Ridge Racer Revolution (Sony Playstation)

Ridge Racer RevolutionRidge Racer é o mítico jogo arcade da Namco que saiu na primeira Playstation como jogo de lançamento. É na realidade o primeiro jogo do catálogo da consola 32bit da Sony, e um ano depois recebemos este Ridge Racer Revolution, que não é propriamente um Ridge Racer 2 (esse ficou-se apenas pelas arcades e pouco mais trouxe ao primeiro jogo – maioritariamente o modo multiplayer). Mas apesar de ter Revolution no nome, acaba por manter a mesma fórmula, tal como o Daytona USA CCE o fez na Sega Saturn. Por essa razão este também não será um artigo muito extenso e o jogo foi comprado há uns meses na feira da Ladra em Lisboa por cerca de 3€ se bem me lembro.

Ridge Racer Revolution - Sony Playstation
Jogo com caixa e manual, versão platinum

O jogo usa os mesmos conceitos do original, com todas as corridas a passarem-se ao longo de uma cidade costeira fictícia – a Ridge City. Os circuitos normais chamam-se “Novice”, “Intermediate” e “Expert” e ao contrário do jogo anterior desta vez são distintos em todas as dificuldades, embora partilhem mais uma vez segmentos comuns. O objectivo mais uma vez consiste em chegar em primeiro lugar e sempre dentro dos tempos limites para cada checkpoint. No início dispomos de apenas 4 carros à escolha, mas tal como no anterior, se conseguirmos fazer um jogo perfeito no mini-jogo de abertura (mais um da série Galaga/Galaxian), desbloqueamos todos os 12 carros “normais”. Para além dos circuitos normais temos também os time trials, onde corremos directamente contra outros “bosses” com carros poderosos e caso os vençamos, desbloqueamos esse carro também. Para além dos time trials desbloqueamos também os circuitos extendidos, que são os mesmos, mas jogados no sentido inverso.

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Os “blue skies” in games não eram uma coisa exclusiva da Sega.

No entanto o jogo também foi buscar algumas coisas ao Ridge Racer 2, nomeadamente os remixes das músicas e o espelho retrovisor que nos avisa se temos algum adversário em vias de nos alcançar ou não. As músicas naturalmente que são inspiradas nas originais, então esperem por ouvir música electrónica bastante upbeat e acelerada que, embora não seja de todo o meu género, até que acabam de se enquadrar no género. Os gráficos pareceram-me melhores que os do Ridge Racer original, e o jogo está bem fluído com uma boa sensação de velocidade. Em relação ao à draw distance e respectivo pop-in dos cenários, é também um jogo que me parece bem conseguido, pois embora se note um pouco, geralmente está bem “escondida” de acordo com o circuit design. Continuo é a achar uma certa graça ao facto de usarem o mesmo tipo de letra que se usava na NES em algumas partes do jogo, como os tempos de volta.

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Passando para a perspectiva de primeira pessoa, temos agora um espelho retrovisor

De resto Ridge Racer Revolution continua com o mesmo feeling arcade do original e continua a ser daqueles jogos que, na minha opinião, tal como Daytona USA ou Sega Rally para a Sega Saturn são sempre uma excelente alternativa para dar umas corridas rápidas sem grandes preocupações.

Star Wars: Masters of Teras Kasi (Sony Playstation)

Masters of Teras KasiVoltando agora à série de ficção científica Star Wars para mais uma rapidinha a um jogo que acabou por ser bastante polémico por ser mauzinho: Masters of Teras Kasi é um jogo de luta 1 contra 1 em 3D, tal como Virtua Fighter ou Tekken e enquanto o universo de Star Wars está repleto de personagens que figurariam bem num jogo de luta (mediante se se pudessem utilizar os lightsabers e afins), a verdade é que as coisas não foram lá muito bem aproveitadas aqui. O jogo entrou na minha colecção após ter sido comprado entre um ou dois meses atrás, tendo-me custado 3€ na Cash Converters de Alfragide.

