Sonic Advance 2 (Nintendo Gameboy Advance)

Sonic Advance 2

De volta para mais uma rapidinha a mais um jogo de uma consola portátil da Nintendo. Os Sonic Advance e Sonic Adventure 2 Battle foram o início do que seria um proibido “casamento” entre ambas empresas outrora rivais, e se algum dia nos anos 90 alguém me dissesse que uma consola da Nintendo receberia de forma oficial um jogo do Sonic, mandava-o pastar na hora. Mas com a descontinuação da Dreamcast e a Sega seguir o caminho de software house apenas, apostar principalmente na Nintendo para receber os jogos da sua mascote pareceu-me a decisão óbvia, afinal o público alvo é essencialmente o mesmo. E apesar de não ser perfeito, gostei do Sonic Advance por ser um regresso ao 2D (notem que não escrevi regresso às origens). Com o lançamento do Sonic Advance 2 era de esperar que a Sega seguisse o feedback dos seus fãs e lançasse algo melhor, certo? Certo? Bom, veremos. Este meu cartucho foi comprado na feira da Vandoma no Porto, creio que por 4€. Edit: arranjei recentemente um exemplar completo numa Cex.

Jogo com caixa, manual e papelada

E sim, neste jogo Sonic ganha ainda mais um amigo, ou neste caso amiga, a coelha Cream e o seu Chao de estimação Cheese. De resto a história mais uma vez coloca Sonic e os seus amigos contra mais algum plano megalómano de Robotnik/Eggman para dominar o mundo. Para além de Sonic, vamos poder desbloquear ao longo do jogo as outras personagens como Tails, a já referida Cream, Knuckles e também Amy, sendo que cada uma das personagens possui diferentes habilidades como voar temporariamente, escalar e destruir paredes ou diferentes ataques. O jogo está dividido em 7 diferentes zonas, cada uma com 2 actos e um boss no fim. A exploração e uma jogabilidade mais cuidada permitem-nos também encontrar os “special rings” que nos dão acesso aos níveis de bónus necessários para se apanhar as 7 esmeraldas do Caos, que por sua vez são requisito necessário se quisermos ver realmente o verdadeiro final do jogo (e daí se calhar é preciso mais qualquer coisinha).

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O grindingé uma manobra que regressou e sinceramente de todas as manobras “modernas” do Sonic esta nem me irrita nada.

No artigo do primeiro Sonic Advance devo ter referido que apesar de ser um jogo bonitinho, o level design não era tão bom como os originais da Mega Drive. E infelizmente o mesmo se aplica aqui. Sonic Advance 2 é um jogo feito a pensar mais que tudo na velocidade vertiginosa, sacrificando os bons elementos de plataforma que existem nos clássicos. E mais, jogar com o Sonic acaba também por ser algo prejudicial se já não soubermos de antemão a localização dos Special Rings, pois se por algum motivo quisermos voltar para trás, há imensas alturas em que tal não pode ser feito com o Sonic. Já as outras personagens, devido às suas habilidades, já conseguem ultrapassar essas barreiras. De resto existem outros modos de jogo como o Time Attack que desafia o jogador a terminar cada acto num determinado intervalo de tempo, ou um modo de corrida para 2 jogadores que acaba por ser algo similar no seu conceito. Também existe aqui uma versão simplificada do Chao Garden existente nos Sonic Adventure, onde podemos “criar” o nosso próprio Chao e participar também em alguns mini-jogos.

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Chegar ao final com o Sonic e 7 esmeraldas acaba por não ser suficiente para ver tudo o que o jogo tem para oferecer.

Já no audiovisual é um jogo bem bonitinho e colorido, com as personagens a serem bem detalhadas e animadas e o mesmo pode ser dito dos níveis, embora as suas temáticas nos sejam já muito familiares, com os habituais campos verdejantes, outras zonas mais aquáticas ou aéreas, mais industriais e por aí fora. Os níveis de bónus são jogados num efeito 3D com um chão em mode 7, muito similar aos níveis de bónus no Sonic CD da Mega CD e a muitos jogos de SNES que abusavam deste efeito gráfico. As músicas sinceramente já me passaram algo despercebidas, mas não me desagradaram de todo, senão eu lembrar-me-ia.

