Impossible Mission (Sega Master System)

Voltando às rapidinhas e na Master System, o jogo que vos trago hoje é um título muito curioso. Lançado originalmente pela Epyx no Commodore 64 algures em 1985, este é um interessante jogo de espionagem, completamente não linear e aleatório, e que acabou por receber conversões para muitos outros sistemas, incluindo a Master System através da U.S. Gold. O meu exemplar foi comprado no passado mês de Janeiro na loja GamesnStuff por 10€.

Jogo com caixa e manual

E de que se trata este jogo afinal? Nós somos um agente secreto que se infiltra na base de um vilão que planeia lançar mísseis nucleares pelo mundo inteiro e temos de o travar de alguma forma. Mas para entrar na sua sala e travar os seus planos precisamos de uma password de 9 letras. Então teremos de vasculhar toda a restante base em busca de pistas, que depois nos possam dar a tal password. Começamos o jogo num elevador que nos vai dando acesso a várias salas, que por outro lado poderão dar acesso a outras salas e corredores com elevadores. Em cada uma destas salas, não só teremos vários robots que nos atacam, bem como terminais, plataformas, elevadores e objectos que devemos investigar para procurar pistas para a password. Todo o layout do jogo, todas as salas, posicionamento de inimigos e objectos é completamente aleatório, bem como a password final. E sendo a nossa personagem um agente secreto, seria de esperar que tivéssemos algumas armas ou gadgets para nos ajudar na aventura, certo? Pois, mas estamos completamente indefesos. Por outro lado o agente é super atlético, consegue saltar em longas distâncias e dar mortais pelo ar, pelo que teremos de usar a sua agilidade para nos esquivarmos dos robots inimigos. E apesar de termos vidas infinitas, temos 6 horas para terminar o jogo e por cada vida que percamos são adicionados 10 minutos ao nosso tempo! Em cada sala temos também um terminal que podemos interagir onde poderemos paralisar temporariamente os robots que por lá estejam bem como fazer reset aos elevadores internos para a sua posição inicial.

O layout das salas é completamente aletório de partida para partida. Na parte inferior do ecrã, nos corredores, podemos ver o mapa do terreno que já desbravamos

A ideia é então a de ir explorando todas as salas, escapar dos robots e investigar todos os objectos presentes na sala em busca de pistas para a palavra passe. Investigar objectos pode resultar em nada, códigos de paralisar robots ou fazer reset a elevadores que podem posteriormente serem usados nos tais terminais, ou imagens algo abstractas. Estas são as tais peças do puzzle que temos de coleccionar para descodificar a palavra passe! E para o fazermos temos de consultar o nosso computador de bolso e tentar juntar as tais imagens umas às outras, de forma a preencherem um rectângulo. Para as imagens encaixarem, teremos muitas vezes de mudar a sua cor, ou espelhá-las tanto horizontalmente como verticalmente. Cada rectângulo preenchido precisa de 4 imagens sobrepostas, resultando numa letra da password. São 9 letras ao todo e quando conseguirmos descodificar a palavra passe podemos finalmente confrontar o vilão e terminar o jogo! E não, não há qualquer confronto contra um boss aqui…

Ao investigar objectos, estas são as tais peças de puzzle que temos de descobrir e coleccionar

No que diz respeito aos gráficos, é um jogo simples, mas competente. Não há grande variedade de cenários, é verdade, mas também sendo um jogo muito aleatório também não seria de esperar algo em contrário. Poderia era haver uma maior variedade no design dos inimigos! Já no que diz respeito ao som, bom, não temos qualquer música e os efeitos sonoros não são nada de especial. O original de Commodore 64 tinha uns samples de voz digitalizadas que, para 1985, estavam de facto muito bons! Quando começamos a aventura ouvimos o vilão a dizer “Another visitor… stay awhile… stay FOREVER!” e ocasionalmente quando entramos numa sala também se ouve “Destroy him, my robots!“. No original de C64 as vozes são incrivelmente limpas, já a versão Master System, apesar de também ter as mesmas falas, são practicamente imperceptíveis, infelizmente.

