The NewZealand Story (Sega Master System)

Vamos voltar à Master System, desta vez para a adaptação de mais um clássico arcade da Taito. Depois de Bubble Bobble e Rainbow Islands, este The NewZealand Story foi o próximo jogo de plataformas que a Taito desenvolveu nas arcades. Apesar de possuir mecânicas diferentes que as dos seus antecessores, possui o mesmo carisma, com animais fofinhos como protagonistas e gráficos coloridos. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu no passado mês de Junho por 5€.

Jogo com caixa e manual

A história leva-nos a controlar Tiki, um dos muitos kiwis (a ave, não a fruta) que vivia tranquilamente mais os seus companheiros num jardim zoológico qualquer na North Island, na Nova Zelândia. Até à chegada do Wally Walrus, que os capturou a todos, claro. O objectivo do jogo será então o de percorrer uma série de níveis de forma a encontrar e libertar os kiwis no final dos mesmos. Ao longo do jogo iremos percorrer várias regiões da Nova Zelândia (na verdade, aparentemente são sempre jardins zoológicos) e entre cada mundo teremos também um boss para enfrentar.

Graficamente o jogo está muito interessante para uma Master System, com sprites grandes e bem detalhadas

As mecânicas de jogo são simples, com um botão para saltar e outro para atacar. No entanto, sendo este um jogo arcade, esperem por um desafio acima da média. Por um lado, os níveis começam a tornar-se bastante labirínticos, mesmo havendo algumas indicações visuais de quais caminhos tomar. Depois, ao mínimo dano perdemos logo uma vida. Os cenários estão repletos de obstáculos como superfícies com espinhos e os inimigos fazem respawn constante, para além de por vezes existir a tendência de eles surgirem nos sítios mais sensíveis como corredores apertados. No entanto não estamos indefesos. Por defeito o Tikki pode disparar flechas, mas à medida que vamos atacando inimigos, poderemos apanhar também outras armas que nos dão diferentes projécteis, ou outros itens úteis como invencibilidade temporária ou paralisar temporariamente todos os inimigos. Um outro detalhe super importante para a jogabilidade são os balões e outros objectos voadores. Muitas vezes vamos encontrar inimigos que estão montados em balões, discos voadores, entre outros. Nós geralmente precisaremos desses itens também para voar, pelo que devemos ter cuidado em não os destruir, mas sim os inimigos que os montam. E quando voarmos também temos de ter em atenção que ao mínimo toque, os balão rebenta. De resto convém também mencionar que iremos ter de nadar em certas alturas e aqui temos também de ter em consideração o nível de oxigénio.

Como se o jogo não fosse difícil o suficiente, se demorarmos bastante tempo a terminar um nível começamos a ser perseguidos por demónios invencíveis

No que diz respeito aos audiovisuais, estamos perante um jogo que graficamente até é bastante competente. Pessoalmente não gosto muito do facto dos níveis serem fechados e labirínticos, mas é inegável a qualidade gráfica, tanto no detalhe dos backgrounds e personagens, bem como o facto de ser tudo bastante colorido. Quase que parece um jogo de 16bit! Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros, já a música, essa infelizmente deixa muito a desejar. A Master System tem o seu calcanhar de Aquiles precisamente no seu chip de som, uma relíquia herdada dos SG-1000/SC-3000 que apesar de terem sido lançados em 1983, a sua tecnologia é de pelo menos 2 anos antes. Portanto tipicamente as músicas de jogos de Master System não são muito boas, salvo algumas excepções onde os compositores conseguiram fazer milagres. Este não é o caso, pois para além da música principal ser um pouco irritante, é uma música que nos vai acompanhar o jogo todo.

Supostamente vamos visitar vários locais das ilhas neo-zelandesas. Pena que os níveis tenham pouco das paisagens naturais incríveis daquele país.

Portanto este The NewZealand Story é um jogo bastante desafiante devido às suas raízes arcade. É muito fácil perder vidas e os continues também não abundam. Pessoalmente eu não sou um grande fã de jogos de plataforma mais primitivos como este, onde os seus níveis são bastante fechados e labirínticos. Já há muito tempo que não jogo nem o Bubble Bobble nem o Rainbow Islands e a memória pode-me pregar partidas, mas esses na altura agradaram-me bem mais. Ao menos é um jogo muito bonito graficamente na Master System, pena que as músicas não estejam ao mesmo nível também.

