Wimbledon (Sega Mega Drive)

Continuando pelas rapidinhas, agora pela Mega Drive, vamos ficar com mais um Wimbledon, mais um título de Ténis que usa a licença do famoso torneio britânico de Wimbledon. Na Master System tinham sido lançados dois jogos desta série, e em 1993 a Sega disponibilizou também uma versão para a Mega Drive. O meu exemplar foi comprado em Setembro na Play ‘n Play por cerca de 10€.

Jogo com caixa e manual

Aqui podemos participar em partidas individuais, que podem ser jogadas contra o CPU, contra ou com um amigo, no caso de optarmos pelos doubles, onde temos 2 tenistas contra 2. Também temos um modo torneio, onde iremos participar no torneio de Wimbledon, mas já lá vamos. A jogabilidade é relativamente simples, com os 3 botões faciais da Mega Drive a serem usados para realizar diferentes raquetadas: altas ou baixas, rápidas ou lentas. Tipicamente os jogos de ténis das eras 8 e 16bit são simples de aprender e este não é excepção. A única coisa que eu não gostei muito na jogabilidade é o facto de por vezes ser difícil adivinhar a que altura vai realmente a bola, o que nos pode induzir em erro e não conseguir dar seguimento a uma jogada.

No modo torneio a nossa personagem vai evoluindo os seus atributos à medida em que formos progredindo na competição

Mas voltando ao tal modo de torneio, aqui podemos optar entre jogar em torneios masculinos ou femininos, sendo que começamos sempre com um jogador com stats baixos. À medida que vamos avançando no jogo e completando partidas, os stats do nosso jogador vão aumentando, o que vai dar jeito pois os oponentes também vão sendo cada vez mais habilidosos. Mesmo se chegarmos a vencer um torneio, somos convidados a participar na temporada seguinte, onde poderemos continuar a evoluir a nossa personagem.

A nível audiovisual confesso que é um jogo bastante simples e estava a contar com algo mais elaborado, principalmente por ter vindo da própria Sega. Os jogadores são genéricos, assim como os estádios, parece que a SIMS pegou na versão Master System e acrescentou-lhe uns pózinhos mágicos só. Por outro lado, no som, já é um jogo bem mais elaborado principalmente nos voice samples, que são bastante nítidos. As músicas no entanto apenas tocam entre partidas e são agradáveis, mas nada de especial.

Confesso que estava à espera de algo graficamente um pouco melhor nesta versão

Portanto este Wimbledon, apesar de não ser propriamente um mau jogo, e como muitos outros jogos de ténis desta época serem bastante fáceis de pegar e viciar, não deixo de ficar um pouco desiludido com esta iniciativa da Sega. Para uma consola 16bit esperava algo um pouco melhor.

Alien Syndrome (Sega Game Gear)

Voltando às rapidinhas, agora para a portátil da Sega, Game Gear, o jogo que cá trago hoje é uma espécie de uma adaptação de um dos clássicos arcade da Sega da segunda metade da década de 80. Depois de uma conversão modesta para a Master System e algo diferente a nível de jogabilidade, que por acaso ainda não a tenho na minha colecção, a Sega lançou em 1992 mais uma adaptação, que na verdade é uma sequela, para a Game Gear. O meu exemplar foi comprado a um particular no mês passado por 5€.

Jogo com caixa e manual

O Alien Syndrome original é um jogo futurista onde encarnamos na dupla de heróis Ricky e Mary, cuja missão é a de libertar os seus colegas a bordo de uma nave espacial que tinha sido invadida por aliens. Em cada nível temos um tempo limite para resgatar todos os reféns e a partir do momento que os salvamos, a saída para o nível seguinte é desbloqueada, sendo que teremos um boss pela frente primeiro. Caso não consigamos salvar as pessoas dentro do tempo estabelecido, entra em acção um mecanismo de auto destruição que não dá lá muito jeito. Isto foi o que tinha acontecido no longínquo ano de 2000, este jogo já decorre ainda mais no futuro, em 2005, mas a história acaba por ser a mesma.

Algumas portas têm mesmo de ser destruídas

Ao contrário da versão Master System, a jogabilidade aqui é bem mais fiel ao original arcade, excepto na parte de não suportar multiplayer para 2 jogadores. Os níveis são practicamente novos relativamente ao original, mas mantêm um design labiríntico e teremos vários power ups de diferentes armas para apanhar, incluindo os lança-chamas e raios laser habituais. A diferença é que agora as armas podem ser melhoradas se apanharmos mais que um power up do mesmo tipo. Para além disso, outra das novidades trazidas nesta versão é o facto de podermos aceder ao mapa do nível a qualquer momento, sem necessitar de encontrar os mapas espalhados pelos níveis. É ao consultar o mapa que podemos ver a localização dos reféns, para além de ter uma ideia da estrutura do nível em si. Os que salvarmos a mais, ajudam-nos a ter uma pontuação melhor. Depois de salvar os reféns lá teremos um confronto contra um boss antes de avançar para o nível seguinte.

