware existem algumas áreas que não estão más de todo visualmente. Já o level design deixa um pouco a desejar, sendo demasiado simples por vezes. A nível de som é um outro jogo que não me deixa especial memória, embora existam outros bem piores.
Fantasmas romanos, também existem aqui
A sua prequela é um óptimo jogo de plataformas, como já mencionei anteriormente. Neste a Sega delegou tarefas para a Core desenvolver um jogo Astérix para as suas 3 consolas do momento e saiu isto. A versão Master System não é má de toda, assim como a versão Game Gear que é idêntica, sendo ajustada ao tamanho do pequeno ecrã da portátil. A versão Mega Drive foi a última a ser produzida e como é óbvio é bastante superior tanto a nível de som, como de gráficos. Mas como não é só isso que faz um jogo, essa versão 16bit tem uma jogabilidade absolutamente horrível. Mantém os problemas que a versão 8bit tem, mas não sei como conseguiram amplificá-los bastante, ao ponto de se tornar bastante frustrante.