Aliens Colonial Marines (PC)

Aliens Colonial MarinesUma pena. É o que se resume para mim este jogo. Com tanto potencial ao dar seguimento à história de um dos meus filmes preferidos, ver todas as novelas que o jogo passou e jogar este produto inacabado é realmente uma pena. Long story short, em 2001 a Fox Interactive anunciou um FPS com este nome para a Playstation 2, que nunca chegou a sair. A Sega eventualmente comprou a licença dos Aliens em 2006, e um novo Aliens Colonial Marines foi logo anunciado, com o seu desenvolvimento a cargo da Gearbox, empresa responsável pelo lançamento de expansões do Half-Life, a série Brothers in Arms e posteriormente o Borderlands. Uma empresa com provas dadas dentro do ramo dos FPS. Entretanto houve muitos adiamentos e supostos cancelamentos, com o jogo a sair finalmente no início de 2013. Por essa altura veio-se a descobrir que a Gearbox estava a utilizar parte do financiamento da Sega para desenvolver o Borderlands, e quando a Sega o descobriu, cancelou temporariamente o jogo. Essa polémica fez com que tivessem havido alguns despedimentos na empresa em 2008 e o jogo tenha sido outsourced para outros estúdios menores, sendo essa a grande razão por todos os seus atrasos e por o jogo ter saído como um produto apressado e inacabado. A minha cópia entrou na minha colecção algures no final do ano passado de 2013, sendo a edição de coleccionador, comprada na loja nortenha Gamingreplay por 15€.

Aliens Colonial Marines Collector's Edition
Edição de coleccionador do Aliens Colonial Marines

O jogo decorre depois dos acontecimentos do filme Aliens e Alien 3, com os Space Marines a bordo da nave USS Sephora a deslocarem-se à USS Sulaco do segundo filme que estava misteriosamente de volta em órbita do planeta LV-426, após Ripley, Newt e Hicks terem sido ejectados para o planeta Fury 161 como tinha sido visto no Alien 3. Ou se calhar não foi bem assim, mas vou guardar o spoiler. Quando os Marines atracam na Sulaco descobrem uma infestação de aliens e um grupo para-militar contratado pela Weyland Yutani que estava a controlar a USS-Sulaco e utilizar os marines como hospedeiros dos aliens. Após um combate entre as duas naves, ambas caem sobre LV-426 e o jogador (um space marine chamado Winter) em conjunto com os seus companheiros começam a explorar o planeta, revisitando a colónia de Hadley’s Hope, as ruínas da nave alienígena do filme Alien, o Oitavo Passageiro, entre outros locais, descobrindo que a Weyland Yutani estava a fazer das suas.

Aliens Colonial Marines
Jogo com caixa, manual e papelada

A jogabilidade do modo campanha é a de um simples FPS linear. O jogo está dividido em vários níveis/missões, onde temos de cumprir uma série de objectivos, geralmente ir do ponto A ao ponto B e ver o que se passa, activar ou desactivar alguma coisa, resgatar algum Space Marine ou simplesmente matar tudo o que mexa. O facto de o jogo ser linear é algo que eu compreendo, pois o objectivo é tentar aproximar-se o melhor possível de um filme de acção, tal como Aliens o foi em 1986. Para além dos tiroteios habituais e dos momentos já algo clichés de “last stand” onde nos temos de defender de várias waves de aliens, existem também 2 momentos onde tentam incutir uma vertente mais stealth, mas sem grande sucesso. O primeiro desses momentos é quando estamos desarmados e temos de atravessar os esgotos da colónia e nos deparamos com uma espécie de cemitério de aliens, onde uma nova raça dos xenomorfos estão adormecidos no meio dos seus cadáveres. Estes aliens são cegos, porém muito sensíveis ao som, pelo que temos de fazer o mínimo ruído possível. O segundo momento é quando nos pedem para limpar o sebo a uns quantos cientistas/soldados nos laboratórios da Weyland Yutani sem que eles activem um alarme, coisa que só resulta bem se jogado em cooperativo.