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Os níveis de bónus lembram-me os do Sonic CD com o seu efeito similar ao mode 7

No fundo este acaba por ser mais um jogo que me deixa com pena de a Dimps não ter conseguido capturar por completo o bom balanço entre velocidade, exploração e plataforma dos jogos clássicos do ouriço azul, no entanto também não é mau de todo, e sinceramente continuo a preferir qualquer Sonic Advance ou Rush à grande maioria de jogos em 3D do ouriço.

Sonic Advance (Nintendo Gameboy Advance)

Sonic Advance - GBANão foi há muito tempo atrás que mencionei que tão cedo não escreveria nada tão cedo sobre os videojogos do Sonic the Hedgehog. Todos os que me faltavam analisar até à altura (excepto o Generations) são ovelhas negras e não estava com pachorra para jogá-los do início ao fim para depos escrever as minhas impressões. Mas eis que há coisa de duas semanas atrás vou à feira da Vandoma no Porto e calha-me este cartucho do Sonic Advance a 1€. Não pude dizer que não. Edit: recentemente encontrei um completo com caixa e manual por 5€ na Cash Converters do Porto.

Sonic Advance - Nintendo Gameboy Advance
Jogo com caixa e manual multilingue

Apesar de não ser um jogo perfeito, Sonic Advance para além de ser a primeira grande iteração da mascote azul da Sega numa consola da concorrência (vamos esquecer que aquela coisa para a Neo Geo Pocket nunca existiu), é também um jogo de plataformas inteiramente em 2D, algo que os fãs já pediam visto os jogos 3D do ouriço nunca terem tido grande aceitação. E como sempre, a história neste tipo de jogos é descartável. Já sabemos que Eggman anda a tramar alguma e Sonic e companhia vão tentar desfraudar os seus planos de world domination. Para além de Sonic, Tails e Knuckles com as habilidades já conhecidas (o “duplo salto” de Sonic, a capacidade de voar de Tails, e a capacidade de planar ou escalar paredes de Knuckles), mais algumas habilidades novas, junta-se também ao elenco a Amy Rose que, ao contrário dos restantes é incapaz de fazer o spin dash, recorrendo ao seu martelo como principal arma de ataque. Também de regresso estão as esmeraldas caóticas que, tal como nos jogos de 16bit do ouriço e companhia, devem ser apanhadas nos níveis de bónus e são transversais ao percurso de qualquer personagem no jogo, ou seja, se já as apanhamos todas com o Sonic, não precisamos de fazer o mesmo com os outros. Isto porque para jogar os últimos níveis e obter o verdadeiro final da história temos mesmo de jogar a “campanha” principal com as 4 personagens e obter todas as 7 esmeraldas.

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Os modos de jogo disponíveis.

Infelizmente, apesar de o regresso às raízes do 2D ser louvável, há algo no level design que não me agrada. Os níveis são rápidos sim, a alta velocidade é uma constante e temos os loopings e outros malabarismos que sempre nos deixaram com um sorriso nos lábios nos jogos clássicos da Mega Drive. Mas a exploração e o facto de aqui também existirem imensos abismos sem fundo é para mim um retrocesso. De resto, para além do jogo “normal” temos também o “Tiny Chao Garden”. Para quem se lembra, os Chao eram pequenas criaturas “cute” que surgiram pela primeira vez no Sonic Adventure para a Dreamcast. Aí tínhamos um local onde poderíamos criar essas pequenas criaturas que nem um tamagotchi avançado, com vários minijogos à mistura também. Aqui o jardim é mais pequeno e com menos funcionalidades, onde poderemos criar apenas um chao. Mas na altura em que saiu era possível transferir os bichinhos entre este jogo e o Sonic Adventure 2 Battle para a Nintendo Gamecube, e o mesmo se tornou também compatível com o Sonic Adventure DX também para a mesma consola.

