Battlefield 1 (PC)

Lançado em 2016, 100 anos após a primeira guerra mundial, este Battlefield 1 é um first person shooter que retrata precisamente várias frentes de guerra desse grande conflito. Apesar de não ter sido o primeiro first person shooter a abordar esse tema, muito menos o primeiro videojogo, é provavelmente a primeira grande produção a fazê-lo. De resto, tal como tenho vindo a fazer com os últimos Battlefield que cá tenho trazido, este artigo irá-se focar apenas na vertente singleplayer. Já não consigo precisar quando e onde comprei o meu exemplar, mas certamente não terá custado mais de 15€.

Jogo com caixa, papelada e 5 discos

E esta campanha é composta por 6 capítulos distintos, protagonizados por diferentes soldados em múltiplas frentes de guerra. O primeiro capítulo, que serve de prólogo a todos os horrores que os soldados enfrentaram nos combates de trincheiras, leva-nos precisamente a encarnar num conjunto de diferentes soldados norte-americanos durante uma feroz batalha em solo francês. O jogo avisa-nos, não somos supostos sobreviver muito tempo, e durante esse prólogo iremos precisamente encarnar em diversos soldados que encabeçam uma ofensiva contra posições alemãs. O capítulo seguinte coloca-nos no papel de um soldado britânico, onde teremos de controlar um tanque e tentar alcançar a cidade francesa de Cambrais, passando por várias posições ocupadas por alemães, no entanto. O terceiro capítulo coloca-nos no papel de um piloto americano que se infiltra na força aérea britânica, pelo que iremos participar numa série de batalhas aéreas, incluindo um confronto épico contra vários zepellins alemães. O quarto capítulo já decorre nas montanhas italianas, onde teríamos de enfrentar as forças do Império Austro-Hungaro. O soldado que controlamos possui uma armadura quase medieval, pelo que ele próprio é também uma espécie de tanque humano, isto pelo menos nos primeiros níveis. O quinto capítulo já nos leva para a frente de guerra de Gallipoli no mediterrâneo, onde controlamos um soldado australiano. Por fim, o último capítulo já nos leva para a frentede guerra do médio oriente, onde controlamos uma guerreira feminina, liderada pelo famoso “Lawrence of Arabia”, onde iremos confrontar os soldados do império Otomano no deserto e arranjar forma de destruir um comboio blindado.

O terror dos combates de trincheiras das frentes oeste é apenas um dos vários palcos de guerra que poderemos explorar

Portanto vamos participar em várias frentes de guerra, com combates em trincheiras, travessias da terra de ninguém, combates mais urbanos, bem como algum combate de veículos. Tal como o Battlefield Hardline, no entanto, há aqui também um certo foco numa jogabilidade furtiva, principalmente quando estamos sozinhos e o nosso objectivo é o de explorar/invadir ou simplesmente atravessar zonas inimigas. Nessas alturas poderemos usar o botão Q para identificar e “tagar” soldados, veículos ou armas fixas inimigas que ficarão sempre assinaladas no mapa. Se procurarmos bem poderemos inclusivamente encontrar algumas armas silenciosas ou até, tal como no Hardline, atirar cápsulas de balas para o chão para chamar a atenção de alguns inimigos, de forma a que os consigamos contornar sem ser identificados, ou assassiná-los de surpresa. Podem então contar com uma grande variedade de armas, desde diferentes tipos de revólveres, espingardas, caçadeiras ou já umas quantas metralhadoras. Muito deste equipamento até que achei bastante surpreendente já existir na primeira guerra mundial, como lança rockets, os soldados blindados ou mesmo o facto de os aviões já possuírem alguns mísseis primitivos. Apesar de haver alguma fantasia à mistura, aparentemente a maioria deste equipamento (senão todo) de facto existiu e foi utilizado nessa guerra.