Star Wars - Masters of Teras Kasi - Sony Playstation
Jogo com caixa e manual

O jogo decorre no universo de Star Wars compreendido entre os episódios IV e V, a “primeira” trilogia, portanto. Algures depois do ataque à Death Star, o Imperador recruta os serviços de Arden Lyn, uma mestre na arte marcial de Teras Kasi, para assassinar os membros mais importantes da aliança rebelde, incluindo claro está Luke Skywalker, Han Solo e a Princesa Leia. Misturando mais algumas personagens como Boba Fett ou guardas de Tatooine, parecia estar aqui uma receita para o sucesso, não fosse a jogabilidade mázinha. Isto porque este é um jogo lento, pobre em animações – os personagens quase que parecem marionetas a mexerem-se, e os controlos não têm uma boa capacidade de resposta. O facto de podermos usar armas como light sabers ou armas laser também introduziu alguns imbalanceamentos, onde os light sabers acabam por ser bem mais eficazes, apesar de as animações também me parecerem estar mázinhas. O jogo tem também apenas 2 modos: o “arcade” e um versus para 2 jogadores. Mas ao menos poderemos ir desbloqueando algumas personagens novas, como o Darth Vader ou a princesa Leia na sua forma de escrava, por exemplo.

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Os cenários vão sendo variados e são certamente a coisa mais “bonita” do jogo.

Graficamente é um jogo com backgrounds bonitos e animados, alguns até com Snowspeeders e AT&ATs a combaterem no fundo, mas as personagens tal como referi atrás parecem marionetas, há algo ali que não bate certo. Os efeitos sonoros são OK, já a música sendo licenciada de toda a série Star Wars, naturalmente que é muito boa. De resto, quer se queira quer não, este é um daqueles jogos que apenas recomendo aos fãs de Star Wars, ou aficcionados em jogos de luta no geral, embora esses certamente irão ficar desapontados com a jogabilidade deste jogo.

Ridge Racer (Sony Playstation)

Ridge RacerVamos lá a mais uma rapidinha, desta vez com o primeiro jogo da biblioteca da Playstation. Ridge Racer é um jogo de corridas em 3D poligonal, lançado originalmente nas arcades ainda no ano de 1993, tendo chegado apenas à playstation em solo europeu já em 1995. Tal como Daytona USA é um jogo completamente arcade, sem grande conteúdo adicional. Mas ao contrário do jogo da Sega, este não me traz assim tanta nostalgia, pelo que este artigo será algo breve. Comprei esta edição Platinum na feira da Ladra, há umas semanas atrás. Custou-me 3€, se a memória não me falha. A Playstation 1 é provavelmente a única plataforma da qual eu não me importo assim tanto em ter jogos platinum, devido à poluição visual ser mínima.

Ridge Racer - Sony Playstation
Jogo com caixa e manual. Versão platinum

Ora vamos lá. Ligando o jogo, depois de jogarmos um pouco de Galaxian no ecrã de loading (sempre gostei deste toque especial que a Namco deixou nos seus jogos), resta-nos escolher o carro a conduzir, as mudanças manuais ou automáticas, a música e o “circuito”. As aspas estão ali porque na realidade todos os circuitos são variantes do mesmo, mudando apenas com a dificuldade. O primeiro grau de dificuldade – beginner – leva-nos pelo circuito normal com uma velocidade limitada, onde apenas precisamos de fazer 2 voltas. O grau seguinte deixa-nos no mesmo circuito, mas o limite de velocidade é maior, e teremos 3 voltas pela frente. O “hard” leva-nos pelo circuito extendido, onde teremos uma parte nova do percurso, através de trechos de estrada ainda em construção. Por fim temos o Time Trial, mas já lá vamos. Nos primeiros 3 que mencionei, existem 12 carros na corrida, incluindo nós mesmos, começamos  na última posição e o resto é simples, correr em contra relógio através de vários checkpoints e fazer tudo por tudo para chegar ao final da corrida em primeiro. O Time Trial é diferente, é uma corrida 1 contra 1, nomeadamente contra o “melhor” carro do jogo, no mesmo circuito extendido. Finalizando em primeiro lugar nestas 4 pistas, temos acesso a jogá-las novamente no modo reverso.

