World Class Leaderboard (Sega Mega Drive)

Não há muito tempo atrás, trouxe cá a versão Master System deste mesmo World Class Leaderboard, que por sua vez era uma conversão de um clássico de mesmo nome desenvolvido originalmente para a Commodore 64 nos finais da década de 80. E enquanto as versões 8bit da Sega foram lançadas algures em 1991, esta versão 16bit saiu um ano depois e devo dizer que apresenta algumas melhorias que me agradaram face às versões anteriores. Mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado numa loja online algures no passado mês de Abril, tendo custado cerca de 5,6€.

Jogo com caixa e manual

Ora e aqui temos exactamente os mesmos circuitos para competir, sendo 3 deles baseados em circuitos de golf reais, como o Cypress Creek, Doral e St. Andrews, mais um circuito fictício e sem dúvida o mais desafiante, o The Gauntlet. Este é desafiante pois está repleto de obstáculos como árvores, água e blocos de areia por todo o lado. Os outros circuitos também vão tendo esses obstáculos é certo, mas o The Gauntlet abusa mesmo.

Malditas árvores!

No que diz respeito aos modos de jogo, temos os mesmos da versão Master System, ou seja, poderemos competir nos 18 buracos de cada um dos 4 circuitos mencionados acima, bem como dois modos de treino onde podemos treinar as tacadas a longa distância, e o putting, quando já estamos no green, próximos do alvo. No caso dos torneios, teremos no entanto 3 métodos diferentes de pontuação a considerar. De resto devo dizer que prefiro de longe a interface que incluiram aqui em relação às versões 8bit, principalmente nas mecânicas do swing que agora são mais intuitivas. Basicamente temos na mesma uma barrinha de energia que vai subindo e descendo e, em 2 fases teremos de escolher não só a potência que queremos imprimir na tacada, mas também o efeito. Para dar uma tacada devemos pressionar (e manter pressionado) o botão A enquanto vemos essa tal barrinha a encher. Assim que largamos o botão, a potência está seleccionada e a barrinha começa agora a mover-se no sentido inverso e uma vez que pressionarmos o botão novamente iremos seleccionar o efeito. Basicamente, tanto na potência como no efeito temos um nível de referência que devemos tentar respeitar para a tacada sair o mais perfeita possível. Basicamente são as mesmas mecânicas de jogo da versão Master System, mas agora está visualmente bem mais intuitivo.

Os menus continuam demasiado simples e nada atractivos

A área de jogo mostra na mesma outros detalhes, como a distância (em jardas) ao objectivo, a direcção e força do vento, qual o taco que temos seleccionado actualmente e, ao lado direito temos uma overview vista de cima desde a posição onde estamos até à zona do green. Tal como na Master System podemos aceder a um menu manhoso que nos permite consultar o mapa completo do curso em jogo, mas graças a essa vista do lado direito do ecrã, deixa de ser importante. Agora, apesar de podermos alternar livremente entre tacos, seria bom haver alguma indicação visual no ecrã de qual a distância máxima que cada taco alcança. Desta vez nem sequer temos essa informação no manual! Mas, pressionando o botão Start, para além de vermos a opção de ter uma overview do curso actual, temos também a opção de pedir a opinião ao Caddy, que nos vai dando precisamente esses detalhes. Menos mal.

Desta vez a interface felizmente está visualmente mais intuitiva e útil!

A nível gráfico esta é também uma versão com muito mais detalhe face às originais de 8bit. Os cenários são renderizados à nossa volta mediante a nossa posição actual no terreno e desta vez não temos de esperar alguns breves segundos para termos a imagem no ecrã. Quando damos uma tacada vemos a bola a viajar pelo ecrã, a sua curvatura, e aquela vista aérea do lado direito acompanha também a bola desde o seu ponto de partida até ao final, o que é mais um detalhe interessante. Outros detalhes engraçados, as nuvens têm um efeito de parallax scrolling, mas a partir do momento que damos uma tacada, esse scrolling fica bem mais lento, pois o CPU está a calcular a trajectória da bola em 3D e apresentá-la no ecrã. De resto, a nível de audio, temos apenas músicas nos menus e afins, já durante as partidas apenas ouvimos as tacadas e pouco mais, com o jogo a possuir uma vez mais algumas vozes digitalizadas e aplausos do público quando conseguimos meter a bola no buraco.

Portanto, devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendido com esta versão do Worldclass Leaderboard da Mega Drive. Continuo a achar que a Mega Drive tem simuladores de golf superiores, mas o facto de terem melhorado bastante a interface do jogo face à versão de Master System para mim já foi uma grande vitória. E o upgrade nos visuais foi também muito bem recebido.