Aliens Colonial Marines
Restante da papelada que veio junto do jogo

Isto porque o jogo está repleto de defeitos, muitos desses defeitos mais grosseiros foram corrigidos com o lançamento de patches, mas ainda há muito lixo a pairar no código. Em primeiro lugar, ainda bem que não existe friendly fire, senão os nossos companheiros morriam muito facilmente. A inteligência artificial é muito má, os nossos companheiros ficam frequentemente presos a um local e já me aconteceu por várias vezes eles não me acompanharem, deixando-me inteiramente por minha conta até que chegasse a um local onde a sua presença era obrigatória e magicamente se teletransportavam para o meu lado. Os próprios inimigos por vezes também ficam presos a um sítio, tornando-se presas fáceis.
Já me aconteceu várias vezes os aliens simplesmente desaparecerem do ecrã, ou até atravessarem um vidro. Felizmente podemos jogar a aventura singleplayer cooperativamente com até mais 3 amigos, tornando a coisa menos intragável. Não aponto grandes problemas para os controlos, são simples e funcionais, embora quando tivemos de controlar o power-loader, esses poderiam ter sido melhor implementados.

Aliens Colonial Marines
Estátua que vem na CE.

O jogo tem um vasto armamento, com várias pulse-rifles como nos filmes, shotguns, revólveres, lança-chamas, rockets ou mesmo a smart-gun com o seu auto-aim dentro de uma certa área. Podemos carregar uma arma primária, uma secundária e um revólver com munição infinita, para além de um certo número de granadas e munições secundárias para certas armas. Ao longo do jogo podemos encontrar algumas armas “lendárias”, como a shotgun de Hicks, ou o revólver Gorman, armas directamente retiradas do filme Aliens. Para além desses extras temos outros coleccionáveis, como dogtags dos colegas Marines ou audio logs. Para além dos achievements do jogo, existem também uma série de achievements internos que nos dão pontos de experiência. Esses pontos de experiência, que são ganhos com cada kill e assist ao longo do jogo, ou com os coleccionáveis que encontramos, servem para aumentar o nosso rank. Piscando o olho a Battlefield ou outros shooters militares modernos, vamos desbloqueando uma série de novas armas e vamos podendo-as customizar à nossa medida, com novas miras, munições secundárias, novas skins ou outros acessórios.

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Os quick-time events estão de volta, mas felizmente são apenas ocasionais

Para além do modo campanha que pode ser cooperativo, temos também a vertente multiplayer do jogo que eu não cheguei a experimentar, pelo que não me vou alongar. Existe um team deathmatch e um modo de jogo chamado Escape, onde os Marines têm de sobreviver e alcançar um evac-point para escapar e os Aliens naturalmente terão de impedir que isso aconteça.

Passando para o audiovisual, Aliens Colonial Marines não possui a mesma qualidade gráfica de um Crysis, tem texturas de baixa resolução e modelos com poucos polígonos, no entanto acho que cumpre os requisitos mínimos. Adorei a maneira “high-tech dos anos 80″ com que conseguiram recuperar a atmosfera do filme Aliens, com todo o equipamento electrónico com os monitores CRT e todos aqueles botões quadrados. A HUD (informação passada no ecrã) é como se estivéssemos dentro de um gravador de vídeo em VHS, as letras têm o mesmo estilo dos ecrãs LCD da época e a própria imagem do jogo tem um filtro gráfico que se assemelha mesmo à qualidade de uma fita VHS. É um pormenor que achei muito interessante (não tenho dúvidas que tenha sido utilizado para mascarar os gráficos) e pelos vistos pouca gente reparou no mesmo. Mas se passarmos para os diálogos… bom esses são realmente maus e bastante clichés. É pena porque a história como um todo até faz algum sentido. Ainda assim, e voltando à história, o DLC Stasis Interrupted conta o porquê da USS Sulaco estar de volta a LV-426 e o porquê de outras coisas. É pena que não tenha feito parte do pacote do jogo.

