Call of Duty: Black Ops Cold War (Sony Playstation 5)

Antes de partir para o meu próximo jogo longo, quis jogar alguns mais curtos pelo meio e um dos escolhidos foi precisamente este Call of Duty de 2020. É já o quinto jogo da subsérie Black Ops e como tem sido habitual aqui, foi mais um jogo desenvolvido pela Treyarch (e com o apoio da Raven), apesar deles terem entrado mais tarde no ciclo de desenvolvimento tendo substituído a Sledgehammer. No entanto, e felizmente ao contrário do Black Ops 4, voltaram a incluir um modo campanha no jogo e ainda bem que o fizeram caso contrário teria ignorado este jogo por completo tal como fiz com o BO4. O meu exemplar foi comprado em Outubro na loja Mr. Zombie por 12€.

Jogo com caixa e folheto publicitário ao Call of Duty Warzone, um free to play que inclusivamente pode ser lançado através do menu inicial deste Cold War.

Mas antes de continuar, permitam-me um pequeno desabafo pois vou precisamente começar pelo processo de instalação do jogo. Ao inserir o Blu-ray na drive o jogo começa a ser transferido para o disco, quer ao copiar ficheiros, quer ao descarregar updates. Até aqui tudo bem, mas eventualmente o jogo questiona-me o que é que quero jogar primeiro, para dar prioridade na instalação: Multiplayer, Zombies ou o Dead Ops Arcade. Mas onde é que está a campanha pergunto eu? Ao ver melhor as opções, o multiplayer tinha também uma descrição de base package, pelo que decidi lá começar por instalar esse na esperança que a campanha estivesse lá incluída. Depois de esperar imenso tempo, o sistema lá me tinha avisado que tinha descarregado/copiado o suficiente para iniciar o jogo. Ora e no menu inicial temos 3 opções: campanha, multiplayer e zombies. Onde é que está o tal dead ops? Bom, penso nisso depois e vamos para a campanha. Ops, afinal é preciso instalar. E como se não bastasse, não é um só download, mas sim três. Toca a deixar a Playstation em standby mais uns tempos e ir fazer outra coisa. Entretanto, o jogo também me pedia sempre que o iniciava para fazer login na minha conta Activision, com a desculpa de poder desbloquear algumas recompensas e ter suporte a cross saving caso quisesse continuar o jogo noutra plataforma. Inicialmente nem queria criar conta, mas por um lado estava curioso pelas tais recompensas e também não queria passar por todo o processo de ignorar o login de cada vez que iniciasse o jogo. As recompensas foram packs de texturas de qualidade superior… para os modos multiplayer e zombies.

Ocasionalmente poderemos escolher as respostas que queremos dar em certos momentos e isso poderá ter algumas consequências.

De resto, quando finalmente terminei a campanha o jogo não perdeu tempo em me perguntar se eu não queria desinstalar a mesma para poupar espaço em disco. Estamos a falar de um jogo que ocupa 277GB. A campanha ocupa 56., ou seja, pouco mais de 20% do jogo inteiro. Eu entendo que a grande parte das pessoas que jogam os Call of Duty é pelas suas vertentes multiplayer, mas esses modos de jogo irão constantemente receber updates. Saber que comprei um disco que me obriga a descarregar o modo campanha é só triste. E os packs de texturas de melhor qualidade, para além de serem uma recompensa apenas para quem registar conta na Activision também não é para mim de bom tom. Qualquer dia até começam a cobrar para ter gráficos melhores num jogo (se calhar até já o fizeram, não me dignei a pesquisar). E deixarem a campanha de fora desse “benefício” é mais um prego para os fãs como eu. Mas pronto, tinha mesmo de tirar isto do sistema! Como devem ter calculado não explorei nenhum modo multiplayer, até porque já há alguns anos que deixei de subscrever a Playstation Plus. Acredito que sejam excelentes e divertidos, mas deixei de me focar em conteúdo multiplayer há muito tempo, pelo que o artigo se irá incidir apenas na campanha. Já o Dead Ops Arcade confesso que até tinha curiosidade em jogar alguns níveis mas não o encontrei. Talvez estivesse perdido nos menus do modo zombies mas como estava um pouco chateado com estas atitudes da Activision nem me esforcei muito em procurar.