Um dos capítulos leva-nos a controlar um soldado de elite do exército italiano, um homem blindado, munido de uma metralhadora pesada

Graficamente achei o jogo muito bem feito e como já referi anteriormente acho mesmo que o motor gráfico Frostbite 3 foi dos mais poderosos da geração passada. O jogo possui um excelente nível de detalhe gráfico e de física também, pois poderemos destruir edifícios e estruturas se tivermos armas de fogo poderosas o suficiente. A narrativa também é interessante, mostrando diferentes palcos da grande guerra (embora muita coisa poderia ainda ser abordada), e nota-se perfeitamente que, ao contrário da segunda guerra mundial onde os objectivos eram bem definidos por parte das forças aliadas: derrotar regimes governados por tiranos, aqui, principalmente nas batalhas em solo europeu, continua a haver aquela incerteza do porquê de toda aquela carnificina.

Também poderemos conduzir alguns veículos como estes tanques algo primitivos que foram introduzidos precisamente neste conflito

Portanto devo dizer que gostei bastante deste Battlefield 1, e uma vez mais aviso que apenas me estou a referir à campanha singleplayer. Sei bem que o forte da série Battlefield sempre foram os modos multiplayer (e estou certo que haverá muito bom conteúdo para explorar aqui) mas tenho muito mais jogos para jogar. Ainda assim, gostava que a DICE voltasse a explorar este conflito pois muitos outros palcos de guerra poderiam ter sido explorados, como todas as frentes leste a solo europeu.

Battlefield: Hardline (PC)

Ao transitar entre os conflitos militares modernos para um setting mais urbano e com um foco no trabalho da polícia civil no combate contra o tráfico de droga, este Battlefield Hardline foi algo divisivo na sua recepção, tanto pela imprensa, como pela comunidade de jogadores em si. Tal como tem sido habitual neste tipo de jogos, irei-me focar unicamente na sua campanha single-player, mesmo sabendo que o ponto forte da série Battlefield sempre foi a sua vertente multiplayer. E ainda por cima este até traz vários modos de jogo inéditos, mas eu prefiro mesmo em avançar para o jogo seguinte no meu backlog. O meu exemplar foi comprado numa CeX do Norte do país algures em Setembro de 2020 por 15€.

Jogo com caixa, papelada e os seus 5 discos

Ora e nós encarnamos inicialmente num detective da polícia de Miami precisamente na sua luta contra o tráfico de droga. A corrupção na polícia também é um problema com o qual iremos lidar e, sem querer dar grandes spoilers, digamos que na segunda metade do jogo já jogamos do outro lado da lei. Independentemente disso, a primeira grande diferença perante os Battlefield anteriores é que, como jogamos no papel de agentes da lei, há um grande foco no combate furtivo, com apreensão de criminosos e/ou recorrendo a armas não letais como tasers. Por exemplo: lembram-se quando no Battlefield 3 ou BF4 sempre que matavamos alguém nos eram atribuido pontos de experiência, que por sua vez nos iriam desbloquear novas armas e/ou acessórios? Aqui só recebemos pontos sempre que aprisionarmos alguém, ou os incapacitamos com recurso a armas não letais. Para nos ajudar, no entanto, temos um scanner que nos permite fazer tagging de inimigos ou outros pontos de interesse, como sistemas de alarme ou botijas de gás inflamável ou simplesmente caches de munição onde poderemos não só recarregar as nossas armas, bem como trocar de armas ou equipamento, mediante o que já tenhamos desbloqueado.

O foco da campanha está em não usar força letal nos bandidos e uma abordagem mais furtiva