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E nasceu aqui a lenda de Reiko Nagase

Uma coisa que Ridge Racer tem a seu favor são os unlockable cars. Inicialmente dispomos apenas de 4 carros diferentes para escolher, mas se fizermos uma pontuação perfeita no minijogo do Galaxian logo quando ligamos a consola podemos desbloquear os restantes 8 carros contra os quais corremos, formando assim os tais 12 carros. Ainda podemos desbloquear um “Lamborghini” preto se chegarmos ao fim do extra time trial, derrotando-no aí. Os carros são fictícios, embora se assemelhem ligeiramente a carros reais. Outra coisa interessante neste Ridge Racer é que o podemos jogar sem o CD na drive, e se colocarmos um CD de música na mesma podemos ouvir as nossas próprias músicas (limitando-se na mesma ao número 6 de músicas oficiais do jogo).

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Cada carro tem características diferentes, mas não se preocupem muito com isso, isto não é um simulador.

Falando nas músicas as mesmas têm todas uma toada electrónica e são bastante upbeat, eu prefiro as rockalhadas de Sega Rally, mas são músicas “mexidas” o suficiente para a adrenalina de um jogo de corridas arcade. Os gráficos como seriam de esperar são ainda muito rudimentares, pois este é um jogo natural de 1993, e as conversões arcade sempre perdiam algum dos detalhes. Mas não deixa de ter sido um jogo impressionante para a altura em que foi lançado na consola, certamente. Outra coisa que demonstra a sua idade é o “tipo de letra” utilizado para registar os tempos da corrida. São as mesmas utilizadas em muitos jogos de NES e noutros jogos da Namco em sistemas 8 e 16bit. De resto, e comparativamente com o Daytona USA, o jogo de corridas da Sega que por sua vez serviu também de jogo de lançamento da Saturn, a draw distance no Ridge Racer parece-me ser superior, tendo assim um menor pop-in.

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Pois, o “blue sky in gaming” não era só da Sega. Bons tempos!

No fim de contas, apesar deste Ridge Racer não ser propriamente um jogo cheio de coisas para fazer, e eu ter uma costela bem mais “Seguista” no que diz respeito aos jogos arcade, não há como fugir, o Ridge Racer original é um jogo importante no catálogo da consola da Sony, bem como na cooperação estratégica entre ambas as empresas. Se o virem por aí, mesmo que seja a versão Platinum, go get it!

Final Fantasy VI (Sony Playstation)

Final Fantasy VIInfelizmente, foi só após o lançamento de Final Fantasy VII para a Playstation que a Squaresoft decidiu abrir os olhos e presentear-nos humildes europeus, com os restantes jogos da série, e muitos outros do seu catálogo, apenas devido ao sucesso estrondoso que esse jogo teve em todo mundo e naturalmente a Europae Portugal não fugiram à regra. Ainda assim, mesmo nos dias de hoje, continuam a haver vários JRPGs que chegam apenas a solo norte-americano e nós somos deixados na obscuridade, mas felizmente tal já não acontece em larga escala como nos anos 90. Mas no que ao Final Fantasy diz respeito, até ao lançamento da sétima iteração, no mercado norte-americano também muitos ficaram de fora. Este Final Fantasy VI é um bom exemplo, tendo sido lançado originalmente para a SNES, e chegado a solo norte-americano como Final Fantasy III, devido aos norte-americanos não terem recebido alguns dos jogos anteriores. Mas adiante, a minha cópia deste jogo foi comprada há cerca de 2 meses atrás na feira da Vandoma no Porto, tendo-me custado 4€ e faltando-lhe apenas o demo do FFX para a PS2, tal como descrito no autocolante da caixa. Não me faz grande falta para ser sincero.

