Ms. Pac-Man (Sega Mega Drive)

Vamos continuar pelas rapidinhas, desta vez com a Mega Drive para a conversão deste sistema do Ms. Pac-Man, um jogo originalmente desenvolvido pela Midway (que detinha os direitos do Pac-Man nos Estados Unidos) à revelia da própria Namco (criadora do Pac-Man), sendo que esta acabou mais tarde por comprar os direitos deste Ms. Pac-Man e até acabaram eles mesmo por desenvolver algumas das suas conversões. Um bom exemplo disso é precisamente este lançamento europeu para a Mega Drive. As versões Master System e Genesis foram lançadas pela Tengen em 1991, enquanto que a versão europeia da MD já sai na Europa só em 1995, já com a Namco como referência. E a razão pela qual este artigo é uma rapidinha é porque já cá trouxe no passado uma breve análise à versão Master System, que por sua vez é bastante competente. O meu exemplar veio de uma CeX no passado mês de Julho, estando em muito bom estado.

Jogo com caixa e manuais

Tal como na versão Master System, aqui dispomos de vários modos de jogo, desde o tradicional de 1 jogador, 2 jogadores alternados ou 2 jogadores em simultâneo, que pode ser jogado tanto de forma competitiva como cooperativa. Também tal como na versão Master System, este Ms. Pac-Man tem a opção de activarmos o Pac-Booster que nos permite andar pelos labirintos a altas velocidades. De resto, o objectivo é o mesmo de sempre, percorrer os labirintos e comer todos os círculos que por lá estão espalhados, enquanto fugimos de uma série de fantasmas coloridos que nos perseguem. Os círculos maiores quando comidos enfraquecem os fantasmas durante alguns segundos, sendo que poderemos aproveitar esse tempo para os devorar para amealhar mais pontos. Ocasionalmente vão surgindo vários outros itens como diferentes frutos e outras comidas que podem também ser apanhados para obter mais pontos. Para além dos labirintos disponíveis no modo arcade, o jogo possui também outros conjuntos de níveis como labirintos mais pequenos sem scrolling vertical, outros bem maiores e os labirintos “strange” que possuem por vezes padrões de labirinto mais incomuns.

Estas versões da Tengen são mais que meras conversões e acrescentam alguns novos modos de jogo e labirintos

De resto a nível audiovisual este é um jogo muito simples como seria de esperar visto que o original arcade é de 1981. Ocasionalmente temos pequenas cut-scenes entre níveis que mostram como é que a Ms. Pac-Man e Pac-Man se conheceram, apaixonaram e constituíram família, o que é sempre um detalhe engraçado. Os efeitos sonoros são extremamente simples como é típico nos Pac-Man clássicos e as músicas são pequenas melodias que vamos ouvindo ocasionalmente como nos menus e durante as já referidas cut-scenes.

De resto a jogabilidade é o que se espera de um Pac-Man clássico

Portanto esta versão do clássico Ms. Pac-Man é mais uma sólida conversão do clássico da Midway mas que acrescenta também uma boa quantidade de conteúdo adicional como diferentes labirintos, a habilidade do Pac-Booster ou diferentes modos de jogo multiplayer.

Cheese Cat-Astrophe (Sega Mega Drive)

A versão Master System deste Cheese Cat-Astrophe foi um dos jogos que joguei na minha infância, embora só muito mais tarde vim a ter o jogo na colecção. E apesar de na altura ter achado a versão Master System um jogo algo mediano, sempre tive curiosidade em jogar também a versão Mega Drive, pois pelo menos do ponto de vista gráfico, nota-se bem o salto de geração de hardware! Curiosamente vim a saber muito recentemente que tanto as versões 8bit como 16bit foram produzidas pelo estúdio francês da Cryo Interactive, os mesmos que nos trouxeram as aventuras gráficas na primeira pessoa da Atlantis e mais uns quantos jogos, nem sempre lá muito bons. Talvez por ter sido um estúdio francês terá sido a razão pela qual esta versão nunca saiu nos Estados Unidos? O meu exemplar foi comprado numa CeX algures no mês passado, creio que por 18€.