Infelizmente os bosses não têm o mesmo impacto visual que na versão original

A nível audiovisual, o original era um jogo interessante, sem dúvida inspirado pelos trabalhos de H.R. Giger e os filmes Alien, com os monstros com um design muito peculiar como Giger sabia fazer melhor que ninguém. Naturalmente que as coisas aqui na Game Gear foram algo simplificadas, e mesmo os bosses, que nas arcades impressionavam pelo seu design, aqui já têm uma aparência um pouco mais modesta. As músicas e efeitos sonoros nada de especial a apontar, cumprem o seu papel.

Portanto, a menos que tenham um X68000 lá por casa, que foi a única plataforma nos anos 90 a receber uma conversão arcade perfect durante os anos 90, esta versão Game Gear é das melhores que podem ter, pelo menos certamente a melhor dentro dos sistemas 8bit.

Aladdin (Sega Master System)

Vamos para mais uma super rapidinha a um jogo para a Master System, isto porque já cá trouxe a versão da Game Gear que é essencialmente o mesmo jogo. O Aladdin da Mega Drive é um dos melhores exemplos onde na era das 8 e 16 bits poderiamos ter jogos sobre a mesma franchise completamente diferentes entre si para diferentes plataformas. A Capcom desenvolveu um jogo muito interessante para a Super Nintendo, já a Virgin fez outro excelente jogo para a Mega Drive e PC. Surpreendentemente a Virgin lançou também conversões baseadas no jogo da Mega Drive para a NES e Gameboy, algo que sempre achei curioso pois supostamente a Capcom detinha direitos exclusivos para consolas da Nintendo. Por outro lado também é curioso que a Virgin não tenha desenvolvido nenhuma adaptação para a Game Gear ou Master System, que acabou por ser publicada pela própria Sega, após terem subcontratado a Sims para a desenvolver – um pequeno estúdio responsável por muitos dos jogos da Sega nas suas consolas 8bit. Confusos? É normal, eu também fico às vezes. O meu exemplar da Master System foi comprado a um colega meu no mês de Janeiro por 5€.

Jogo com caixa e manual

Portanto este é essencialmente o mesmo jogo que na Game Gear, embora com uma resolução maior. É um jogo de plataformas mas mais lento que o da Mega Drive, onde o foco está mais na exploração dos níveis, sendo que também temos uns quantos níveis de perseguições, onde o ecrã está em scrolling constante e temos de nos desviar de uma série de obstáculos.

Pode não ser o melhor jogo de plataformas, mas a nível de apresentação está excelente

Graficamente é um jogo excelente, sem dúvida um dos jogos mais bonitos da Master System. As sprites estão muitíssimo bem detalhadas, assim como os níveis. Aqueles que decorrem nas ruas de Agrabah têm também uns belos efeitos de parallax. As músicas são também muito agradáveis, mesmo usando o primitivo chip de som da Master System, o PSG. Para além disso, de todas as adaptações do filme do Aladino, esta (e a da Game Gear, claro) é sem dúvida a mais fiel ao filme pois entre cada nível vamos tendo várias cutscenes que nos vão contando a história. Se por acaso nunca viram o filme, mas vão jogar este jogo, ficam a saber todas as partes importantes da história.

Power Rangers the Movie (Sega Mega Drive)

Continuando pelas rapidinhas, o próximo jogo da lista é a adaptação para a Mega Drive do primeiro filme dos Power Rangers, que estreou nos cinemas algures na primeira metade dos anos 90. Acho que o fui ver ao cinema, mas sinceramente pouco guardei dessa experiência. Este jogo foi lançado para diferentes plataformas, sendo cada caso um jogo inteiramente diferente. A versão Mega Drive é um beat ‘em up à lá Streets of Rage e o meu exemplar foi comprado num dos meses passados na Feira da Vandoma no porto. Foi comprado em bundle, tendo-me custado algo abaixo dos 10€.

Jogo com caixa e manual

O jogo começa por decorrer um pouco antes dos acontecimentos do filme, onde uma vez mais surge uma nova criatura que ameaça a Terra. Vilões como a Rita Repulsa, o Lord Zedd e os seus minions marcam novamente o seu regress, mas agora temos também o Ivan Ooze com que nos preocupar. Se bem me lembro, é também neste filme que há a transição do ranger verde para branco, adquirindo novos poderes, e também novos Mega Zords!