Final Fantasy VI - Sony Playstation
Jogo com caixa e manual – fica a faltar o demo do FF X para a PS2

E apesar de o Final Fantasy VII ter tido o sucesso estrondoso que teve, e tal é 100% merecido, muitos dos fãs mais hardcore do género afirmam que a história do seu predecessor é melhor. E eu concordo em absoluto. Essencialmente o jogo decorre num mundo com alguma tecnologia, governado por um império tirano com planos megalómanos de world domination. O costume portanto! Mas a origem dos conflitos vai bem atrás no tempo, onde houve uma grande guerra conhecida como a War of the Magi, que dizimou por completo a civilização como a conhecemos. E a magia, origem desse conflito, acabou por se perder com o tempo. Mas 1000 anos depois uma jovem por alguma razão tinha poderes mágicos. Ansiosos por poder, o Império deitou-lhe as mãos. E começamos assim a aventura ao controlo da misteriosa e inocente Terra, que em conjunto com mais 2 soldados imperiais tomam de assalto a cidade gelada Narshe, à procura de uma Esper, uma criatura com imensos poderes mágicos. Acontece que durante essa investida são atacados pelo grupo rebelde “Returners” e, após encontrarem a tal Esper, uma explosão de luz derrota os soldados imperiais e Terra vê-se livre do controlo que o Império tinha sobre ela. Depois iremos descobrir o seu passado misterioso, mas não antes sem encontrarmos primeiro várias novas personagens que nos irão ajudar na aventura, cada uma com personalidades muito vincadas e distintas.

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A introdução ao jogo é excelente e um dos melhores momentos

E o antagonista principal é um senhor chamado Kefka, que é simplesmente um dos melhores vilões que já vi num JRPG. Parafraseando alguém no podcast dedicado aos JRPGs da PS1 no Game-Chest, basicamente Kefka compara-se ao King Joffrey de Game of Thrones. E não podia estar mais de acordo! Se jogarem este Final Fantasy irão perceber o porquê. De resto devo dizer que gostei bastante da história deste Final Fantasy VI, tem imensos momentos com muita acção e até agora apenas o Chrono Trigger me conseguiu “colar” mais ao ecrã num JRPG.

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No início do jogo,Terra usa uma coroa imposta pelo império que a torna numa autêntica marioneta

A jogabilidade é a tradicional de um RPG em 2D da Squaresoft. Tanto podemos explorar cidades/aldeias, falar com NPCs e visitar lojas para comprar/vender items, como vaguear pelo world map ou dungeons onde teremos pela frente batalhas com encontros aleatórios e os bosses do costumer. Nas batalhas, este jogo herda as mecânicas do Active Battle System introduzido pela primeira vez no Final Fantasy IV. Aqui todas as nossas personagens possuem uma “barra de acção” que esvazia cada vez que desempenhamos uma qualquer acção em batalha, e apenas poderemos desempenhar outra acção quando essa barrinha voltar a encher. Isto claro que é válido para atacar, defender, usar items ou magias. E na questão das magias, inicialmente nem todas as personagens as podem usar. Mas depois, ao longo do jogo poderemos equipar várias magicites, que tanto nos darão novas habilidades não mágicas (como a capacidade de roubar os inimigos, ou equipar duas armas), a capacidade de invocar espers, ou aprender outras magias.