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Apesar da menor resolução, as personagens têm sprites muito mais detalhadas e os níveis no geral são bastante coloridos.

Para além disso dispomos ainda de outros modos de jogo. Temos um Time Attack, onde como o nome indica o objectivo é chegar ao final de cada zona no menor tempo possível. Para além desse dispomos ainda de vários modos multiplayer, que tanto podem requerer um cartucho do Sonic Advance por cada GBA em jogo, ou apenas um cartucho no grupo, embora ambas as opções permitam no máximo até 4 jogadores. Destes últimos seria de esperar alguma simplicidade e de facto é o que acontece. Aqui o modo de jogo disponível é um “Collect the Rings”, onde tal como o nome o refere devemos coleccionar o máximo de anéis disponíveis num nível, podendo também atacar os adversários e roubar os seus anéis. Por outro lado, para o multiplayer que exige um cartucho por jogador dispomos do “Race” e “Chao Hunt”. O primeiro é uma espécie de rehash do mesmo modo de jogo no Sonic 2 da Mega Drive, onde o objectivo é chegar ao final de uma zona em primeiro lugar. O segundo é um modo de jogo mais voltado para a exploração, onde temos de apanhar o máximo número de Chaos possível num determinado nível. Tal como o “Collect the Rings” também podemos atacar e roubar os adversários. Infelizmente nunca cheguei a experimentar estas vertentes multiplayer por toda a logística necessária, mas não deixa de ser um toque interessante isso ter sido desenvolvido.

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As personagens seguem o look mais moderno introduzido por Sonic Adventure. Preferia o estilo antigo, mas este não está mau. Certamente melhor que a atrocidade de hoje em dia.

Graficamente é um jogo bonitinho. Se alguém nos anos 90 pensou como seria um jogo do Sonic numa SNES, estaria aqui a resposta. Os gráficos são bastante coloridos e detalhados, nota-se bem a diferença entre a paleta de cores disponível na Mega Drive e noutros sistemas como esta GBA. É verdade que a resolução é menor devido ao tamanho do ecrã da Gameboy Advance, mas não deixa também de ser verdade que mesmo assim as sprites são melhores detalhadas e com mais frames de animação. Os níveis no geral vão beber um pouco às influências dos jogos anteriores mas tal é perfeitamente normal, na minha opinião. O clone da Green Hill verdejante, as luzes psicadélicas do casino ou os níveis subaquáticos são algo que já fazem parte do código genético destes jogos. O som e música parece-me OK, embora as músicas na minha opinião não sejam tão memoráveis quanto às dos clássicos da Mega Drive.

Resumindo, acho este Sonic Advance um bom jogo da série. Uma tentativa louvável da Sonic Team / Dimps de recriar a fórmula de sucesso dos jogos do ouriço azul de outrora. No entanto, não é perfeito, mas é certamente melhor que quase todos os jogos 3D do Sonic que sairam até à data.

Sonic Jam (Sega Saturn)

Sonic JamVamos voltar às rapidinhas para mais uma breve análise a um jogo do ouriço azul da Sega. Na verdade, uma compilação. Sonic JAM traz conversões da série clássica da Mega Drive e muito mais conteúdo, pelo que aconselho a leitura dos artigos do Sonic 1, Sonic 2, Sonic 3 e Sonic & Knuckles para análises mais detalhadas sobre esses jogos, pois este artigo irá incidir nas novidades. E esta compilação entrou-me na colecção há uns meses de trabalho após ter-me sido oferecida por um colega de trabalho a quem muito agradeço. Está completa e em óptimo estado.

