Final Fantasy Anthology é uma compilação de dois dos Final Fantasy lançados originalmente para a Super Nintendo. Enquanto a versão Norte Americana possui o Final Fantasy V e Final Fantasy VI, este último acabou por sair cá como um lançamento independente. Portanto, a versão europeia desta pequena compilação, acaba por trazer os Final Fantasy IV e V. O meu exemplar foi comprado algures em Maio de 2017, creio que o encontrei numa das minhas idas à feira da Vandoma e não me terá custado mais do que 7€.
Eu já cá trouxe várias versões do Final Fantasy IV, incluindo a versão GBA, que sinceramente acaba por ser uma melhor versão que a que vemos aqui, faltando-lhe unicamente as cutscenes em CGI. Ou mesmo a versão PSP que acaba por ser um pacote muito interessante. Portanto, vou aproveitar o resto deste artigo para abordar unicamente o Final Fantasy V, cuja versão que aqui vemos acabou por ser a primeira lançada oficialmente no ocidente, tanto nas Américas, como na Europa.
Tal como muitos outros Final Fantasy da velha guarda, a história anda à volta de cristais elementais, que neste caso acabam por servir de plataforma para selar o X-Death, um poderoso feiticeiro que havia sido aprisionado 30 anos antes por outros guerreiros. Os cristais começam a ceder, a começar pelo cristal do vento e eventualmente o X-Death ganha novamente a sua liberdade, pelo que iremos jogar com uma party de 4-5 personagens ao longo de toda a aventura para derrotar X-Death de uma vez por todas. Sinceramente não achei a narrativa tão boa assim, gostei bem mais da história do Final Fantasy IV mas também posso estar a ser injusto pois a versão GBA deste Final Fantasy V possui um diálogo revisto e se calhar a narrativa resultará melhor aí. Sinceramente a versão GBA foi a primeira que joguei mas já foi há tanto tempo que já não me recordo bem.
No que diz respeito à jogabilidade, estamos aqui perante mais um RPG com batalhas aleatórias, mas em vez de um sistema clássico de turnos, temos aqui novamente o Active Battle System, introduzido originalmente no Final Fantasy IV. Aqui cada interveniente na batalha tem um tempo de espera que terá de ser respeitado até podermos decidir que acções tomar. Esse tempo de espera poderá ser algo variável consoante a classe (job) escolhido. Falando no sistema de jobs, esse foi o que mais alterações sofreu face aos seus predecessores, com a inclusão de muitas mais classes, cada qual com diferentes habilidades que poderemos vir a desbloquear com pontos de experiência. À medida que vamos progredindo no jogo, cada vez mais classes vão ficando disponíveis e temos a liberdade total de mudar de classes sempre que assim desejarmos. Cada classe em cada personagem poderá ser evoluída independentemente e a outra novidade trazida por este jogo é a customização adicional que poderemos ter também em conta em cada personagem. Ou seja, à medida que vamos evoluindo os diferentes jobs em cada personagem, poderemos também ir buscar habilidades de outros jobs que tenhamos evoluído. Por exemplo, se uma personagem já ganhou uma série de habilidades como Black Mage, mas mudar o seu job para White Mage, poderemos também ir buscar uma skill de Black Mage para usar enquanto estamos com um job diferente. De resto, a minha única queixa é mesmo para o elevado rate de batalhas aleatórias que teremos de enfrentar, acompanhadas por pequenos loadings antes de cada batalha.
No que diz respeito aos audiovisuais, este jogo é uma adaptação directa do original da Super Nintendo, incluindo apenas algumas cutscenes em CGI que iremos ver apenas no início e fim do jogo. Não esperem portanto por grandes actualizações gráficas, algo que acabamos por ver na versão da Gameboy Advance lançada alguns anos mais tarde. No que diz respeito ao som, as músicas são bastante agradáveis como é habitual na série, mas por acaso não reparei se a banda sonora está em formato CD Audio, ou se é meramente chiptune tal como no original da SNES. Presumo que seja em formato CD Audio, caso contrário não encontraria grandes desculpas para termos ecrãs de loading entre batalhas. Se o jogo estivesse todo carregado na memória da Playstation (o lançamento original da SNES é uma ROM com apenas 2MB) não teríamos tempos de loading e tudo seria mais práctico!
Portanto este Final Fantasy V devo dizer que, dentro dos clássicos da era SNES, é o que tem a história menos cativante para mim. O facto de o jogo ter tido poucas conversões quando comparado com outros Final Fantasy pré-FF7 talvez seja um indicador que seja um sentimento algo generalizado! No que diz respeito a essas outras versões, poderemos destacar a versão Gameboy Advance, que para além de possuir uma tradução mais fiel ao original, ligeiros updates gráficos, inclui novas classes, dungeons adicionais e claro, o bestiário onde poderemos ver detalhes adicionais dos inimigos que vamos enfrentando. Uma versão remasterizada, com gráficos actualizados foi lançada para plataformas mobile e posteriormente convertida para o steam, mas não me vou alongar nessa versão pois nunca a joguei.