Jogo com caixa

A história é a mesma da versão Master System, o gato Sylvester rapta a namorada de Speedy (e mais uns quantos dos seus amigos), pelo que termos de ir salvando uma série de ratos ao longo de todos os níveis. Este é então um jogo de plataformas com mecânicas de jogo algo simples e com um foco bem acentuado na exploração, pois teremos de passar cada nível a pente fino e salvar 3 ratos que estão escondidos em cavernas (onde tipicamente até temos de arranjar forma de as abrir) e só depois é que a saída para o nível seguinte fica desbloqueada.

O jogo começa com uma introdução bem animada do Sylvester a raptar a namorada de Speedy

A nível de controlos temos o botão B para saltar e o botão C para atirar chapéus em forma de bumerangue (emora precisemos de os coleccionar primeiro) e o botão A para Speedy acelerar, tal como nos jogos do Sonic. Pressionando o botão A e cima em simultâneo faz com que Speedy atire uma corda, permitindo-lhe alcançar algumas plataformas mais altas, embora esta manobra só funcione em plataformas que tenham um certo relevo que permitam ao laço da corda se prender lá. Temos então três formas de ataque, saltando em cima dos inimigos, atirar chapéus e correr por entre eles, Sonic style. Na parte de cima do ecrã vemos um queijo (que serve de barra de vida) e um pimento que serve de barra de fadiga, pois sempre que corremos essa barra vai-se esvaziando um pouco. Coleccionar queijos regenera a barra de vida, enquanto que coleccionar pimentos (apenas os grandes) permitem-nos regenerar a tal barra de fadiga. E apesar de Speedy correr bastante rápido, não é recomendado que usemos essa habilidade constantemente, pois existem alguns inimigos indestrutíveis ou outros obstáculos que poderemos não conseguir nos desviar atempadamente. Será no entanto necessário usar essa habilidade para alcançar algumas plataformas mais longínquas ou até abrir algumas das cavernas onde temos ratos para salvar.

Podemos atirar cordas para subir a plataformas, mas isto apenas funciona em plataformas que tenham um certo relevo como o ilustrado

Graficamente o jogo até que é bastante competente, ao apresentar gráficos bastante coloridos e bem detalhados, particularmente a sprite do próprio Speedy que está bem detalhada e com bastantes animações. Os cenários são igualmente bastante detalhados e coloridos e possuem alguma variedade entre si. Temos vários níveis com paisagens tipicamente mexicanas, como os seus desertos, montanhas e aldeias com as suas arquitecturas tradicionais, mas também vamos fazer um desvio ao Hawai em ilhas vulcânicas, inclusivamente com o obrigatório nível subaquático. Os últimos níveis já têm uma influência mais industrial, onde vamos atravessar uma central eléctrica e o interior de uma fábrica de queijo, onde iremos defrontar Sylvester pela última vez. As músicas são agradáveis e como devem calcular muitas delas possuem uma sonoridade que vai buscar algumas melodias típicas de música tradicional mexicana. Os efeitos sonoros no entanto por vezes deixam algo a desejar, como é o caso do barulho das explosões que não tem nada a ver.

Se encontrarmos todas as cenouras em todos os níveis, o Bugs Bunny irá dando algumas passwords sempre que transitamos de mundo em mundo

Portanto este Cheese Cat-Astrophe é um jogo de plataformas decente para a Mega Drive, particularmente no plano técnico pois apresenta visuais muito bem detalhados e coloridos. No entanto, o seu foco na exploração devido à obrigatoriedade de salvar todos os ratos antes de avançar de nível, acaba por tornar alguns níveis um pouco aborrecidos, pois teremos mesmo de passar todos os níveis a pente fino.

The Lawnmower Man (Sega Mega Drive)

Este The Lawnmower Man é um jogo bizarro, mas que me traz algumas boas memórias. Lembro-me que foi um jogo que ofereci a uns amigos de infância no seu aniversário (eles são irmãos gémeos) e ficamos a tarde toda a jogar, mas sem entender nada do que estava ali a acontecer no ecrã. Eventualmente lá arranjei um exemplar para mim que me veio parar às mãos algures em Julho deste ano, depois de o ter comprado a um amigo por 5€.

Jogo com caixa

E este jogo é também baseado num filme de mesmo nome que nunca cheguei a ver. Não sei até que ponto é que o jogo é fiel aos acontecimentos do filme, mas basicamente havia alguém que era muito, muito burro, o tal “jardineiro” chamado Jobe Smith. Uma equipa de cientistas que trabalhava em inteligência artificial e realidade virtual decide fazer experiências no Jobe e de facto ele ficou muito mais inteligente, mas também bastante agressivo. Aparentemente quer dominar o mundo ao controlar todos os computadores através de realidade virtual e nós teremos de evitar que isso aconteça.