Sonic Jam - Sega Saturn
Jogo completo com caixa, manuais e papelada

Ora e o que traz este jogo de diferente? Para começar é notável que os jogos clássicos foram convertidos para o hardware da Saturn e não simplesmente emulados, conforme pode ser visto em muitas outras compilações lançadas no futuro. E para além de converterem os jogos originais ainda lhes adicionaram algumas funcionalidades senão vejamos: nos 4 jogos, podemos jogá-los na sua versão original, ou a dificuldade “normal” que acrescenta alguns anéis e muda ligeiramente a disposição de alguns cenários, ou ainda o easy, que vai ainda mais longe e remove alguns níveis do jogo. Mas qual a piada de fazer isso? Os clássicos são para serem jogados sem estas adulterações na minha opinião. Para os 4 jogos temos ainda o modo “time attack” que vai gravando os melhores tempos a completar cada acto, ou o modo de jogo que nos deixa jogar os níveis de bónus apenas. No Sonic 1, incluiram também a habilidade de o Sonic fazer o spin dash, que só tinha sido introduzida no segundo jogo. Seleccionando o Sonic & Knuckles, podemos também escolher qualquer uma das combinações possíveis com este jogo e um dos cartuchos dos restantes jogos, permitindo-nos jogar o Sonic 3 & Knuckles completo, por exemplo. Para cada um destes jogos também podemos ver digitalizações dos seus manuais.

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Os quatro clássicos, aqui com os cartuchos na sua versão americana

Para além do mais, temos um nível especial que foi uma autêntica carta de amor aos fãs, ou um pedido de desculpa pelo Sonic X-Treme nunca se ter concretizado. Existe um nível totalmente renderizado em 3D chamado Sonic World. Nesse nível podemos fazer várias coisas, desde cumprir pequenas missões, a visitar uma série de edifícios com conteúdo bónus para ver, como uma pequena história de toda a cronologia do Sonic com os lançamentos até 1997 e outros factos interessantes, diverso artwork das personagens da série, música e efeitos sonoros dos clássicos ou mesmo pequenos clips publicitários ou as cutscenes de animes e do Sonic CD, agora numa melhor resolução e cor do que o permitido pelo hardware da própria Mega CD. Sem dúvida conteúdo de peso, pelo menos para mim o era. Mas tal como referi atrás, é também neste nível que podemos cumprir algumas missões em “time attack”, como coleccionar x anéis, activar uma série de postes de checkpoints, ou mesmo partir alguns monitores escondidos. Sabe a pouco, é verdade, e apesar de a jogabilidade nesse modo ser um pouco lenta e o nível não ter os loopings do costume e outros marabalismos, para ser sincero até gostei do que vi e um bom jogo do Sonic de plataformas em 3D era algo mesmo obrigatório para a Sega Saturn naquela altura. Reza também a lenda que foi a partir dessa engine que a Sonic Team começou a fazer o Sonic Adventure…

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Poderia ter sido assim o primeiro jogo em 3D “a sério” do Sonic.

De resto os jogos clássicos têm os gráficos 16bit do costume, e era mesmo isso que seria o esperado. Quanto aí nada a apontar. No nível em 3D as coisas são bastante coloridas e o mapa tem um bom nível de detalhe. Também nada a apontar neste campo e nas músicas e efeitos sonoros, em equipa que vence não se mexe, portanto algo que também não falhou. No fim de contas acho este Sonic Jam uma excelente compilação, pois traz todos os clássicos e mais uma série de conteúdo bónus muito interessante. É certo que temos outras compilações mais recentes como a Sonic Mega Collection ou Sonic Gems, mas nenhuma tem o carisma que este Sonic Jam tem na minha opinião.