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As batalhas usam o já conhecidíssimo Active Battle System

Graficamente este continua a ser na sua essência um jogo de SNES. E como jogo de SNES, o Final Fantasy VI era um RPG bem detalhado. Mesmo as sprites pequenas vistas no overworld, dungeons ou cidades possuem diversos detalhes como expressões faciais que lhes permitiram mais facilmente transmitir diversos sentimentos com a história. Claro que na minha opinião isso foi muito melhor conseguido no Chrono Trigger, mas esse é de outro calibre. De resto, tal como um jogo de SNES, temos vários momentos a aproveitar os “fantásticos” gráficos em Mode 7, imagem de marca da 16bit da Super Nintendo. Essencialmente o que foi revisto aqui foram algumas cutscenes em CGI que foram adicionadas, muito à marca da Squaresoft. Se isso vale a pena para comprar esta versão do Final Fantasy? Na minha opinião não, devido aos tempos de loading do jogo no geral, e se quisermos ver as cutscenes o youtube é nosso amigo. Isto porque também não fizeram grandes revisões ao script dos diálogos, que tinha sido bastante modificado e censurado desde a sua versão norte-americana na SNES. Nesse capítulo a versão do Final Fantasy VI que saiu posteriormente para a Gameboy Advance acaba por ser uma melhor alternativa. Por outro lado, a banda sonora continua repleta de excelentes músicas, como é também habitual.

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As cutscenes em CG, apesar de serem uma novidade, não são tão boas assim.

Posto isto devo dizer que o Final Fantasy VI é um RPG obrigatório para todos os fãs de JRPGs no geral, ou da série Final Fantasy em particular. Mas tal como descrevi acima, recomendo a versão da Gameboy Advance por ser uma melhor conversão oficial e mais fiel ao original. Ou então joguem mesmo a versão originalíssima da Super Famicom com um patch de tradução feito por fãs. Há pequenos detalhes nas traduções que fazem a diferença.

Tenchu 2: Birth of the Stealth Assassins (Sony Playstation)

Tenchu 2 - Sony PlaystationHá uns tempos atrás escrevi sobre o Tenchu para a Playstation e referi que era um dos primeiros jogos a retratar mais realisticamente os ninjas, que desde a década de 80 que eram retratados nos filmes de Hollywood e consequentemente nos videojogos como uma espécie de “Rambos” com armas brancas. No Tenchu a palavra de ordem era realmente o stealth, e atravessarmos os níveis sem sermos descobertos ou assassinar os nossos alvos pelas costas eram elementos de jogabilidade altamente encorajados. No entanto o jogo ainda tinha algumas arestas a limar, que na minha opinião foram corrigidas neste lançamento. E tal como o primeiro Tenchu, este jogo foi comprado na Pressplay do Porto na mesma altura, tendo-me custado algo em torno dos 4€, estando também completo e em bom estado.

Tenchu 2 Birth of the Stealth Assassins - Sony Playstation
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Apesar de ter um 2 no nome, este Tenchu é na realidade uma prequela do primeiro jogo, onde podemos jogar mais uma vez com Rikimaru ou Ayame, mais novinhos, mas também com o seu colega Tatsumaru, um ninja aparentemente ainda mais talentoso. Aqui começamos o jogo no nosso “dia de graduação”, onde após nos submeterem a uma árdua prova, herdamos com mérito o título de Ninjas de Azuma. A nossa primeira missão oficial é ir ao castelo do Lord Gohda e defendê-lo, bem como os seus habitantes, de um golpe de estado envolvendo o Lord rival Toda e um misterioso grupo de ninjas. Depois as coisas lá vão escalando para outras proporções ainda mais graves que prefiro não dizer. Podemos jogar com cada um dos 3 ninjas e desta vez vale mesmo a pena jogar com os 3, pois o seu percurso vai sendo relativamente diferente, e as suas histórias complementam-se entre si.