Os níveis em sidescrolling possuem gráficos com sprites pequenas, mas tudo está bem detalhado na minha opinião

No que diz respeito à jogabilidade, este é um jogo bastante original e bizarro nesse aspecto. Começamos por jogar numa zona residencial e o jogo aí assume-se como um jogo de acção 2D sidescroller, onde com um botão disparamos a nossa arma, com o outro saltamos e o botão C serve para carregar e disparar uma outra arma especial. Aqui temos de jogar de forma cuidada pois os inimigos precisam de levar com uns quantos disparos, enquanto que a nós basta-nos levar com um tiro para perder uma vida. Iremos também encontrar imensos itens e power ups, que tanto nos fazem aumentar a pontuação, vidas extra ou servem de upgrade para a nossa arma. Os CDs que vamos encontrando, se coleccionados em número suficente, permitem-nos usar o Virtual Cyber Suit, que basicamente nos permite sofrer algum dano antes de perder uma vida. Ocasionalmente vamos encontrar também alguns terminais que podemos hackear, ao resolver uma série de padrões lógicos ao adivinhar que número ou símbolo irá surgir numa determinada série. Se conseguirmos desbloquear o terminal, este explode, libertando bastantes power ups para apanhar.

Os níveis na primeira pessoa possuem gráficos muito estranhos

Uma vez chegando à saída do nível teremos de entrar num portal que nos leva ao mundo virtual. Aqui tipicamente jogamos numa perspectiva de primeira pessoa, onde a nossa personagem se move automaticamente e onde teremos de nos desviar de uma série de obstáculos até chegar à saída. Ocasionalmente teremos também de defrontar uma série de inimigos onde a nossa personagem pára de se mover automaticamente e poderemos então combater os inimigos mais calmamente. O jogo vai estar constantemente a alternar entre os níveis em 2D sidescrolling e estes segmentos na realidade virtual, sendo que também teremos outros níveis na realidade virtual onde conduzimos uma nave espacial. Aqui não só teremos de nos desviar dos obstáculos, bem como combater alguns inimigos ou destruir obstáculos que nos surjam à frente.

Já os níveis onde conduzimos a nave espacial, apesar de serem algo frustrantes, possuem alguns efeitos gráficos muito interessantes.

A nível audiovisual, bom, os segmentos em 2D sidescroller até que possuem cenários variados e bem detalhados. A escala do que vemos no ecrã é pequena, tanto nas sprites das personagens principais e inimigos, bem como os objectos do cenário, mas tudo tem um bom nível de detalhe na minha opinião. Quando transitamos para a realidade virtual, os níveis na primeira pessoa apresentam uns gráficos muito estilizados e, apesar de simples, representam uma interpretação algo exótica do que seria viajar num mundo cibernético. Já aqueles segmentos onde pilotamos uma nave espacial possuem alguns efeitos gráficos bastante interessantes. Já no que diz respeito ao som, nada de especial a apontar aos efeitos sonoros, já as músicas sinceramente achei-as surpreendentemente boas! E ao consultar a base de dados do Sega Retro, este é um jogo que usa um sound driver customizado e não o sofrível GEMS, portanto isso também ajuda.

Ao interagir com os terminais temos de resolver uma série de puzzles lógicos onde teremos de escolher qual das quatro figuras de baixo é a solução para a série apresentada acima

Portanto este Lawnmower Man é um jogo original, porém bastante bizarro. Os seus segmentos de realidade virtual podem ser um pouco frustrantes porque nem sempre é fácil desviarmo-nos atempadamente dos obstáculos e não tanta margem de erro assim, mas não deixam de ser segmentos interessantes. Para além de uma versão para a Gameboy que não tenho grande curiosidade de experimentar, esta versão saiu também na Super Nintendo e aparentemente inclui ainda alguns níveis extra. Também estou curioso para ver como implementaram os segmentos de realidade virtual nessa versão! Existe também uma versão para PC e Mega CD que também estou curioso em experimentar no futuro, pois é uma versão completamente diferente desta da Mega Drive/SNES.