Sonic and Knuckles (Sega Mega Drive)

Sonic & KnucklesVamos lá voltar à excelente consola de 16bit da Sega para mais uma análise a um clássico, mas que no entanto não será tão longa assim devido ao jogo partilhar muita coisa com o já analisado Sonic 3. Sim, adivinharam bem, o jogo que falarei hoje é mesmo o Sonic & Knuckles, uma continuação directa do Sonic 3 que na verdade até era para fazer parte do mesmo jogo, mas por questões de prazos ou mesmo os custos de produção de cartuchos com uma capacidade de memória tão elevada como um jogo deste calibre exigiria, fez com que a Sega tomasse esta decisão de os lançar separadamente, no entanto, com uma manobra de génio que fez com que conseguíssemos jogar ambos os jogos num só, como foi planeado originalmente. Mas quanto a isso já lá vamos. Este jogo tinha entrado na minha colecção após ter sido comprado a um particular algures durante o ano de 2013, mas faltava-lhe os inserts em cartão. Durante o ano de 2014 acabei por encontrar uma versão mais completa na Cash Converters de Alfragide que me custou uns 10€, estando em óptimo estado também.

Sonic and Knuckles - Sega Mega Drive
Jogo completo com caixa, manuais e papelada

Ora como tinha referido no parágrafo atrás, este jogo decorre logo após os acontecimentos do final de Sonic 3, onde Sonic conseguiu interromper o lançamento da nova Death Egg de Eggman/Robotnik e está novamente atrás do bigodaças para o parar de uma vez por todas. No entanto Knuckles ainda continua a ser enganado por Eggman, pelo que continua a fazer a vida negra ao Sonic… pelo menos até uma certa altura onde Robotnik finalmente se desmascara, mas deixo isso para quem ainda não tiver jogado este óptimo jogo.

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Foi aqui que pudémos pela primeira vez jogar com Knuckles

As mecânicas de jogo são exactamente as mesmas de Sonic 3, pelo que recomendo a leitura desse artigo também. A grande diferença é que desta vez podemos jogar logo de início com Knuckles, personagem que é capaz de planar pelo ar, escalar algumas paredes, e partir algumas rochas/paredes, permitindo-lhe assim chegar a alguns sítios que Sonic seria incapaz de alcançar. De resto existem algumas pequenas peculiaridades, como os “elevadores” manuais logo na primeira zona. Algures na análise ao Sonic 3 eu referi que apesar de esse ser um jogo bem mais épico em conjunto com este Sonic & Knuckles, eu continuaria a preferir o Sonic 2 como o meu favorito da série. No entanto não há como negar que a recta final deste jogo, em especial se jogarmos com Sonic, é simplesmente fenomenal. Seja o caos no templo de Angel Island, com os combates com um Metal Sonic, os níveis na Death Egg, com manipulação da gravidade e os excelentes bosses finais em pleno espaço. Muito bom.

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Um dos primeiros jogos de plataformas com estas brincadeiras de gravidade, pelo menos eu não conheço nenhum anterior!

Mas o que chama logo à atenção neste jogo começa logo quando lhe abrimos a caixa e vemos o cartucho estranho, com uma entrada superior. A isso a Sega deu o nome de “lock-on technology”, o que se tornou na maneira que arranjaram de os seus fãs poderem jogar Sonic 3 e Sonic & Knuckles como seria pensado originalmente. Dessa forma, poderíamos simplesmente ligar o cartucho de Sonic 3 em cima do cartucho de S&K, aparecendo o “Sonic 3 and Knuckles” no ecrã, onde poderemos jogar os 2 jogos como um só se tratasse, tanto com Sonic, Tails ou Knuckles. Dessa forma poderemos colecionar 14 esmeraldas, desbloqueando os Hyper Sonic, Hyper Knuckles e Super Tails, cada personagem com as suas habilidades próprias. Mas não é só com o Sonic 3 que poderemos ligar a este jogo. Com o Sonic 2 é desbloqueado o “Knuckles the Echidna in Sonic the Hedgehog 2”, colocando Knuckles como personagem jogável. Supostamente apenas estes dois jogos seriam compatíveis com esta tecnologia, mas se colocarmos o Sonic 1 e depois de colocar um código, podemos jogar uma série de níveis bónus, mais precisamente variações dos níveis onde apanhamos as esmeraldas nos Sonic 3 & Knuckles. Existem inúmeras combinações diferentes destes níveis que podemos jogar desta forma, mas claro que isto não é tão apelativo quanto os outros dois jogos.