Pink Goes to Hollywood (Sega Mega Drive)

Antes do Daffy Duck ter ido a Hollywood, já a TecMagik tinha lançado um jogo com a mesma temática e com uma outra personagem tradicional dos desenhos animados, a pantera cor-de-rosa. E este é um jogo de plataformas minimamente decente e com uma grande variedade de níveis, assim como bons visuais e áudio, mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu no passado mês de Dezembro por 10€.

Jogo com caixa e um autocolante directamente na capa que não tem jeito nenhum

Não há grande história a ter em conta. De acordo com o manual (que infelizmente não tenho e tive de ir ver à net) a pantera preparava-se para ir a Hollywood para uma audição a um filme, mas aparentemente causa uma trapalhada qualquer. Na verdade, vamos acabar por visitar níveis com as mais variadíssimas temáticas, como os westerns, piratas, terror, aventuras à lá Indiana Jones e por aí fora. Para chegar a esses níveis, no entanto, teremos de explorar vários hubs que nos darão acesso aos mesmos, como os próprios estúdios, onde nos teremos de esquivar de câmaras ou outros perigos, ou uma casa gigante que também inclui portais que nos dão acesso a diferentes níveis. Por exemplo, ao explorar o frigorífico podemos entrar num nível que se passa no interior de um perú, ou outro dentro de um refrigerante.

Neste jogo temos não um, mas dois hubs diferentes com portais para vários níveis

A nível de jogabilidade os controlos são simples, com um botão para saltar (C) e outro para atacar (B), onde por defeito a Pantera usa um daqueles gadgets com luvas de boxe. Correr também é possível mas teremos de pressionar o botão direccional duas vezes seguidas para a esquerda ou direita para correr nessa direcção. Pelo caminho vamos encontrar inúmeros power ups que tanto nos podem regenerar a vida, upgrades temporários ao nosso ataque, invencibilidade temporária ou mesmo vidas extra. Mas também vamos encontrar uma série de power ups cor-de-rosa que têm usos especiais. Alguns fazem aparecer um saco vermelho na parte inferior do ecrã. Esses são os bags of tricks, e são ataques especiais que têm de ser seleccionados com o botão A antes de serem usados com o botão de ataque (B). Estes ataques especiais são sinais de Stop que paralizam todos os inimigos no ecrã durante alguns segundos, ou então martelos pneumáticos que os destroem. Outros power ups cor-de-rosa podem também ser encontrados, mas estes apenas podem ser usados em cabines telefónicas que se encontram em alguns níveis. Basicamente esses itens podem ser escadas, pontes ou tapetes voadores que nos permitam alcançar algumas zonas que de outra forma seriam inacessíveis. Ocasionalmente vamos tendo também alguns bosses para defrontar e… uma vez que terminemos todos os níveis temos um ecrã de congratulations e acaba o jogo.

Ocasionalmente poderemos usar power ups que nos levem a locais previamente inacessíveis

Graficamente este até que é um jogo interessante, quanto mais não seja por toda a variedade de níveis que temos, para além das temáticas comuns dos westerns, piratas, idade média e por aí fora, os níveis onde jogamos dentro de um perú ou um refrigerante no frigorífico foram bastante originais. E visualmente as coisas até que são interessantes, com gráficos coloridos e bem detalhados. As músicas também soam bem, embora muitas sejam variações do tema inconfundível da Pantera Cor-de-Rosa.

No final de cada nível tipicamente teremos também um boss para enfrentar

Ora este acaba então por ser um jogo de plataformas interessante por toda a variedade de cenários que iremos explorar, embora o platforming em si não seja nada do outro mundo. Para além desta versão para a Mega Drive existe uma outra para a SNES que pelo que vi ainda tem umas diferenças consideráveis nos gráficos. Já na jogabilidade é também uma versão melhor pelo simples facto de o comando da SNES possuir mais botões, pelo que não precisamos de pressionar o d-pad duas vezes seguidas para correr, por exemplo, visto que há um botão só para isso.