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Mortes violentas e com muitas jugulares cortadas continuam no prato do dia

A jogabilidade é algo semelhante à do jogo anterior, embora agora com o suporte aos analógicos. No entanto ainda continuamos com os característicos tank controls, pelo que as coisas neste campo não se tornaram assim tão diferentes do jogo anterior. Nomeadamente se formos atacados pelas costas, ainda demoramos um tempinho considerável a conseguir ripostar. Outras coisas como o stealth, o estado alerta ou mais relaxado dos inimigos, os items que podemos utilizar (kunais, granadas de fogo, gás soporífero, entre outros) continuam no jogo. Uma das novas habilidades é o facto de podermos esconder os corpos que assassinamos para que os restantes inimigos não fiquem alerta quando os virem. Infelizmente isto não resulta assim tão bem pela mesma razão do jogo anterior: a fraca inteligência artificial, mas também o facto de apenas podermos pegar nos corpos se estivermos numa superfície plana. Mas em relação à IA, os inimigos continuam algo burrinhos, pois se andarmos devidamente agachados conseguimos passar despercebidos em muitas situações. E mesmo caso sejamos descobertos, por vezes basta andar uns passos para uma superfície desnivelada, manternos agachados e eles não nos encontram e ao fim de algum tempo lá voltarão às suas patrulhas normais.

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Em algumas missões teremos de ter cuidado para não atacar inocentes.

De resto o jogo continua violento como sempre, em especial nas 1-hit kills que conseguimos se formos suficientemente sneakies e assassinar os inimigos sem eles contarem connosco. Infelizmente a versão europeia foi censurada, e as decapitações ficaram de fora. Ainda assim não deixa de ser um frenesim de sangue. De resto, tal como no jogo anterior mais uma vez, se nos deixarmos ser descobertos pelos inimigos, depois para os derrotar num combate 1 a 1 será bem mais desafiador. Claro que teremos também uma série de bosses para derrotar, e com esses não teremos outra hipótese a não ser partir para o combate puro e duro. Felizmente podemos também utilizar os vários items que vamos angariando, seja ao longo dos níveis em si, seja entre níveis onde poderemos “comprar” uma série deles.

Uma outra característica muito interessante deste jogo é possuir um editor de níveis chamado Mission Editor. Aqui podemos criar um nível de acordo com os assets já existentes, colocando também uma série de inimigos em acção e definir inclusivamente qual o objectivo a alcançar. Os níveis ficam depois alojados num cartão de memória e daria para partilhar com os amigos, o que fica muito aquém do que já se podia fazer com os PCs, ou com as consolas com internet hoje em dia. Mas claro que isso já era bem bom!

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Este jogo traz um editor de níveis, algo que nada habitual neste subgénero

Graficamente o jogo está melhor que o seu antecessor. Os ninjas estão mais bem detalhados, o mesmo se pode dizer dos cenários que são também mais variados, que nos vão levando para cavernas e castelos/cidades do período feudal japonês, e vários cenários naturais em vários pontos dos dia. Outra coisa que também mudou para melhor foi a draw distance que melhorou bastante e já não é habitual acontecerem situações em que os inimigos nos vejam antes de os vermos a eles. Outra coisa que mudou foram as músicas, que neste jogo apenas aparecem durante as batalhas de bosses (que eu especialmente gosto dessa música em especial), nos ecrãs título, créditos e durante as cutscenes. Durante os níveis deixaram-nos com ruídos ambientes que vão sendo repetidos à exaustão, sejam corujas nas florestas, ou outros animais, por exemplo. De resto as cutscenes tanto podem ser com o próprio motor gráfico do jogo, ou em menor número, cutscenes inteiramente em CGI. Outra coisa que devo referir são as vozes que sinceramente não são grande coisa. Mas a verdade é que naquela altura o voice acting nunca foi um ponto muito forte em videojogos.

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Como seria de esperar, o design dos inimigos está muito interessante, tendo em conta que estamos a falar de uma PS1

Posto isto, devo dizer que este Tenchu 2 é uma boa evolução do anterior. É certo que ainda existem alguns problemas com os controlos (e também com a câmara que não referi anteriormente), mas tudo o resto me pareceu uma boa evolução, tanto no aspecto gráfico, como nas missões ou o próprio story telling que está muito mais coeso agora. Resta-me agora entrar na geração seguinte dos jogos Tenchu e ver a sua evolução, o que acontecerá em breve, com o Tenchu Wrath of Heaven.