Portanto o jogo vai ter muitos momentos onde teremos de infiltrar armazéns ou mansões repletas de inimigos e sistemas de alarme, encorajando-nos fortemente a usar uma abordagem mais furtiva. Podemos tentar distrair bandidos e afastá-los da sua posição inicial ou rota de patrulha e posteriormente prendê-los ou incapacitá-los com o taser. Se falharmos, começamos a ser atacados, o alerta é soado e tipicamente surgem mais bandidos para combater. Se algum bandido descobre o cadáver ou corpo inanimado de algum colega, também entram num estado de alerta e ficam mais atentos ao que se passa à sua volta. Naturalmente que vai haver momentos onde não há qualquer hipótese de ser furtivo e teremos mesmo de passar à acção, pelo que é sempre bom ter uma arma adicional para além do nosso revólver, como shotguns ou metralhadoras que eventualmente viremos a ter acesso. Para além disso podemos também usar o scanner para procurar outras provas incriminatórias de casos secundários, bem como existem alguns inimigos com mandatos de captura e se os conseguirmos prender, ou incapacitar, recebemos também mais pontos. Confesso que inicialmente não gostei nada das novas mecânicas de jogo, mas quando me comecei a habituar melhor aos controlos, até me deu bastante gozo limpar todas as zonas de inimigos de forma mais furtiva. Mas isto é só a campanha single player. O multiplayer introduziu muitos outros modos de jogo de polícias contra criminosos, como assaltos a bancos e afins. Até devem ser engraçados, mas como referi acima foquei-me apenas no single player.

Temos também uns quantos segmentos de condução e autênticas perseguições policiais

A nível audiovisual o jogo é muito bom, pois usa o motor gráfico do Frostbite 3, que na minha opinião foi dos melhores da geração passada. Contem então com níveis bastante grandes e muito bem detalhados, que exploram não só os subúrbios da cidade de Miami como os seus resorts, estradas e os seus pântanos, mas também certas partes de Los Angeles e um antro de patriotas no interior Norte-Americano. E também temos aqui um bom sistema de partículas e de dano, com as paredes e locais de abrigo a poderem ser destruídos consoante o poder de fogo utilizado. A narrativa não é nada do outro mundo, mas acho que as personagens estão também muito bem representadas e com um voice acting competente. O jogo em si é apresentado como se uma série policial se tratasse, pois os níveis são chamados de episódios e temos sempre um recap do episódio anterior, bem como um preview do episódio seguinte, entre cada nível ou sessão de jogo.

O scanner serve não só para fazer tagging de inimigos e objectos de interesse, mas também para investigar evidências de outros casos policiais

Portanto este Battlefield Hardline foi um jogo que me causou muito má impressão quando lhe peguei. O seu foco na furtividade e combate não letal foi algo que me custou a habituar, até porque inicialmente apenas estamos munidos de uma pistola quando os inimigos começam a ter shotguns e armas automáticas. Depois com o tempo lá me fui habituando às mecânicas de jogo e até comecei a gostar, mas no fim de contas este Battlefield continua a ser um jogo que deveria ter um nome diferente pois é muito distinto dos shooters militares que estamos habituados.

Battlefield 4 (PC)

O Battlefield 3 foi o último jogo onde ainda dediquei bastantes horas na sua vertente multiplayer. Desde então a minha colecção tem vindo a crescer bastante pelo que, apesar de muitos jogos terem modos multiplayer robustos e divertidos, pura e simplesmente actualmente prefiro gastar as dezenas de horas que perderia num multiplayer em jogar antes outros jogos. De resto, não me lembro de todo como este jogo veio parar à colecção pois não fiz nenhum registo disso. Na Origin tenho a Premium Edition com todos os DLCs, na estante tenho a versão normal. O que eu suspeito que tenha acontecido é o mesmo do Battlefield 3, ou seja, que me tenham oferecido a chave da Origin e posteriormente arranjei a versão física ao desbarato mais tarde.

Jogo com caixa, papelada e 3 discos

Portanto este artigo será mais breve pois irei-me apenas focar na sua campanha single player que, sinceramente, me desiludiu um pouco, pois até que gostei bastante da campanha anterior. Aqui encarnamos num membro de um esquadrão de elite ao serviço da marinha norte-americana e que nos leva a estar envolvidos numa revolução militar chinesa. Um dos focos desta campanha foi o uso dos binóculos tácticos que poderemos usar na maior parte do jogo, permitindo-nos identificar e “marcar” inimigos no ecrã, bem como a posição de objectivos ou a de caches de munição, onde poderíamos inclusivamente trocar as nossas armas por quaisquer outras que tenhamos então desbloqueado. A grande novidade estava então no facto de nós, como líderes do esquadrão, podermos indicar-lhes quais os alvos a atacar.