Depois da primeira missão, é tempo de criarmos a personagem que vamos controlar e os traços psicológicos escolhidos vão dar perks diferentes

Bom, indo para a campanha propriamente dita a mesma decorre primariamente no início da década dos anos 80, com a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética ainda bem forte. Bom, algumas missões são jogadas como uma espécie de flashback para o passado, mas o grosso está mesmo no início da década de 80, o que por si só já é excelente dado que é uma década pela qual eu nutro um certo carinho (mesmo só tendo nascido em 1986). Bom, na maior parte do tempo nós encarnamos numa personagem anónima, onde começarmos precisamente por nomeá-la, declarar a nossa origem “continental”, a nossa origem no mundo de agências de espionagem (CIA, MI6 ou ex-KGB) e os nossos traços psicológicos. Ora as primeiras escolhas creio que não influenciam em nada de especial, mas os traços psicológicos (dos quais devemos escolher dois) dão-nos diferentes perks, como a capacidade de suster mais dano, correr mais rápido, disparar armas de fogo com menos coice, entre muitas outras escolhas. A história em si segue uma vez mais aquela unidade de elite de operações clandestinas da CIA que desta vez persegue Perseus, um elusivo e altamente perigoso espião Soviético que aparentemente preparava um plano em larga escala.

Nos segmentos de pura espionagem vamos ter também portas para abrir de forma menos convencional

Ao longo do jogo iremos visitar vários locais como as cidades de Amesterdão ou Berlim (oriental) repleta de stasis, missões em plena guerra no Vietname, um aeroporto na Turquia entre vários outros locais, incluindo localizações Soviéticas como instalações militares na Ucrânia, nas montanhas dos Urais ou mesmo o coração do regime comunista na sede do KGB em Moscovo. A introdução de personagens como Ronald Reagan ou Gorbachev é outro brinde! As missões são practicamente todas de operações clandestinas como é habitual nos Black Ops, tipicamente de espionagem, infiltração e sabotagem, mas com um maior foco em todas as teorias de conspiração e espionagem que muito bem caracterizaram aquela década. Ao longo dos níveis vamos poder encontrar várias provas que podem ser lidas nos briefings de cada missão e temos inclusivamente duas missões secundárias, onde, para o melhor resultado, devemos resolver toda uma série de puzzles com base nas provas recolhidas anteriormente. Desde desencriptar mensagens secretas, ou analisar documentos para identificar suspeitos de espionagem. De resto, para além de tudo isto, a campanha continua cativante como sempre, estando repleta de momentos épicos. A missão em plena sede do KGB, para além de ser bastante não-linear, coloca-nos mesmo numa situação de tensão constante para não sermos descobertos, algo que a série já tinha feito igualmente bem também no Call of Duty WWII. A jogabilidade no geral continua idêntica o que não é necessariamente mau. Podemos carregar duas armas, dois tipos de granadas, equipamento diverso (binóculos ou câmaras, por exemplo), vida regenerativa e progresso salvo em checkpoints regulares.

A campanha em si está muito bem conseguida na minha opinião. E sim, uma missão de espionagem em plena sede do KGB foi muito boa, até pela sua não linearidade

Visualmente é um jogo excelente. Foi um prazer presenciar este revivalismo da década de 80, e todo o seu low tech com as disquetes floppies, terminais primitivos com CRTs monocromáticos, cassetes de fita magnética entre muitos outros detalhes, como as máquinas arcade com jogos da Activision dessa época. Aliás, vamos poder inclusivamente desbloquear esses clássicos (River Raid, Boxing, Pitfall e vários outros) para jogar livremente o que foi um bonito gesto por parte da Activision! De resto, gráficos muito bons e bem detalhados. O voice acting continua excelente e a banda sonora vai também buscar muitas influências dos anos 80, com músicas rock cheias de melodias em sintetizadores a misturarem-se nas músicas mais ambientais ou épicas pelas quais a série é bem conhecida.

Pitfall, e vários outros clássicos da Activision para a Atari 2600 estão escondidos na campanha sob a forma de várias máquinas arcade que podem ser interagidas (e jogadas!)

Em suma, tirando todo o processo desnecessariamente complicado para quem quiser apenas jogar a campanha, a insistência da Activision em forçar-nos para fazer login ou criar conta deles, gostei bastante da campanha deste Cold War. É um óptimo jogo de acção e para quem se interessa pela guerra fria ou simplesmente por histórias de espionagem e teorias de conspiração, este jogo é um excelente exemplo e mais uma entrada bastante sólida na série Call of Duty. Segue-se o Vanguard, que regressa à Segunda Guerra Mundial uma vez mais, mas ainda tenho de o arranjar um dia que me apareça a um preço simpático.

