Paperboy 2 (ZX Spectrum)

Paperboy2Bora lá para mais uma rapidinha, enquanto não me começa mais uma semana em que estou de prevenção 24/7 e o tempo fique bastante reduzido para fazer o quer que seja. Bom, e o jogo que cá trago hoje é a sequela de um título bastante conhecido na década de 80, mas que pessoalmente pouco entusiasmo me traz. No Paperboy original encarnavamos num miúdo que para ganhar uns trocos tinha de distribuir jornais por vários bairros. O conceito é simples, mas os bairros não eram propriamente convencionais e os travões da bicicleta do moço estavam avariados. Esta sequela não é muito diferente. Este é, para já, dos únicos jogos de ZX Spectrum que tenho 100% originais, tendo sido comprado selado por 50 cêntimos na feira da Ladra em Lisboa, já há uns valentes meses atrás.

Paperboy 2 - ZX Spectrum
Jogo completo com caixa, manual e papelada

E quais as diferenças entre este e o original? Bom, que me tenha apercebido podemos fazer ambos os lados da rua, ao invés de ser sempre o lado esquerdo. Antes de cada nível é-nos mostrado um pequeno mapa da rua que identifica quais as casas que são assinantes do jornal e as que não o são. Depois de o memorizarmos partimos logo para a acção e tentamos distribuir jornais em todas as caixas de correio das casas assinantes, o problema é que teremos muitos obstáculos pela frente e uma janela de tempo reduzida para acertar com o jornal na caixa de correio. Jornais desperdiçados, coisas partidas ou casas que não tenham recebido jornais fazem-nos sofrer na pontuação, ou no caso das casas de subscritores ficarem sem jornal até nos podem fazer perder o jogo.

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Até que é um jogo bem colorido, pena é pelos controlos

Os obstáculos que nos esperam podem ser carrinhos de bébé a descer a rua desgovernados, homens a carregarem com pianos ou vidros ou mesmo bolas de canhão em castelos, mesmo que sejam subscritores do jornal, eu se fosse o miúdo cagava-lhes no jornal todos os dias! O problema do jogo é que os controlos não são os melhores e pela falta de variedade, já a nível dos audiovisuais até que é um jogo bem colorido tendo em conta a plataforma, mas a nível de som também poderia ser um pouco melhor.

R-Type (ZX Spectrum)

screenshotR-Type é um grande clássico dos shmups, talvez a par do Gradius original, serviu de referência a muitos outros shmups que lhe seguiram até aos dias de hoje. E apesar de ser um jogo que eu gosto bastante, e curiosamente a primeira versão que joguei dele foi precisamente a de ZX Spectrum, conto escrever um artigo mais elaborado um dia que uma versão como a da Master System me venha parar às mãos. Entretanto esta cópia que cá tenho é mais uma bootleg proveniente do nosso mercado cinzento, tendo sido comprada há coisa de uns meses atrás na Feira da Vandoma no Porto por 1€.

R-Type - ZX Spectrum
Cassete e caixa, versão bootleg

Em R-Type controlamos uma nave espacial na sua luta contra o império de Bydo. Até aqui tudo bem mas o que enfrentamos não são necessariamente naves espaciais convencionais, mas estranhas criaturas meio robóticas/biológicas com o seu design bem inspirado pelos trabalhos de H.R. Giger, ou o filme Alien (também desenhado pelo mesmo artista). Mas é também nas suas mecânicas de jogo que R-Type marca pontos. Isto porque vamos poder apanhar vários power-ups, mas para além de diferentes armas, vamos também encontrar a Force, uma componente da nossa nave que pode ser ligada à parte dianteira ou traseira da nossa nave, servindo de escudo nessa àrea e aumentando o poder de fogo, mas também pode funcionar de forma completamente independente, e apesar de não termos muito controlo sobre a mesma, acaba por ser imprescindível, até porque é invencível, ao contrário de nós. Para além desse “anexo” podemos também equipar umas pequenas esferas também invencíveis e capazes de disparar verticalmente, o que será também bastante útil para eliminar criaturas no chão e tecto dos vários níveis.

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Quaisquer semelhanças com Alien são mera coincidência. Ou não.

R-Type é um jogo desafiante que nos exige uma óptima capacidade de memorização dos padrões de movimento dos inimigos, bem como um uso apropriado dos powerups e diferentes armas que temos à disposição. A conversão para o ZX Spectrum, apesar de não possuir música para além de uns “beep-bops” ocasionais até que acaba por ser uma conversão muito competente tendo em conta as limitações de um Spectrum 48K. Apesar de ter uma palete de cores bastante reduzida, é dos jogos do Speccy que melhor vi a tirar proveito dessas mesmas limitações, apresentando níveis e inimigos bastante coloridos, dentro das possibilidades. Os efeitos especiais como os diferentes modos de fogo também ficaram muito bons e bastante coloridos. Sinceramente gostei!