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Podemos jogar cooperativamente com mais alguns amigos

No fim de contas, confesso que não desgostei de todo do jogo. Para quem é fã da saga Aliens certamente irá encontrar alguns bons momentos na história. O facto de graficamente não ser o melhor jogo de sempre não é algo que me incomoda assim tanto. Na minha opinião o pior são mesmo os imensos bugs existentes e a inteligência artificial que é péssima, bem como os diálogos do jogo que são cheesy até dizer chega. É um jogo que tinha um enorme potencial de relançar finalmente a saga Aliens para a ribalta (após Prometheus ter dividido muitas opiniões), mas quando jogamos algo onde é bem notório que é um produto inacabado e apressado, para mim é mesmo esse o grande problema de Aliens Colonial Marines. Ponho fé na Creative Assembly para o Alien Isolation.

Halo: Combat Evolved (PC)

Halo PCO jogo que trago cá hoje é a adaptação para PC do primeiro jogo de uma série que, para o bem ou para o mal moldou toda uma série de first person shooters em consolas e no PC também. Estou a referir-me ao Halo, claro está. Originalmente em desenvolvimento para os Macintosh, o jogo causou um burburinho com a compra da Bungie pela Microsoft Game Studios, tornando Halo num jogo de lançamento da primeira consola de videojogos da Microsoft, a Xbox. Halo: Combat Evolved foi um sucesso de vendas, ganhando uma legião de fãs que perdura até hoje, ainda assim a Microsoft acabou por converter o jogo para as plataformas PC e MAC, tendo sido lançadas 2 anos após o lançamento para a Xbox. Ora a minha versão chegou-me às mãos após ter sido comprada recentemente na Feira da Ladra em Lisboa, por uns módicos 1 ou 2€. Infelizmente não tem manual.

Halo Combat Evolved - PC
Jogo com caixa

Resumindo o conceito da história por detrás de Halo, a humaninade chegou a um ponto tecnológico em que viajar pelo espaço mais rápido que a velocidade da luz se tornou uma realidade. O planeta Terra por seu lado estava  a ficar cada vez mais sobrepopulado, pelo que a Humanidade começou a colonizar outros planetas. Entretanto, as forças militares estavam também cada vez mais tecnologicamente avançadas, tendo desenvolvido um grupo de soldados biologicamente e ciberneticamente modificados, os super-soldados SPARTAN-II. Eventualmente a Humanidade acaba por ser atacada por um grupo de seres alienígenas chamados “The Covenant”, que acabam por causar muitas derrotas do lado dos humanos. Os super-soldados SPARTAN-II  ainda acabam por ser bastante eficazes no combate aos Covenant, porém são em pequeno número para mudar o balanço da guerra. Numa altura em que todos os SPARTAN-II estavam concentrados na colónia Reach para preparar uma importante missão em assaltar a origem dos Covenant, acabam por ser atacados de surpresa, com a colónia a ser completamente destruída. Os únicos sobreviventes foram os da nave espacial “Pillar of Autumn”, a mesma que transporta o SPARTAN-II Masterchief. Enquanto a nave tenta escapar do assalto Covenant, eles encontram Halo, um misterioso planeta artificial na forma de anel, controlado pelos Covenant. Decidem investigar o misterioso planeta e o resto é resto.

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Neste jogo cooperamos também com vários NPCs que nos vão auxiliando no combate ao longo do jogo