Mapas grandes e sem loadings intermédios, perfeito!

Até aqui tudo bem, mas agora vamos para as coisas não tão boas. Uma das razões pela qual gostei da campanha do jogo anterior é o facto de a mesma ser bastante abrangente no sentido em que tal como no multiplayer, poderíamos vir a controlar imensos veículos desde tanques, helicópteros ou aviões. E aqui infelizmente não iremos controlar nenhum veículo aéreo ao longo das 7 missões que compõe esta campanha single player, mas isso é o mínimo. O pior é mesmo que a campanha está repleta de bugs e a inteligência artificial dos nossos companheiros é tão eficaz como ligar o ar condicionado num carro descapotável. Basicamente sempre que os ordenamos para abrir fogo numa determinada posição inimiga, eles apenas fazem o chamado supressing fire, raramente matam alguém. E em confrontos de 3 contra 30 dava jeito que eles fossem um pouco mais eficazes. Havia alturas em que eu estava acampado num canto a eliminar inimigos com uma sniper rifle a torto e a direito e subitamente tinha um inimigo a disparar sobre mim pelas costas. Os inúteis meus companheiros disparavam-lhe à queima-roupa e não o matavam e isto acontecia frequentemente. Mas para além disso a campanha está repleta de bugs, um deles que é inacreditável como não foi corrigido desde 2013 até agora. Na terceira missão, onde temos de nos infiltrar num porta aviões que está prestes a afundar para resgatar um disco rígido, teremos de mergulhar e atravessar alguns corredores submersos. Mas pura e simplesmente a nossa personagem não consegue nadar para a frente! E isto é algo que acontece em todas as versões do jogo, tanto em consolas como no PC, pelo que investiguei. A solução é pausar o jogo, despausar e pressionar imediatamente para frente, a nossa personagem consegue dar umas 3 ou 4 braçadas e avançar um pouco até ficar presa novamente, pelo que teremos de repetir este processo várias vezes até emergimos. Felizmente oxigénio não é um problema.

Na campanha poderemos equipar 2 armas, granadas e ainda 2 gadgets adicionais como minas anti-tanque, mísseis stinger, entre outros.

A nível gráfico este é o primeiro jogo que utiliza o motor gráfico Frostbite 3 da DICE que foi sem dúvida um dos melhores motores gráficos da geração passada. Para um título de 2013, o jogo possui gráficos muito bons e um seus pontos fortes era o sistema de partículas e de física, evidente na destruição de edifícios ou até quando surgiam tempestades tropicais e tufões. A narrativa, no entanto é um pouco fraca. O Irish é tão chato que só me apetecia enchê-lo de balas, o que me facilitou bastante a escolha final que temos de fazer na campanha (a última missão até que foi um bocado anti-climática, para ser sincero). De resto contem com um jogo visualmente muito apelativo e que envelhece bem desde o seu lançamento de 2013.

Portanto este Battlefield 4 possui uma campanha que me deixou algo desiludido. É um FPS sólido, mas estava à espera que a campanha fosse um pouco maior, até para nos dar a oportunidade de controlar mais alguns veículos. A inteligência artificial do nosso esquadrão era horrível e os bugs que encontrei também não foram pontos positivos. No entanto não posso deixar de dizer que durante a campanha fiquei logo com o bichinho de ir jogando alguns mapas no multiplayer, pois foi no Battlefield 4 que começaram a introduzir alguns eventos externos nos mapas multiplayer como o surgimento repentino de tempestades ou destruição de edifícios massivos para apimentar um pouco mais as coisas.