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Esta recta final do jogo é para mim um dos melhores momentos 16bit.

Graficamente é un jogo muito semelhante ao Sonic 3, pois utiliza o mesmo motor de jogo e os mesmos assets. No entanto, como já referi algures ali em cima, gostei mais do level design deste Sonic & Knuckles do que o do Sonic 3, os níveis aqui são na mesma bem grandinhos, mas parecem-me muito mais apelativos e não sei explicar muito bem o porquê. São gostos! As músicas e efeitos sonoros também são clássicos de uma era que não volta mais… No fim de contas é um óptimo jogo de plataformas e se jogado em conjunto com o Sonic 3, é uma aventura épica e que fecha da melhor forma possível uma trilogia brilhante que a Sega nunca mais conseguiu recuperar. Sendo assim, claro que aconselho a toda a jogador que se preze a experimentar isto. Para além de ter saído oficialmente para PC ainda nos tempos do Windows 95/98, existem imensas outras colectâneas para consolas, ou mesmo distribuições digitais onde poderão encontrar este jogo. Que esperam?

Sonic the Hedgehog 3 (Sega Mega Drive)

Sonic 3Já há bastante tempo que não escrevia nenhum artigo sobre os jogos clássicos do ouriço azul, mas apesar de já ter na minha colecção o Sonic & Knuckles já há algum tempo, não quis escrever sobre o mesmo enquanto não arranjasse este Sonic 3. E isso aconteceu no mês passado, onde comprei o jogo a um particular, que curiosamente vim a descobrir que é meu colega de trabalho, por 10€, estando em mint condition. No geral acho o Sonic 3 um excelente jogo de plataformas, mas não supera o seu predecessor na minha opinião. Mas irei explicar o porquê.

Sonic 3 - Sega Mega Drive
Jogo com caixa e manual europeu

Ora Sonic 3 começa imediatamente com o final do jogo anterior, com Eggman e a sua Death St… err, Death Egg a despenhar-se de volta na Terra e Sonic e Tails a regressarem alegremente. Tudo parece estar bem até uma nova personagem atacar o Sonic de surpresa e roubar-lhe todas as suas esmeraldas. Essa nova personagem acabou por se tornar em mais um amigo clássico do Sonic, estou a falar claro do equidna vermelho Knuckles. Mas neste jogo Knuckles e Sonic são inimigos, pois Knuckles está sob a influência do matreiro Eggman, que o convence que Sonic planeia roubar a sua Master Emerald, quando na verdade é o próprio Eggman que se quer apoderar da mesma como fonte de energia para a sua nova Death Egg.

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Através do Sonic & Knuckles conseguimos jogar com Knuckles neste jogo. Mas isso é assunto para outro artigo.

A jogabilidade mantém a mesma identidade dos jogos anteriores, colocando Sonic, Tails, ou ambos a atravessar uma série de níveis cheios de obstáculos, caminhos alternativos e velocidade ou os bosses da praxe, mas no entanto acrescenta também uma série de novidades. Essas novidades passam por novos powerups ou habilidades. Agora quando Sonic salta, se pressionarmos novamente o botão de salto enquanto estivermos no ar, Sonic adquire um escudo que o protege durante esse curtinho intervalo de tempo em que está activo. Em relação ao escudo em si, esse foi agora substituido por 3 diferentes escudos: o escudo eléctrico que protege Sonic ou Tails de danos eléctricos sem perdermos o escudo, atrai anéis ou pode também ser usado com o Sonic para dar um salto duplo. No entanto se entrarmos na água, perdemos o escudo. Temos também um escudo de fogo que nos protege contra dano inflingido por calor sem que percamos o escudo, mas ficamos logo sem ele ao entrar na água mais uma vez. Com o Sonic, se carregarmos no botão de salto enquanto já estivermos no ar, este escudo leva-nos como um foguete para a frente enquanto caímos. Por fim temos o escudo de água que naturalmente não se perde quando entramos na água e nos permite ter ar infinito quando estamos submergidos, ao contrário de termos de procurar por bolhas de ar como habitualmente. Como Sonic, também tem a habilidade de nos mandar para o chão com força, impulsionando-nos depois para um salto maior, como se uma bola de basquetebol se tratasse.