Vou ser sincero. Já tinha jogado este Halo há uns anos atrás, na altura em que tinha saído para PC e ligeiramente na própria Xbox. Em alguns aspectos confesso que tenha sido revolucionário, noutros nem por isso. Acho este jogo em particular completamente overhyped, pois tirando alguns aspectos que irei referir em seguida, é para mim um FPS banal. E que inovações trouxe Halo? Em primeiro lugar, o mecanismo de combate. Em vez de podermos carregar um arsenal imenso, Halo apenas nos permite carregar 2 armas de cada vez, o que apesar de ser mais realista, é uma mudança que não gosto. Ainda assim o arsenal não deixa de ser vasto, misturando armas humanas com outras alienígenas e com diferentes funcionalidades entre si. Para além de 2 armas apenas, podemos carregar com mais 2 tipos de granadas e, ao contrário dos outros jogos, podemos atirar granadas  com um botão exclusivo, sem ter a necessidade de mudar de arma entretanto. É possível também executar golpes melee com qualquer arma, permitindo matar inimigos por detrás de forma silenciosa para que não alertem os restantes. Isto na minha opinião são mudanças positivas. Apesar de não ter sido o primeiro FPS a fazê-lo, Halo também inclui alguns segmentos onde termos de conduzir alguns veículos, mas desta vez com melhores controlos e com a possibilidade de os NPCs nos darem algum apoio ao disparar na metralhadora acoplada, por exemplo. Mas infelizmente as grandes mudanças que perduram até hoje e que não me agradam nada é o sistema de save por checkpoints, e a vida regenerativa. Na verdade o esquema de vida regenerativa neste jogo ainda é algo misto, mas a semente ficou lançada. O Masterchief possui um escudo que se regenera ao fim de algum tempo de o jogador não sofrer dano, contudo quando esse escudo se encontra completamente descarregado o jogador fica vulnerável, com a sua barra de vida a diminuir. Essa barra de vida já não é autoregenerativa, precisando dos bons velhos medkits para o jogador recuperar esse dano sofrido.

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Apesar de achar as áreas de jogo muito repetitivas, há alguns locais que são realmente mais bonitos

Estas são na minha opinião as grandes mudanças de jogabilidade que Halo introduziu. De resto, graficamente era um jogo impressionante para a altura em que saiu na Xbox. Quando chegou à vez do PC, não é nada que já não se tenha visto melhor antes. Ainda assim reconheço o mérito no jogo em apresentar níveis bastante vastos, apesar de achar que os mesmos são muito monótonos por haver pouca variedade. Os Covenant então… lutar contra extraterrestres coloridos num FPS que tem uma legião de fãs tão grande e onde muitos se gabam de jogarem videojogos violentos, tem o seu quê de ironia. A história, desde a narrativa até mesmo ao voice acting também achei completamente banal, apesar de reconhecer que existe potencial de crescimento ao longo da série.

Para além do modo campanha, Halo originalmente teria um modo online muito forte. No entanto, com a estrutura Xbox Live então ainda incompleta, a Microsoft decidiu remover a componente online do primeiro jogo na Xbox, introduzindo um modo cooperativo, para além de outros modos multiplayer splitscreen ou por ligações em LAN, cujos foram depois adaptados para se jogar online por outros meios não oficiais. Já a conversão para PC não tinha essa desculpa, apresentando assim um modo multiplayer online tradicional, mas infelizmente sem a componente cooperativa. E focando mais no multiplayer, muitos fãs do jogo afirmam que é o multiplayer que realmente coloca Halo num pedestal elevado. E aí realmente poderei dar o braço a torcer. Mesmo sem uma componente online no lançamento original para Xbox, existem imensos modos de jogo que podem ser também bastante customizados, à semelhança de outras séries como Timesplitters, por exemplo. Para além de imensas variantes de deathmatch e capture the flag, o jogo introduziu alguns outros modos de jogo bastante interessantes como o Phantoms ou o Reverse Tag. Infelizmente nunca tenho muito tempo a perder com vertentes multiplayer, mas pareceu-me algo bastante completo.

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Algumas armas têm modos alternativos de fogo, ou miras telescópicas, como é o caso

E pronto, é isto que eu acho do primeiro Halo. Um FPS com uma campanha e história completamente banal, mas com algumas mecânicas de jogo que moldaram todos os outros que lhe seguiram. Para mim umas mudanças boas, outras más. No entanto, apesar de não ter dado muita atenção, possuia uma vertente multiplayer bastante completa para a altura. Tenho aqui também o Halo 2 para PC que irei jogar pela primeira vez do inicio ao fim (joguei um pouco na Xbox há muitos anos atrás), estou curioso para ver em que melhoraram.