Battlefield 3 Premium (PC)

Este é um artigo que poderia (e deveria) ter sido escrito algures em 2012 ou 2013, altura em que jogava este Battlefield 3 muito frequentemente. No entanto, até muito recentemente apenas possuía uma versão unicamente digital, que me tinha sido oferecida como prémio ao ter participado num concurso de um fórum que frequentava nessa altura. Como gostei tanto do jogo, sempre quis arranjar a sua edição física e teimosamente nunca cheguei a escrever este artigo, quando o tinha fresco na memória. No mês passado lá consegui comprar a versão física a um particular por menos de 5€ e, após o ter jogado mais umas horas para melhor relembrar o jogo, cá vamos então a isto.

Jogo com caixa e papelada

Devo primeiro dizer que este foi o primeiro Battlefield que joguei (sim, mesmo antes do Battlefield 2 Modern Combat para a PS2) pois foi o primeiro Battlefield da série principal a ter toda uma campanha single player, enquanto os restantes estavam focados principalmente na sua vertente multiplayer, ou eram jogos com a sua origem em consolas, como foi o caso de Battlefield Bad Company. Mas após ter jogado a campanha até ao final, lá fui experimentar a vertente multiplayer e confesso que fiquei agarrado por uns bons meses ao jogo. Mas comecemos primeiro pelo que acontece se jogarmos sozinhos.

A campanha é curtinha, mas intensa. Gostei bastante!

A campanha é contada na sua maioria como narração de acontecimentos que decorreram no passado, maioritariamente na perspectiva do Sargento Blackburn, que está a ser questionado por agências de inteligência norte-americanas. Ocasionalmente controlamos também militares de outras unidades cujas missões estão relacionadas com a mesma campanha geral, como pilotos de aviões, de tanques ou mesmo uma unidade de elite russa em plena capital Francesa. A maior parte do jogo decorre no Irão, tanto na sua capital Teerão como nos seus arredores, onde as forças norte-americanas combatem um movimento revolucionário no país árabe, com ligações a grupos terroristas. Eventualmente lá teremos de evitar duas detonações nucleares, uma em Paris e outra em Nova Iorque. Numa nota meramente pessoal, gostei especialmente de rejogar a missão em Paris, pois teremos de nos infiltrar nos escritórios da Euronext para evitar um atentado terrorista com armas nucleares. Eu já trabalhei nessa empresa e conheço bem o seu escritório actual em Paris e, embora nada tenha a ver com o representado no jogo, não deixou de ser uma missão que me trouxe uma certa nostalgia também. De resto, a meu ver a campanha apenas peca por ser demasiado curta, mas gostei da narrativa e das missões no geral que nos foram apresentadas. Dá para ter uma ideia da versatibilidade que teremos ao jogar o modo multiplayer, as suas diferentes armas e veículos que poderemos vir a controlar.

Já disse que o jogo é graficamente muito bom?

De resto, antes de entrarmos no multiplayer competitivo a sério, devo também referir que este Battlefield possui também um modo cooperativo, onde teremos uma série de missões adicionais que poderíamos jogar com algum amigo. Algo que já tinhamos visto no Call of Duty antes! Mas lá está, é mesmo no multiplayer competitivo que este Battlefield 3 ganhou, justamente, toda a sua boa fama. A série já era conhecida pelos seus mapas grandes com capacidade para muitos jogadores em simultâneo, bem como a utilização de veículos para além de combates de infantaria. Isso está novamente aqui tudo presente, com alguns mapas com capacidade para até 64 jogadores em simultâneo, no PC. Para além do Battlefield 3, apenas tinha experimentado um pouco do Battlefield 1942, pelo que não sei o quanto deste jogo foi uma evolução do que já implementaram antes, ou algo inteiramente novo.