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Pode não parecer, mas isto foi um feito técnico para o Spectrum

Obviamente que existem imensas conversões mais fieis à arcade, e o meu gosto especial vai pela conversão da Master System que é mais uma boa conversão tendo em conta as limitações dessa consola da Sega face ao sistema original, mas ainda assim esta versão Spectrum foi mesmo bastante surpreendente.

Teenage Mutant Hero Turtles The Coin-Op (ZX Spectrum)

Teenage Mutant Hero Turtles - The Coin-OpQuem cresceu a tempo de ver os desenhos animados originais das Tartarugas Ninja certamente que teve uma infância feliz. E naturalmente com o enorme sucesso da série de animação, não faltaram videojogos dos quais a Konami soube aproveitar bem e lançar (entre outros) uma série de jogos de pancada beat ‘em up baseados na animação. E que bons que os jogos eram! Também naturalmente cá pela Europa acabaram por adaptar esses jogos aos computadores da época e a versão Spectrum não pôde faltar. Este meu exemplar foi mais uma cópia bootleg do mercado cinzento nacional que comprei há coisa e um mês e pouco na feira da Vandoma do Porto por 1€. E também invariavelmente, este artigo será mais uma rapidinha.

Teenage Mutant Hero Turtles The Coin-Op - ZX Spectrum
Cassete bootleg

O original da arcade era um jogo de porradaria da velha tão bom, colorido e cheio de acção que se tornou num clássico mal a primeira moeda acabou de ser inserida na ranhura. A versão NES que lhe seguiu não conseguia competir com todo o poderio gráfico da original, mas ainda assim não deixou de ser um jogo divertido e uma boa conversão pela própria Konami, dentro das limitações de hardware. A versão Spectrum ficou ainda mais pobrezinha quando comparada com a original, embora isso já seria de esperar. Ainda assim, o suporte para 2 jogadores é uma mais valia que não foi esquecida nesta versão Spectrum. Os controlos fazem-me lembrar os do Renegade, onde temos um único botão de acção e todos os diferentes golpes são desencadeados ao mover o joystick numa direcção ao mesmo tempo em que carregamos no tal botão de acção. É algo difícil de se habituar hoje em dia…

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O ecrã título é a coisa mais colorida que verão neste jogo

A nivel técnico as suas limitações são evidentes. Apesar das sprites e backgrounds até terem detalhe quanto baste, os níveis em si são todos monocromáticos, com a cor a mudar de zona para zona. Música? Apenas a faixa título e só para os donos do Spectrum 128K, já os 48K apenas têm direito a alguns beep-bops durante a acção. Esse silêncio todo tira alguma pica à coisa! De resto existe algum scrolling que não é assim tão suave quanto isso, mas sinceramente nem sei se o HW do Spectrum está preparado nativamente para esse efeito, mas também não me incomoda. Só mesmo os controlos que hoje em dia são algo complicados de se habituar.

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Até que existem bem mais inimigos no ecrã em simultâneo dos que estaria à espera.

O pessoal fã da máquina da Sinclair que lê estas minhas pequenas análises a jogos do Spectrum deve-se espumar todo por vezes, mas eu não escrevo estas coisas de forma depreciativa. O hardware era primitivo para muitos destes jogos que já sairam algo tardiamente no ciclo de vida do computador, mas o esforço que muitos estúdios europeus tiveram em tentar oferecer a melhor experiência possível nas suas adaptações destes jogos deve ser reconhecido e sempre lhes tirei o chapéu. Mas tendo a oportunidade de jogar o original de arcade (em emulação, claro), ou mesmo a versão NES, é óbvio que não iria escolher a versão Speccy como a minha de eleição. E até agora, todos, ou practicamente todos os jogos que tenho de Spectrum são adaptações arcade, o que não ajuda muito à festa, um dia que me chegue às mãos algum software feito a pensar exclusivamente no Spectrum e/ou noutros computadores da mesma era como o Commodore 64, certamente terei isso em consideração.

Renegade (ZX Spectrum)

RenegadePara não variar muito, cá vai mais uma super rapidinha a um jogo de ZX Spectrum! E também para não variar, o jogo que trarei cá hoje é mais uma conversão de um clássico de arcade, desta vez o Renegade, um dos jogos de porrada beat ‘em up seminais, em conjunto com o Double Dragon, que vieram mais tarde dar lugar a verdadeiros clássicos como Final Fight ou Streets of Rage. Esta minha cópia é mais uma bootleg do mercado cinzento nacional da década de 80/inícios de 90, comprada por 1€ algures na feira da Vandoma no Porto.