Half-Life: Blue Shift (PC)

Half-Life Blue ShiftEnquanto a Valve não nos presenteia com um Half-Life 3, ou mesmo um Half-Life 2 Episode III, esta análise deverá ser a última que faço relativamente à saga. Half-Life Blue Shift estava inicialmente previsto como uma conversão do jogo original para a consola Sega Dreamcast, que incluiria a pequena expansão “Blue Shift” como bónus. Infelizmente, com o jogo já quase pronto, após a Sega ter anunciado a descontinuação da Dreamcast e a sua reestruturação para uma empresa third-party, a Sierra decidiu cancelar o lançamento deste jogo (assim como muitos outros). Assim sendo, Blue Shift não se ficou no limbo, tendo sido lançado posteriormente no PC, versão essa que me chegou às mãos já há uns valentes anos atrás, oferta de um amigo meu de escola.

Half-Life Blue Shift PC
Jogo com jewel case e manual, a big box nunca esteve nas minhas mãos

Blue Shift coloca-nos na pele de mais uma facção presente em Black Mesa na altura do incidente. Desta vez o escolhido é Barney Calhoun, um segurança a caminho para mais um aborrecido dia de trabalho em Black Mesa. Tal como Gordon Freeman, Barney desloca-se para Black Mesa através de uma espécie de comboio que o leva a passear por entre diversos túneis mostrando diferentes partes da base. Barney chega inclusivamente a cruzar-se com Gordon Freeman uma ou outra vez, embora sem chegar a trocar quaisquer palavras. A primeira tarefa de Barney neste dia de trabalho é reparar um elevador que está com alguns problemas. Enquanto Barney faz isso, o incidente em que Gordon Freeman se vê envolvido acontece, fazendo com que o elevador se despenhe e mais uma vez iremos tentar escapar de uma Black Mesa sob ataque de alienígenas de Xen, ou tropas governamentais dispostas a apagar todas as evidências do incidente. Apesar de ser mais um jogo sólido, Blue Shift é uma expansão muito mais curta que Opposing Force, para além de não introduzir nenhum nenhum novo inimigo ou armas (o que até se compreende, pois a Dreamcast e os seus GD-Roms de 1GB não comportariam uma expansão com muito conteúdo para além do jogo original na sua totalidade. Assim sendo recomendo a leitura do artigo Half-Life original, pois este Blue Shift não adiciona nada de novo no que diz respeito à jogabilidade. É uma expansão sólida, mantendo o mesmo balanço de combate e puzzle solving/exploração que a série se tornou conhecida. A única novidade na narrativa é a mesma ser focada na interacção com um NPC (o cientista Dr. Rosenberg) que nos vai indicando os passos que devemos tomar para escapar de Black Mesa vivos.

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Dr. Rosenberg, à direita, é um NPC que muitas dicas nos vai dar ao longo do jogo

Graficamente devo dizer que este jogo introduziu um “High Definition Pack” que melhorou bastante a qualidade gráfica do jogo, tanto na resolução das texturas, como no número de polígonos que os modelos 3D do jogo apresentam. Esse pack é também aplicável ao Half-Life original e a sua expansão Opposing Force, tendo eu jogado ambos com esse pack, embora por lapso não o tenha referido nos artigos respectivos.

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Estes zombies “headcrabbed” sempre tiveram a sua pinta

Assim sendo, não há muito mais a acrescentar sobre este Blue Shift. É uma expansão pequena mas sólida, oferecendo mais uma diferente perspectiva do incidente de Black Mesa e mantendo a boa jogabilidade e narrativa do jogo original. Ainda assim, é uma expansão que apenas os fãs de Half-Life irão apreciar, pois não adiciona practicamente nada de novo à fórmula, inclusivamente oferece uma menor gama de armas disponíveis e inimigos para combater.