Andre Agassi Tennis (Sega Mega Drive)

Voltando a mais uma rapidinha a um jogo desportivo, vamos ficar agora com a versão Mega Drive do Andre Agassi Tennis. E se por um lado a versão Master System nem me tenha parecido má de todo, esta versão Mega Drive, se me dissessem que a TecMagik pegou na versão Master System e a transpôs para a Mega Drive, eu provavelmente acreditava-me. Mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado a um particular durante o mês de Julho, creio que me custou 7€.

Jogo com caixa e manual

No que diz respeito aos modos de jogo, temos a possibilidade de treinar ou participar em torneios, quer com 1 ou 2 jogadores, quer em singles ou doubles. Podemos escolher um de vários tenistas, cada qual com as suas características e pontos fortes/fracos diferentes. O Andre Agassi é um deles, naturalmente. Os restantes parecem-me ser fictícios mas é interessante termos também tenistas femininas e podermos criar equipas/confrontos mistos. Até aqui tudo bem, o problema está mesmo quando começamos a jogar. Os controlos são horríveis, as personagens são muito lentas, a mecânica de detecção de colisões é horrível, ou se calhar até é realista demais, pois muitas vezes damos raquetadas no ar. Temos mesmo de alinhar todos os astros e estar muitíssimo bem posicionados para conseguir responder às jogadas da melhor forma. O bom é que a inteligência artificial também não é a melhor e muitas vezes limita-se a ficar plantada no chão e levarem com uma bola na cabeça. À medida que vamos jogando e participando em diversos torneios, o dinheiro que vamos ganhando pode ser usado para melhorar as características do tenista que escolhemos. O problema é que o jogo não é nada agradável de se jogar e muito provavelmente vão-se fartar dele muito antes de conseguirem terminar um torneio com sucesso, de forma a conseguirem comprar os vossos primeiros upgrades.

Se puserem a versão Master System lado a lado vão ver que as diferenças são muito poucas

A nível gráfico é um jogo muito mediano. Tal como referi acima, não anda mesmo muito longe da versão Master System. Os campos de ténis possuem pouco mais de detalhe e, apesar de termos campos com relvado, cimento, tartan ou outro piso que agora não me recordo, na verdade o estádio em si é sempre igual. A única coisa que muda é mesmo a cor do chão. No que diz respeito ao som, o jogo possui algumas músicas que vão tocando nos menus e entre partidas. Já durante as partidas em si, apenas ouvimos os sons das raquetadas que os jogadores vão mandando ao longo do jogo, bem como a voz do comentador a anunciar a pontuação.

Portanto este Andre Agassi Tennis, pelo menos na sua versão para a Mega Drive, é um jogo de ténis que a meu ver acaba por ficar muito aquém das expectativas. Continuo a preferir de longe o Pete Sampras Tennis, de todos os que joguei.

Shadow of the Beast (Sega Master System)

Voltando às rapidinhas na Master System, vamos ficar agora com um jogo onde já cá trouxe duas das suas conversões, nomeadamente a versão ZX Spectrum e da Mega Drive, que já é mais próxima do original Amiga. Para a Master System, cuja conversão ficou a cargo da TecMagik, estes decidiram mudar algumas coisas nas mecânicas de jogo base. Algumas foram boas ideias, outras nem por isso. O meu exemplar foi comprado no início de Dezembro na Feira da Vandoma no Porto por 15€.

Jogo com caixa e manuais

Ora o que temos então de novo? A principal novidade está num sistema de inventário, que nos permite ir coleccionando os itens e usá-los mais tarde, como chaves para abrir portas, poções mágicas de efeitos diversos, ou mesmo outros itens especiais como uma tocha, uma arma e uma espécie de jetpack que necessitaremos de usar nalguns níveis em específico. A ideia até que é boa, mas poderia estar melhor implementada, pois o inventário é muito limitado e a gestão poderia ser melhor. Isto porque para apanhar um item basta tocar-lhe, e se por um lado algumas poções podem ter efeitos benéficos como regenerar parte da barra de energia ou dar invencibilidade temporária, muitas outras possuem efeitos adversos como trocar os controlos ou perder parte da barra de vida. Portanto não só podemos apanhar itens que não queremos, como depois não temos forma de os tirar do inventário a não ser usá-los. Também temos de ter cuidado para não gastar itens chave antes do tempo!