Renegade - ZX Spectrum
Jogo com caixa – bootleg

E Renegade começa como muitos outros beat ‘em ups daquela altura, com a nossa namorada a ser raptada por um gang. O que vai acontecer a seguir não é nada difícil de adivinhar: temos de distribuir pancada da grossa por todos os bandidos que se metam à nossa frente, vagueando por vários cenários urbanos até que consigamos finalmente recuperar a nossa companheira.

screnshot
Sempre achei piada aos bonecos amarelos dos jogos do ZX

A jogabilidade é um pouco diferente do habitual, para além das teclas que servem de direccionais, temos apenas uma tecla para desencadear acções, obrigando-nos a usá-la em conjunto com as teclas direccionais para poder dar socos, pontapés, saltos e ataques aéreos, entre outros golpes. E felizmente podemos definir as teclas que queremos utilizar, pois usar o esquema por default da teclas Q-A para movimento vertical e K-L para movimento horizontal estava-me a atrofiar o cérebro todo. Mas mesmo assim, com os controlos mais à nossa medida, o jogo é bem difícil, não sei se é pelos controlos algo travados, ou mesmo pelo facto de cada soco que levamos acaba por nos sair bem caro na nossa barra de energia. E há alguns inimigos capazes de nos matar com um só golpe! De resto o jogo dispõe de 5 níveis, se bem que depois voltemos a rejogar do início logo de seguida.

No que diz respeito aos audiovisuais, este é um jogo impressionante, mas por outro lado nada de especial se o compararmos a outras plataformas. A falta de cores da versão Sinclair é sintomática e já deveria ser o expectável, mas ainda assim acabou por me surpreender bastante com alguns pormenores técnicos, nomeadamente o detalhe dos backgrounds que se apresentam bem trabalhados. A música é óptima, claro que me estou a referir à versão 128K, já a versão original 48K dispõe apenas de algumas pequenas melodias entre níveis.

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Pode não parecer, mas dar cabo destes tipos todos vai exigir um pouco de prática

No fundo, mais uma vez acaba por ser uma conversão interessante, quanto mais não seja pela curiosidade de ver como o Spectrum se comporta com este beat ‘em up. Eu achei-o bastante difícil, mas também pelo que me lembro de jogar o original no MAME, acaba por se assimilar ao original nesse aspecto.

Commando (ZX Spectrum)

CommandoO artigo de hoje será mais uma rapidinha, mais uma vez a um jogo do ZX Spectrum que é nada mais nada menos que uma conversão de um conhecido jogo arcade, onde na grande maioria das vezes acaba por ser uma conversão inferior ao original devido às diferenças de hardware entre as plataformas. O escolhido de hoje é o Commando, um jogo clássico da Capcom cuja conversão para Spectrum ficou a cargo da Elite, um estúdio britânico bem conhecido pelos seus óptimos jogos para os computadores da época. Esta minha cópia, literalmente uma bootleg do mercado cinzento, foi comprada na Feira da Vandoma no Porto há umas valentes semanas atrás, tendo-me custado 1€.

Commando - ZX Spectrum
Cassete e caixa, versão bootleg

Commando é um shooter militar, onde controlamos um soldado que sozinho irá enfrentar todo um exército, sendo o jogo visto numa perspectiva “top-down“, dando-nos liberdades de andar para onde quisermos e disparar livremente. Basicamente é isso e poderia acabar o artigo já aqui, mas vamos lá. Existem dois tipos de ataques que podemos desencadear: disparar rajadas de metralhadora em 8 direcções, ou atirar granadas, mas estas apenas são atiradas para a frente, podendo destruir obstáculos ou derrotar pequenos grupos de soldados de uma só vez. E agora há algo que eu já não me recordo se acontece na versão original de arcade ou na sua conhecida conversão para NES, mas pelo menos esta versão acaba por repetir os níveis a um certo ponto.

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Apesar dos audiovisuais fracos perante o original, consegue manter toda a adrenalina!

É óbvio que nos audiovisuais esta conversão acaba por sofrer bastante. O original arcade é bastante colorido e repleto de sprites bem detalhadas, a acompanhar por boa música e efeitos sonoros. Aqui temos níveis muito mais simplificados graficamente, e as cores são bastante reduzidas como é habitual. Música nem ouvi-la e os efeitos sonoros também não são do melhor. Mas de resto a jogabilidade continua excelente e isso acaba por ser o que importa mais. Uma conversão interessante, portanto!