Call of Duty: Black Ops III (Sony Playstation 4)

Ora cá vamos a mais uma análise a um Call of Duty, desta vez para o primeiro que acabo por jogar numa PS4. E porquê? Bom, quando eu comprei a minha PS4 algures no início de 2016 tinha duas hipóteses: ou comprava um pack com um FIFA ou PES 2016 (sinceramente não me recordo qual dos dois), ou um outro pack com este Call of Duty. Ora tipicamente eu prefiro jogar FPS no PC, mas entre aquela escolha não havia mesmo margem para dúvidas!

Jogo com caixa e papelada.

E este é mais um FPS futurista, com a história a decorrer em 2065, ou seja, 40 anos após os acontecimentos da sua prequela. Mas infelizmente é um jogo que não tem muito a ver com o seu antecessor directo. Existe uma referência ao vilão Menendez e é practicamente isso. Aqui encarnamos uma vez mais num soldado de uma força de elite (com soldados cyborgs com habilidades sobrehumanas) e vamos ser mergulhados em mais um conflito à escala global entre várias forças. Bom… sem me querer alongar muito na história, devo dizer que a narrativa deste Call of Duty é de facto… diferente. E por um lado dou valor ao facto dos guionistas terem tido o seu momento David Lynch, a verdade é que, como um todo, a campanha deste jogo não foi a mais apelativa.

Uma das funcionalidades do cyborg que controlamos é precisamente a possibilidade de ter os inimigos realçados no ecrã

E sim, tal como nos restantes artigos que cá trouxe desta série, irei focar-me apenas no modo campanha, pois apesar de os Call of Duty terem vertentes multiplayer muito fortes, não cheguei sequer a experimentá-as, a não ser uma partida muito rápida do modo zombies. E modo campanha deste jogo é de facto diferente e já se começa a aproximar muito de certas mecânicas típicas dos multiplayer, a começar pelo facto de todo o modo campanha ser possível ser jogado em modo de co-op com até 4 jogadores. Os níveis são então bem maiores que o habitual na série, frequentemente com zonas bastante abertas e que nos darão acesso a caminhos alternativos para exploração de forma a melhor flanquear os inimigos. As outras aproximações ao multiplayer estão no facto de irmos ganhando pontos de experiência à medida que vamos matando inimigos e completar os diferentes desafios que poderemos fazer em cada nível, os chamados accolades, bem como as armas que vamos utilizando também vão subindo de nível com o uso. Entre cada nível visitamos sempre a nossa base onde poderemos, entre outras coisas, customizar as armas que vamos tendo acesso com os upgrades que vamos desbloqueando ou outras modificações meramente estéticas.

Antes de cada missão devemos escolher que armas queremos levar e que tipo de habilidades cibernéticas activar. Depois temos de aguentar com essa escolha, pelo menos até encontrarmos algumas caixas que nos permitem mudar de equipamento. Quer isto dizer que não podemos simplesmente ficar com as armas inimigos que encontramos por aí

Outra das coisas que podemos customizar são as nossas habilidades, pois como referi acima, o nosso protagonista é um cyborg. Poderemos então vir a ter acesso a habilidades que nos dão força ou agilidade sobre-humana para combates corpo-a-corpo mais intensos ou simplesmente fazer parkour pelos cenários, mas há habilidades bem mais interessantes para explorar, a meu ver. Isto porque muitos dos soldados que vamos enfrentar são também cyborgs ou robots e muitas das outras habilidades que poderemos vir a desbloquear servem para tirar proveito disso mesmo, como paralisar temporiamente os robots ou mesmo fritar os circuitos eléctricos dos cyborgs. Ou ainda, no caso de drones voadores, turrets ou poderosos mechas, poder inclusivamente passar a controlá-los temporariamente. É super divertido quando temos uma grande praça para limpar e controlar um drone inimigo para atacar as tropas completamente desprevenidas! E sim, o jogo quer mesmo que usemos e abusemos destas habilidades, pois como já referi acima, os níveis são relativamente longos e com muitos inimigos para enfrentar, em virtude de ter sido projectado para serem jogados cooperativamente.

Robots, vamos ter de os enfrentar às dezenas!