Graficamente é uma versão bem competente para a Master System, com sprites grandes, detalhadas e alguns efeitos de parallax scrolling

Os controlos também poderiam ser melhores. Tal como nas outras versões, este é um jogo difícil, pois os inimigos surgem rapidamente das margens do ecrã, com pouca margem para reagir e na maior parte do jogo a única arma que temos são os punhos, pelo que teremos de ter um timing muito perfeito para conseguir atacar os inimigos correctamente. Por vezes é mesmo impossível não sofrer dano. Ora este é um daqueles jogos em que o D-Pad para cima serve de botão de salto, o que sinceramente não é uma boa ideia num jogo tão exigente quanto este. Os botões faciais servem para atacar e lançar o menu com o inventário. Sinceramente eu colocaria o inventário no menu de pausa, libertando esse botão para os saltos. É que quando lançamos o inventário o jogo acaba por ficar pausado de qualquer das formas…

Nem todas as poções que encontramos têm efeitos positivos

Mas adiante, a nível gráfico é uma conversão também notável. As sprites são grandes e bem detalhadas, especialmente os bosses, que possuem um design muito interessante, se bem que practicamente não têm animações nenhumas. Os níveis “ao ar livre” possuem um interessante efeito de paralaxe, sendo que de resto acabam por ser algo aborrecidos, pois apenas temos de andar de um lado para o outro, defendendo-nos de ataques inimigos e esquivando de obstáculos. As músicas são bastante agradáveis, a TecMagik conseguiu fazer um excelente trabalho com o chip limitado da Master System e só nos faz pensar no quão bom seria se a Sega tivesse lançado a Master System com suporte ao som FM, tal como o fez no Japão.

De resto esta acaba então por ser uma interessante adaptação do clássico da Psygnosis. A Master System, como um modesto sistema 8bit, acaba por ser algo impressionante do ponto de vista técnico. A inclusão de um sistema de inventário é benvinda, mas a sua execução, assim como os controlos, poderiam ser muito melhores.

Andre Agassi Tennis (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas a videojogos desportivos, o jogo que cá trago agora é mais um de ténis, tendo sido licenciado pelo conhecido tenista Andre Agassi. Publicado pela TecMagik, foi um jogo que acabou por sair para uma série de diferentes plataformas, sendo que as versões sega 8bit são muito similares entre si. O meu exemplar foi comprado a um particular no mês passado, veio de um bundle de vários jogos de Master System, que me terá ficado a pouco mais de 6€ por jogo.

Jogo com caixa e manual

Portanto este é um jogo de ténis muito simples, nos modos de jogo que apresenta: podemos ver o CPU a jogar uma partida sozinho, participar em partidas amigáveis com 1 ou 2 jogadores, ou participar num torneio, uma vez mais em singles ou doubles ou seja, um contra um, ou dois contra dois. Aqui podemos optar por jogar com Andre Agassi, ou uma série de outros jogadores fictícios, tanto masculinos como femininos. Depois, com apenas 2 botões faciais no comando da Master System, apenas podemos dar 2 tipos de raquetadas. A jogabilidade em si parece-me sólida e com o pacing certo, nem tão rápida, nem tão lenta, pelo que se torna agradável.

Confesso que não conhecia a expressão Love para Zero

A nível gráfico é um jogo que cumpre os seus requisitos mínimos. Os ringues de jogo até que estão bem detalhados dentro do possível para uma consola 8bit. Gosto em particular do público que está repleto de pequenos detalhes de movimento. Os campos podem ser distintos, desde relva, tartan ou mesmo cimento. Se isso se traduz algo diferente na forma como a bola se comporta, sinceramente não consegui perceber. A nível de som é que é um pouco mais fraco, as músicas apenas existem no ecrã título, menus e afins, mas sinceramente são muito minimalistas e mázinhas.

Podemos por optar por jogar com Andre Agassi ou outros jogadores fictícios

Portanto este Andre Agassi Tennis é um bom jogo de Ténis para as consolas 8bit da Sega, no entanto a série Wimbledon parece-me ainda mais completa, pelo que também serão excelentes alternativas.