Cada classe possui habilidades única para suporte dos nossos companheiros

Basicamente teremos vários modos de jogo diferentes, alguns são bastante simples como é o caso dos mapas em team deathmatch, mas o que gostava mesmo de jogar era o modo Conquest. Aqui geralmente tínhamos mapas gigantes e três ou mais pontos de interesse espalhados pelo mapa, onde, em equipa, teríamos de conquistar e defendê-los o máximo de tempo possível. Mas sendo mapas grandes e com a possibilidade de usar vários tipos de veículos (desde jipes para transportar tropas, tanques, helicópteros ou mesmo caças), sempre houve um grande foco no trabalho de equipa. Poderíamos ser muito bons a dar headshots nos adversários, mas se não trabalhássemos para atacar e/ou defender objectivos não adiantava de nada! Para isso, cada soldado base pode pertencer a uma classe, todas com características e funções distintas entre si. Por um lado temos os Assault, que usam assault rifles e carregam medkits, que podem ser largados ao pé das nossas tropas, bem como são os únicos que conseguem reanimar colegas de equipa que tenham sido abatidos. A classe de suporte usa metralhadoras mais “a sério”, bem como carregam packs de munições que podem ser largados junto das nossas tropas. Os engineers conseguem reparar veículos e sabotar os dos adversários, bem como equipar armas explosivas como bazookas. Por fim temos os recon, os infames snipers que conseguem também localizar tropas inimigas, fazendo-as aparecer no radar da nossa equipa.

As expansões trazem imensos mapas, armas e veículos novos

Naturalmente que à medida que vamos participando em combates, vamos também ganhando pontos de experiência nas classes que tivermos seleccionado, bem como as armas usadas. Isto permite-nos não só ir ganhando novas customizações para as armas em questão, como diferentes miras, supressores de ruído, lanternas e afins, como novas armas ou outro tipo de equipamentos para as classes em questão. Por exemplo, nos recon podemos eventualmente desbloquear um drone que sobrevoa uma determinada região e mostra as posições dos inimigos no mapa.

Os veículos que podemos utilizar resumem-se principalmente a jipes para transporte de pessoas, tanques que são bastante divertidos de controlar e claro, os helicópteros e caças, que já possuem mecânicas de jogo completamente diferentes e sinceramente nunca me habituei muito bem aos aviões no multiplayer. Já os helicópteros, com algum treino já os conseguia manobrar melhor. Nas expansões que foram sendo lançadas posteriormente, trouxeram muitos outros veículos adicionais, mas confesso que já não perdi tanto tempo com elas. Jà que refiro as expansões, este Battlefield 3 possui nada mais nada menos que 5 expansões diferentes: a Back to Karkand, Close Quarters, Armored Kill, Aftermath e Endgame. Estas adicionam principalmente novos mapas, veículos, armas e até diferentes modos de jogo. Algumas são mais temáticas, por exemplo a Back to Karkand inclui mapas redesenhados do Battlefield 2, a Close Quarters está mais focada em mapas mais pequenos para infantaria, já a Armored Kill está mais focada nos veículos blindados. Aftermath adiciona uma série de mapas de cidades em ruínas após um terramoto, e por fim o EndGame adiciona mais uma série de veículos, incluindo uma moto, bem como o regresso do modo de jogo Capture the Flag.

É impossível ficar indiferente a todos os momentos de caos que conseguimos presenciar num confronto online

No que diz respeito aos audiovisuais, este jogo era realmente excelente, pois foi desenvolvido sobre o então mais recente motor gráfico da DICE, o Frostbite 2. Para além de gráficos super realistas para a época, com cenários e texturas muito bem detalhadas, bonitos efeitos especiais como luz e explosões, permitia também destruir muitas superfícies, se usássemos uma metralhadora pesada, era perfeitamente possível destruir blocos de cimento e respectivos abrigos dos nossos adversários. Claro que o mesmo princípio também se aplica a nós! Com esta destruição, as zonas de combate ficam muito facilmente envolvidas em nuvens de poeira, o que também pode ser usado a nosso favor. Mas para além do detalhe gráfico em si, das coisas que mais gostei no jogo foi mesmo o design apelativo das indicações que nos vão surgindo no ecrã. De resto, a nível de audio também é um jogo muito competente. As armas possuem sons que as distinguem bem entre si, e vamos ouvindo muitas indicações por rádio, parece mesmo que estamos num campo de batalha. O voice acting do modo campanha também não é mau de todo.

