eXceed 3rd- Jade Penetrate Black Package (PC)

De volta para mais um shmup todo bullethell, logo implica mais uma rapidinha. eXceed 3rd – Jade Penetrate Black Package é o terceiro jogo da série eXceed, uma de várias séries “indies” japonesas, os chamados doujins, que tal como os anteriores tem como protagonistas meninas todas “cute” que certamente agradam a muitos quarentões barrigudos (kawaiiiiiiiiiiiii), mas a mim nem por isso. E também tal como os outros jogos é uma experiência completamente bullethell que apesar de ser bonito ver todas aquelas cores e efeitos no ecrã, um gajo tem mesmo de ter bastante perícia e paciência para aprender todos os padrões e sobreviver. Também tal como os outros jogos, foi comprado algures no ano passado num indiebundle, tendo-me custado muito pouco.

eXceed 3rdA primeira diferença que notamos face ao anterior é que a história leva um rumo diferente, deixando de lado o conflito entre vampirinhas e as gun bullet children, outras jovens raparigas com poderes especiais, utilizadas como armas numa ordem religiosa qualquer. Aqui a história continua sem ter grande interesse para mim, isto mesmo por causa de todos os “cute characters” que pessoalmente não acho muita piada. Desta vez as protagonistas são um híbrido entre dragões e demónios e a nossa personagem quer-se tornar uma espécie de líder lá do sítio, tendo para isso de derrotar outras meninas que pretendem o mesmo.

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Desta vez acho que os gráficos do jogo ficaram melhorzinhos

Mas o que interessa neste tipo de jogos não é a sua história mas sim a sua jogabilidade, e este jogo parece-me ser uma espécie de regresso às mecânicas do primeiro. Ficaram assim descartadas as mecânicas de dualidade de energias à lá Ikaruga, que tinham sido implementadas no eXceed 2nd. Aqui para além dos ataque normal, temos também as bombas, que podem ser disparadas automaticamente quando estamos prestes a perder uma vida, ou os ataques especiais, que só podemos lançar quando tivermos enchido uma barrinha de energia no fundo do ecrã. Ao longo do jogo podemos também ser recompensados com mais bombas ou outros “ajudantes”, que também atacam continuamente e o melhor de tudo, é fogo direccionado para os inimigos.

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Para quem gostar destas personagens todas cutxi cutxi, o artwork até pode ser bom

Para alem do resto, o jogo tem vários graus de dificuldade, para mim o easy é mais que suficiente, pois todos aqueles projécteis no ecrã ao mesmo tempo exigem mesmo muita paciência a decorar padrões e perícia a estar constantemente à procura do buraco da agulha. Graficamente é um jogo com backgrounds simples, como tem sido habitual. No entanto todos os efeitos de luzes e todos os projécteis no ecrã ao mesmo tempo dão um toque mais bonito à coisa. Mas por vezes exageram e a poluição visual é tanta que acabamos por nos perder no meio de toda aquela cacofonia visual e lá se vai mais uma vida à vida (no pun intended). O voice acting é algo que também não me diz muito e apesar de o jogo ter sido localizado (aparentemente pela Capcom), e os diálogos estarem todos traduzidos, durante o jogo vamos ouvir muitas falas em japonês que não sofreram qualquer tradução. As músicas é que vão sendo mais variadas e isso já me agradou. Desde cenas mais electrónicas, ou mais rock/metal com influências neoclássicas, isso já é bem mais a minha onda.

No fim de contas parece-me um shmup competente para quem gosta do género bullethell, o que não é o meu caso. Para os restantes, então o melhor é mesmo passar ao lado.

eXceed 2nd Vampire REX (PC)

Tempo agora para mais uma “Rapidinha”, desta vez ao shooter “bullet hell” eXceed 2nd Vampire REX, uma sequela ao Exceed Gun Bullet Children já aqui analisado. Tal como o primeiro jogo, este é daqueles que apenas os masoquistas, ou fãs hardcore do género vão apreciar, pois a dificuldade do jogo é muito elevada. Também tal como o jogo anterior, este também me chegou à colecção do steam algures durante este ano, num bundle qualquer. Certamente terá ficado muito barato.

eXceed 2nd Vampire REXA história é a mesma salganhada que mistura vampiros e humanos membros da igreja num eterno conflito. Após os acontecimentos do primeiro jogo, os vampiros e humanos arranjaram forma de co-existir pacificamente, mas foi sol de pouca dura, pois a Igreja lá do sítio decidiu utilizar as suas crianças elite Gun Bullet Children para dizimar todos os vampiros. Então este jogo torna o tabuleiro ao contrário, onde jogamos com a menina Ria File, metade vampira e humana, enfrentando as Gun Bullet Children do jogo anterior e outras.

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A história vai sendo contada em diálogos deste género, no início de cada nível e entre o combate de cada boss.

A jogabilidade vai buscar muita coisa ao Ikaruga, nomeadamente a polaridade dos projécteis. Assim sendo, mediante a polaridade que escolhemos, somos invulneráveis aos projécteis da mesma cor e vulneráveis aos contrários. Por outro lado, se atacarmos os inimigos com a polaridade inversa, também daremos mais dano. Para além do mais, existem 2 outras mecânicas de jogo a ter em conta: uma é o nível de dificuldade que vai aumentando consoante a nossa performance e diminuindo se formos atingidos. Ver alguém a jogar este jogo completo no nível máximo é uma autêntica proeza de memorização de padrões e reflexos rápidos. Outra é a barra de energia que se vai enchendo mediante os projécteis que conseguimos absorver. Quando enche, podemos desencadear um ataque especial bastante poderoso.