World Class Leaderboard (Sega Master System)

Voltando à Master System, vamos ficar com mais um jogo de golf, o último nos próximos tempos, pelo menos para esta consola, já que para a Mega Drive vou ter pelo menos mais dois para experimentar em breve. E o jogo que cá trago hoje é a adaptação do World Class Leaderboard, um simulador de golf, produzido originalmente pela Access Software para o Commodore 64. E claro, a partir do momento em que a britânica U.S. Gold adquiriu a licença do jogo, múltiplas conversões para outros sistemas mais populares na Europa surgiram, entre as quais versões para as consolas da Sega. As versões 8bit foram convertidas pela Tiertex, que possui um historial de qualidade algo inconsistente nos seus trabalhos para a Master System e Game Gear. Temos também uma versão para a Mega Drive que foi lançada posteriormente. O meu exemplar foi comprado numa loja online algures durante o mês de março, tendo-me custado algo em torno dos 7€.

Jogo com caixa e manual

Ora e aqui dispomos de 3 modos de jogo, desde uma partida completa de golf, onde poderemos escolher 1 de 4 circuitos para onde competir, bem como 2 modos de treino, o driving range, onde practicamos as tacadas de longa distância, e o putting, ou seja, quando temos a bola já próxima do buraco e temos de dar aquelas tacadas mais delicadas e com especial atenção ao relevo da superfície. Isto é tudo muito bonito e até aqui tudo bem, mas confesso que a interface do jogo não é nada amigável. Nós temos todas aquelas funcionalidades básicas de um simulador de golf que se preze, como a indicação da direcção do vento, qual a distância de onde estamos até ao alvo, a possibilidade de alternar entre diferentes tacos e definir não só a direcção e força exercida na nossa tacada, mas também a posição da bola que vamos atingir, o que irá influenciar a curvatura da sua trajectória. O problema, tal como referi, é que a interface é altamente confusa para tudo isto.

Árvores, água e areia, tudo obstáculos a evitar, mas a água é certamente o pior

Alteramos a selecção de tacos e a direcção do “tiro” com o d-pad, esquerda e direita para ajustar a direcção da tacada, cima e baixo para alternar o taco. Agora a menos que sejam profissionais de golf e saibam quais os alcances de cada taco, não temos no ecrã nenhuma indicação do mesmo… De resto, quando acharmos que estamos prontos para tentar a nossa tacada, devemos pressionar o botão 1 e deixá-lo pressionado e vemos “magia” a acontecer no canto inferior direito. Basicamente temos um medidor dividido em 2, em que a primeira metade define a potência da tacada, e a segunda metade define a zona da bola onde atingimos, influenciando a sua curvatura. Ao largar o botão pela primeira vez definimos a potência da tacada, depois temos de nos preocupar com a sua curvatura. Aqui temos um timing muito preciso para pressionar o botão novamente. Pressionando cedo ou tarde irá atribuir um efeito à bola e arruinar a tacada. Acredito que seja uma questão de práctica, mas visualmente aquelas barrinhas não são lá muito apelativas nem intuitivas.

É bastante recomendável perder algum tempo com os modos de treino primeiro

Quando estamos no green, ou seja, perto do buraco, o medidor torna-se mais simples e útil, onde apenas teremos de ter em conta a potência da tacada e indicações visuais da distância que a bola poderá alcançar. Mas claro, isto apenas acontece se não seleccionarmos o grau de dificuldade profissional. Em graus de dificuldade mais baixos a jogabilidade poderá ser mais simplificada, sem influência de vento e/ou efeitos na bola. De qualquer das formas, ainda no green, teremos de ter também atenção ao relevo do terreno.

No que diz respeito aos audiovisuais, apenas temos música no ecrã título, que pessoalmente não achei nada de especial. Passando para a área de jogo, os gráficos são típicos de vários simuladores da época, com o cenário a ser renderizado consoante a nossa posição no mapa. Escondidos da interface principal, estão também as possibilidades de termos uma vista aérea do circuito na sua totalidade, mas também a possibilidade de rodarmos ligeiramente o nosso campo de visão para a esquerda ou direita, com o CPU a renderizar novamente os cenários. Os efeitos sonoros são poucos e simples, embora o jogo possua algumas vozes digitalizadas o que até confesso que foi uma (talvez a única!) agradável surpresa a retirar daqui. Quando conseguimos a proeza de atirar com uma bola para a água, ouvimos uma boca que sempre me faz lembrar as tiradas do Duke Nukem.

Podemos ter uma overview do campo de circuito onde estamos, mas sempre com aquela linha diagonal “You are here”

Este World Class Leader Board foi efectivamente o primeiro simulador mais sério do desporto a sair na Master System e na altura a imprensa Britânica elogiou bastante esta conversão, mas eles também já eram fãs da versão sua versão original do Commodore 64, pelo que já estavam certamente habituados à sua jogabilidade. No meu caso, eu sinceramente prefiro de longe a maior simplicidade gráfica e o balanço na jogabilidade entre simulação e arcade que o Golfamania nos trouxe. É para mim um jogo bem mais divertido como um todo, mas para quem gostar de simuladores presumo que este seja mais realista que o próprio PGA Tour Golf, pelo que é uma questão de o experimentarem durante algum tempo.