Sim, este é um jogo onde temos de estudar trigonometria avançada para prever a trajectória das balas e outros projécteis que disparamos

Portanto este Battlefield 3 foi um jogo que na altura me marcou bastante pela positiva. Não sou de me prender durante muito tempo a modos multiplayer visto ter um grande backlog de jogos pela frente, mas este Battlefield 3 acabou mesmo por me agarrar vários meses a fio. Tenho algumas das suas sequelas que planeio jogar em breve, mas não estou à espera de voltar a prender-me tanto tempo na sua vertente multiplayer. Veremos!

Battlefield 2: Modern Combat (Sony Playstation 2)

Battlefield 2 Modern CombatMais tarde ou mais cedo hei-de escrever sobre o Battlefield 3, um dos melhores FPS com uma vertente multiplayer que já tive o prazer de jogar. Mas enquanto esse dia não chega vou escrever sobre a primeira incursão de um jogo da conhecida franchise nas consolas, nomeadamente este mesmo Battlefield 2: Modern Combat. Tal como o nome indica este jogo abandonou a temática da 2a Guerra Mundial, na qual os primeiros jogos da série se focaram, passando para a era actual. E ao contrário dos jogos no PC, este aqui inclui também um modo campanha single player, embora não seja grande coisa. E este jogo entrou na minha colecção algures no verão de 2013, após uma ida à feira da Ladra em Lisboa, pela módica quantia de 1€. Está completo e em excelente estado.

Battlefield 2 Modern Combat (Sony Playstation 2)
Jogo completo com caixa e manual

A campanha tem uma história muito estranha e confusa. Essencialmente coloca-nos no meio de um confronto entre forças da NATO e o exército Chinês, em pleno solo do Cazaquistão. Ao longo da campanha iremos alternar entre ambos os exércitos, onde entre cada missão somos também presenteados com os noticiários norte-americano e chinês, cada qual a contar a história do conflito da maneira que melhor lhes convém. O certo é que esse mesmo conflito é bastante confuso, mas lá para o final lá se vem a descobrir que afinal andavam terroristas metidos ao barulho, como não poderia deixar de ser.

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As classes com que podemos jogar e o seu equipamento que vamos desbloqueando

Mas a jogabilidade tem algumas ideias muito interessantes. Começamos cada missão como um determinado soldado, mas podemos alternar entre os restantes companheiros no campo de batalha sempre que o quisermos, bastando olhar para eles até que o seu identificador que paira sobre as suas cabelas se ilumine. Aí é só carregar no quadrado do comando que o passamos a controlar. E a ideia é mesmo ir fazendo isso ao longo do jogo. Tanto podemos jogar com tropas de assalto para matar infantaria inimiga, como depois passar para um engineer equipado com um rocket launcher para atacar veículos inimigos, ou para um sniper numa outra posição estratégica, ou mesmo para algum veículo como um tanque ou helicóptero. Como já devem ter percebido a infantaria está dividida em várias classes como é habitual nos Battlefield. Soldados de assalto, snipers, engineers e suporte, cada qual com as suas armas e geringonças, por exemplo os snipers podem identificar alvos inimigos a uma grande distância, para que apareçam no mapa a toda as nossas tropas, os engineers podem reparar ou destruír veículos e por aí fora.

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Mesmo as turrets têm munição limitada. Teremos de esperar algum tempo para voltar a ter munições

Este mecanismo do hotswap é uma excelente ideia, infelizmente a sua execução não é a melhor. As missões são passadas em mapas grandinhos, com objectivos próprios, seja fazer reconhecimento a certos locais, destruir outros, ou mesmo tomar de assalto algumas posições e defendê-las. Isto requer uma componente estratégica e infelizmente a inteligência artificial não dá conta do recado como deveria. Pelo menos falando na versão PS2, não sei se as versões Xbox e X360 são assim. Assim sendo, com a IA não tão eficiente como seria suposto, era bom que pudéssemos comandar algumas tropas para fazer o que quiséssemos, um esquema como o de Battalion Wars seria muito interessante. E o facto de apenas podermos fazer hotswap para as tropas que estejam visíveis no mapa também é um ponto que poderia ser modificado. Uma opção de abrir o mapa geral da missão e seleccionar a tropa/veículo para trocar deveria ter sido implementada.