Essas peças do puzzle podem depois serem manipuladas e combinadas para formarem um rectangulo completo e descodificar uma das letras da palavra passe

Portanto até devo dizer que este Impossible Mission impressionou-me pela sua completa não linearidade. Mas infelizmente os segmentos de platforming são um bocado frustrantes e acho que o jogo teria mais a ganhar se tivéssemos alguma arma para enfrentar os robots, mesmo que o tempo limite para completar o jogo fosse mais curto. Ainda assim não posso deixar de ter ficado surpreendido pelo conceito do jogo que para 1985 estava mesmo muito à frente! E para além de algumas sequelas, este primeiro Impossible Mission acabou mesmo por receber um remake para consolas mais modernas em 2007. Temos uma versão para a PSP, DS, Wii e PS2 com grafismos bem melhorados com potencial para serem as versões definitivas deste jogo.

World Games (Sega Master System)

A Epyx certamente espremeu bem a vaca dos minijogos baseados em desportos. Desde atletismo de verão e inverno, exploraram também os desportos radicais com dois California Games e a Master System recebeu também uma conversão deste World Games, onde são explorados 4 desportos tradicionais dos continentes Europeu e Norte-Americano. O meu exemplar foi veio através de uma troca que fiz com um amigo meu no passado mês de Dezembro.

Jogo com caixa e manual

Tal como os outros jogos da Epyx deste tipo, temos aqui vários desportos representados, com mecânicas de jogo completamente distintas entre si e que nos obrigarão a umas boas horas de práctica até conseguirmos alcançar bons resultados. Ter o manual já é uma grande ajuda, pois os controlos vão variando de desporto para desporto. Os desportos que cá temos são então o Barrel Jumping da Alemanha, o Caber Toss da Escócia, Log Rolling do Canadá e Bull Riding dos EUA. O primeiro é um desporto onde, com patins de gelo, temos de correr num lago gelado, ganhar velocidade suficiente e saltar sobre uma série de barris colocados em fila e aterrar em segurança, sendo que podemos definir quantos barris queremos colocar antes de cada tentativa. E depois lá começamos a corrida, onde teremos de pressionar os botões da esquerda e direita para ir correndo e ganhar velocidade. Uma vez mais o timing é tudo, pois temos de começar a pressionar os botões lentamente e ir aumentando a velocidade gradualmente. Antes de passar a linha de salto devemos pressionar o botão 2 para saltar e depois, quando já estivermos em pleno ar, pressionar para baixo para preparar a aterragem.

Antes de cada desporto temos direito a uma introdução que nos explica as suas origens

O desporto seguinte é o famoso lançamento de troncos da Escócia, onde o objectivo é o de lançar o tronco o mais longe possível. Tal como no desporto anterior, teremos de pressionar para a esquerda e direita para começar a andar e ganhar velocidade, mas uma vez mais o timing é tudo e também temos de nos preocupar em manter o tronco equilibrado. Uma vez com velocidade suficente (e já na área de lançamento) teremos de manter o botão 2 pressionado para arremessar o tronco e soltá-lo quando o tronco estiver inclinado para a frente. O desporto seguinte é o Log Rolling, onde 2 lenhadores se põe em pé, em cima de um tronco a flutuar no rio e a ideia é ir rolando o tronco com os pés e desiquilibrar o nosso oponente. Ganha quem mandar o oponente à água primeiro. E aqui temos de ir pressionando os botões 1 ou 2 para fazer o tronco rolar para a frente ou para trás e temos de ir estando atentos ao medidor de equilíbrio para nos tentarmos manter equilibrados. Mas é estranho, não dá para entender muito bem o que temos de fazer para ganhar. O que vale é que em confrontos por multiplayer ambos os jogadores ficam em pé de igualdade sem saber bem o que fazer. Por fim, o último desporto é o típico rodeo dos Westerns, onde um cowboy monta um touro bravo e a ideia é aguentar um determinado intervalo de tempo em cima do touro. Começamos por escolher qual touro queremos montar e depois temos de usar o d-pad e pressionar as mesmas direcções que o touro se vai virando e quando estivermos prestes a cair, deveremos pressionar para baixo no d-pad para nos mantermos em cima do mesmo.

Lembro-me de em criança ter visto uma imagem destas e ter ficado com vontade de o jogar!

A nível audiovisual é um jogo relativamente bem detalhado, tendo em conta que apenas temos estes quatro desportos para testar, não havendo mais variedade para além desses desportos. O de log rolling é o que apresenta maior detalhe, com sprites grandes e bem animadas (quem diria que haviam tubarões em rios no Canadá?). Não é por acaso que usavam imagens desse desporto nos screenshots e foi sempre esse desporto que me ficou na memória em criança. Já nas músicas, nada de especial a apontar aqui, pois as músicas até que são agradáveis.

