Evander ‘Real Deal’ Holyfield’s Boxing (Sega Mega Drive)

Vamos voltar à Mega Drive e a um jogo de boxe que sinceramente me baralhou todo. Isto porque confundi este jogo com o James “Buster” Douglas Knockout Boxing que, na sua versão de Mega Drive, é nada mais nada menos que uma conversão do Final Blow, um jogo original arcade da Taito. Este, apesar de ter também o “patrocínio” de um outro boxeur, foi um jogo nativamente desenvolvido para as consolas da Sega através da ACME/Malibu, não sendo portanto um jogo arcade. O meu exemplar foi comprado numa Cex em Dezembro passado por 8€.

Jogo com caixa e manual

Este é um jogo que de certa forma me faz lembrar o The Kick Boxing da PC Engine (que por acaso também teve uma versão MD) no seu conceito. Os modos de jogo são simples: podemos participar em combates “amigáveis” e escolher um de vários lutadores disponíveis, ou então seguir num modo carreira. Aqui começamos por criar um lutador à nossa imagem, podendo optar por diversas caras, cores de pele, cabelo e calções. A nossa personagem começa no ranking 30 e poderemos começar um combate contra alguém nos lugares imediatamente acima do nosso. No fim do combate somos levados para um ecrã de treino onde poderemos escolher 3 de diversos exercícios ou dietas alimentares, que nos melhorarão, de forma distinta, stats como força, defesa, velocidade ou stamina. Se por acaso perdermos o combate, apenas poderemos escolher 2 das opções. Caso percamos 3 combates seguidos temos um game over. A ideia é então a de ir vencendo combates para subir no ranking e assim ir melhorando a nossa personagem para nos permitir combater oponentes cada vez mais fortes. Eventualmente lá subimos o suficiente para conseguir combater o Evander Holyfield, que ocupa a primeira posição do ranking com todos os stats no máximo. Se o vencermos no entanto, o jogo não acaba aí: o próximo objectivo é o de ganhar tanto dinheiro Evander juntou na sua carreira para ganhar o apelido de “greatest“. Mas mesmo aí o jogo não pára! Há um limite no entanto, os lutadores vão ficando mais fracos com a idade e independentemente do nosso percurso, ao fim de 40 combates somos convidados a retirarmo-nos da competição.

No modo carreira o objectivo inicial é o de vencer combates e ir subindo no ranking

A nível de controlos, o botão B defende, o botão A dá socos com a mão esquerda e o C com a direita. Existem no entanto vários outros golpes que exigem a combinação de vários botões como os direccionais ou com o botão B para os uppercuts. O direccional serve para nos movermos para a esquerda ou direita, bem como agachar/levantar. As diagonais servem para nos movimentarmos à volta do nosso oponente. No topo do ecrã, ao centro, temos um diagrama que mostra a posição dos lutadores na arena assim como a da câmara. Já na parte de baixo do ecrã vemos bastantes informações úteis. As barras vermelhas (e pretas) são as barras de vida de cada um dos lutadores e que vão diminuindo à medida que vamos distribuindo pancada. Quanto maior for a nossa stamina, mais rapidamente a barra de energia vermelha se vai enchendo novamente. No entanto, se levarmos mesmo com muito dano a barra preta também diminui e essa representa o máximo de energia que conseguirmos recuperar. Caso chegue a zero, o lutador vai ao chão e se não conseguir recuperar ao fim de 10 segundos vencemos o combate por KO. Ao lado das barras de energia vemos imagens com a cara de cada lutador e o seu torso. Estas representam também a quantidade de dano sofrido na cabeça ou corpo e quantos mais golpes lá atingirmos, mais essas imagens vão perder a cor. Caso cheguem ao limite, o combate é vencido por TKO. Cada round tem 3 minutos e as barras de energia e de dano na cabeça/tronco são ligeiramente recuperadas entre rounds. Também entre rounds a nossa performance é avaliada, o que poderá ser também um critério para desempate caso não haja um KO/TKO.