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Quem nunca se irritou com esta parte do nível se acuse. Na altura sem internet, levei MESES a perceber como se avançava aqui.

Outra novidade são os níveis de bónus, que agora são bem mais variados. Ao passar num checkpoint, se tivermos mais de 50 anéis em nossa posse, podemos entrar num nível de bónus onde podemos ganhar mais anéis, vidas ou powerups como os escudos. Estes níveis de bónus são bastante originais e com diferentes jogabilidades, indo buscar conceitos a máquinas de tirar pastilhas elásticas, pinball e por aí fora. Por outro lado também poderemos encontrar anéis gigantes em partes escondidas dos níveis, anéis esses que nos transportam para os níveis especiais onde poderemos encontrar as esmeraldas caóticas. Esses níveis especiais são enormes esferas que devemos percorrer, procurando apanhar todas as esferas azuis que nos vão aparecendo à frente, transformando-as assim em esferas vermelhas. Se por acidente tocarmos em alguma esfera vermelha, saímos do nível de bónus e teremos de tentar novamente numa outra ocasião. Tal como os jogos anteriores existem 7 esmeraldas ao todo, podendo nos transformar em Super Sonic se as conseguirmos coleccionar. O Super Sonic é uma espécie de “super sayajin” de Sonic, ficando dourado, rapidíssimo e invencível, pelo menos enquanto tiver anéis para gastar. Caso joguemos o Sonic 3 & Knuckles até podemos desbloquear o Hyper Sonic, mas isso será conversa para o artigo seguinte. De resto o jogo mantém as mesmas mecânicas que todos gostamos, com os tais níveis variados e repletos de loops e malabarismos diversos, conjugando muito bem a velocidade com o platforming, algo que nos jogos recentes tem sido esquecido. Existe também um modo multiplayer (para além do modo cooperativo escondido no jogo principal) que coloca dois jogadores a competir entre si numa corrida para ver quem termina um nível em primeiro lugar. Curiosamente nunca lhe prestei muita atenção, nem mesmo quando jogava estes jogos até ao fim com alguma regularidade.

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Os níveis especiais onde podemos apanhar as esmeraldas.

Tecnicamente é um jogo impressionante com os seus cenários bem variados (como habitual temos secções em espaços verdes, ruínas de civilizações antigas, zonas mais industriais ou tecnológicas) e a atenção ao detalhe que foi sendo dada tanto nos backgrounds, como nas pequenas cutscenes que vão sendo exibidas ao longo do jogo. Ainda assim, continuo a preferir o Sonic 2 porque level design desse jogo é simplesmente fenomenal, apesar de todas as boas novidades que o Sonic 3 introduziu. A nível gráfico, mais uma vez apesar deste jogo ter mais detalhes, as cores no Sonic 2 sempre me pareceram mas vivas e cativantes. A música é excelente e existe um mito urbano que o próprio Michael Jackson esteve envolvido na composição de alguns temas. De resto, é impossível falar no Sonic 3 e deixar de mencionar o facto que este e Sonic & Knuckles são um jogo só, dividido em 2. Esses detalhes ficarão para o artigo sobre o Sonic & Knuckles que deverá ser escrito em breve, mas o facto de estes 2 jogos juntos serem um autêntico colosso também é certamente uma razão de peso pela qual muitos fãs consideram este o melhor jogo da série. Para mim é excelente, mas o Sonic 2 é um nadinha melhor.