O maior problema deste power rangers é mesmo a falta de variedade de inimigos

A jogabilidade é simples, onde poderemos escolher qual o Ranger que queremos jogar em cada nível. Temos um botão para salto, outro para atacar e um outro para usar um ataque especial que atinge todos os inimigos no ecrã, com o preço de nos roubar um pouco da vida. Podemos fazer alguns combos e ocasionalmente lá teremos alguns power-ups que nos regeneram a vida para apanhar. Tipicamente no fim do nível vamos lutar contra um boss em versão grande, pelo que o jogo nessa altura também nos dá a opção de escolher um Megazord para lutar.

Infelizmente o maior problema deste jogo é mesmo a pouca variedade. Só existem 2 variantes de inimigos para além dos bosses, que são os Putty cinzentos, ou as criaturas roxas do Ivan. E mesmo assim, cada nível possui apenas uma das variantes para enfrentar, o que não é lá muito bom para a diversidade.

Como não poderia deixar de ser, temos também lutas com o Megazord!

A nível técnico não há muito a dizer. Os níveis estão bem detalhados quanto baste, decorrendo tanto no nosso planeta como noutros. Entre cada nível vamos tendo várias cinemáticas que vão contando a história, algo que me agrada. Ainda assim, a versão SNES deste jogo, que apesar de ser diferente (e desenvolvida pela Natsume!), a nível gráfico parece-me estar bem superior, com cenários mais coloridos e ainda mais detalhados. Por outro lado as músicas são sempre a rockar, o que sinceramente me agrada bastante.

No fim de contas, esta versão Mega Drive do Power Rangers the Movie não é má de todo. É superior a meu ver ao primeiro jogo, também para a Mega Drive, mas possui algumas lacunas graves como a falta de variedade de inimigos. Fora isso, até que se joga bastante bem, pelo que os fãs da série ou de beat ‘em ups no geral poderão encontrar aqui algum entretenimento.

Aladdin (Sega Game Gear)

screenshotPara não variar muito, o artigo de hoje vai ser mais uma rapidinha pois o pouco tempo assim o exige. Já por aqui devo ter dito que o Aladdin da Mega Drive (e PC!) sempre me deixou de boca aberta, pelas suas excelentes animações e audiovisuais no geral que ainda hoje se aguentam muito bem. E já todos sabemos que a versão SNES, desenvolvida pela Capcom é um jogo inteiramente diferente e que ainda hoje é assunto de conversa sobre qual versão seria melhor… Mas a versão 8bit para a Master System e Game Gear é também um jogo inteiramente diferente e é aí que me focarei hoje. Este cartucho foi-me oferecido por um colega de trabalho a quem bem agradeço.

Aladdin - Sega Game Gear
Apebas cartucho na sua versão americana

E para quem não viu o filme (deviam, pois é um óptimo filme de animação da Disney), o jogo conta as aventuras de Aladino, jovem ladrão que se vê envolvido numa paixoneta proibida com a princesa lá do sítio, mete-se com quem não devia (Jafar, o feiticeiro local que planeia um golpe de estado e tornar-se o próximo sultão) e a descoberta de tesouros como um tapete voador e uma lâmpada mágica com um poderoso génio que lhe concederá três desejos. Mas uma coisa é certa, para quem não viu o filme, o jogo está repleto de longas cutscenes que vão resumindo muito bem os acontecimentos do filme. Esta versão Game Gear talvez até seja superior às outras nesse aspecto.

screenshot
Muitas perseguições vamos nós participar neste jogo

Infelizmente a nível de jogabilidade, que é o que mais interessa, é que já não é assim tão bom. O jogo tem um misto de sidescroller/plataformas em 2D, com alguns níveis de perseguição onde teremos de fugir de alguém e esquivar de vários obstáculos, ou voar na carpete mágica e uma vez mais ter cuidado com o que nos aparece à frente. A parte de plataformas propriamente dita é um pouco lenta e há um maior foco na exploração, fazendo lembrar um pouco o Prince of Persia e o tipo de movimentos que podemos fazer, como aquelas zonas onde teremos de andar devagarinho, agarrar em bermas e subir plataformas, procurar chaves para desbloquear caminhos, etc. Infelizmente, no geral, estava à espera de uma jogabilidade algo mais parecida com a versão Mega Drive, embora de uma forma muito mais modesta, claro.

screenshot
As cutscenes deste jogo são fiéis aos filmes e de boa qualidade tanto na GG como na Master System

Já a nível gráfico é mesmo um excelente jogo 8bit nesse aspecto, com cenários bem coloridos, níveis e personagens detalhadas e as cutscenes que vão contando a história estão bem feitas, pecando se calhar por serem um pouco grandinhas. As músicas e efeitos sonoros são também competentes, embora ache que faltem algumas melodias chave desse filme que só de me lembrar delas já me deixaram aqui sozinho a assobiar. No fim de contas não acho que este seja um mau jogo, mas tenho pena que apesar dos excelentes visuais para uma Game Gear, a jogabilidade em si me deixe um pouco a desejar.