Para fugir um pouco à violência de zombies e de outros first person shooters que tenho trazido ao espaço, nada como um J-RPG clássico para mudar um pouco o tom. Final Fantasy IV é na minha opinião um dos Final Fantasy clássicos com um óptima história e personagens carismáticos, tendo recebido vários relançamentos ao longo dos anos para plataformas diversas. A versão que trago cá hoje é a da Gameboy Advance, foi comprada neste ano na GAME do Maiashopping por 5€, e está como novo. O jogo trouxe também um poster Nintendogs/Pokémon que não está na fotografia.
Lançado originalmente para a Super Nintendo em 1991 e lançado no mercado americano como Final Fantasy II (pois os Final Fantasy II e III originais da NES não tinham saído no mercado ocidental), foi preciso esperar 11 anos para que em 2002 uma conversão deste jogo para a Playstation atingisse o público europeu. Vários outras conversões foram sendo desenvolvidas, primeiro para a portátil japonesa da Bandai Wonderswan Color, em seguida para a Gameboy Advance. A versão GBA para além de ter os gráficos melhorados face ao clássico de 1991, deu uma revisão a todo o diálogo do jogo, tapando vários buracos na trama e corrigindo más traduções que foram feitas inicialmente (algo que era bastante comum, infelizmente).
O jogo decorre no “Blue Planet“, onde vemos Cecil, a personagem principal, um Dark Knight ao serviço da frota aérea do reino de Baron, a pilhar uma cidade na busca do seu crystal (porque é que os gajos da Square têm uma panca por cristais é algo que me ultrapassa). Após o regresso e Cecil questionar o porquê da tendência agressivade Baron, esté é despromovido e é obrigado a levar (junto com o seu companheiro de infância Kain) um pacote misterioso a uma outra aldeia. Quando lá chega, o pacote activa-se e liberta tamanha destruição que acaba com a aldeia. No meio da confusão Cecil e Kain sofrem um acidente e separam-se. Desolado, Cecil tenta impedir que tal se volte a repetir. Ao longo do jogo vamos conhecendo novas personagens (algumas inclusive vítimas de Cecil e Kain nos primeiros ataques), e a história vai-se desenrolando de forma muito interessante, com vários acidentes de percurso, personagens que vão e vêm, e triângulos amorosos pelo meio. Na minha opinião, juntamente com Phantasy Star II da Mega Drive, este jogo foi responsável por uma toada mais séria e mais épica dos RPGs orientais dessa altura em diante. O enredo está bem conseguido e mesmo com as limitações técnicas da SNES e posteriormente da GBA, a vontade de prosseguir com o jogo persiste.
A nível de jogabilidade, Final Fantasy IV introduziu uma série de inovações. Primeiramente, o sistema de batalha foi mudado das simples batalhas por turnos pelo “Active Battle System”, um sistema de batalha utilizado em vários outros jogos da empresa no futuro. Consiste em que cada personagem (inimigos também) tenham uma barra de tempo que quando fica cheia possam intervir na batalha, seja para atacar, usar magias, items ou defender. Este mecanismo deu mais alguma dinâmica às batalhas, tornando-as menos monótonas pois cada personagem tem um tempo de “recuperação” diferente. De resto o ecrã de batalha é semelhante aos jogos anteriores, com vista lateral e poder ser definida a disposição das personagens em 2 filas diferentes no campo de batalha. Final Fantasy IV é também o primeiro jogo da série que permite uma party de até 5 personagens. Para trás ficou a customização do job system introduzido em Final Fantasy III. Aqui as personagens já pertencem a uma certa classe, cada uma com habilidades distintas, sendo impossível a mesma ser alterada (excepto para uma ou outra personagem, mas tal pertence ao rumo da história do jogo).
No quesito gráfico, é verdade que a versão GBA é algo superior à versão SNES. Até porque o jogo original é um dos jogos das primeiras gerações do sistema, e como a GBA é pouco mais que uma SNES portátil, ainda assim deu para polirem mais as sprites e restante artwork. Mas não esperem um update gráfico muito grande, para isso joguem a conversão para a DS que saiu há poucos anos atrás e esta sim, é um remake completo com voice-acting e gráficos 3D. Na questão do som, a trilha sonora mantém-se intacta, sendo um clássico de Nobuo Uematsu. Se há coisa que tenho de dar o braço a torcer para a Square, é a sua veia artística. O artwork e a banda sonora geralmente são de excelente qualidade e este é um exemplo que o comprova, basta olhar para a capa.
Esta conversão para GBA trouxe uma série de extras face às outras versões do jogo então existentes. Adicionou uma funcionalidade de quick save, permitindo gravar temporariamente o progresso em qualquer altura do jogo (o save seria apagado da próxima vez que se ligasse o jogo), foram introduzidos alguns bosses novos e uma ou outra dungeon nova. Alguns mini-jogos e um “bestiário” – algo como uma pokédex mas com os monstros de FF IV foram também algumas das inclusões. Ainda assim, a Square-Enix lançou pouco tempo depois umas versões ainda melhores deste jogo, tornando a versão GBA algo obsoleta (excepto para coleccionadores). Em 2008 foi lançada para a Nintendo DS um remake completo com voice-acting e gráficos em 3D (tal como Final Fantasy III). Por esse ano foi lançado para os telemóveis japoneses uma sequela do jogo de nome “Final Fantasy IV: The After Years”, mantendo os visuais clássicos em 2D. Em 2009 essa sequela teve lançamento na WiiWare e neste ano saiu ainda uma outra versão do jogo para a PSP de nome “Final Fantasy IV: The Complete Collection”. Contém o jogo clássico em 2D (suponho que seja esta mesma versão GBA) em conjunto com as CGs feitas para o remake da DS e a sequela The After Years. Tanto a versão DS como a versão PSP parecem-me as melhores escolhas hoje em dia para se desfrutar deste clássico.
Não me importava de ter esta versão, só para estar na colecção pois a versão de PSP é superior e mais completa. Uma nota: a versão de PSP é diferente em termos visuais da versão GBA, com sprites maiores, redesenhados e mais detalhados.
Obrigado pela correcção! 😉
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