Na maioria das missões vamos tendo reforços a chegar constantemente de pára-quedas, pelo que mesmo que alguns soldados nossos morram, reforços acabarão por chegar. Ainda assim, há outras missões com um número limitado de tropas e veículos, e deixá-las todas morrer é sinal de repetir a missão. Infelizmente as tropas inimigas também vão fazendo respawn em várias missões, pelo que tal como um jogo multiplayer se tratasse, ficar muito tempo no mesmo sítio não é uma boa política. A jogabilidade também é um pouco arcade e menos realista do que habitual na série. Por exemplo, é possível matar tropas com um tiro certeiro de shotgun, mesmo que estejam a uma distância considerável. A gravidade das balas nos snipers também é algo que não entra na equação e depois o sistema de pontuação que nos premeia com medalhas sempre que fazemos algumas combos, ou matamos vários inimigos com as mesmas armas/classe, é algo que também contribui para esta jogabilidade quase arcade.

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Existem vários veículos que podemos manobrar, mesmo barcos.

No final de cada missão os pontos amealhados, as medalhas, o tempo da missão e as casualidades entram nas contas para um ranking final. Ao subir de ranking, tal como os outros Battlefields, vamos podendo desbloquear várias armas/equipamentos para as 4 classes de infantaria, ou upgrades para as armas que já tivermos. Para além do mais desbloqueamos alguns desafios que poderemos jogar mais tarde, também em single player. Esses desafios são mesmo como o nome indica: desafios.  Alguns requerem que façamos o hotswap de soldados do ponto A ao ponto B no menor tempo e número possível, outros são corridas com os veículos ou mesmo desafios para testar a nossa habilidade com algumas armas. Também aqui a nossa performance é recompensada em medalhas para subir no ranking.

Mas Battlefield é maioritariamente uma experiência multiplayer. E aqui inclui-se uma vertente multiplayer online com capacidade para até 26 jogadores, nos modos de jogo Conquest, onde temos de conquistar e defender algumas posições em mapas grandinhos, ou o Capture the Flag, que dispensa apresentações, apesar de decorrerem em mapas mais pequenos. Até há bem pouco tempo ainda haviam servidores online em vários jogos de PS2, mas infelizmente desde que me mudei para Lisboa que deixei de poder ligar a minha PS2 à rede, pelo que nem sequer experimentei esta vertente. Aparentemente teria tudo para ser um bom jogo. Por outro lado não dá para jogar localmente em split screen, o que é pena, mas até é compreensível que a PS2 tenha alguns problemas de performance em renderizar mapas grandes várias vezes, e jogar Battlefield com 2 jogadores e bots, não é a mesma coisa.

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Apesar de ser um pouco “arcade”, entrar à Rambo nem sempre é a melhor solução

Graficamente não achei o jogo nada de especial, as texturas são pobres, os modelos de soldados e veículos apresentam pouco detalhe, mas tendo em conta o tamanho dos mapas, sem loadings intermédios e a quantidade de veículos e tropas inimigas no ecrã por vezes, acabam por justificar o porquê de os visuais no geral não serem nada por aí além. Os efeitos sonoros, voice acting e a tradicional música mais militar também foram coisas que me pareceram medianas, cumprem o seu propósito, mas não são por si só memoráveis.

Assim sendo apenas consigo recomendar este jogo aos mais entusiastas de FPS. Não sei se o online ainda está activo, se o tiver, é bem possível que este jogo seja bem divertido. Para quem for a jogar sozinho, existem na PS2 shooters militares na era moderna bem melhores. Black, por exemplo. O esquema de hotswap é a meu ver uma ideia excelente, mas ainda poderia ser bem mais polida.