Half-Life: Opposing Force (PC)

De volta à aclamada série da Valve para a primeira expansão oficial que Half-Life recebeu. Opposing Force, desenvolvido pela Gearbox (estúdio que nos trouxe Borderlands, Brothers in Arms e coisas não tão boas como Aliens Colonial Marines), Opposing Force tal como o nome indica coloca-nos na pele de um outro lado do conflito ocorrido em Black Mesa, nomeadamente no Cabo Adrian Shepard, membro da força HECU (Hazardous Environment Combat Unit) enviada para Black Mesa com a missão de controlar a invasão alienígena e silenciar todas as testemunhas. Infelizmente, ao contrário das outras versões do Half-Life que possuo, esta expansão apenas a tenho em formato digital, comprada por um preço muito reduzido numa das steam sales em que a Valve vende o seu catálogo a preços baixíssimos.

Half-Life Opposing ForceTal como o jogo original, a acção começa de uma forma algo cinemática, onde Adrian Shepard, acompanhado dos restantes elementos do esquadrão, se encontram a fazer o briefing da sua missão em Black Mesa, a bordo do avião que os transporta. Tudo corre bem até à altura em que estão mesmo a chegar a Black Mesa, onde são atacados por aliens de Xen e o avião despenha-se na base. Após um “blackout” acordamos já dentro das instalações de Black Mesa, onde alguns cientistas sobreviventes nos prestaram os primeiros socorros. O resto não é muito difícil de imaginar, sendo uma aventura paralela aos acontecimentos de Gordon Freeman. Aparições misteriosas do G-Man e o surgimento de tropas especiais “Black Ops” com o intuito de limpar o sebo a tudo o que mexa também fazem parte desta aventura.

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Existem novos modelos de NPCs e inimigos, incluindo este segurança guloso

A jogabilidade é a mesma do Half-Life, pelo que recomendo a leitura da sua análise, pois não me vou alongar muito neste aspecto. Apesar de naturalmente a expansão não ter a mesma duração do original, ainda assim acho Opposing Force um produto bastante completo. Para além de uma campanha relativamente longa por outras localidades de Black Mesa, Opposing Force introduz uma série de novos inimigos e armas, tanto de fabrico humano, como uma metralhadora pesada ou uma sniper rifle, ou outras Xen. Uma das mais interessantes, sendo inclusivamente necessária nalguns puzzles, é uma arma baseada nas criaturas Barnacle – aquelas com uma “língua” comprida, servindo de gancho para alcançar algumas posições longínquas. Apesar de na minha opinião Opposing Force ser um jogo com muito mais tiroteio, a componente de exploração e puzzle-solving para avançar no jogo ainda está muito evidente. O modo como o jogo conta a história continua o mesmo e há algumas incursões bastante interessantes, fazendo uso dos companheiros de armas de Shepard. Médicos para curar outros marines, engenheiros para arrombar portas, são alguns dos exemplos, para além de utilizar os cientistas/seguranças sobreviventes para abrir certas portas de laboratórios.

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Gordon Freeman ainda faz uma breve aparição antes de partir para Xen

Visualmente o jogo continua impressionante para a data, apresentando novas secções de uma Black Mesa muito convincente, como os seus laboratórios de teste em criaturas alienígenas, bem como mais uma pequena incursão ao mundo dos Xen. A narrativa apesar de não ter o mesmo apelo da aventura original de Gordon Freeman, está na mesma muito bem conseguida, mostrando o incidente de Black Mesa por outros olhos, mas ainda repleto de algum mistério, também pelas aparições do G-Man, personagem fulcral no futuro de Black Mesa. Tal como o jogo original, a música é algo que aparece apenas no momento certo, em alturas de maior tensão ou tiroteios mais caóticos. Durante o resto do tempo, somos abandonados numa gigante Black Mesa em ruínas.