Tal como nos outros jogos da família Games, aprender e dominar os controlos é sempre o grande desafio

Portanto temos aqui mais um jogo “Games”, onde nos são apresentados uma série de diferentes desportos, com controlos que nos obrigam a ter uma grande práctica se queremos ter uma boa prestação no jogo. Mas tal como os outros também não temos grande incentivo a jogar sozinhos, mas sim com amigos. Pois o que aqui temos resume-se apenas àqueles 4 eventos e é só. Se nos anos 80/90 tivesse pago full price por um jogo destes, provavelmente ficaria um pouco chateado.

Summer Games (Sega Master System)

Vamos a mais uma rapidinha, agora para a Master System a mais um daqueles jogos da Epyx que são uma compilação de diferentes eventos desportivos, todos eles com jogabilidade que requer combinações de botões em momentos precisos, o que irá exigir muita práctica. Desta vez a temática é a dos jogos olímpicos de verão. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu no passado mês de Outubro por 5€.

Jogo com caixa e manual

O jogo foi lançado originalmente em 1984 para o Commodore 64, com esta conversão para a Master System a ser lançada bem mais tarde, em 1990. E enquanto o original possuía 8 eventos diferentes a competir, esta conversão tem apenas 5, pelo que ficaram pelo caminho duas vertentes de corrida de estafeta e o tiro. Tal como os restantes jogos da Epyx deste género, temos a possibilidade de competir num evento, competir em todos os eventos, treinar um evento à escolha e ver os recordes existentes. A competição propriamente dita pode ser jogada com um máximo de 8 jogadores que representam diferentes nacionalidades sendo que todos jogam à vez e no final ganha quem atingir mais medalhas.

O sprint dos 100m é o que tem a jogabilidade mais simples mas ainda assim uns botões turbo davam jeito

Cada evento possui controlos muito próprios e com timings exigentes, pelo que uma leitura atenta do manual é bem recomendada e claro, muita práctica. No salto à vara começamos por correr automaticamente e teremos pressionar para baixo para pousar a vara e começar a saltar. Muitas vezes iremos fazê-lo tarde demais e o salto será desqualificado. Mas mesmo que consigamos plantar a vara no tempo certo, depois temos de manter pressionados o botão 1 e os direccionais cima e direita e esperar que tudo corra bem. O sprint dos 100m é bem mais simples, mas é cansativo pois depois da partida apenas teremos de pressionar os botões 1 e 2 de forma alternada, o mais rapidamente possível. O evento de ginástica obriga-nos a saltar para um cavalete e fazer algumas acrobacias, o que se traduz em usar o botão 1 para saltar (uma vez mais com timings certos) e o direccional para as acrobacias, sendo que teremos de ter a preocupação de aterrar em pé, caso contrário a pontuação que nos será atribuída será desastrosa. Os últimos dois eventos são aquáticos, começando pelo mergulho de 10m. Aqui teremos uma série de 4 saltos para executar, onde saltamos com o botão 1 e usamos o direccional para fazer algumas acrobacias. Uma vez mais temos de ter a preocupação de entrar na água de cabeça, pelo que é mais uma vez uma questão de práctica. O último evento é o sprint de 100m a nadar em estilo livre, onde teremos de manter pressionado o botão direccional na direcção a nadar e pressionar o botão 1 repetidamente até à exaustão.

Não convém fazer uma chapa na água, os juízes são muito exigentes

Graficamente até que é um jogo colorido e bem detalhado, principalmente se comparado ao original da Commodore 64. As músicas não são nada desagradáveis, e este é outro dos casos de um jogo ocidental ter suporte a músicas FM, mesmo com o mesmo não tendo um lançamento japonês. Isso aconteceu pois esta conversão para a Master System não foi produzida pela Epyx mas sim subcontratada a um pequeno estúdio pela Sega of Japan. Aparentemente o som foi todo programado pela Sega Japan, talvez por essa razão lá tenham introduzido músicas em FM.

Portanto, este Summer Games é mais um daqueles jogos que sinceramente não envelheceu lá muito bem. Os seus diferentes eventos possuem controlos que nem sempre são intuitivos, resultando em experiências bastante frustrantes, principalmente para quem não tiver o manual que os explique. Nunca fui o maior fã deste estilo de jogos e sinceramente nem sei como esta série da Epyx teve assim tanto sucesso nos anos 80.