A nível audiovisual este é mais um jogo muito bem conseguido na série, com os seus cenários muito bem caracterizados. Iremos explorar principalmente 3 regiões diferentes, Singapura, Egipto e Zurique, na Suíça. Mas sendo um jogo futurista e visto que muitas dessas regiões estão a ser desvastadas pela guerra, não esperem por ver muitas localizações conhecidas. Mas é um jogo graficamente muito competente mesmo. A nível de som, esperem pelas músicas épicas de sempre e um voice acting bastante competente, embora tal como tinha referido acima, a narrativa deste jogo não me agradou assim tanto. Faltam as personagens carismáticas dos Black Ops anteriores!

Portanto este é um Call of Duty bastante competente a nível de jogabilidade, e as habilidades dos cyborgs foram muito benvindas. É que teremos mesmo de as usar de forma inteligente para ultrapassar alguns dos desafios que vamos recebendo. Mas lá está, a narrativa não é propriamente a mais cativante e o facto de aparentar ser um jogo always online não me agrada particularmente. A ver, em breve, como a Infinity Ward se safou com o Infinite Warfare. Já a Treyarch, com o Black Ops 4 a ser integralmente um jogo multiplayer, vou acabar por dispensar esse.

Call of Duty Black Ops II (PC)

Gostei bastante da história do primeiro Black Ops, por se centrar no período da Guerra Fria, nas décadas de 60 e 70. Este segundo jogo da subsérie Black Ops já decorre no futuro, no ano de 2025, onde controlamos principalmente David Mason, o filho de uma das personagens principais do primeiro jogo. Mas teremos também umas quantas missões passadas anos antes, ainda durante a Guerra Fria, que irão mostrar as origens do novo antagonista e a sua relação com elementos do primeiro jogo. O meu exemplar foi comprado em Maio de 2017 na Worten por 15€.

Jogo com caixa e papelada diversa

O antagonista é Raul Menendez (não é typo), líder de um grupo paramilitar que, em 2025, lança ataques tanto contra a China como contra os Estados Unidos, que naquela altura eram as maiores superpotências do planeta e aparentemente também estavam num clima de Guerra Fria, em luta pelo controlo de metais raros. Tal como referi acima, a história vai-se dividindo no confronto principal de 2025, mas também na década de 80, onde acompanhamos Alex Mason, Hudson e Woods numa série de operações que irão desvendar mais detalhes sobre o passado de todos eles e do próprio Raul Menendez. Uma coisa de realçar neste Call of Duty é o facto da história ser algo não linear e é influenciada por algumas acções que tomamos, como matar ou não determinados alvos ou falhar um ou outro objectivo principal. Isso irá ter algumas repercussões no final do jogo.

As missões de 2025 têm muita tecnologia

No que diz respeito à jogabilidade, bom, é um Call of Duty! Esperem por umas quantas missões furtivas, outras mais de conflito aberto. Tanto num caso como no outro, esperem também por algumas reviravoltas e as coisas complicarem-se sempre mais do que o previsto. Antes de começarmos cada missão podemos também customizar o equipamento a levar, mas confesso que nunca explorei muito isso, tenho-me contentado com as armas recomendadas para cada nível. Já estas são bastante variadas e, claro, nas missões que decorrem em 2025 teremos umas quantas armas futuristas que nos permitem identificar melhor os alvos mesmo que estejam atrás de objectos e algumas das armas até nos permitem disparar através de superfícies. Um fato com capacidades de invisibilidade também é algo que podemos usar, bem como poderemos (e muitas vezes teremos) de vir a controlar drones e outros robots blindados em algumas missões.

Lembro-me da polémica que foi terem retratado Savimbi como um herói neste jogo

Outra das novidades trazidas neste jogo são mesmo as Strike Missions. Estas são missões secundárias onde teremos um esquadrão de tropas para comandar, desde infantaria, drones, os tais robots blindados, entre outros. As missões possuem objectivos diferentes como defender objectivos, conquistar objectivos aos inimigos, escolta, entre outros, onde tanto poderemos controlar directamente qualquer um dos intervenientes do nosso esquadrão, bem como ir para uma vista aérea e controlar as nossas unidades como um RTS se trata. Tipicamente temos um tempo limite para completar a missão e os inimigos vão estar sempre a chegar em grande número, se bem que ocasionalmente também teremos alguns reforços do nosso lado. É uma novidade interessante para adicionar um pouco mais de longevidade à campanha principal, mas não sou grande fã de jogos de estratégia, portanto não posso dizer que me tenha divertido muito com estas strike missions. De resto contem com um extenso modod multiplayer, incluindo os Zombies, mas confesso que nem sequer os experimentei, pelo que não me irei alongar neles.