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Exemplo de uma das novas armas

Em suma, acho Opposing Force uma óptima expansão, mantendo o mesmo nível de apresentação e mecânicas de jogo do jogo anterior, mas no entanto introduzindo uma série de novos inimigos e armas que acabam por resultar muito bem, bem como uma nova perspectiva dos eventos de Black Mesa. Para além deste Opposing Force e Decay que analisei recentemente para o Half-Life da PS2, existe ainda uma outra expansão chamada Blue Shift, que irei descrever em breve.

Half-Life (Sony Playstation 2)

Half-Life PS2

Após o recente artigo do Half-Life para PC, deixo agora um pequeno complemento sobre a conversão do mesmo jogo para a consola da Sony. Sendo uma conversão quase directa do original, recomendo também a leitura desse artigo. Contudo, este Half-Life da PS2 tem algo que os distingue dos demais: uma expansão pensada para co-op e lançada exclusivamente para esta versão PS2. Decay é o seu nome e foi esta a razão que me fez comprar este port. Não deixa de ser curioso que das 3 versões originalmente planeadas (PC, Dreamcast e PS2), cada uma teria uma expansão exclusiva. O PC recebeu Opposing Force, a Dreamcast iria receber o Blue Shift, versão que acabou por ser cancelada já com a mesma quase terminada, tendo saído posteriormente no PC. Por fim a PS2 manteve-se com este Decay, que apesar de ter chegado ao PC como um mod, não teve um lançamento oficial. A minha cópia foi comprada há umas semanas atrás na feira da Ladra, em Lisboa, por 5€, estando completa e em óptimo estado.

Half-Life - Sony Playstation 2
Jogo completo com caixa e manual

Em relação ao jogo original, ele está aqui todo representado, com uma ou outra diferença mínima na disposição dos mapas. O jogo controla-se como os FPS convencionais na PS2, com um stick para movimentar a personagem e outro para apontar a arma. Para os que preferem jogar no PC e não se habituam de maneira alguma a este esquema, existe uma opção de se fazer lock-on aos inimigos, facilitando bastante a jogabilidade. De resto, o jogo herda o esquema de quick-save e quick-load em qualquer posição do jogo, ao contrário dos checkpoints e saves fixos habituais nos jogos de consola.

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As med-stations sofreram um redesign

Mas vamos focar mais na expansão Decay, exclusiva para esta versão. Aqui a história decorre mais ou menos ao mesmo tempo que a aventura principal de Gordon Freeman, porém controlamos desta vez 2 cientistas femininas, nomeadamente as doutoras Gina Cross e Collette Green. Este é uma expansão pensada para 2 jogadores em modo cooperativo, apesar de ser possível jogá-la com 1 jogador apenas, controlando uma personagem de cada vez. Ao contrário das outras expansões, esta está dividida em missões, sendo que em cada temos um determinado objectivo a cumprir, geralmente ir do ponto A ao ponto B, resolvendo alguns puzzles e trocando uns tiros pelo meio. Aqui, os puzzles que são apresentados naturalmente requerem a cooperação entre os 2 jogadores para serem solucionados, o que por vezes atrapalha um pouco quando se joga sozinho, alternando constantemente de personagem. No final de cada missão a nossa performance é avaliada, podendo depois desbloquear uma missão bónus, onde jogamos não como um humano, mas sim como um Vortigaunt a atacar humanos, invertendo completamente os papéis. De resto existe também um modo Head-to-Head, que é basicamente um deathmatch limitado a 2 jogadores apenas, o que é pena.

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Uma das personagens jogáveis em Decay

O audiovisual do jogo em si é muito parecido ao original (isto comparando com o pack de “alta resolução” de texturas que saiu para o PC juntamente com a expansão Opposing Force), mas ainda assim existem algumas texturas que ficaram pior na PS2, bem como os tempos de loading são bem maiores na consola da Sony. De resto acho uma conversão competente, valendo essencialmente pela expansão Decay que é bastante interessante, apesar de ter um ou outro inconveniente sendo jogada por um jogador apenas.