California Games (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas na Master System, vamos agora ficar com a sua conversão do clássico da Epyx, California Games. Enquanto a versão Mega Drive, bem mais bonita a nível audiovisual, foi desenvolvida pela Novotrade, que mais tarde vieram a desenvolver o clássico Ecco the Dolphin, esta versão 8bit acaba por ser muito mais próxima do original de Commodore 64. O meu exemplar foi comprado algures em Setembro deste ano, tendo vindo de um bundle que comprei a um particular através do Facebook, tendo-me custado 6€.

Jogo com caixa e manual

Sendo esta uma versão mais fiel ao original, teremos então à disposição todos os eventos, ou seja, skate, footbag, patins, surf, bmx e lançamento do disco voador. Em cada desporto temos um tempo limitado para fazer o máximo de truques possível e aumentar a nossa pontuação, algo que exige alguma disciplina nos controlos, pois temos timings precisos para fazer esses mesmos truques. Felizmente que pelo menos nesta versão para a Master System tenho o manual que posso usar como referência para ver quais as combinações de teclas a usar. Depois é uma questão de práctica, muita práctica.

Não pressionar os botões nos tempos certos geralmente resulta em trambolhões

O único desporto que eu não conhecia, pois sempre joguei a versão Mega Drive, é o tal lançamento do disco. Aqui vemos um cursor a oscilar em 2 categorias, sendo uma para escolher o ângulo de lançamento, a outra a velocidade. Uma vez lançado o disco, teremos de controlar a pessoa que o vai receber. Na parte superior do ecrã vemos uma caixa que mostra a posição de quem lança o disco, o movimento do disco, e o seu receptor, onde temos de usar o d-pad para o ir movendo para a zona onde achamos que o disco vai cair. Depois lá temos de usar os tais truques para apanhar o disco de uma forma estilosa e acima de tudo não o deixar cair. Sinceramente gosto mais dos outros desportos como os patins ou BMX.

No final de alguns eventos temos direito a estatísticas dos truques que conseguimos desempenhar

A nível audiovisual, bom esta até que é uma versão bem competente, com gráficos bem coloridos e detalhados para um sistema 8bit. Está também repleta de pequenos momentos de bom humor, o que é um toque muito interessante. No que diz respeito às músicas, bom, este California Games é um daqueles jogos ocidentais que suporta o FM Sound, algo disponível apenas no Japão, o que é um pouco estranho pois este jogo acabou por nem sair no Japão, embora talvez inicialmente até fosse suposto sair lá, daí ter esta banda sonora à parte. No entanto tive a oportunidade de ouvir esta banda sonora em FM e sinceramente não a achei nada de especial, prefiro o som normal.

California Games (Sega Mega Drive)

Voltando às rapidinhas, ficamos agora com uma das muitas conversões de California Games, um videojogo desenvolvido originalmente pela Epyx para os computadores Apple II e Commodore 64, que continha diversos desportos radicais e/ou de verão. Foi um sucesso, pelo que o jogo acabou por ser convertido para muitos outras plataformas (no caso da Sega incluindo a própria versão para a Master System que conto trazer cá nos próximos dias). Esta versão para a Mega Drive já foi uma conversão algo tardia, tendo ficado a cargo da Novotrade, a mesma empresa que mais tarde viria a desenvolver Ecco the Dolphin. O meu exemplar foi comprado em Julho deste ano, após ter vindo de um grande bundle de jogos e consolas que comprei a meias com um amigo.

Jogo com caixa

Basicamente neste California Games podemos competir nos seguintes eventos: half-pipe (skate), footbag (dar toques numa bola sem a deixar cair no chão), surf, patins e BMX. Existe ainda um evento adicional (disco voador) que foi descartado desta versão para a Mega Drive. Em cada um destes eventos temos um tempo limite e a ideia é a de fazer o máximo de truques possível durante esse tempo. No caso dos patins ou da BMX temos de ter ainda cuidado com os obstáculos que nos vão surgindo na pista. Até aqui tudo bem, mas infelizmente os controlos não são nada intuitivos, e o timing em que temos de fazer os truques também não é. Para além disso, infelizmente o meu exemplar não traz manual, o que também não ajuda à festa.

Posso não perceber nada dos controlos, mas ao menos o jogo está bonito

A nível audiovisual no entanto esta conversão possui gráficos totalmente redesenhados, tirando melhor partido de um sistema 16bit como a Mega Drive. Os gráficos são então coloridos e bem detalhados, tendo gostado especialmente das ondas do nível do Surf ou da praia em background enquanto andamos de patins. As músicas são também bastante agradáveis, principalmente a música título que ficou muito bem implementada.