Ao longo do jogo poderemos optar por tomar certas acções que irão alterar o decurso da história

Graficamente acho que o jogo envelheceu melhor que os seus antecessores, em particular no detalhe gráfico dado às personagens principais. Os seus antecessores ainda apresentavam cenários bem detalhados para a época, mas com algumas texturas pobres e geometria simples em alguns edifícios e aqui, parece-me que este motor gráfico é bem mais capaz. É um jogo de 2012, a correr em settings ultra num PC de 2019, devo dizer que fiquei satisfeito com o nível de detalhe. Mas mais importante que isso é mesmo o jogo oferecer missões agradáveis em locais bastante distintos entre si, desde as planícies mais áridas de Angola ou mesmo do Afeganistão durante a década de 80, ou as metrópoles um pouco mais futuristas. As novas armas e gadgets estão também bem apelativos! De resto a narrativa é excelente, assim como a banda sonora que se vai adaptando bem à ambiência que cada missão requer.

Antes de cada missão principal podemos customizar as armas e restante equipamento que queremos levar

Portanto, e uma vez mais reafirmando que não experimentei nenhum do multiplayer nem os Zombies, que são habitualmente os maiores selling points dos Call of Duty, devo dizer que gostei bastante da campanha oferecida por este Black Ops II. É curta, é certo, e se calhar gostaria mais se estivesse focada maioritariamente no período da Guerra Fria tal como no primeiro jogo, mas as armas e gadgets futuristas também foram bem interessantes. As strike missions foram uma adição interessante à série, mas eu não sendo um grande fã de jogos de estratégia (e com o número limitado de tentativas que temos para as completar) devo dizer que pessoalmente, foi o ponto que menos gostei nesta aventura.

Call of Duty: Black Ops (PC)

Produzido pela Treyarch, que já nos tinha trazido no passado o Call of Duty World At War, e sendo lançado uma vez mais no meio da série Modern Warfare da Infinity Ward, a Treyarch decidiu desta vez apresentar-nos um jogo que decorre em plena Guerra Fria nos anos 60. O meu exemplar foi comprado há uns bons anos atrás, creio que na Game do Maia Shopping e se bem me recordo custou-me uns 10€.

Jogo com caixa, manual e papelada

A  história centra-se à volta de Alex Mason, um operativo norte-americano da CIA, que está a ser interrogado e vamos revivendo várias das missões secretas em que participou entre 1961 e 1968, a começar por uma tentativa falhada de assassinato do Fidel Castro em Havana, onde acabou por ser feito prisioneiro e enviado para uma prisão soviética. As restantes missões irão-nos revelar como Mason conseguiu escapar-se da prisão Soviética, bem como outras missões que nos colocarão no encalço de uns certos alvos Soviéticos que estão a preparar um ataque de larga escala nos Estados Unidos. Iremos então visitar vários teatros de guerra como o Vietname, Laos, Hong Kong, mas também algumas localizações no União Soviética. Sinceramente gostei bastante da campanha. Acho o período da Guerra Fria um período muito interessante da nossa história moderna, e todo o conceito de espionagem, contra-informação e os sleeper agents estão aqui bem representados.

O nosso arsenal é bastante vasto. Uma shotgun com cartuchos incendiários? Sim por favor!

Tal como muitos outros Call of Duty modernos, teremos um grande arsenal de armas de diferentes exércitos que poderemos vir a usar, embora apenas possamos carregar com 2 armas de cada vez, mais granadas e ocasionalmente teremos também de usar outro tipo de equipamentos, como os “marcadores” de alvos para artilharia. Vamos tendo missões variadas, umas com um maior foco em abordagens furtivas, outras grandes perseguições de veículos, ou mesmo uma missão onde pilotamos um BlackBird para a estratosfera e estamos a suportar uma missão de infiltração na superfície. Ocasionalmente também vamos tendo outros momentos interessantes, por exemplo adorei quando descemos um rio de barco, a destruir imensas estruturas do exército vietnamita, ao som de Sympathy for the Devil dos Rolling Stones, foi um momento muito Apocalypse Now! De resto, para além da curta campanha o jogo trouxe uma vez mais o seu modo Zombies, que já tinha sido introduzido no World At War, também da Treyarch. Este é um modo de jogo cooperativo, onde teremos de defender uma base de ataques zombies cada vez mais numerosos e agressivos. Sinceramente não perdi muito tempo com isto, até porque não tinha ninguém com quem jogar. O modo multiplayer competitivo também foi algo que não experimentei, mas tradicionalmente os Call of Duty são muito fortes nesse aspecto, ao introduzir vários modos de jogo, pontos de experiência que nos irão desbloquear novas armas e a possibilidade de as customizar ao nosso gosto.