Graficamente quase nada mudou face ao jogo anterior, os backgrounds continuam muito simplistas e alguns até são iguais aos de Gun Bullet Children. A melhoria está mesmo nos efeitos gráficos dos projécteis e ataques especiais que estão bem mais coloridos e “flashy“. O artwork é algo que apenas agradará aos amantes de anime mais “lolita”, pois todos os protagonistas são crianças com as suas vozes irritantes. Eu gosto de anime, mas algo “à homem”. Por outro lado as músicas estão muito boas, algumas electrónicas com um pacing muito rápido, outras mais neoclássicas.

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Boa sorte.

No fim de contas este parece-me ser um excelente desafio para quem gosta de shooters bullet-hell, já eu não tenho jeito nenhum para isso. Para os restantes, não é um jogo que aconselhe de todo. Eu já não sou o maior fã de shooters de “navinha”, bullet hell muito menos.

eXceed: Gun Bullet Children (PC)

Voltando aos jogos indie, para mais um artigo curto, pois não há muito a referir neste jogo. eXceed é uma série de shooters desenvolvidos pelo estúdio indie japonês Tennen-Sozai, previamente conhecido por FLAT. Apesar de possuir uma jogabilidade simples e “straight to the point“, este jogo é um autêntico bullet-hell, exigindo do jogador reflexos rapidíssimos e uma excelente memória, para estar constantemente à procura do buraco da agulha no meio de tanto projéctil. Este jogo veio-me parar à minha conta da Steam por intermédio de mais um dos muitos bundles  a preços baixos que se vêm por aí, desta feita o Indie Gala Summertide, em conjunto com os outros 2 jogos da série entre outros.

eXceed Gun Bullet ChildrenComo muitos shooters deste género, existe uma história por detrás, que por muitas vezes acaba por ser ignorada. Neste caso, apesar de a mesma ir sendo contada através de cutscenes, o contexto nem sempre é claro. Basicamente há muitos e muitos anos atrás, houve uma enorme guerra entre Deus e vários anjos que se revoltaram. A humanidade lutou ao lado das forças divinas, porém após imensas causalidades, teve a preciosa ajuda do anjo Anhel. Após a batalha, o anjo ficou seriamente ferido precisando de entrar num longo sono para curar as suas feridas. Então a igreja lá do sítio decidiu criar um enorme templo e uma ordem de cavaleiros para proteger o anjo até ao momento em que Anhel seja reanimada. Meanwhile, a igreja criou também as Gun Bullet Children, jovens que adquiriram enormes poderes mágicos para lutar contra as forças das trevas, a troco de encurtarem bastante a sua esperança média de vida. E é nessas GBCs que o jogo se centra, onde podemos escolher uma de 3 diferentes personagens para jogar: Sowel, Chinatsu e Miyabi. Ao contrário dos outros 2 eXceed que seguiram este jogo, este Gun Bullet Children foi o único que não teve uma localização oficial para inglês. Embora seja possível ler o script da história no website da editora responsável por lançar os jogos por estas bandas, a melhor solução é mesmo aplicar um patch de tradução por fãs que traduz todo o texto do jogo, embora o audio ainda seja em japonês.

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No final de cada nível como habitual existe um boss, todos eles autênticas esponjas de balas.

De resto, passando para a acção em si, existem dois tipos diferentes de disparos, os standard e os especiais, sendo esses completamente diferentes mediante a personagem escolhida. Depois os inimigos vão largando alguns items ao ser destruídos, servindo ou para aumentar pontuação ou aumentar uma barra lateral de energia. Quanto mais preenchida estiver essa barra, maior é o dano infligido aos inimigos. Contudo ao ser atingido por balas inimigas ou usar um continue, perde-se esse bónus, excepto quando o mesmo já está no nível máximo. Fora isto a jogabilidade é realmente simples, as únicas diferenças estão nos ataques diferentes das 3 meninas jogáveis. Mas enquanto as mecânicas de jogo são simples, a dificuldade nem por sombras. Mesmo nos níveis mais baixos de dificuldade, os inimigos despejam um autêntico inferno de balas, requerendo muita destreza para as desviar, e reconhecer os seus padrões de movimentos.

Graficamente é um jogo muito, muito simples. Tirando as cutscenes em que aparece algum artwork das personagens jogáveis e inimigos principais, tudo o resto é muito simples, desde os inimigos comuns, até aos cenários de fundo que são muito desinspirados, sendo sempre a mesma coisa a repetir-se ao longo do nível. O voice acting é inteiramente japonês, com todas as vozes clichés da animação japonesa da actualidade. Já a música é bastante engércia e tem sempre uma toada electrónica por detrás.

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De facto há alturas em que não se sabe mesmo o que fazer.

As internetes dizem que os outros 2 jogos são bem melhores, quero acreditar nisso. No fim de contas, este é um dos jogos que apenas consigo recomendar aos mais ávidos fãs de shooters bullet-hell, devido ao seu pouco conteúdo e um aspecto ainda muito pouco polido.