No final de cada combate temos uma série de exercícios ou dietas alimentares que poderemos escolher para melhorar certos stats. 3 no caso de vitória, 2 no caso de uma derrota.

A nível visual este até que é um jogo bem conseguido nesse campo pois as personagens são bastante grandes, ocupando uma área considerável do ecrã e bem detalhadas. O efeito 3D de nos movimentarmos pela arena também está a meu ver muito bem conseguido e o público também não está mal representado/detalhado. Já no que diz respeito ao som, apenas existem músicas no ecrã título e menus. Estas apesar de não serem desagradáveis, também não são propriamente memoráveis! Já nos combates em si ouvimos apenas o ruído dos socos a serem desferidos, os grunhos de quem leva com eles, barulho do público, a intervenção do àrbitro e alguns clipes de voz digitalizada aqui e ali.

Visualmente o jogo até que está bastante apelativo!

Portanto este jogo do Evander Holyfield apesar de ser bastante interessante no seu detalhe gráfico, é também muito aborrecido na sua jogabilidade, na minha opinião. O facto de ser uma experiência mais de simulação pode fazer com que os combates se extendam por bastante tempo, principalmente quando defrontamos oponentes mais fortes. Ainda assim acredito que a Sega tenha ficado minimamente satisfeita com o resultado pois voltaram a contratar a mesma equipa para produzir uma sequela, o Greatest Heavyweights.

FIFA International Soccer (Nintendo Gameboy)

Continuando pelas rapidinhas de jogos desportivos na Game Boy, o jogo que cá trago agora é a primeira iteração da série FIFA da Electronic Arts. Tal como no jogo anterior, este também veio num bundle de 22 cartuchos de Gameboy comprado no mês anterior na Feira da Vandoma do Porto por 20€. Mas ao contrário do Baseball, este já é um desporto que conheço bem!

Apenas cartucho

Ao contrário dos outros jogos de futebol que existiam na Gameboy até ao lançamento deste primeiro FIFA, este é um jogo que preza mais pelo realismo do que numa jogabilidade puramente arcade. Mas numa portátil bastante restrita como a Gameboy isso pode não ser uma boa ideia. Mas já lá vamos. Aqui vamos tendo vários modos de jogo, desde as partidas amigáveis, passando por campeonatos, torneios como a taça do mundo ou outros meramente por playoffs. Existem várias opções que poderemos customizar, como activar a fatiga dos jogadores, que nos obriga a ter uma maior atenção às substituições que poderemos fazer ao longo das partidas. Ou então decidir as condições meteorológicas ou se queremos um relvado natural ou sintético. Supostamente terá influência na jogabilidade, mas não notei grandes diferenças assim.

Surpreendentemente é um jogo bem colorido na Super Game Boy

Apesar de ser um jogo com uma grande variedade e leque de opções, como tem sido habitual nos jogos desportivos da Electronic Arts, o problema está na jogabilidade. Para além da acção ser lenta e as sprites apresentarem muito flickering (já o Soccer sofria desse mal!), os controlos também não são os melhores, nem a inteligência artificial. Os passes saem ao lado e correr com a bola é uma miragem, pois este é daqueles jogos que nos obrigam a correr em linha com a bola, caso contrário ela fica para trás, muito provavelmente para ser recuperada por algum jogador da equipa adversária, porque os jogadores da nossa equipa também parece que não se sabem posicionar…

Graficamente os FIFAs clássicos foram jogos que ficaram conhecidos também pela adopção de uma perspectiva isométrica que melhor simulava o 3D e aqui na Game Boy a mesma é também usada. No entanto o preço é alto, com bastante sprite flickering e pouco detalhe nos jogadores, bem como a bola que é minúscula. É também um jogo com suporte ao acessório da Super Game Boy, ganhando logo muito mais cor e uma nova vida. A nível de audio não tenho nada de relevante a comentar. As músicas são minimamente competentes, podendo ser configuradas para se ouvirem apenas durante os menus ou também durante as partidas, e os efeitos sonoros infelizmente também ficam muito aquém das minhas expectativas. É uma pena! E ainda faltaram um aninhos até o ISS sair na Gameboy…