Ocasionalmente teremos de controlar alguns veículos. Felizmente os helicópteros são bem mais fáceis de controlar que no Battlefield

A nível audiovisual, este Black Ops é um jogo que usa um motor gráfico já algo antigo, sendo derivado do próprio World At War. Portanto não esperem por um jogo que possua muita geometria nos cenários e modelos com muitos polígonos, mas ainda assim é um jogo que cumpre bem o seu papel. Os níveis vão sendo algo variados entre si, desde uma cidade de Havana desvastada pela guerra no início da década de 60, passando por vários níveis na Ásia, uns nas selvas de Laos e Vietname, outros mais urbanos como em Hong Kong. Outros níveis na Sibéria em instalações militares Soviéticas ou mesmo a cena do escape da prisão Soviética vão-nos levando ao longo de cenários algo distintos entre si. E sendo um jogo que se passa durante a década de 60, vamos ver imensa tecnologia retro espalhada ao longo dos seus vários níveis. O voice acting e o som no geral é bem competente, já a música possui até algumas músicas de artistas licenciados, como os já referidos Rolling Stones ou Creedence Clearwater Revival, bem como alguns artistas mais modernos nos seus modos multiplayer.

O jogo possui também os seus segredos, como este mini jogo escondido

Portanto este Call of Duty Black Ops, tenho de o analisar apenas pela sua campanha single-player, visto que não perdi tempo com os seus modos multiplayer, que seriam certamente os modos de jogo onde a sua comunidade de jogadores torrou mais tempo. E devo dizer que gostei bastante da sua campanha, mesmo sendo bastante curta. Mas tendo em conta que apenas tinha pago 10€ pelo jogo novo, acho que foi um valor mais que justo tendo em conta o que tirei do jogo. Estou curioso em ver como a Treyarch evoluiu este arco da história nas suas sequelas, mas o próximo Call of Duty que jogarei será mais um jogo da Infinity Ward, o Modern Warfare 3.

Call of Duty: World at War (PC)

Call of Duty - World at WarJá há bastante tempo que não trazia cá nenhum Call of Duty. Não que me faltem jogos da franchise por jogar, o que falta é tempo e muita vez a vontade de pegar neste ou naquele jogo não é a maior. Mas lá lhe dei uma oportunidade e até gostei daquilo que joguei. Nesta altura já não havia o frenesim de anos anteriores em FPS da segunda guerra mundial. Na verdade a Activision entrou pelos tempos modernos no Call of Duty Modern Warfare, lançado antes deste, e a coisa a partir daí esmoronou. Mas, com a Treyarch a desenvolver este World at War, foi tempo da Activision revisitar pela última vez (até agora) os teatros de guerra da 2a Guerra Mundial. Este meu exemplar foi comprado por cerca de 5€ na já extinta New Game do Maiashopping, algures em 2013.

Jogo com caixa, manual e papelada
Jogo com caixa, manual e papelada

Em conjunto com este World at War foi também lançado para a PS2 uma adaptação chamada Call of Duty World at War: Final Fronts, que já tinha referido num outro artigo. E apesar deste também se focar nas campanhas finais da Segunda Guerra, aqui apenas controlamos as tropas norte-americanas na conquista da ilha de Pelelieu e posterior invasão a Okinawa, enquanto que no teatro de guerra europeu, apenas jogamos com as tropas Soviéticas, principalmente da sua invasão da Alemanha e conseguinte tomada da cidade de Berlim.

Há que começar as coisas com algum dramatismo!
Há que começar as coisas com algum dramatismo!