Primal Rage (Sega Mega Drive)

Vamos a mais uma super rapidinha, desta vez na Mega Drive e uma nova abordagem ao Primal Rage, que já cá trouxe a versão SNES no passado. E apesar do jogo não ter sido propriamente um grande clássico, foi um daqueles títulos lançados no seguimento do Mortal Kombat, sendo um jogo de luta bastante violento e desenvolvido originalmente com sprites pré-renderizadas. A sua versão arcade era então um jogo bem bonito e violento, cujas adaptações para as consolas da época vieram sempre com algumas limitações, particularmente as versões 8 e 16bit. O meu exemplar foi comprado em Novembro numa CeX, tendo-me custado 10€.

Jogo com caixa e manuais

A versão Mega Drive, apesar de não possuir a censura de uma das fatalities que existe na versão Super Nintendo, acaba por ser uma conversão que fica muito aquém das expectativas. Graficamente, tanto as personagens como os cenários não possuem tanto detalhe visual devido às limitações impostas pelo hardware da Mega Drive. Os lutadores perderam muitos frames de animação, sendo esta versão também menos fluída que a da SNES. Para além disso, aparentemente esta conversão foi baseada numa versão mais antiga do original, faltando-lhe alguns combos e fatalities. De resto, tirando estes inconvenientes, é practicamente a mesma coisa que a versão SNES, pelo que recomendo a leitura desse artigo para mais detalhes.

Wayne Gretzky and the NHLPA All-Stars (Sega Mega Drive)

Voltando à Mega Drive e às rapidinhas, vamos agora ficar com um jogo de desporto, nomeadamente este Wayne Gretzky and the NHLPLA All-Stars que, como o nome indica, é um jogo de hóquei no gelo. Foi desenvolvido pela Time Warner Interactive e lançado para a Mega Drive e Super Nintendo. O meu exemplar foi comprado num lote de uma Mega Drive II em caixa com vários jogos em caixa, que me custou apenas 30€ numa feira de velharias algures durante o mês passado. Já há muito tempo que não apanhava um lote tão bom numa feirinha!

Jogo com caixa e manual pt

Aqui dispomos de diversos modos de jogo, desde partidas amigáveis, passando por diversos tipos de torneios ou um campeonato completo. Sendo este um jogo licenciado pela NHLPA, suponho que todos os jogadores sejam reais e representativos das suas equipas numa determinada temporada NHL. Teremos imensas equipas do continente norte-americano para escolher, bem como algumas equipas all-stars que representem selecções nacionais. Para além disso temos também alguns modos de treino que nos permitirão testar alguns aspectos do jogo, como o passe, remate ou os “pontapés de saída”, que sinceramente não sei qual a expressão para o hóquei no gelo.

Sempre que há um golo ou uma falta temos um pequeno vídeo ilustrativo

De resto, a nível de jogabilidade parece-me ser um jogo competente, com um botão para correr, outro para passar e um outro para rematar, caso estejamos a jogar ofensivamente. Se estivermos na defensiva, temos um botão para tentar roubar a patela, outro para correr e um outro para seleccionar o jogador mais próximo da patela. Teremos várias opções para customizar as partidas, tornando-as mais arcade ou mais próximo de simulações. Tal como alguns jogos NHL, é também possível activar as lutas, mas sinceramente nunca percebi muito bem como é que as desencadeamos.

Também podemos andar à porrada, mas não esperem por um motor de luta de qualidade

A nível audiovisual acho que até é um jogo bem interessante. Os ecrãs de escolha de equipas são engraçados e bem detalhados, a acção durante as partidas é rápida quanto baste, os jogadores possuem boas animações e há também um outro detalhe muito interessante que devemos mencionar. Sempre que há alguma falta ou golo, surge uma janela no meio do ecrã que mostra um pequeno vídeo em FMV que ilustra diferentes golos ou faltas. Um detalhe muito interessante na apresentação do jogo! A nível de som, nada de especial a apontar, vamos ouvindo alguns comentários básicos ocasionalmente e as partidas estão repletas daqueles sons característicos do desporto, como as buzinas a tocarem sempre que há um golo. Tudo isto acompanhado do ruído do público, claro.

Portanto este Wayne Gretzky até que me pareceu um jogo de hóquei no gelo bem competente, embora a crítica, pelo pouco que vi, não parece ter gostado muito do jogo. Mas também é verdade que não faltam alternativas na Mega Drive, a começar pela própria série da Electronic Arts.