E eu nunca fui um grande fã das batalhas do pacífico, pois são quase todas em clima de guerrilha, com japoneses camuflados enfiados em foxholes, ou escondidos nas árvores. Mas aqui, se calhar os bons gráficos para a época ajudaram, e até achei a campanha norte-americana no pacífico bem agradável desta vez. A soviética é toda jogada nos olhos do mesmo soldado, cujo primeiro nível começa na batalha de Estalingrado, após os Nazis a terem conquistado e assassinado imensos compatriotas soviéticos. Essa primeira missão soviética é uma sniping mission, onde teremos quase sempre de ter uma abordagem muito mais furtiva. As outras missões são mais genéricas, com os típicos objectivos de destruir artilharia pesada, ou de invadir e controlar alguns pontos estratégicos. Claro que, no lado do pacífico, nos vai levar por muitas selvas e culminando num grande castelo em Okinawa, já no lado soviético serão em paisagens rurais, mas também nas ruínas de grandes cidades como Estalinegrado ou Berlim, com passagens inclusivamente pelas suas estações de metro. Ainda assim teremos também 2 missões de veículos. Do lado americano faremos parte da tripulação de um avião anfíbio, onde teremos de destruir uma frota japonesa e resgatar alguns dos nossos soldados em pleno oceano, já do lado soviético controlamos um tanque e iremos enfrentar algumas batalhas de tanques bem interessantes.

A campanha norte-americana exige alguma discrição e furtividade. Afinal, o clima é sempre de guerrilha
A campanha norte-americana exige alguma discrição e furtividade. Afinal, o clima é sempre de guerrilha

A jogabilidade é a tradicional de um Call of Duty, com a possibilidade de equipar apenas 2 armas em simultâneo, mas com uma grande oferta de diferentes tipos de armas, tanto americanas, soviéticas, nazis ou japonesas. A vida passa também a ser regenerativa, deixam de haver recursos aos medkits. E connosco acompanham-nos outros membros do nosso esquadrão que nos auxiliam a combater o fogo inimigo, bem como nos dão algumas dicas do que teremos de fazer (como se as estrelinhas que marcam os objectivos no mapa já não fossem ajuda suficiente). De resto teremos também a vertente multiplayer, que tanto pode ser a campanha jogada em modo cooperativo, ou o multiplayer competitivo mais robusto, com direito a diferentes níveis e rankings que podem ser evoluídos consoante a nossa performance. Não perdi muito tempo nisto, assim como pouco tempo perdi no modo de jogo que desbloqueamos após chegar ao final da campanha, os Nazi Zombies. Aqui enfrentamos ondas após ondas de zombies nazis e o nosso objectivo é meramente o de sobreviver. Quantos mais zombies matarmos, mais dinheiro ganhamos, dinheiro esse que pode ser gasto a comprar mais e melhor armamento ou melhorar as nossas defesas. Sei que seria muito a pedir à Treyarch, que provavelmente desenvolveram aquilo só numa de brincadeira, mas acho que teria bem mais piada em fazer uma pequena campanha com nazi zombies.

O apogeu está precisamente na invasão a Berlim, e sua conquista casa-a-casa até finalmente se invadir o Reichstag
O apogeu está precisamente na invasão a Berlim, e sua conquista casa-a-casa até finalmente se invadir o Reichstag

Nos audiovisuais é um jogo bem competente. Para quem jogou o Modern Warfare na sua época, este World at War possui gráficos ligeiramente melhores, pois usa o mesmo motor gráfico do anterior. E quando o joguei, ao ver as “bonitas” paisagens, suspirei de saudades em termos um novo FPS do género. Com a capacidade gráfica dos PCs e consolas actuais, um novo Call of Duty nesta época cairia que nem ginjas. Ou melhor… boa dica para a Gearbox, eles que terminem a história dos Brothers in Arms que já dava jeito. As músicas tanto vão daquelas orchestrações mais épicas que séries como esta ou Medal of Honor tanto nos habituaram, ou então música mais electrónica ou rock em certos segmentos que, apesar de nem resultar mal de todo, não deixa de ser um pouco estranho estar a ouvir algo tão descontextualizado.

A ver se em breve instalo o Call of Duty Modern Warfare 2 e dou finalmente o seguimento à série que até nem levam muito tempo a serem finalizados os modos de campanha. Resumindo, achei este um FPS competente, não reinventa a roda, mas para quem gostar de videojogos centrados na Segunda Guerra Mundial, terá aqui mais um bom exemplo para se divertir.